Atentado contra chefe de carceragem ( Barbosa ) 30

Sábado, 13 de outubro de 2012 – 19h56

Zona Noroeste

Chefe de carceragem é baleado e acaba ferido no Dale Coutinho

De A Tribuna On-line Atualizado às 20h30

O chefe de carceragem do 5º Distrito de Santos, José Eráclito Barbosa,  foi baleado no início da noite deste sábado, quando passeava pela rua com a neta de dois anos pelo Dale Coutinho, na Zona Noroeste.

A vítima ficou ferida na perna e nas nádegas.  Por sorte, a criança não foi ferida.  Barbosa foi socorrido e levado ao Pronto Socorro da Zona Noroeste. De acordo com o hospital, ele não corre risco de morte.

De acordo com o Centro de Operações da Polícia Militar  (Copom), o chefe foi vítima de uma tentativa de latrocínio, roubo seguido de morte. Ainda segundo o Copom, nada foi levado da vítima.

Policial do GOE detona ladrão em Floripa 25

Policial paulista passando férias em Florianópolis impede possível assalto

Ele estava em uma automecânica quando dois homens entraram, um deles notou que era policial e um tiroteio começou

Uma provável tentativa de assalto foi frustrada por um policial paulista na manhã de sábado (13), na SC-403, bairro Vargem Grande, Norte da Ilha de Santa Catarina. Segundo a informações preliminares fornecidas ao Notícias do Dia pela Polícia Civil, o policial do GOE (Grupo de Operações Especiais) estava passando férias em Florianópolis, teve problemas mecânicos no seu automóvel e teve que ir até a Ajoeste Autopeças, acompanhado de sua espesa grávida.

Enquanto a companheira do policial efetuava pagamento no caixa da oficina, dois homens pararam atrás dela. Quando o policial de São Paulo parou atrás da dupla, um deles chamou a atenção do outro, dizendo que o homem atrás deles era policial. Então, o bandido tirou uma arma e alvejou o policial do GOE no braço, contudo, numa reação rápida o agente paulista sacou sua arma e alvejou o agressor diversas vezes, matando ele no local. Apesar de também ter atirado contra o segundo assaltante que fugia, não há informações se ele foi ferido ou não.

As vítimas, que foram encaminhadas para o hospital em que o policial baleado passa por cirurgia, devem prestar depoimento ainda hoje. Ambos passam bem.

http://www.ndonline.com.br/florianopolis/noticias/35718-bandido-morre-e-outro-foge-ao-tentar-assaltar-policial-civil-no-norte-da-ilha.html

O terrorismo do “Crime” joga familiares das vítimas contra a PM: “Esse negócio de polícia mata bandido, acho isso errado…E é assim, porque morreu um policial, se não tivesse morrido, tenho certeza absoluta, ninguém ia querer ir atrás de bandido nenhum” 21

Medo e dor

“Meu pai se foi. Estou com muito medo de voltar”

Ronaldo Abreu Vaio

Em Medicina, efeito colateral é um resultado secundário, que ocorre em paralelo ao efeito desejado. Na vida, sob a rotina cirúrgica com que se anda matando nas ruas, o efeito colateral é José Antônio Alves de Carvalho, de 53 anos. Ele era o recepcionista e segurança do bufê da mulher do sargento PM Marcelo Fukuhara, na madrugada de 7 de outubro. O homem errado, na hora errada. Ao ver que o sargento tinha sido alvejado por tiros de fuzil, na calçada em frente, Carvalho tentou prestar socorro. Foi o seu último ato em vida: também alvejado, morreu a caminho do hospital. Deixa a mulher, Regina Célia Joverno Alves de Carvalho, de 47 anos, e a filha, Vanessa Cristina Joverno de Carvalho, de 23, cuja última grande alegria ao lado do pai foi tê-lo em sua formatura recente, do curso de Enfermagem. Mãe e filha estão em Lins, interior de São Paulo, a terra natal da família, tentando entender uma brutalidade que pouco tem de fatídica: é mais um sintoma de uma doença antiga e muito séria. Nesta entrevista, Vanessa descreve um pouco do pai que perdeu, confessa a sua dor, o medo de voltar a Santos e o desejo de que a morte de Carvalho não seja em vão. “Amava ele muito. Todo dia dizia isso pra ele”.

Créditos: Arquivo pessoal Há quanto tempo vocês moram em Santos? Quando vocês voltam para cá?
Moramos há seis anos aí. Ainda estou com muito medo de voltar pra Santos, porque a qualquer momento acho que vão me matar, matar minha mãe, matar meu pai de novo. E olha que ele nem era policial, era sargento do exército (foi terceiro sargento, saiu em 1984). A gente vai ter que voltar, mas falei pra minha mãe, ‘se eu pudesse, deixava a casa do jeito que ela está’.
Ele era segurança, trabalhava só no bufê? Há quanto tempo? Ele estava lá há dois anos, era recepcionista e fazia um pouco de segurança. Ele conhecia a dona do bufê (Rosana Alves Gonçalves, mulher do sargento Fukuhara), ela gostava de chamá-lo. E ele também trabalhava em uma empresa de segurança, em banco. A gente até falou, que ironia do destino, meu pai, a vida inteira com arma, e nunca aconteceu nada, ele nunca disparou um tiro.
Como você soube do ocorrido? Pela Osan. Eles foram lá em casa pedindo para falar com um parente do José Antonio. Eu falei pra ele, ‘moço, você fala qualquer coisa pra mim, menos que meu pai está morto’. Aí ele falou pra mim que estava… fico vendo o vídeo (da câmera de segurança de um prédio vizinho) você percebe a calma do meu pai indo ajudar… ele foi do exército, por isso acho que ele quis ajudar, ele sabia o que era um tiro de longe.
Você comentou que tem medo de voltar a Santos. Acha que pode acontecer alguma coisa a você e a sua mãe?
Olha, eu não sei. Viram meu pai ali, querendo ajudar, não tiveram dó de matá-lo, vão ter dó de me matar ou a minha mãe? Santos está praticamente em guerra.
Por que Santos está em guerra? Porque é policial matando bandido, bandido matando policial. Meu pai era inocente. Ele saiu pra trabalhar de manhã e não voltou mais pra casa. Eu não vi meu pai nesse dia.
Como era o seu pai? O que gostava de fazer nas horas vagas? Quando ele estava de folga, ele gostava de rezar. Era católico, ia à missa, gostava de rezar o terço das seis horas. Até carregava um terço no bolso. Antes de ir trabalhar, fazia a oração dele, punha o terço no bolso e saía. Dizia que o Senhor o protegeria naquele período.
O que você gostaria que acontecesse para que a morte do seu pai não fosse em vão? O mundo do jeito que está, não dá. Esse negócio de polícia mata bandido, acho isso errado. Vai matar? Mas ele (o bandido) já tirou a vida de uma pessoa antes. Se mata um (bandido), vem dez. E por que eles conseguem matar? Porque a arma deles é muito melhor do que a dos policiais. Aí precisa descer Rota pra fazer alguma coisa. E é assim, porque morreu um policial, se não tivesse morrido, tenho certeza absoluta, ninguém ia querer ir atrás de bandido nenhum.
Como você imagina a sua vida daqui pra frente?
Agora somos só eu e minha mãe, porque eu sou filha única. Eu por ela e ela por mim. Vou trabalhar pra ajudá-la, ela vai trabalhar para cuidar de mim. Vou viver pra cuidar dela. Não vou deixá-la. Meu pai se foi, fica uma única certeza: eu amava ele muito. Todo dia eu dizia isso pra ele.

Agente penitenciário é baleado ao deixar centro de detenção em SP 9

Enviado em 13/10/2012 as 11:24 – Valtino

Tiros foram disparados por homens em moto, segundo a polícia. Nenhum suspeito foi preso até a manhã deste sábado (13). Do G1 SP

Um agente penitenciário de 46 anos foi baleado, na noite desta sexta-feira (12), quando deixava o trabalho no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Belém. De acordo com a polícia, ele estava acompanhado de outro agente, que não chegou a ser atingido. Os tiros foram disparados, segundo disse a testemunha à polícia, por dois homens em uma moto. O agente ferido foi atingido na região do abdômen e precisou passar por uma cirurgia. Ainda não há informações sobre o seu estado de saúde. De acordo com a polícia, nenhum suspeito havia sido preso até as 7h30 deste sábado (13). O caso foi registrado no 30º DP, mas será encaminhado para o 81º DP, onde deverá ser investigado.

“Sou ameaçado todo dia por telefone por um monte de coisa e continuo morando no mesmo lugar porque não tenho condição de mudar de casa nem de sair do país” – A. Telhada 13

“Nunca o ameacei”, diz Telhada sobre jornalista

O coronel reformado da PM e vereador eleito de São Paulo Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada afirma que não conhece o repórter da “Folha de S.Paulo” André Caramante

DANILO THOMAZ

O tenente-coronel Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada (Foto: Mauricio Camargo/Futura Press)O tenente-coronel Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada em foto de arquivo (Foto: Mauricio Camargo/Futura Press)

Eleito vereador de São Paulo com um discurso duro na área da segurança, Paulo Adriano Lopes Lucinda Telhada, 50 anos, ou simplesmente Coronel Telhada (PSDB), afirma que sua expressiva votação (quase 90 mil votos) reflete o “reconhecimento” do paulistano ao trabalho da Polícia Militar. “Muitas pessoas querem mostrar o criminoso como vítima do sistema, mas a vítima do sistema é o cidadão. A população cansou de ser explorada, de ter que ficar presa dentro de casa, de ver bandido ser elogiado por todas as pessoas. Quem tem que ser valorizado é a população de bem.”

Telhada comandou a Rota, grupo de elite da PM paulista, até o final do ano passado, quando se aposentou. Sua votação foi a segunda maior do PSDB para a Câmara Municipal de São Paulo, e ele, o quinto vereador mais votado neste ano. No início de sua campanha, ele se envolveu em polêmica com o repórter André Caramante, especialista em segurança pública, da Folha de S.Paulo. Segundo o jornalista, em entrevista a Eliane Brum, Telhada, em perfil no Facebook, o criticou por conta de uma reportagem publicada pela Folha. “No dia da publicação no jornal, 14 de julho, ele postou no Facebook uma mensagem na qual me acusava de ‘defender abertamente o crime’ e pedia uma mobilização contra mim. A conduta desse senhor deflagrou uma onda de tentativas de intimidação, de incitação à violência contra um jornalista – um profissional que apenas retratou o que o próprio coronel reformado registrou publicamente na rede social. Não estou dizendo que ele quis ou que ele não quis incitar atos violentos. Estou dizendo que acabou incitando”, disse Caramante, que está vivendo com sua família fora do Brasil

O vereador eleito nega ter feito ameaça. “Nunca conversei com esse cidadão. Não o conheço, nunca falei com ele nem por telefone. Desconheço esse cidadão, nunca falei com ele, nunca conversei com ele, nunca o ameacei, se tiver alguma ameaça minha que você consiga levantar, terei até prazer em responder (…) Saiu do país por quê? Sou ameaçado todo dia por telefone por um monte de coisa e continuo morando no mesmo lugar porque não tenho condição de mudar de casa nem de sair do país. Agora, se ele saiu do país, alguma coisa ele fez, não sei o que foi. Não sei quem é esse cidadão.”
Leia a entrevista:
ÉPOCA – A que o senhor atribui a sua vitória? Telhada – Primeiro , à minha história de vida. Tenho 33 anos de polícia, 50 de idade.Tenho uma vida pública ilibada com várias atuações em combate ao crime, várias ações em prol da comunidade. E também ao reconhecimento do trabalho da polícia junto à sociedade. Acho que isso é uma resposta aos problemas que a população tem enfrentado com a violência. As pessoas querem que gente que trabalhe nessa área tenha uma postura adequada, honesta.
ÉPOCA –  A população apoia uma política de segurança mais dura? Telhada – Acho que a população precisa de uma polícia que cumpra as leis do jeito que elas são. Infelizmente, no Brasil, alguns setores passaram a encarar o criminoso como uma vítima da sociedade. Passou a se mostrar o criminoso como aquele coitadinho que sofreu na mão da sociedade e agora luta contra o sistema. O cara é quase um caubói social. Bandido é bandido. O bandido quer ganhar dinheiro não importa de que maneira. E a população tem sido a grande vítima. Muitas pessoas querem mostrar o criminoso como vítima do sistema, mas a vítima do sistema é o cidadão. A população cansou de ser explorada, de ter que ficar presa dentro de casa, de ver bandido ser elogiado por todas as pessoas. Quem tem que ser valorizada é a população de bem.

ÉPOCA – Como o senhor acredita que a polícia deve agir diante dos criminosos? Telhada – Dentro da lei. O bandido tem que ser preso, cumprir a pena integral, tem que ser colocado no lugar dele na sociedade. Muita gente quer mostrar o bandido como vítima. Tive um sargento que tomou não sei quantos tiros na cara no litoral e é normal. Queria ver se um criminoso morresse assim. Semana retrasada nós enterramos um soldado morto com dois tiros de fuzil nas costas e eu não vi publicação na imprensa. Quando morre um policial barbaramente todo mundo acha normal. Quando a gente vê um criminoso morrer trocando tiro com a polícia, muita gente se dói. A resposta está aí. Quem tem que ser valorizado é o policial, o cidadão de bem. Bandido tem que ir pra cadeia, cumprir pena.

ÉPOCA – O senhor acredita que falta rigor, por parte da sociedade, com os criminosos no Brasil? Telhada – Muita gente no Brasil confunde o criminoso com o guerrilheiro dos anos 70, onde tinham ideias de liberdade, de lutar contra o sistema. Muita gente confunde o criminoso comum – aquele ladrão que entra em casa, estupra, mata o pai de família, agride a vítima – com uma vítima. “Eles são violentos porque não tiveram oportunidade”. Eu vim de uma família pobre, da periferia Freguesia do Ó, passamos fome, estudei em escola pública, comecei a trabalhar com 14 anos, hoje sou coronel aposentado, graças a Deus eleito vereador. Não se valoriza o cidadão que levanta cedo, pega ônibus lotado, come marmita. Hoje quem tem valor é o cara que fica na rua empinando moto, é o cara que não trabalha, fica a noite no baile funk. O cara que tem que levantar no dia seguinte de madrugada é o trouxa da sociedade.
ÉPOCA – Que projetos o senhor pretende apresentar à cidade como vereador? Telhada – É dificil falar em projetos por enquanto, porque não temos nem um prefeito definido. Precisamos definir o prefeito para saber como vamos trabalhar. A minha pretensão é trabalhar diretamente com a segurança municipal, visando a Guarda Civil metropolitana, que a gente sabe que tem muita coisa pra fazer. Temos que retomar curso na Guarda Metropolitana, fazer novos cursos. Melhoria salarial para todo funcionalismo público municipal, que está muito esquecido, o pessoal esqueceu dessa classe. QUero ajudar em tudo que for possível: educação, saúde, segurança. Não interessa de quem seja o projeto. Seja de que partido for. Se a pessoa apresentar um projeto que for fazer bem pro cidadão, eu vou apoiar. O que interessa é apoiar a população. Devemos ser fiscalizados, acompanhados. A mídia tem que acompanhar, exigir postura. É o que precisamos em São Paulo: Pessoas que trabalhem firme, com honestidade e deem retorno à população.

ÉPOCA – Na sua gestão, a violência da Rota aumentou em 63%. Qual a causa disso? Telhada – Onde você viu essa informação? Eu desconheço. Não se fala em número de presos, armamentos apreendidos, presos recapiturados. Essa informação é oficial?
ÉPOCA – É. Telhada – Eu desconheço.
ÉPOCA – O senhor considera a Polícia Militar violenta? Telhada – Estou falando de um sargento que tomou tiro de fuzil na cara e vem falar que a Polícia Militar é violenta? Um dia eu saí de casa sábado de manhã e tomei 11 tiros na porta da minha casa. Este ano morreram 78 policiais. O crime é violento. Quem está atacando a populaçao é o crime. A polícia se defende porque a obrigação dela é guardar a sociedade. As nossas leis precisam ser revisadas.

ÉPOCA – Revisadas de que forma? Telhada – Todo o sistema legal, todo sistema juridíco. Você tem pessoas que cometem crimes hediondos, pegam 200 anos, cai para 30, com bom comportamento cai pra 25, primeira vez que comete crime vai para 20. No final, o cara “puxa” oito anos de prisão. O nosso sistema jurídico não pune exemplarmente. O cara comete um crime e não paga o crime. Isso incentiva que novas pessoas cometam crimes. Nós precisamos rever o sistema penal. A população sente muito isso. Sente que o criminoso não está sendo punido.
ÉPOCA – Ao mesmo tempo o Brasil tem a quarta população carcerária do mundo. Telhada – Você não quer que o coronel Telhada explique a segurança do país, não é? Você tem que entender: Nosso sistema legal é falho. As cadeias não recuperam ninguém. A turma fala tanto em Estados Unidos. A gente vê nos filmes o sistema penintenciário americano, a pegada lá é outra. Lá o cara puxa pena, tem prisão perpétua. O crimininoso sabe que vai morrer na cadeia. Nós temos que mudar muita coisa. Mas não sou eu, coronel Telhada, recém-promovido a vereador, que vou resolver o problema. Eu sou um velho soldado só.
ÉPOCA – Embora a taxa de homicídios em São Paulo tenha caído, a violência foi do sexto para o segundo lugar no ranking de preocupações dos paulistanos, segundo o Datafolha. Como o senhor explica isso? Telhada – A violência sempre foi uma preocupação. São Paulo cresceu muito. Todos os problemas cresceram. O problema de segurança também. Não só em São Paulo. Em Conchichina da Serra nós temos violência. O cidadão tem que se preocupar, sim. Tem três condições básicas para se viver em sociedade: educação, saúde e segurança.

ÉPOCA – O que o senhor vê como causas da violência? Telhada – A falta de educação leva à violência, a falta de religião, de emprego, de estrutura familiar, social. Não sou sociólogo, sou policial. Você tem que perguntar isso pro sociológo. Se a gente tivesse investido mais nessa parte, talvez muitos criminosos não seriam criminosos. Mas não cabe a mim discutir isso com você. Como policial que fui a vida toda, cabia a mim prender o bandido, combater o crime. O motivo que levou o cidadão a virar criminoso não sou eu que vou falar pra você, nem sou eu que vou cuidar disso.

ÉPOCA – Quais os principais problemas relativos à segurança pública? Telhada – Precisamos de uma legislação mais forte no combate ao crime. A nossa legislação não pune o criminoso da maneira adequada, ela até incentiva determinados crimes porque as penas são baixas. O criminoso prefere correr o risco de fazer o crime.
ÉPOCA – O senhor é a favor da prisão perpétua? Telhada – Sou.
ÉPOCA  – E da pena de morte? Telhada – Sou contra. A pena de morte no Brasil criaria muitos heróis. Não resolveria nada. A punição eficaz seria séria, severa e prisão perpétua em muitos casos. Muita gente ia pensar antes de fazer as loucuras que fez esses anos.

ÉPOCA – O repórter da Folha de S.Paulo André Caramante deixou o país recentemente, alegando sofrer sucessivas ameaçadas que foram atribuídas ao senhor. O que senhor tem a dizer a respeito? Telhada – Ameaçado por mim? Ele que mostre onde foi ameaçado por mim. Nunca conversei com esse cidadão. Não o conheço, nunca falei com ele nem por telefone. Desconheço esse cidadão, nunca falei com ele, nunca conversei com ele, nunca o ameacei, se tiver alguma ameaça minha que você consiga levantar, terei até prazer em responder. Desconheço que seja isso. Nunca falei com ele, nunca ameacei. Saiu do país por quê? Sou ameaçado todo dia por telefone por um monte de coisa e continuo morando no mesmo lugar porque não tenho condição de mudar de casa nem de sair do país. Agora, se ele saiu do pais, alguma coisa ele fez, não sei o que foi. Não sei quem é esse cidadão.

Ameaçado de morte por cumprir bem seu dever de jornalista 15

Após revelar que o ex-coronel Adriano Lopes Lucinda Telhada usava sua conta de Facebook para fazer apologia à violência, o repórter André Caramante e sua família passaram a viver em situação de exceção

13 de outubro, 2012

Uma denúncia publicada na edição de 14 de julho do jornal Folha de São Paulo contra um ex-coronel da polícia militar obrigou o jornalista responsável pelo artigo a fugir do país devido a ameaças de morte recebidas contra ele e sua família.

André Caramante, um do repórteres mais respeitados do país na área de segurança pública, denunciou em seu artigo as declarações brutais e de apologia da violência publicadas na conta de Facebook do ex-comandante da polícia militar de São Paulo (a chamada Rota), Adriano Lopes Lucinda Telhada, consagrado vereador do estado pelo PSDB nas eleições do último domingo. No artigo, Caramante afirma que Telhada veiculava em sua página no Facebook “relatos de supostos confrontos com civis”, que descrevia como “vagabundos”.

Desde a publicação da matéria, Caramante passou a ser também alvo das ameaças do antigo policial e de seus seguidores e capangas. Telhada recorreu novamente à sua página no Facebook, desta vez para pedir a seus seguidores que enviassem mensagens de ódio ao jornal e ao repórter, a quem se referia como “notório defensor de bandidos”. A partir de então, o site da Folha passou a receber uma enxurrada de comentários raivosos contra o jornalista, alguns dos quais defendia abertamente a sua execução. No início de setembro, as ameaças de morte começaram a ser direcionadas contra a família do repórter, colocando em risco a integridade física de sua mulher e filhos.

Desde 12 de setembro, Caramante se esconde em outro país com sua família para não morrer. Enquanto isso, o Coronel Telhada, que comandou a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) até novembro de 2011, festeja a sua vitória nas eleições, ao tornar-se o quinto vereador mais votado de São Paulo, com 89.053 votos.

Não é a primeira vez

Caramante, que há 13 anos denuncia abusos cometidos por grupos de extermínio dentro da polícia de São Paulo, e que ja teve seu trabalho de apuração rigorosa reconhecido duas vezes pelo Prêmio Folha de Jornalismo, hoje vive situação semelhante à vivida pelo jornalista Caco Barcellos após a publicação de seu livro Rota 66 – a história da polícia que mata (Record).

O livro de Barcellos revelou como a Rota atuava como um aparelho estatal de extermínio, responsável pela execução de milhares de pessoas. A reação às denúncias obrigou o repórter a passar um período fora do Brasil, devido a ameaças de morte. A notícia de que Caramante vive situação semelhante, escondido com sua familia em país mantido em sigilo, vazou na semana passada em matéria da Revista Imprensa.

fonte: Opinião & Notícia

O Cachoeira também tinha celular antigrampo – Na real: o grampo tá queimado! 12

13/10/2012-06h30

Facção criminosa investe em celulares ‘antigrampo’

ROGÉRIO PAGNAN AFONSO BENITES DE SÃO PAULO JOSMAR JOZINO DE “AGORA”

Documentos em poder do Ministério Público e da polícia de São Paulo revelam que os chefes da facção criminosa PCC estão comprando telefones antigrampo para tentar dificultar as ações da polícia.

São equipamentos com sistema de criptografia que transformam sons e textos em complexas combinações matemáticas que só podem ser decifradas pelo outro celular com a “chave mestra”.

Quando a polícia consegue interceptar telefonema com esse tipo de tecnologia, ouve apenas ruído muito parecido com o som do sinal de fax.

Segundo a Folha apurou, mensagens criptografadas já foram apreendidas pela Rota (tropa considerada de elite da PM paulista) com criminosos na Baixada Santista.

Promotores afirmam que essa informação é “extremamente preocupante” já que as interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça, são uma das principais armas de investigação da polícia. Como a Folha revelou no dia 1º, cerca de 400 documentos revelam que a facção tem nas ruas 1.343 criminosos.

O uso de telefones antigrampo explicaria, em parte, a dificuldade da polícia em interceptar mensagens dos principais líderes da facção, dentro ou fora das prisões.

Uma das poucas mensagens interceptadas são os bilhetes escritos pelo preso Roberto Soriano, o Betinho Tiriça, que a Promotoria diz ser da cúpula da facção.

Em razão dessas mensagens, em que ordena a morte de policiais, o criminoso foi mandado para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes e submetido ao regime disciplinar, isolado durante 22 horas por dia.

As planilhas apreendidas revelam ainda que para os criminosos menos relevantes dentro da facção são adquiridos celulares comuns, embora sejam trocados praticamente a cada mês ou quando um integrante é preso.

Um dos motivos para que os antigrampos estejam restritos aos chefes do grupo pode ser o alto custo. Cada aparelho pode custar de R$ 1.000 a R$ 7.000, dependendo do modelo e do software usado.

Além dos celulares, outros equipamentos tecnológicos adquiridos pela facção criminosa são os chamados “banquinhos” de penitenciária.

São uma espécie de detectores de metal em que as visitas de presos são obrigadas a se sentarem. A intenção é identificar objetos introduzidos no corpo de visita, como celulares e carregadores.

Para os promotores, o propósito da aquisição desse equipamento é tentar descobrir meios de burlar a detecção dos banquinhos. Testar formas de conseguir passar sem acionar o alerta.