Poxa Silvia, que mancada, hein! …Se ainda fosse para sua satisfação sexual seria menos grave… 74

Enviado em 22/11/2012 as 22:19 – FAUSTUS

Presos são flagrados em serviço na casa de PM

Do Jornal da Band Quinta-feira, 22 de novembro de 2012 – 20h13

Policiais militares condenados pela Justiça foram flagrados deixando ilegalmente o presídio onde cumprem pena em São Paulo. Dois homens saíram pelo menos três vezes na última semana – com escolta oficial – para prestar serviços na casa de uma das diretoras da prisão.

O Jornal da Band conseguiu, com exclusividade, imagens que mostram a exploração. Uma viatura da Polícia Militar deixa o presídio Romão Gomes, na zona norte da cidade, na última terça-feira. PMs escoltam dois detentos da cadeia militar até uma casa.

No local, desembarcam dois policiais militares e os dois homens de camisas listradas, que são agentes condenados pela Justiça.

Um deles, o ex-cabo Adilson Rodrigues, foi preso em 2010 por tráfico de drogas e porte ilegal de munição. Ele foi condenado a sete anos e oito meses de prisão e expulso da corporação. O outro é o soldado Fernando Beto de Almeida, preso desde junho do ano passado por formação de quadrilha, explosão, tentativa de furto de caixa eletrônico, receptação e porte ilegal de arma. Ele foi condenado a 11 anos e meio de cadeia.

Exploração

A casa pertence à subcomandante do Presídio Romão Gomes, major Silvia Martinez Brandão Ferreira de Moraes.

No lugar das algemas, os presos carregam ferramentas e passam horas fazendo serviços de manutenção na residência da oficial da PM. Este é o tipo de serviço que realizam no presídio.

Enquanto os dois presos trabalham na casa da major, os policiais responsáveis pela escolta esperam do lado de fora. Após três horas, os presos saem da casa e voltam à penitenciária.

Moeda de troca

As imagens foram gravadas pelo jornalismo da Band no último dia de trabalho dos presos na casa da subcomandante. Eles já tinham estado lá outros dois dias. De acordo com funcionários da cadeia, em troca do trabalho os detentos recebem regalias, como direito a telefonemas e aumento de visitas.

A denúncia surpreendeu a Justiça Militar, que jamais autorizou a saída dos presos da cadeia.

O Presídio Romão Gomes é exclusivo para policiais militares e abriga 196 presos, a maioria condenada por homicídio.

Investigação

Procurada, a major Silvia não foi localizada pela reportagem porque está fora de São Paulo. A direção da cadeia afirmou que vai investigar a conduta da major e também se os presos recebem regalias em troca de trabalho.

A corregedoria da Justiça Militar também desconhecia a saída dos detentos.

http://www.band.uol.com.br/jornaldaband/conteudo.asp?ID=100000552055

Por que não falou na cara do Pinto?…Já vai tarde !…( E cumpra imediatamente a promessa de requerer aposentadoria ) 102

Delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo coloca cargo à disposição

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima, colocou seu cargo à disposição do novo secretário de Segurança do Estado, Fernando Grella Vieira, e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Grella tomou posse nesta quinta-feira (22) e substitui Antonio Ferreira Pinto, em meio à crise na segurança em São Paulo.

Lima criticou a desidratação da Polícia Civil e a retirada da Corregedoria do controle da entidade. Reclamou também do papel da atuação do Batalhão de Choque Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) na investigação de crimes no Estado.

“Foram passadas informações para a Rota que possibilitaram fazer prisões. Acontece que no mundo todo a polícia que patrulha não é a polícia que investiga, mesmo sendo da mesma corporação. Essa divisão entre o pessoal que patrulha e previne e o pessoal que investiga e prende é o padrão internacional. Não adianta querer inventar terceira, quarta polícia”, disse.
“E a Corregedoria tem que ficar na Polícia Civil. Não serão terceiros que vão assumir esse papel. Quando tira [a Corregedoria do controle], atinge a Polícia Civil, que tem de ser considerada como um órgão muito importante”, afirmou.
O delegado-geral da Polícia Civil contestou ainda o poder dado à Polícia Científica. “Ela não existe na Constituição. Em São Paulo é colocada ter como terceira polícia. Como se não bastasse ter duas polícias, o que já é complicado”, disse nesta quinta-feira, ao participar da cerimônia de posse de Grella, na sede do governo paulista.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/valor/2012/11/22/delegado-geral-da-policia-civil-de-sao-paulo-coloca-cargo-a-disposicao.htm

Ferreira Pinto foi demitido pelo conjunto da “péssima obra”; agarrou-se ao cargo empregando uma falsa cruzada contra a corrupção e plantando notícias – contra desafetos – com a colaboração de alguns jornalistas 43

Secretário Ferreira Pinto caiu pelo ‘conjunto da obra’

DE SÃO PAULO

Antonio Ferreira Pinto soube que seria demitido do cargo na última segunda-feira, ao receber um telefonema do secretário Sidney Beraldo, chefe da Casa Civil do governador Geraldo Alckmin, convocando-o para ir ao Palácio dos Bandeirantes no final daquela tarde.

Gestão de Ferreira Pinto deixa marcas contraditórias

Editoria de arte/Folhapress

Beraldo sempre informava qual era o tema do encontro com o governador, para que o secretário se preparasse para a reunião. Naquele telefonema, porém, não mencionara tema algum.

Beraldo, e depois Alckmin, anunciaram que queriam o cargo do secretário. O nome de Fernando Grella Vieira, o substituto, não foi mencionado uma única vez no encontro, segundo a Folha apurou.

Alckmin só decidiu demitir Ferreira Pinto depois que Grella aceitou o convite na própria segunda-feira. Até então, não encontrara um nome para a função.

Não houve uma gota d´água para a queda de Ferreira Pinto, segundo avaliação de pelo menos três assessores de Alckmin ouvidos pela Folha.

Ele caiu pelo conjunto da obra: a incapacidade de estancar a escalada dos homicídios, a relação para lá de esgarçada com a Polícia Civil, a perda de controle (segundo a visão do governo) sobre a Polícia Militar e a sua relutância em aceitar ajuda da União num momento de crise.

Pesou também o fato de que o governo avalia que o ex-secretário era pouco midiático e incapaz de estabelecer um diálogo com a chamada sociedade civil -entidades que começavam a carimbar o rótulo de truculento no governo do Estado pelo número de mortes atribuídas à Polícia Militar e pela falta de informações sobre a recente onda de crimes.

Ferreira Pinto não deu entrevistas. Na carta em que pede exoneração do cargo, agradece “a confiança e o apoio” de Alckmin.

Os choques entre o agora ex-secretário e o governador se tornaram públicos quando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse no final de outubro, na véspera do segundo turno das eleições, que a Secretaria da Segurança Pública havia recusado uma oferta de ajuda do governo federal para tentar conter a crise. Ferreira Pinto disse à Folha na época que o ministro mentira, que não havia nenhuma oferta concreta.

O governo considerou inábil a atitude do então secretário. A análise era que não se recusa ajuda no meio de uma onda de homicídios.

Ferreira Pinto tinha uma visão diferente do episódio. Achava que o governo federal sabia menos de PCC (Primeiro Comando da Capital) do que as Secretarias da Segurança Pública e da Administração Penitenciária. Dizia que o governo federal aumentava a importância da organização criminosa para desqualificar o seu trabalho à frente da secretaria.

O ex-secretário tratava a oferta como uma jogada política de Cardozo, com o objetivo de alavancar o nome do ministro entre os postulantes petistas para a eleição ao governo do Estado, em 2014.

Ele disse a auxiliares que Alckmin caiu numa armadilha ao aceitar a ajuda do governo federal. (MARIO CESAR CARVALHO E DANIELA LIMA)

Editoria de arte/Folhapress
Editoria de arte/Folhapress

Grella diz que será aliado de policiais, mas terá que botar uma “focinheira” na PM e fazer a PC voltar a investigar 84

22/11/2012-11h16

Folha de São Paulo – UOL

Buscará novas formas de atuação

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE SÃO PAULO

Atualizado às 11h39.

O novo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, assumiu na manhã desta quinta-feira a pasta no Palácio dos Bandeirantes e afirmou que defenderá os policiais.

“As instituições policiais terão em mim o primeiro aliado na defesa permanente das carreiras policiais do Estado de São Paulo”, disse.

Grella também ressaltou que buscará novas formas de atuação exigidas pelo momento para combater a onda de violência que atinge o Estado. “O tempo agora é de trabalho, de muito trabalho”, declarou.

O novo secretário afirmou ainda que vai aplicar inovações no programa de segurança estadual, utilizando a transparência e destacará a integração da atuação entre as polícias Militar, Civil e Científica.

Em seu discurso, Grella também elogiou a gestão de Antônio Ferreira Pinto, à frente da secretaria por três anos. “Sua seriedade e competência são inquestionáveis. Cumprimento pela enorme capacidade de trabalho já demonstrado”, afirmou.

Agora, o novo secretário vai se reunir com Antonio Ferreita Pinto, seu antecessor, o comandante-geral da Polícia Militar Roberval França e com o delegado-geral Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil de São Paulo, para discutir como será a montagem de sua equipe.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu demitir Ferreira Pinto depois que Grella aceitou o convite na segunda-feira (12). Até então, não encontrara um nome para a função.

Ele caiu pelo conjunto da obra: a incapacidade de estancar a escalada dos homicídios, a relação para lá de esgarçada com a Polícia Civil, a perda de controle (segundo a visão do governo) sobre a Polícia Militar e a sua relutância em aceitar ajuda da União num momento de crise.

Os casos de homicídios dolosos na cidade de São Paulo subiram 92% no mês de outubro em relação ao mesmo mês de 2011. Entre a noite de ontem e a madrugada de hoje ao menos dez pessoas morreram e 18 foram baleadas na Grande São Paulo.

Durante o evento, Ferreira Pinto, que foi criticado por tirar atribuições de policiais civis e passá-las para a Rota durante seu mandato, afirmou que é “uma falsa verdade dizer que a Polícia Civil foi afastadas de investigações dos crimes”.

O antigo secretário, que ficou três anos e oito meses no cargo, ainda fez um balanço de seu período como secretário. “Eu prestigiei e tive orgulho de prestigiar a Rota. A tropa prendeu 1.327 pessoas condenadas ou foragidas, apreendeu 51 fuzis, 40 metralhadoras, 69 armas de cano longo, 6,9 toneladas de maconha, 1,3 toneladas de cocaína, 209 kg de crack, e R$ 16,3 milhões em dinheiro vivo. Além disso, somente 18 PMs ficaram feridos em combate”, concluiu.

Uma das principais missões do novo secretário será fazer com que setores da Polícia Civil voltem a investigar, controlar o que até o governo chama de “excessos da Polícia Militar” e melhorar o diálogo de sua pasta com entidades da sociedade civil.

Também há expectativa que ele consiga melhorar a imagem das polícias junto à opinião pública, graças à interlocução que acumulou com entidades da sociedade civil ao longo da carreira. O novo secretário, dizem aliados, não é dado a polêmicas.

Grella também recebeu a incumbência de botar uma “focinheira” na PM –o termo está sendo usado dentro do Palácio dos Bandeirantes. Alckmin teme que seu governo passe para a história como truculento e letal.

Alckmin afirmou durante a solenidade que São Paulo reduziu os índices de crimes e chegou a nível comparado aos países desenvolvidos. “São Paulo não vai admitir a regressão nesse campo”, disse.

De acordo com o governador, o objetivo agora é fortalecer o trabalho de segurança para conter a onda de violência. Ele relacionou os ataques contra policiais com uma tentativa de intimidar o Estado. “Venceremos porque já vencemos antes”, afirmou.

O novo secretário foi procurador-geral do Ministério Público por quatro anos, órgão ao qual pertence desde 1984.

Nomeado chefe da Promotoria pelo ex-governador José Serra em 2008 e reconduzido ao cargo em 2010, é conhecido por ser discreto e técnico. “Um diplomata do Ministério Público”, disse Serra a aliados, no fim de sua gestão.

Foi exatamente a fama de conciliador que pesou para que Alckmin o convidasse para o cargo. O governador aposta em Grella para contornar o descontentamento de parte da Polícia Civil e fazer a corporação reassumir os trabalhos de inteligência e combate ao crime organizado.

Novo secretário terá que controlar PM e cobrar Polícia Civil

MARIO CESAR CARVALHO DANIELA LIMA AFONSO BENITES DE SÃO PAULO

Fernando Grella Vieira assume a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo com três missões espinhosas e urgentes.

Ele precisa fazer com que a setores da Polícia Civil voltem a investigar, controlar o que até o governo chama de “excessos da Polícia Militar” e melhorar o diálogo de sua pasta com entidades da sociedade civil.

Grella foi procurador-geral do Ministério Público por quatro anos, órgão ao qual pertence desde 1984.

Nomeado chefe da Promotoria pelo ex-governador José Serra em 2008 e reconduzido ao cargo em 2010, é conhecido por ser discreto e técnico. “Um diplomata do Ministério Público”, disse Serra a aliados, no fim de sua gestão.

Foi exatamente a fama de conciliador que pesou para que Alckmin o convidasse para o cargo. O governador aposta em Grella para contornar o descontentamento de parte da Polícia Civil e fazer a corporação reassumir os trabalhos de inteligência e combate ao crime organizado.

Também espera que ele consiga melhorar a imagem das polícias junto à opinião pública, graças à interlocução que acumulou com entidades da sociedade civil ao longo da carreira. O novo secretário, dizem aliados, não é dado a polêmicas.

Grella também recebeu a incumbência de botar uma “focinheira” na PM –o termo está sendo usado dentro do Palácio dos Bandeirantes. Alckmin teme que seu governo passe para a história como truculento e letal.

Mesmo promotores e advogados aliados de Grella reconhecem que ele não tem conhecimento sobre o que se passa no submundo da segurança. Também não é habituado a mediar conflitos com a magnitude dos que rondam as polícias de São Paulo.

Luiz Carlos Murauskas/Joel Silva/Folhapress
Fernando Grella (à esquerda) será o novo secretário de Segurança Pública de São Paulo. Ele assumirá amanhã a pasta em substituição a Antonio Ferreira Pinto (à direita), que pediu exoneração do cargo ontem
Fernando Grella (à esquerda) será o novo secretário de Segurança Pública de São Paulo. Ele assumirá amanhã a pasta em substituição a Antonio Ferreira Pinto (à direita)

Para tentar compreender o que se passa nas polícias, o novo secretário deve se cercar de pessoas que já trabalharam na secretaria.

Um dos cotados para ajudá-lo é o ex-secretário-adjunto da SSP Arnaldo Hossepian, que foi demitido por Antonio Ferreira Pinto em 2011.

Grella também tem boas relações com o atual secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes. Por isso, mesmo que Gomes seja ligado a Ferreira Pinto, ele não deve deixar o cargo.

ESCOLHA

Grella deixou a chefia do Ministério Público em abril deste ano e emplacou o sucessor, Márcio Elias Rosa. Foi durante a disputa por sua cadeira na Procuradoria-Geral que se aproximou do governador Geraldo Alckmin.

Apresentou relatório sobre sua gestão e indicou necessidades do órgão. Sua conduta auxiliou a escolha de Alckmin por Rosa, que havia sido o segundo colocado na eleição interna do órgão.

Há duas semanas, foi Rosa quem fez lobby para fazer de seu antecessor o secretário da Segurança Pública.

Alckmin destacou a aliados a atuação de Grella no caso de bloqueio de bens e afastamento do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Eduardo Bittencourt.

Quem é o novo secretário

Nome: Fernando Grella Vieira, 54 Formação: É procurador de Justiça. Formado em direito pela PUC-Campinas em 1979 Principais atuações: Foi procurador-geral de Justiça do Estado por dois mandatos (2008/2010 e 2010/2012) e secretário geral da Confederação Nacional do Ministério Público.

Desafios da Segurança Pública

1. Reduzir os homicídios, inclusive de policiais; 2. Diminuir a quantidade de crimes contra o patrimônio; 3. Controlar a letalidade policial; 4. Conter a insatisfação de 85 mil PMs que tiveram seus salários reduzidos de 10% a 25% por conta de uma ação judicial apresentada pelo governo Alckmin; 5. Evitar uma paralisação prevista para o dia 29 de 6.000 investigadores e escrivães da Polícia Civil insatisfeitos com a não equiparação salarial com profissionais de nível superior; 6. Combater a facção criminosa PCC, reduzindo a influência que seus chefes que estão presos, têm sobre os demais criminosos do grupo

Muito cadáver ainda federá dessa macabra gestão: Ex-secretário esqueceu de ser um “homem justo” 45

Ex-secretário esqueceu Polícia Civil, diz presidente da Associação dos Delegados

Para Marilda Pansonato, Antônio Ferreira Pinto priorizou investimentos na Polícia Militar

        Publicado em 22/11/2012 às 01h30

Fernando Mellis e Vanessa Beltrão, do R7, com Agência Record

Nilton Fukuda/EstadãoConteúdoAntônio Ferreira Pinto deixou o cargo em meio a crise na segurança de SP

A presidente da Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro, falou em entrevista ao R7 sobre a mudança no comando da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Para a delegada, o ex-secretário Antônio Ferreira Pinto, fez uma gestão voltada à Polícia Militar.

— Houve um grande equívoco por parte do ex-secretário quando ele deixou de dar a devida atenção para a Polícia Civil. Nós fomos totalmente esquecidos, deixados à margem na forma de gestão da Segurança Pública. Havia, sim, uma predileção pela Polícia Militar.

Ainda de acordo com Marilda, no tempo em que ficou à frente da SSP, Ferreira Pinto atrapalhou o poder de investigação dos policiais civis paulistas ao tirar algumas atribuições que são específicas da categoria.

— As atribuições da Polícia Civil, a exemplo das interceptações telefônicas do crime organizado, saíram do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) para ir para a Rota, o que comprometeu o estímulo de investigação da Polícia Civil.

Por outro lado, o delegado-geral da polícia paulista, Marcos Carneiro, elogiou o trabalho do ex-secretário e tratou como normal a alteração na titularidade da pasta.

— Na estrutura do Estado, as mudanças de comando são ações rotineiras. Essa alternância é algo que o funcionário público já está preparado para isso. Cargos de confiança têm essa sugestão de mudança mais rápida. Ele [Ferreira Pinto] fez um excelente trabalho e sempre foi devotado para as coisas públicas. Estou no cargo, graças à confiança dele.

Na opinião da delegada Marilda Pansonato, a onda de violência que São Paulo vive nos últimos meses pode ter relação com a falta de investimentos nos trabalhos de inteligência. Ela espera que o novo secretário, o ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo, Fernando Grella Vieira, traga invista mais em ações estratégicas.

— A violência não pode ser resolvida com mais violência. Ela tem que ser resolvida com inteligência, com ações articuladas, de força-tarefa. O que nós [policiais civis] esperamos é que o secretário traga uma nova perspectiva. Devolva-nos a nossa autoestima, as nossas atribuições que nos foram tiradas. E a paz para a sociedade que não merece estar passando por uma situação como essa.

Antônio Ferreira Pinto entregou o cargo no fim da tarde desta quarta-feira (21). Em seguida, ele foi até a Assembleia Legislativa de São Paulo, na região do Ibirapuera, e conversou com o deputado estadual e ex-major da PM, Olímpio Gomes. Segundo a assessoria do político, ele foi agradecer o apoio recebido durante a passagem pelo comando da segurança pública paulista.

CHUTOU O BALDE: Mortos em SP tiveram ficha checada antes de ataques, diz delegado-geral 54

Segundo Marcos Carneiro, policiais militares estão sendo investigados. Delegado colocou cargo à disposição após troca de comando na SSP

O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro de Lima, afirmou nesta quinta-feira (22) que pessoas mortas durante a onda de violência no estado tiveram suas fichas verificadas no sistema da polícia antes de serem assassinadas. “Algumas das vítimas tiveram, sim, seus antecedentes criminais consultados momentos antes de serem mortas”, disse o delegado-geral.

A afirmação foi feita durante a cerimônia de posse do novo secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira. Com a mudança na cúpula da Segurança, o delegado-geral afirmou ter colocado seu cargo à disposição.

De acordo com o delegado-geral, há indícios de extermínio das vítimas. Policiais militares também estão sendo investigados por suspeita de praticar parte desses assassinatos. Desde o início do ano, 93 policiais foram mortos em São Paulo. Além disso, a região metropolitana vem registrando média de assassinatos por dia maior que no ano passado (veja tabela).

Para Lima, isso corrobora para a suspeita de que parte das vítimas foram executadas. Perguntado se esse dado reforça a tese de que há grupos de extermínio em São Paulo, o delegado-geral se esquivou. ”O que posso dizer é que há indícios de extermínio. Sobre grupos ainda estamos investigando.”

As investigações dessas mortes estão sendo conduzidas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil. Lima, entretanto, não informou quantos policiais são investigados por suspeita de participação em assassinatos ocorridos durante a onda de violência.

O delegado-geral reafirmou que colocou seu cargo à disposição de Grella – Lima havia sido nomeado para a chefia da Polícia Civil pelo ex-secretário Antonio Ferreira Pinto. Lima terá uma reunião nesta tarde com Grella e deverá novamente colocar seu cargo à disposição do novo chefe da pasta da Segurança Pública.

Lima informou ainda que a Polícia Civil está investigando as redes sociais dos suspeitos de envolvimento nas mortes ocorridas durante a onda de violência.

Posse
A cerimônia de posse do ex-procurador-geral de Justiça Fernando Grella Vieira como secretário de Segurança Pública de São Paulo ocorreu na manhã desta quinta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Grella afirmou que as ações contra o crime e respeito aos direitos humanos podem ser conciliados. “(É preciso) desfazer a noção equivocada de que o combate firme ao crime e o respeito aos direitos humanos são excludentes. Não são”, disse o novo secretário.

O governador Geraldo Alckmin e Antônio Ferreira Pinto, que foi exonerado do cargo na quarta-feira (21), participaram da cerimônia. Segundo Grella, um dos desafios da gestão será “manter a segurança pública no hall das políticas públicas, promovendo a cidadania, combatendo o crime e a violência”.

Em seu discurso de despedida do cargo, Ferreira Pinto ressaltou ter realizado mudanças e valorizado a Polícia Civil. Ele ainda elogiou a atuação da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) e negou que a Polícia Civil tenha sido afastada das investigações. Ele citou ainda as armas apreendidas e criminosos presos pela Rota. Segundo ele, apenas em 2012, os policiais da Rota apreenderam mais de R$ 15 milhões do crime organizado. “Eu me orgulho de ter prestigiado a Rota para diminuir a sensação de insegurança que assola todos nós (…) A Rota cumpriu seu papel com muita galhardia e volto a dizer que a Polícia Civil não foi afastada das investigações.”

A mudança no gabinete de Segurança ocorre no momento em que o estado passa por uma alta em índices de criminalidade. Desde o início do ano, 93 policiais foram mortos em São Paulo. Além disso, a região metropolitana vem registrando média de assassinatos por dia maior que no ano passado.

Novo secretário de Segurança de SP promete enfrentar o crime dentro da lei 75

Fernando Grella Vieira assume no lugar de Antonio Ferreira Pinto, demitido em meio à guerra não declarada entre Polícia Militar e Primeiro Comando da Capital (PCC)

Quinta, 22 de Novembro de 2012, 00h45

O novo secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, afirmou na quarta-feira, 21, que não vai ceder um milímetro no combate ao crime organizado. “Haverá enfrentamento dentro da lei e do respeito aos preceitos constitucionais”, disse ao Estado, acrescentando que “não vai haver ruptura” em relação à atual política de segurança. “Vamos fazer aprimoramentos.”

Ex-procurador-geral de Justiça, Grella assume no lugar do também procurador Antonio Ferreira Pinto, demitido na segunda-feira, em meio à guerra não declarada entre Polícia Militar e Primeiro Comando da Capital (PCC) que já matou 93 policiais e fez os homicídios subirem 92,3% na capital (de 78 casos para 150) em outubro, em comparação a 2011 – o governo antecipou em quatro dias a divulgação dos números de violência no Estado para evitar desgaste do novo secretário.

A queda de Ferreira Pinto começou a se desenhar quando o PCC decidiu matar policiais militares para vingar a morte de seus integrantes em ações das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). As execuções começaram em junho. Há dois meses, o governador Geraldo Alckmin procurava um nome para substituir o homem que chefiava a pasta da Segurança desde 2009. Um de seus secretários, Saulo Abreu (Transportes) chegou a se reunir com policiais em busca de uma alternativa a Ferreira Pinto.

A presença constante da violência em São Paulo nos jornais deu ao governador a certeza de que deveria mudar. “Nós reconhecemos as dificuldades que estamos passando e vamos nos empenhar de forma redobrada nesse trabalho”, afirmou Alckmin. Na quinta-feira passada, ele convidou Grella, que lhe pediu tempo para avaliar.

O ex-procurador-geral avaliou o quanto o cargo mudaria sua vida e respondeu a Alckmin na segunda-feira. No mesmo dia, o governador chamou Ferreira Pinto para dizer que precisava do cargo. Ferreira sentiu o impacto. Tinha confiança de que não sairia. Ficou acertado que pediria demissão na quarta-feira – Alckmin anunciou a mudança às 11 horas.

Desafio. Grella toma posse nesta quinta-feira, 22. Ele vai se reunir com as chefias das Polícias Civil e Militar e ouvir Ferreira Pinto. “Vou me inteirar dos dados. O desafio será enorme. A segurança pública é complexa. Vou abrir a pasta à sociedade, ouvir todos os segmentos. Sei que o trabalho será duro e o momento é sério.” De fato, na noite de anteontem, mais dez pessoas foram mortas na Grande São Paulo – sete com indícios de execução e duas em supostos tiroteios com a PM. A sucessão de fatos ameaça não dar trégua ao novo chefe da segurança. / COLABOROU JULIANA DEODORO