Jurista aponta que política de segurança adotada em São Paulo desprestigia Polícia Civil e que grande vítima da guerra declarada é a sociedade.
05/11/2012 11h59 – Atualizado em 05/11/2012 11h59
A onda de violência preocupa os paulistanos, que cobram uma atuação mais eficaz das forças de segurança. “Essa organização criminosa ataca em vários pontos, confundindo as polícias. Ela se difundiu em rede e o estado está como uma barata tonta”, afirma o jurista Walter Maierovich. O presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais Giovanni Falcone destaca que o crime organizado usa um sistema de guerrilha e que a escolha de vítimas policiais e civis é parte da estratégia dos criminosos para obter vantagens nas negociações com o estado, que está fragilizado. “Ele não consegue controlar os presídios, de onde saem as ordens e onde está a cúpula do PCC”, diz. Maierovich acredita que o plano de atuação das forças de segurança é equivocado. “Há a necessidade de se ter um núcleo centralizador. Temos uma política de militarização, e não uma política de busca de informações para desfalcar o patrimônio do crime organizado. O que se tem é a busca de uma informação de inteligência para fins de confronto. A grande vítima da guerra declarada é a sociedade civil”, aponta. Para o jurista, a Polícia Civil de São Paulo está desprestigiada, o que compromete o trabalho de enfraquecimento dos criminosos. “Essa organização tem cada vez mais força para comprar equipamentos e munição, porque não se ataca a economia do crime organizado”, avalia.
Depois da morte a tiros na frente da filha de 9 anos de uma policial militar, na Vila Serralheiro, zona norte de São Paulo, por volta das 21h de sábado (3), relatos ainda não confirmados dão conta de que policiais militares, revoltados com o fato e também com os casos de homicídios contra policiais praticados por membros de facção criminosa e também após uma decisão do STF da SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA que dava direito ao recebimento a “ampliação da base de cálculo dos adicionais temporais que recebem (qüinqüênios e gratificação de sexta-parte), para que referidos benefícios passem a incidir sobre a totalidade de seus vencimentos e proventos, excetuadas as parcelas eventuais”. O Ministro Ayres Brito do STF deferiu o pedido para suspender a execução dos acórdãos proferidos nas Apelações Cíveis n. 952.097/7-00 e 994.09.178766-0 e nos Agravos de Instrumento n. 0024498-83.2011.8.26.0000 e 0201383- 49.2011.8.26.0000, até o trânsito em julgado dos processos, o que, deixa os policiais militares paulistas sem receberam em seus vencimentos o que já havia sido decidido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo até que se transite em julgado o caso. O descontentamento, segundo relatos ainda não confirmados, é da grande maioria que já dão sinais de uma possível paralisação no estado de São Paulo. Fonte: Seja um postador – Participe você também enviando sua matéria para ser postada em nosso blog
Hei Secretário. Uma Polícia judiciária forte e motivada está fazendo falta agora né?
O que todos estão vendo é resultado de uma conspiração. São 20 anos de desinvestimento, enfraquecimento, esvaziamento, desmotivação, perseguição e desmonte de uma instituição policial inteira, pelo preconceito de governadores tucanos e de seus secretários de segurança promotores de justiça, associados a oficiais que nunca esconderam o desejo de usurpar funções da PC.
Estes conspiradores lenta e sorrateiram foram retalhando as funções da Policia Civil. instrumentaram a imprensa chapa branca para queima-la e justificar o desmonte e a usurpação pela PM de suas funções. Tiraram a dignidade dos policiais civis pagando salarios menores que os pagos aos PMs. Policiais civis não tem direito sequer a uma aposentadoria digna, porque o governo rasga a Constituição Federal e assalta ao proprios servidores.
Isso provocou o total desinteresse pela função policial civil. Concursos são feitos e sobram vagas. Pessoas abandonam o cargo antes mesmo de deixar a Academia de Políicia. Nove entre dez policiais civis não sentem nenhum motivo para se dedicarem ao trabalho ou dar além de sua presença física no posto de trabalho. Sabem que o que fazem é inútil, sem valor, sem reconhecimento e que não vale a pena se esforçar para não ter problemas com a implacavel Corregedoria.
Tucanos fizeram com a Policia Civil exatamente o oposto do que petistas fizeram com a Polícia Federal. Fizeram com que os policiais civis perdessem o que deveria ser mais importante para eles: a identidade, a auto-estima funcional, a sintonia com a instituição. O sentimento de pertencimento, o orgulho de integrar uma instituição policial respeitada. Eu mesmo sou um destes. Há dez anos me orgulhava de minha profissão, hoje quando perguntam o que faço respondo que sou funcionário publico.
A pretexto de curar Alckmin, Serra, Ferreira Pinto, Saulo de Abreu e Ronaldo Marzagão assassinaram a Polícia Civil. Agora contam apenas com a Polícia Militar que não foi feita para investigar.e tenta, à sua maneira, dar uma resposta enérgica.
A conspiração tucana-militar matou a Polícia Civil, como sempre desejaram, e hoje, há apenas uma Policia em São Paulo. Uma força maior que o Exercito Brasileiro, com 100 mil homens, que está sendo acuada por cerca de dois mil e poucos marginais de uma facção que não existe.
PM Ismael estava num caixa do mercado da família por volta das 21h30 de quarta-feira, 5 de setembro quando foi assassinado por dois criminosos.
04/11/2012 21h42 – Atualizado em 04/11/2012 23h11
Áudio revela que criminosos pagam taxa mensal a organização em SP
Devedores são obrigados a matar policiais para vingar mortes.
Desde janeiro, 90 policiais militares foram mortos no estado.
Do G1, em São Paulo
Gravações inéditas revelam que criminosos são obrigados a pagar uma taxa mensal para ajudar a fortalecer o caixa de uma organização criminosa em São Paulo.
Quem não paga, segundo o promotor de Justiça Marcelo Alexandre de Oliveira, é escolhido para cometer crimes de vingança contra policiais.
“Eles são obrigados praticamente a matar policiais sob pena de morrerem”, afirma.
Reportagem do Fantástico exibida neste domingo (4) abordou a onda de violência que assola São Paulo, com madrugadas violentas, mortes sem solução e população assustada (veja acima a íntegra da reportagem). saiba mais PM morta a tiros na frente da filha é enterrada em SP Nas gravações mostradas pelo Fantástico, uma voz diz: “A partir desta data, 10/09/12, a contribuicão mensal passa a ter o aumento de R$ 600 para R$ 850″.
Segundo o Ministério Público, documentos mostram que o grupo tem uma lista dos integrantes que morreram. Para eles, a execução de um dos integrantes da organização pela polícia é um “ato de covardia” e deve ser cobrada com mortes de policiais. Neste domingo, subiu para 90 o número de policiais militares mortos no estado de São Paulo desde janeiro deste ano. Do total de PMs mortos, 40 foram assassinados com características de execução.
O Ministério Público estadual apura se a onda de violência que assola São Paulo tem ligação com a ordem de criminosos de uma facção que atua dentro e fora dos presídios paulistas para matar PMs. Em contrapartida, policiais militares estariam organizando milícias e grupos de extermínio para matar bandidos e vingarem as mortes dos colegas. Por conta dessa situação de assassinatos recordes sendo registrados praticamente todos os dias, o governo estadual e o governo federal devem se reunir nos próximos dias para discutir um plano de segurança visando pôr fim a onda de criminalidade em SP. Até as 20h deste sábado, 30 pessoas haviam morrido na Região Metropolitana em ataques violentos ou em confronto com a polícia nos três primeiros dias de novembro. Com a morte da policial, são 31.
O penúltimo caso aconteceu no início da tarde na capital paulista. A ação foi no meio do trânsito na Marginal Pinheiros. Policiais da Rota perseguiam Aldo Afonso de Lima, apontado como o chefe do tráfico de drogas da favela de Paraisópolis. “O indivíduo saiu do veículo realizando disparo de arma de fogo. A equipe revidou a esses disparos. Ele foi baleado, desarmado e socorrido ao Hospital Universitário”, diz o tenente Phelipe Regonato, comandante de pelotão da Rota. O traficante chegou ao hospital morto. De sexta-feira (2) para sábado (3), 20 pessoas foram baleadas na Grande São Paulo. Onze morreram.
Em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, o dono de um carro foi assassinado quando saía de casa. Na Zona Norte, um policial ia para o trabalho de moto quando foi vítima de uma tentativa de assalto, mas os ladrões erraram os tiros. A região da Grande São Paulo que registrou o maior número de vítimas foi o ABC Paulista, onde 15 pessoas foram baleadas, sendo duas em Santo André e outras 13 em São Bernardo do Campo.
O motorista de um carro bateu na coluna de uma garagem e morreu. Parecia um acidente, mas o homem perdeu o controle da direção após levar um tiro. “Logo depois que os policiais chegaram, a gente identificou que bandidos tinham atirado nele”, afirma o morador Duílio Ferreira Santos. Também em São Bernardo, três homens que estavam em um carro roubado foram mortos depois de entrar em confronto com policiais. Dois outros casos foram em bares. Os atiradores estavam em motos. Em um deles, os clientes comemoravam um aniversário. “Um falou, ‘é barulho de moto’, falei que não, que era tiro. Quando saí, já tinham dois caídos, um atingido na perna e outro no pé. Fechei as portas às 2h e fui embora para casa”, afirma a comerciante Maria de Jesus Silva Dantas.
Ao contrário do que aconteceu em 2006, quando o PCC parou a cidade, os ataques do crime organizado passaram a ser em conta-gotas
04 de novembro de 2012 | 2h 01
BRUNO PAES MANSO – O Estado de S.Paulo
Uma carta escrita com bela caligrafia e repleta de erros de português era uma das peças que faltavam para ajudar a compreender as causas da atual tensão vivida em São Paulo e o crescimento dos assassinatos neste semestre. Apreendido em Paraisópolis, na zona sul, o “salve geral” do Primeiro Comando da Capital (PCC) dava a “todos os irmãos da rua” as ordens que deveriam seguir a partir de 8 de agosto.
O recado era claro. Dois PMs deveriam ser executados para cada integrante do PCC morto. A ação seria uma resposta “às execuções covardes feitas pela Polícia Militar”. Segundo o “salve”, caberia ao “sintonia geral da quebrada” cobrar a “morte do irmão” com a execução dos PMs “da mesma corporação” que cometesse “a covardia”.
A prisão de Francisco Antônio Cesário da Silva, o Piauí, em 26 de agosto, líder da facção em Paraisópolis, já havia revelado informação parecida aos homens das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que o prenderam. “Vão morrer até os mamões (policiais da reserva)”, ameaçou o criminoso ao ser detido, acrescentando que ainda morreriam “dois botas (PMs)” para cada “irmão”.
Motivos. Como o “salve geral” confirmou, os ataques a PMs haviam sido ordenados pelas lideranças do PCC depois que mudanças na política de segurança pública, feitas pelo atual secretário Antonio Ferreira Pinto, aumentaram a atuação dos militares no combate à facção. Principalmente depois que os homens da Rota passaram a ser mais atuantes.
Ferreira Pinto assumiu a pasta da Segurança em 2009, em meio a uma crise de credibilidade dos policiais civis. Escândalos impensáveis tinham sido revelados, como o envolvimento de investigadores de Suzano com o sequestro do enteado de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC. O caso aconteceu em 2005. Policiais civis pediram R$ 300 mil para soltar o jovem. Marcola pagou, mas avisou que “não ia ficar barato”. O achaque foi considerado um dos motivos para os ataques da facção no ano seguinte.
Quando passou a comandar a segurança, Ferreira Pinto optou por usar a Polícia Militar, corporação da qual havia sido oficial e em que mais confiava, para lidar com as informações vindas dos grampos e do serviço de inteligência do Ministério Público e da Secretaria de Administração Penitenciária. Os policiais civis seriam postos de lado.
A inteligência na investigação dos presídios tornou-se afiada e até interceptações telefônicas de crimes em andamento começaram a cair no grampo. Essas informações eram repassadas diretamente aos policiais militares, resultando em uma série de conflitos e de vítimas nas ocorrências, principalmente em supostas trocas de tiros com policiais da Rota.
No dia 28 de maio, por exemplo, três “boinas pretas” acabaram presos em flagrante acusados de executar um homem que já estava detido. Ele tinha sido levado depois de uma ação que causou a morte de outras cinco pessoas que participavam de uma reunião perto da Favela de Tiquatira, na zona leste.
Dois dos mortos na ação, José Arlindo e Júnior, eram figuras importantes do PCC em Cidade Tiradentes, também na zona leste. Poucos dias depois, no começo do mês de junho, a direção da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau apreendeu uma carta escrita por Roberto Soriano, o Betinho Tiriça, com nomes dos três integrantes da Rota acusados de matar a liderança do PCC.
Em agosto de 2011, seis acusados de roubar um caixa eletrônico em Parada de Taipas, na zona norte, já haviam sido mortos pela Rota. Em setembro deste ano, nove pessoas morreram em Vargem Grande Paulista, depois de a Rota flagrar criminosos no meio de um “tribunal do crime”, em que integrantes do PCC julgavam informalmente um suposto estuprador.
O secretário tentou remediar e as ações destrambelhadas dos homens da Rota provocaram mudanças. Depois de apenas dez meses no cargo, Salvador Modesto Madia foi substituído pelo tenente-coronel Nivaldo César Restivo, ajudante de ordens do secretário e homem de sua extrema confiança. Ferreira queria saber de tudo que ocorria na corporação, mas já era tarde. Os criminosos também pediam sangue.
Futuro. Apesar da ajuda prometida na quinta-feira pelo governo federal e da possível parceria com o Estado, ainda é impossível prever os desdobramentos da violência em São Paulo, já que a cabeça dos integrantes do PCC também é imprevisível. Até ontem, 90 PMs já haviam sido mortos. Nos meses de setembro e outubro, os homicídios dobraram em relação ao mesmo período do ano passado.
Na periferia, a população passou a temer a Polícia Militar, suspeita de executar pessoas que ficam à noite na rua em represália aos assassinatos de policiais. Diversos boatos de toque de recolher se espalharam pelos quatro cantos da Região Metropolitana. E, ao contrário do que aconteceu em 2006, os atentados passaram a ser em conta-gotas. Diferentemente daquele ano, os atuais ataques não parecem ter data para acabar.