João Alkimin – GRIMM: CONTOS DE FADAS, PERIGOS REAIS 12

GRIMM : CONTOS DE FADAS, PERIGOS REAIS.

Me apropriei do nome de uma série de televisão para iniciar o artigo, pois vendo a entrevista do Secretário  Ferreira Pinto, cheguei a conclusão de tal qual um dos atores da série vejo monstros onde não existem, não existem para os normais,mas nós que somos anormais, na concepção do Secretário, vemos monstros sim e eles existem.
O secretário diz que o PCC está dominado, que são só trinta ou quarenta indivíduos que estão presos  a muito tempo e se dedicam ao tráfico.
Ora senhor Secretário, talvez eu seja muito burro por não conseguir compreender o que V.Exa quer dizer, mas se estão presos, como pode se dedicar ao tráfico?
Alguma coisa de errado está acontecendo, ou o senhor não consegue se expressar, ou eu do alto da minha burrice não consigo entendê-lo, pois preso em presídio de segurança máxima traficar é a falência total do sistema penitenciário, da qual V. Exa foi Secretário.
Diferentemente do afirmado pelo Secretário, não é a imprensa que glamoriza o PCC e, o PCC não é  grife e não está sendo glorificado pela imprensa.
O senhor Secretário está chegando as raias do ridículo em querer de todas as maneiras negar o inegável, a existência do crime organizado.
Talvez o Secretário não se recorde mas já de há muitos anos temos crime organizado em nosso estado, se isso não ocorre porque alguns anos existia  O CERCO – Corpo Especial de Repressão ao Crime Organizado?
Por que se identifica o DEIC hoje como Departamento de Investigações do Crime Organizado?
Ora, se não existe crime organizado para que existe o DEIC?
Por quê policiais arriscam a vida diuturnamente?
Investigando o que não existe …
Na mesma entrevista sua Exa diz “É, a policia apreendeu, levou para o Ministério Público e eles não levaram a Corregedoria da Policia dados que demonstram o  comprometimento de policiais civis”.
Ora Secretário, a matéria faz menção a Policia Civil mas também a Policia Militar, porém quando se fala da Policia Militar, da qual o Secretário é originário, o mesmo se esquiva de qualquer comentário.
Porque tanto ódio da Policia Civil?
Talvez sua Exa. devesse procurar saber o que a todos nós intriga, como o Ministério Público teve acesso ao pendrive?
Ou o mesmo teria saído correndo de dentro de um Departamento da Policia Civil, ou quartel da Policia Militar e se atirado regateiro no colo de um Promotor?
Por outro lado, o Secretário ataca com veemência o Ministério Público.
O mesmo é Promotor de Justiça!
Porque então não se aposenta e abandona de vez a Instituição?
Parece que seu principal prazer é atacar a imprensa, a policia civil e o ministério público.
Como se as mesmas fossem responsáveis por todos os males e pela incompetência que assola a Segurança pública do Estado de São Paulo.
Lanço-lhe aqui um repto senhor Secretário, o PCC não existe então vá sem carro blindado e sem escolta a cidade Tiradentes, ao Campo dos Alemães em São José dos Campos, ao Parque Meia Lua em Jacareí, a Gurilândia em Taubaté, a Estrada que liga César de Souza a Santa Catarina em Mogi das Cruzes…
A partir dai passarei a acreditar em sua coragem e reconhecerei que o PCC realmente é invenção da imprensa.
Também acho que é mesmo bom dizermos que a facção criminosa não existe, pois afinal de contas, o cargo de Secretário não é vitalício e quando dele o senhor sair se quiser carro blindado terá que comprar e pagar, escolta somente de empresas de segurança e pagando, portanto não é bom irritar os marginais do PCC.
Afinal, se até Edgar Hoover desmentia a existência da máfica porque o senhor deveria dizer que o PCC existe mas que as forças de segurança estão atuando contra o mesmo?
Afinal de contas, somente morrem policiais e esses não são velados no palácio, nem merecem a rápida passagem do Secretário em seu velório.
Parece que hoje a segurança pública se especializou em negar a existência do PCC e demitir de maneira vergonhosa policiais civis, como o Delegado Conde Guerra e tantos outros.
Eu, de minha parte, continuo afirmando que o PCC é forte, atuante, perigoso e enquanto não formos para o confronto direto e aberto corremos risco de nos transformarmos, se é que já não somos em um Rio de Janeiro.
Estou cansado de ver ataques a imprensa.
Senhor Secretário  A IMPRENSA NÃO CRIA FATOS, ELA SIMPLESMENTE OS NOTICIA.
Com certeza porque nada é eterno, ainda teremos um Governador atuante e um Secretário de Segurança que tenha coragem de vir a público e dizer pela imprensa: “O crime organizado existe, mas a policia com o apoio deste Secretário, o está combatendo.”
João Alkimin

Bom discurso: “Nós, da Polícia Civil, não aceitamos inimigos conosco” 42

04/10/2012-06h00

Policial que comete crime é pior que bandido, diz delegado-geral

DE SÃO PAULO DO “AGORA”

O governador de SP, Geraldo Alckmin (PSDB), e o delegado-geral Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil paulista, disseram ontem a novos policiais civis que o Estado não tem nenhuma tolerância à corrupção policial.

“Quando um policial comete um crime, ele é pior que o bandido. O bandido não tem nada a perder. O policial tem. A primeira coisa que perde é o respeito dos próprios colegas. Nós, da Polícia Civil, não aceitamos inimigos conosco”, disse Lima.

O discurso foi feito durante a posse de 289 agentes de telecomunicação da Polícia Civil, em um evento no Palácio dos Bandeirantes.

Nesta semana, a Folha revelou que documentos atribuídos à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) apontam supostos pagamentos feitos por bandidos a policiais civis de SP.

Os documentos -espécie de “livro-caixa” da facção- apontam, ainda, que policiais militares se aliam a criminosos para cometer roubos.

No seu discurso, o delegado pediu aos novos policiais que não entristeçam as suas famílias por terem se envolvido em irregularidades.

Quando questionado pela Folha sobre a sua fala, o delegado-geral disse que reforçou o cuidado que os policiais devem ter para não caírem na “sedução dos criminosos”.

“No Brasil, há uma cultura da corrupção, que vem desde a época colonial. Mas é importante a sociedade cobrar essa mudança”, afirmou.

Já o governador foi mais sutil na mensagem, dizendo aos novos policiais que eles devem servir de exemplo para a população paulista.

“Exemplo de retidão, exemplo de atender bem as pessoas, de fazer bem feito o que é a nossa atividade.”

PCC

Tanto Alckmin quanto o delegado-geral afirmaram que a Corregedoria das polícias irá investigar todos os policiais que tiverem seus nomes envolvidos em acordos com a facção criminosa PCC.

“Se eu identificar suspeição contra qualquer policial que esteja em uma função estratégica, eu mando tirá-lo da função para que seja investigado”, disse Carneiro Lima.

Nos últimos seis anos, pelo menos 1.223 policiais civis e militares foram punidos por irregularidades diversas, entre elas, corrupção e tráfico de drogas. Os dados são da Ouvidoria da Polícia de São Paulo, que recebe denúncias contra policiais civis e militares. (AFONSO BENITES, ROGÉRIO PAGNAN E JOSMAR JOZINO)

Antonio F.P. e a arte de induzir a engano: PCC é bem menor do que dizem 33

04/10/2012-06h00

Facção é bem menor do que dizem, afirma secretário

AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, afirma que a facção criminosa PCC é bem menor do que é divulgado e que a polícia a está asfixiando, com operações bem sucedidas contra o tráfico de drogas.

Em entrevista após a posse de 289 agentes de telecomunicações da polícia, Ferreira Pinto, procurador de Justiça licenciado, criticou o Ministério Público e disse que o número de bandidos ligados ao PCC é menor do que apontam as planilhas do bando apreendidas pela polícia e reveladas pela Folha.

Pelos arquivos, que estão no Ministério Público, a facção possui 1.343 bandidos espalhados por 123 das 645 cidades paulistas.

O Ministério Público não quis comentar as críticas.

*

Folha – Como o senhor está vendo a batalha com o PCC? Antonio Ferreira Pinto – Não há batalha. O governo continua na sua linha de combate à criminalidade, seja ela de que origem for. Temos uma média de dois presos por dia.

A Folha tem mostrado, com base em arquivos do PCC, que a facção continua forte. Mas o governo discorda. Por quê? Porque alguns setores da imprensa exaltam o PCC. Nós trabalhamos dentro da tranquilidade. Temos informações seguras, privilegiadas.Acompanho essa situação há seis anos e meio, desde quando fui secretário de administração penitenciária.

Estou tranquilo sabendo o tamanho da facção. Determinados jornais glamorizam a facção, o que só traz desassossego à população. Combatemos essa facção com eficiência e os resultados estão aí.

Quais são? Há mais de cinco anos que a PM não precisa intervir em presídios. Isso evidencia o nosso controle. A Rota tem prendido bastante.

Agora, qualquer grupo bem organizado aqui fora se arvora em facção criminosa. Isso é grife e a imprensa, felizmente só parte dela, exalta exageradamente. Estão fazendo às gerações futuras, para seus filhos e netos.

Qual é a extensão da facção? A facção é bem menor do que dizem. Não chega a 30 ou 40 indivíduos que estão presos há muito tempo e se dedicam ao tráfico. Nós temos asfixiado esse tráfico com grandes prisões. Mas essas prisões só merecem uma nota nos jornais. Não tem a mesma repercussão que atos covardes contra a polícia.

A documentação que a sua polícia apreendeu e está na mão do Ministério Público mostra que o número é maior. É, a polícia apreendeu, levou para o Ministério Público e eles não levaram à Corregedoria da polícia dados que demonstram o comprometimento de policiais civis [a Folha revelou que documentos do PCC apontam propina a policiais]. Receberam os dados e vazaram para a imprensa de forma anônima.

Eu sou dessa instituição. No meu tempo a gente falava e assinava embaixo, não se escondia. Quando eles passarem para nós, vamos apurar.

Se tiver policial envolvido, serão demitidos. Fica muito tranquilo para eles [promotores] jogarem isso para a imprensa de uma forma leviana.

No seu tempo na Secretaria de Administração Penitenciária, havia notícias de apreensões de pen drives do PCC? No meu tempo não havia. Não tínhamos, até porque eles não têm computador.

Mas eles usam smartphones. Eles não têm smartphones. No meu tempo não tínhamos e hoje acredito que não tenha. O sistema prisional está tranquilo há muito tempo.