Delírios persecutórios do ex-presidente – Bolsonaro desfere tapa na cara do General Mourão: “você deveria ter sido meu vice, e não esse Mourão aí “ 8

Você deveria ter sido meu vice, e não esse Mourão aí, diz Bolsonaro a príncipe

Presidente externou arrependimento em reunião com deputados

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Jair Bolsonaro preferia o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança como seu vice, e não Mourão. Ele externou seu arrependimento nesta terça-feira (12) em frente a todos os deputados presentes na reunião que chancelou sua vontade de criar um novo partido e deixar o PSL.

Segundo relatos, Bolsonaro se dirigiu ao príncipe e disse que tinha uma dívida eterna com ele. Bragança respondeu que não.

Mas o presidente insistiu. Afirmou que Bragança deveria ter sido seu vice, e não esse Mourão aí. le ainda lamentou. Disse que não haveria mais como voltar atrás.

O príncipe confirmou as declarações à coluna e diz nunca ter nutrido um sentimento negativo por ter sido preterido. “Basicamente ele reconheceu publicamente o que estava nos bastidores. Eu entendo que no mundo político há muitas artimanhas, conspirações.”

“O Bolsonaro não precisava de mim para ganhar a eleição. Precisava de alguém que fosse simplesmente leal. Na época, até fiquei aliviado porque ele me liberou para fazer outras coisas.”

Na tarde desta quarta, depois da ampla repercussão da notícia, o príncipe postou no Twitter a seguinte declaração: “O presidente não mencionou o Mourão na conversa com os deputados.”

Advogado de PMs matadores na falta de melhores argumentos, educação  e formação intelectual ataca de forma vil e covarde a intimidade da Promotora 21

Em júri, advogado ataca promotora: ‘quer ser homossexual, vai ser entre quatro paredes’

12/11/19 por Arthur Stabile e André Caramante

Celso Vendramini, ex-PM da Rota e defensor de policiais matadores, fez comentários direcionados a promotora lésbica

Vendramini posa com camisa apoiando o então candidato Jair Bolsonaro | Foto: Reprodução/Facebook

“Não tenho nada contra ser homossexual, quer ser vai ser entre quatro paredes, só não fica influenciando as crianças. Esse negócio de movimento LGBT só serve para uma coisa: ir na Avenida Paulista enfiar crucifixo no ânus e na vagina”. Essa fala é do advogado Celso Vendramini durante um júri popular, conforme relatado à Ponte pela promotora do MPE (Ministério Público Estadual) de São Paulo Cláudia Mac Dowell, lésbica, e alvo de ataques do defensor.

Ex-PM da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, considerada a tropa mais matadora da PM paulista), Vendramini defende policiais acusados de execução. Era o que acontecia na sessão do 2º Tribunal do Júri, em São Paulo, nos dias 6 e 7 de novembro. Segundo conta a promotora, o caso envolvia a morte de dois homens suspeitos de roubar uma van, que fugiram da polícia, mas depois foram encontrados no telhado de uma casa em uma comunidade. Os PMs os fizeram descer e os executaram, segundo relatos de uma testemunha.

“O júri era isso, não tinha absolutamente nada a ver com homossexualidade, LGBT+, nada. Se der um Google no meu nome é fácil descobrir que sou assumidamente lésbica, participei de debates no MP sobre o assunto, está no YouTube”, conta Mac Dowell. Enquanto buscava a absolvição de seus dois clientes por matar dois homens que estariam rendidos, Vendramini fez comentários sobre a população LGBT+.

“Já começou a falar que o atual presidente [Jair Bolsonaro, PSL] vai acabar com a corrupção, vai valorizar a família e ‘eu vejo que a promotora tem uma aliança na mão esquerda, ela deve ser a favor da família’. Fiquei quieta. ‘Bom mesmo é o [Vladimir] Putin [presidente da Rússia] que acabou com palhaçada de passeata gay’. Ficou por isso”, contra a representante do MP. O fato ocorreu no primeiro dos dois dias do júri, dividido pela quantidade de testemunhas a serem ouvidas.

O nível das falas caiu mais na etapa final do julgamento. Após todos serem ouvidos (testemunhas de acusação, de defesa, em comum e o depoimento do réu), há o debate, quando defesa (Vendramini) e acusação (Mac Dowell) apresentam seus argumentos aos jurados para buscar a absolvição ou condenação, respectivamente. Segundo Cláudia, “só faltou ele falar da terra plana, de queimadas na Amazônia… Discutir da causa ele não estava. Eu falei da prova”.

Na tréplica, Vendramini disse a frase que abriu a reportagem. “Ele dizia: ‘Por isso eles [LGBT+] são contra a Polícia Militar, esse povo LGBT odeia Polícia Militar porque gosta de fazer esse tipo de coisa. Quer ser homossexual, vai ser entre quatro paredes, só não venham deturpar nossas crianças. Menino tem que vestir azul e menina, rosa’, pejorativamente”, segue a promotora, explicando que também havia falas como “Bandido bom é bando morto, tem mais é que morrer”, “Mulher de bandido é bandida também, tudo bandido”, “Quando eu era policial da rua mandei 50 para o inferno”, que, apesar de “excrescência sem classificação, em tese tem a ver com o que tem sido discutido”.

A promotora explica que manteve-se sem respondê-lo até antes do anúncio da sentença que absolveu os dois policiais das acusações. Foi quando pediu palavra à juíza para incluir oficialmente uma fala sua. “Constou um pequeno extrato na ata, fazia um público agradecimento ao doutor Celso Vendramini por ser tão explícito nesse tipo de pensamento retrogrado, obscurantista, medieval, preconceituoso. Ele mostrava para mim que que eu tinha obrigação, como homossexual e detentora de um cargo de autoridade, de exigir a defesa dos direitos de pessoas como eu”, explica Cláudia.

Segundo a promotora, o sentimento foi de que, como alguém com certo poder na sociedade, era preciso demonstrar uma reação como forma de combater tais atitudes. “Se eu, que estou em uma posição de privilégio, passo por uma situação como essa, o que passarão homo e e transexuais diariamente, que humilhações, violações e obstruções de direitos passam secretamente sem que ninguém lhes dê voz?”, diz, citando a resposta de Vendramini. “Ele cinicamente fez constar na ata que não tinha menor ideia que eu fosse homossexual e que não é contra o ‘homossexualismo’ e que, se um filho dele quisesse ser, sem problema, o problema são as crianças, que tem que poder crescer e fazer a opção delas.”

A profissional explica que nunca havia passado por situação similar em 27 anos como representante do MP, 17 deles atuando diretamente com júris populares. “Os tempos que estamos vivendo hoje, desde a ascensão do [presidente Jair] Bolsonaro, o obscurantismo saiu do armário. Vemos acontecer e, de fato, saiu. As pessoas estão revelando um tipo de preconceito explicitamente que até há pouco tempo se viam minimamente desencorajadas. Tudo bem que o presidente fala, mas como pode alguém falar isso?”, questiona.

Defensor posa com boina preta, exaltando ter feito parte da Rota | Foto: Reprodução/Facebook

“Nunca antes havia sentido como necessidade me assumir. Não escondi, mas não levantava bandeira. Vejo como fui covarde, omissa. Agora precisa, sim, fazer quando vejo um Vendramini falar desa maneira. Como fez Daniela Mercury, Fernanda Gentil, Zélia Duncan, figuras publicas que externaram isso, mostrar, como o beijo da Daniela. Precisa disso? Precisa. Exijo respeito, só isso. Não é privilegio, só respeito”, prossegue.

A APMP (Associação Paulista do Ministério Público), entidade que representa promotores e procuradores de Justiça em São Paulo, emitiu nota de repúdio pelos ataques promovidos por Vendramini. “É inaceitável que uma agente do sistema de Justiça, no cumprimento constitucional de suas funções, sofra qualquer tipo de ofensa. Muito pior quando se configura discriminação relacionada à sua orientação sexual”, posiciona-se. Um ato de desagravo acontecerá no dia 16 de dezembro, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.

‘Promotora está com ego machucado’

Ponte ouviu o advogado Celso Vendramini para entender suas falas durante o julgamento. Segundo ele, não houve nenhuma tentativa de ofender Cláudia Mac Dowell e que a promotora teve “um engano, está totalmente delirando dentro de um contexto dela própria”.

“O que falei no tribunal está gravado e pedi para a juíza deixar a gravação à disposição no processo, foi o seguinte: nunca fui contra o movimento LGBT, em hipótese alguma, nada contra. Se meus filhos fossem, aceitaria, mas não concordava com aquelas manifestações na Avenida Paulista, em que pessoas introduziram um crucifixo na vagina e no ânus. Não concordava. Achava que era um abuso muito grande, um crime contra o Código Penal”, detalha, dizendo não saber o motivo da revolta de Mac Dowell. “Falei que se ela concordasse com esse tipo de situação não poderia ser promotora de Justiça porque atentava contra a lei”.

Em entrevista para a Agência Pública, o defensor exalta ter integrado a Rota, diz ter sido absolvido de todas as mortes cometidas em serviço, exaltou ajuda que recebeu do PM aposentado Conte Lopes, exaltou falas do então deputado Jair Bolsonaro e se defendeu de acusações de ser homofóbico. “Quero deixar bem claro que o que eu fiz na televisão não era o que eu pensava. Não sou contra gay, lésbica. Na televisão eles me pediram pra fazer um tipo que hoje me pesa muito na consciência. Eu tava empolgado com a televisão”, disse à repórter Andrea Dip, citando participações em programas do SBT.

Vendramini sustenta que recentes decisões no tribunal do júri podem ser a resposta para as afirmações da promotora, citando a absolvição de seus clientes e de duas outras policiais. “Ela está chocada que perdeu o julgamento, queria condenar e não conseguiu. Está com o ego machucado, infelizmente. Uma promotora não deveria se sentir assim”, afirma o advogado, que sustenta ter citado a população LGBT+ dentro do julgamento como forma de expressar sua opinião aos jurados na tentativa de absolver seus clientes.

“No tribunal de júri temos o direito de falarmos tudo o que nós pensamos ali, existe amplitude de defesa. Só que para algumas pessoas, infelizmente, elas não aceitam quando se fala tudo no tribunal. Temos a liberdade de expressão, como a imprensa também tem, e o advogado e promotores têm. Em momento algum ofendi a pessoa dela ou a comunidade homossexual. Cada um segue seu caminho”, garante o advogado.

Segundo Vendramini, além de aceitar caso os filhos fossem LGBTs, ele possui amigos homossexuais, “um amigo de verdade, irmão meu de coração, não tem essa frescura” e voltou a condenar o ato que envolvia o crucifixo. “Sou cristão, crucifixo para mim é um símbolo cristão. Pega e enfia na buceta e no cu, acha que vou gostar? Por quê fazer isso? Não precisa disso. Dá-se ao respeito que o respeito virá automaticamente, normalmente. A doutora lá está viajando, não sei o que ela está querendo, está tudo gravado”, continua Vendramini.

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Esse é do tipo que usava a farda para , provavelmente, assassinar pessoas gratuita e covardemente…

Absolvido em todos os casos pelo simples fato de a Justiça Militar raramente condenar policial matador. 

Agora, como advogado,  veste a beca para , aparentemente, conforme insinua a matéria acima ,  assassinar a honra e a dignidade das pessoas sob o pretexto da ampla defesa de  homicidas fardados!

E na falta de melhores argumentos, educação  e formação intelectual – conforme se verifica da sua fala – ataca de forma vil e covarde a intimidade da Promotora. 

Cometeu ofensa sim…

Pior: de forma indireta e covarde!

Desonrando a advocacia e a OAB.

Falso policial trabalhou por um ano em delegacia de SP 32

Falso policial trabalhou por um ano em delegacia de SP

12/11/19 por Josmar Jozino

Informante da polícia, Cristiano Alleson Arruda da Silva tinha documento falso de investigador e mesa de trabalho no 90º DP (Parque Novo Mundo)

Documento, arma e equipamentos apreendidos junto do falso policial | Foto: Arquivo pessoal

O falso policial civil Cristiano Alleson Arruda da Silva, 42 anos, trabalhou aproximadamente um ano no 90º DP (Parque Novo Mundo), zona norte da cidade de São Paulo, onde tinha até mesa em uma sala no 1º andar da delegacia.

Na realidade, Silva jamais integrou os quadros da Polícia Civil e era apenas um “ganso” (informante, como se diz na gíria) dos investigadores e delegados do distrito policial.

A farsa de Silva acabou às 7h20 desta segunda-feira (11/11), em Embu das Artes, cidade na Grande São Paulo, quando ele foi preso pelos policiais militares Thiago Carneiro Arruda, 33 anos, e Eduardo Sidney Rodrigues, 37 anos.

Os PMs faziam patrulhamento na rua Itambé, no Jardim Santo Eduardo, quando suspeitaram do ocupante do veículo Hyundai IX 35, branco, com vidros escuros e placas FCR-7667.

O motorista do carro foi abordado pelos militares e se identificou como Cristiano Alleson Arruda da Silva. Ele alegou ser policial civil e apresentou uma carteira funcional em seu nome.

Os PMs acharam o documento estranho, fizeram uma pesquisa via Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) e foram informados de que não havia nenhum policial civil com aquele nome.

Veículo Hyundai IX35 utilizado pelo homem | Foto: Arquivo pessoal

Silva demonstrou nervosismo, mas insistiu em dizer que era policial civil e que deveria estar ocorrendo algum equívoco.

Desconfiados da farsa, os PMs o algemaram e, durante revista no Hyundai, encontraram uma pistola Taurus, calibre .40, com numeração raspada, carregada com 11 cartuchos.

No porta-malas do veículo havia um colete à prova de balas, com símbolo da Polícia Civil, além de um rádio HT de comunicação. No porta-luvas foi encontrado um distintivo metálico da Polícia Civil.

Os policiais militares apuraram também que o veículo dirigido por Silva estava com as placas adulteradas e que o carro era produto de roubo. Os documentos do automóvel eram falsificados.

Silva foi levado para o 1º Distrito Policial de Embu das Artes. Na delegacia foi constatado que o Hyndai havia sido roubado em 15 de março de 2017 na área do 49º Distrito Policial (São Mateus), zona leste da cidade de São Paulo.

O delegado Francisco José Videira autuou Silva em flagrante pelos crimes de posse e porte ilegal de arma, receptação, uso de documento falso, falsa identidade e usurpação de função pública.

Nos bastidores da Polícia Civil, os comentários são de que Silva “trabalhou” por um ano no 90º DP, na sala dos investigadores, e saiu de lá recentemente, após a mudança do delegado-titular e da chefia dos investigadores.

Há rumores também de que Silva chegou até a ser filmado por emissoras de TV, carregando presos na delegacia, durante entrevista coletiva sobre prisões de criminosos.

Fábio Paes Dominici, advogado do falso policial civil, afirmou à Ponte que não iria se manifestar sobre a prisão de Silva para não prejudicar a defesa de seu cliente.

Procurada pela Ponte, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, liderada pelo general João Camilo Pires de Campos, nesta gestão de João Doria (PSDB), afirmou, por meio de nota, que “a Polícia Militar prendeu, em flagrante um homem, de 42 anos, por se passar por policial civil, na manhã desta segunda-feira (11), em Embu das Artes” e que “um carro roubado e outros objetos foram apreendidos”. Segundo a nota, “a Polícia Civil esclarece que a unidade não tem conhecimento sobre a pessoa citada”.

Atualização às 16h33 de terça-feira (12/11) – modificada para incluir posicionamento oficial da SSP

Falso policial trabalhou por um ano em delegacia de SP

Operação Guaianases combate a criminalidade no centro de São Paulo 4

Operação Guaianases combate a criminalidade no centro de São Paulo

Policiais civis tiveram o objetivo de reprimir furtos, roubos e receptação de celulares, além do tráfico de drogas

Qui, 07/11/2019 – 11h08 | Do Portal do Governo

Por meio da 1ª Delegacia Seccional de Polícia e o 3° Distrito Policial (Campos Elíseos), a Polícia Civil da capital autuou oito pessoas por de tráfico de entorpecentes, receptação, associação criminosa, corrupção de menores e uso de drogas, durante a Operação Guaianases, deflagrada no centro de São Paulo nesta quarta-feira (6).

A iniciativa teve como o objetivo coibir os crimes contra o patrimônio e o tráfico de drogas na região. As atividades foram realizadas após trabalho investigativo e de inteligência, inclusive com apoio da Polícia Militar, permitindo a obtenção de imagens que comprovam os delitos e identificam os respectivos autores.

Para coordenar as atividades, foram mobilizados 50 agentes operacionais, com apoio de 15 viaturas, além de cinco escrivães e dois delegados. Ao todo, 62 pessoas foram conduzidas ao distrito.

Também auxiliaram nos trabalhos policiais civis da Equipe de Intervenção Estratégica (EIE), equipes do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) e do Instituto de Criminalística (IC), de modo a agilizar os trabalhos de polícia judiciária

Policiais civis de SP são presos sob a suspeita de proteger carregamento de maconha 43

Dupla usou viatura oficial da instituição; PMs encontraram a droga em fundo falso de caminhão

São Paulo

Dois policiais civis de São Paulo foram presos, na madrugada desta quinta-feira (7), sob a suspeita de escoltar um carregamento de maconha estimado em cerca de uma tonelada.

A prisão ocorreu entre as cidades de Castilho e Andradina, próximas à divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul.

PMs contam tabletes de maconha escondidos em fundo falso de caminhão escoltado por policiais civis
PMs contam tabletes de maconha escondidos em fundo falso de caminhão escoltado por policiais civis – Paparazzi News

Uma equipe da Polícia Militar localizou a viatura da Polícia Civil parada próxima de um caminhão amarelo no acostamento da rodovia Marechal Rondon (SP-300).

Questionados pelos PMs, os policiais civis disseram que trabalhavam na capital paulista, mas estavam na região colhendo provas para uma suposta investigação.

Ao ser consultada, a Delegacia Secional de Andradina informou desconhecer a operação oficial descrita pela dupla.

Os policiais militares, então, revistaram o caminhão suspeito e encontraram a droga dividida em tabletes, além de uma espingarda calibre 12 escondida num fundo falso da carroceria do veículo.

Os dois policiais civis e mais dos suspeitos foram detidos no local e levados à delegacia de Andradina, juntamente com o caminhão e o entorpecente apreendidos. 

Em nota, a secretaria de Segurança Pública da gestão Doria (PSDB) informou que os suspeitos foram autuados em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Em paralelo, a Corregedoria da Polícia Civil vai investigar a conduta dos policiais envolvidos no crime.

BO ANDRADINA – escrivão-chefe contra escrivão-chefe 22

Histórico:
Registro o presente para denunciar a maneira desonrosa e humilhante como fui
tratado pelo Sr. Cruz, Escrivão Chefe da Delegacia Seccional de Polícia. Me tratou
como vem tratando a todos os Escrivães em dias de prestações de contas e correições
com sevíciais morais. Para entender a sua fala ressalto o e-mail que recebi, o qual
desejo que seja juntado aos autos e que é público tendo sido lido por várias
pessoas e o qual considerei difamatório. Além do mais assumi a chefia deste 2o
Distrito Policial a contragosto do mesmo que sempre me teve como pessoa incapaz,
alienada e louca, me difamando entre os funcionários “na boca pequena”. E bem sabe
que faz isso porque sei de suas mazelas, como as seis armas de fogo que registrou
este mês no livro de armas apreendidas, fato mentiroso, pois são remanescentes de
anos atrás na época de sua gestão incompetente. O que pode ser verificado no livro
e que lancei no quadro estatístico deste mês, o que provocousua ira. Recebi gritos em ligação telefônica e ordens ilegais, tendo esclarecido
que sou novo no cartório e que responderia quando possível. Ele gritou e respondi à
altura e ainda utilizei a frase que ele mais gosta: “se você é homem eu também
sou”, que já ouvi várias vezes. Não suportando mais as humilhações registro o
presente peço encaminhamento à Corregedoria, à Promotoria, aos setores trabalhistas
e a todos que possam impedir sua continuação como chefe de uma Delegacia Seccional
fatos estes que certamente não são do conhecimento do Delegado Seccional que
considero pessoa extremamente fina e educada, e o qual já me auxiliou diversas
vezes em minhas dificultadas com diplomacia e o carinho de um pai, bem diferente do
Sr. Cruz. Desejo a apuração dos fatos e forneço como testemunha todos os Escrivães
chefes das Unidades atuais e anteriores (como o Sr. Clóvis e Escrivã Suzi, Márcio
Occhiuci Guimarães) os quais poderão comprovar que não somente eu fui humilhado
pelo mesmo.
DOS FATOS: assédio, destrato moral, humilhação, etc.
Toda e qualquer percepção sobre as condições de trabalho, resulta numa avaliação
psicológica da condição humana no trabalho. Trata-se, então, de uma relação
psicológica dada pela experiência subjetiva, de dimensão individual, ainda que
compartilhada nas relações de trabalho. Para Cruz (2002), a qualidade da relação
entre as exigências do processo de trabalho e a capacidade humana em responder ou
desempenhar essas exigências está diretamente associada aos impactos percebidos na
situação de trabalho.
Esclareço que a violência psicológica constitui toda forma de rejeição,
depreciação, discriminação, desrespeito, cobranças exageradas, punições
humilhantes.
Um assédio resulta em danos ao trabalhador, com repercussões morais sobre o grupo
de trabalho e no processo produtivo, e dependendo de sua gravidade, implica em
prejuízos irreversíveis, irrecuperáveis ou em traumatismos. A prerrogativa legal é
justamente legitimar a ocorrência de dano psicológico e possibilitar, como isso,
que seja solicitada a sua reparação.
É possível identificar que o dano psicológico está diretamente associado ao dano
moral, em que os argumentos expostos demonstram que o objetivo da aplicação do
estabelecimento de um valor referente ao dano é de reparação com caráter punitivo
e, também, compensatório. Os critérios de fixação dos danos morais são considerados
subjetivos, ficando ao arbítrio do juiz sua quantificação e fixação.
Sendo assim, quanto mais caracterizado ficar o prejuízo psicológico em decorrência
do evento, mais será possível ao juiz estabelecer um valor indenizatório com base
nos conhecimentos sobre o dano psicológico.
Nos casos relacionados ao trabalho, os prejuízos podem resultar tanto em danos
materiais (gastos) como em danos pessoais A diferença entre danos a coisas
materiais e a pessoas é que os primeiros podem, embora raramente, traduzir-se em
sofrimento psicológico (ex: o valor de anotações feitas em finais de semana nas
suas folgas para não ter valor algum), já os danos pessoais com freqüência podem
traduzir-se tanto em prejuízos patrimoniais (pela redução da capacidade de
trabalho, entre outros) como os valores extrapatrimoniais (sofrimento físico,psicológico e outras perturbações).
Há que se levar em consideração, ainda, na avaliação do dano moral a posição social
e cultural tanto do lesador quanto do lesado. Do ponto de vista psicológico, é
necessário avaliar o grau de dependência entre as vítimas, a repercussão no grupo
de suporte social, especialmente no ambito policial. Na Psicologia, essa relação
está associada aos ciclos de vida, à percepção das dimensões da vida e do trabalho,
à natureza dos constrangimentos e das estratégias de controle de situações que
envolvam riscos e sofrimento
É possível evidenciar, com base no conhecimento científico disponível, a relação
estabelecida entre o grau de dependência econômica dos envolvidos e a possível
indenização a ser aferida. Na prática, essa relação é difícil de ser demonstrada
quando é necessário estabelecer valor quantitativo para o dano sofrido, haja vista,
que não há valores de referência para o quanto vale uma vida, a incapacidade para o
trabalho ou a perda de parte da motivação ou dano psicológico.
Há um entendimento legal de que deixar de se indenizar um dano moral é deixar sem
sanção um direito, ou uma série deles. A indenização por menor e mais insuficiente
que seja, é a única sanção para os casos em que se perdem ou se têm lesado a honra,
liberdade, a amizade, a afeição, e outros bens morais mais valiosos do que os
próprios bens econômicos, ou seja, que esteja relacionado ao direito de
personalidade.
Um exemplo relacionado ao assédio nas condições de trabalho é o trauma sofrido pela
humilhação. Muitas vezes o seguro destinado à proteção das vítimas garantindo uma
indenização justa conforme o grau da seqüela, resulta em revolta e exacerba o
sentimento de menos valia, pois não corresponde à perda real tanto nos seus
aspectos físicos quanto psicológicos.
O próprio suporte psicológico pode ficar comprometido, pois o trabalhador
reconhece-se a si mesmo com capacidade que lhe possibilita desempenhar quaisquer
atividades; porém, por força de um assédio ocasionado pela falta de previsibilidade
das condições potenciais, onde ocorreu um erro, o que pode ser considerado
negligência, tornando o trabalhador incapaz de utilizar de suas capacidade.
Qual o valor para essa indenização? Certamente, a resposta que não pode ser
considerada como válida é aquela encontrada entre os doutrinários do Direito – como
não é possível medir o valor da perda subjetiva (não material), não se pode
indenizá-la – mas, sim, compreender que a reparação deve ser entendida como uma das
formas de qualificar o sofrimento vivido e de reconhecê-lo, ou seja, uma
possibilidade efetiva de se fazer justiça.
Art. 3o. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção
b) à inviolabilidade do domicílio

c) ao sigilo da correspondência
d) à liberdade de consciência e de crença
e) ao livre exercício do culto religioso
f) à liberdade de associação
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto
h) ao direito de reunião
i) à incolumidade física do indivíduo
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído
pela Lei no 6.657,de 05/06/79)
As alegações acima foram externas pelo servidor.
Solução: APRECIAÇÃO DO DELEGADO TITULAR

Confere(m), assina(m) e recebe(m) uma via

Policiais civis da Baixada Santista apoiam greve e paralisação 8

Policiais civis da Baixada Santista apoiam greve e paralisação

Categoria reivindica 5% do reajuste salarial anunciado pelo governador João Doria

Da Redação – A TRIBUNA DE SANTOS

Categoria aprovou proposta levantada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Santos e Região

A decisão é uma resposta aos 5% de reajuste salarial anunciados pelo governador João Doria (PSDB), no último dia 30. “Isso não chega nem perto de cobrir as necessidades da categoria. Nossa defasagem salarial é de 81%. Há anos reivindicamos melhores condições de trabalho, reposição do efetivo e jornadas justas”.

Por exercerem uma função essencial à sociedade, os policiais civis devem comunicar a decisão ao Governo Estadual. Depois, aguardar um prazo antes de paralisarem as atividades por tempo indeterminado.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública diz que entende que a manifestação é um direito da categoria, assim como é direito constitucional de todos os cidadãos o acesso irrestrito aos serviços essenciais, como os de polícia judiciária. Na última sexta-feira (1), o governo do Estado encaminhou à Assembleia Legislativa o projeto de lei que prevê o primeiro reajuste salarial desta administração a todos os policiais do Estado, além de um conjunto de medidas de valorização à categoria que terá um impacto de R$ 1,5 bilhão no orçamento estadual.

Polícia prende ‘falsa babá’ que cuidava dos filhos do chef Erick Jacquin 35

Mulher, que já possuía passagens por furto, se apresentou com nome falso para o jurado do MasterChef. Ela foi presa na madrugada de sábado (2)

Jacquin e sua esposa participavam de um jantar na Capital na noite de sexta-feira (1º). Ele recebeu um alerta a respeito da suposta babá falsa por meio de uma mensagem de WhatsApp. Do local onde estava, o chef francês pediu ajuda a um delegado de polícia para poder investigar a verdadeira identidade da babá.

Na pesquisa, foi verificado que a mulher era Andrea Lopes da Silva, de 38 anos. Para Jacquin, ela se apresentou utilizando o nome da irmã. Segundo a Polícia Civil de São Paulo, ela foi presa na madrugada de sábado (2).

Nesta segunda-feira (4), Jacquin publicou uma foto ao lado de delegados da Polícia Civil de São Paulo por terem resolvido o caso. O chef francês afirmou, ainda, que sua família e seus filhos estão bem.

https://www.atribuna.com.br/noticias/atualidades/pol%C3%ADcia-prende-falsa-bab%C3%A1-que-cuidava-dos-filhos-do-chef-erick-jacquin-1.74386

Elio Gaspari diz que a plateia que aplaudiu Tropa de Elite em 2007, em 2018 elegeu os populistas da lei da bala 16

Quando foi que isso tudo começou?

Plateia que aplaudiu ‘Tropa de Elite’ em 2007 mandou um sinal e ele materializou-se na eleição de 2018

Elio Gaspari

Em 2007, o filme “Tropa de Elite” mostrava uma cena na qual o capitão Nascimento, do Bope da PM do Rio, queria saber onde estava o traficante “Baiano”, espancava um jovem e mandava que o torturassem asfixiando-o com um saco de plástico. Esse momento foi aplaudido em muitas salas do país.

Passaram-se 12 anos, Jair Bolsonaro está no Planalto e Wilson Witzel (Harvard Fake ‘15) governa o Rio de Janeiro. Durante a campanha do ano passado o capitão-candidato foi a um quartel do Bope, discursou e repetiu o grito de guerra de “Caveira!”. Eleito governador, Witzel anunciou sua plataforma para bandidos que empunhassem fuzis: “A polícia vai mirar na cabecinha e… fogo!”.

As plateias de “Tropa de Elite” haviam mandado um sinal e ele materializou-se na eleição. Tudo começou ali. O cidadão que aplaudiu a cena da tortura acreditava que aquele deveria ser o jogo jogado, reservando-se o direito de achar que só se deve torturar quem se mete com traficante ou que só se deve acertar a cabecinha do sujeito que vai para a rua com um fuzil.

Wagner Moura como capitão Nascimento em cena do filme 'Tropa de Elite' (2007)
Wagner Moura como capitão Nascimento em cena do filme ‘Tropa de Elite’ (2007) – Divulgação

Passou-se um ano, não se sabe como o ex-PM Fabrício Queiroz “fazia dinheiro”, e a polícia do Rio acerta não só cabecinhas de bandidos, como também crianças.

O cidadão do aplauso é capaz de fingir que não sabia que esse seria uma das consequências da sua manifestação de felicidade. Por trás da cena do capitão Nascimento havia muito mais.

O repórter Rafael Soares mostrou um aspecto desse desfecho. No dia 13 de novembro de 2014 um PM que servia no Bope tentou convencer o traficante “Lacosta” a executar um major que atrapalhava os negócios do setor: “Manda ver onde mora e quando ele for sair da casa, forja um assalto e rasga ele”.
Depois entrou em detalhes: “Glock com silenciador e carregador goiabada de 100 tiros pow vai brincar com ele. Esse cara tá com marra de brabo”.

Dois meses antes dessa conversa, a PM do Rio havia prendido 23 policiais acusados de extorsão. Entre eles estava o terceiro homem na hierarquia da corporação, sob cujas ordens ficavam os comandantes dos Bopes.

O dilema da segurança nas grandes cidades brasileiras nunca esteve num confronto simples, como a da retórica de Bolsonaro e Witzel, com o capitão Nascimento de um lado e o traficante “Baiano” do outro.

Nas camadas do meio estão policiais, milicianos e todas as combinações possíveis com a bandidagem. Aquilo que começou com o aplauso à cena de “Tropa de Elite” seguiu seu curso e transformou-se numa necropolítica.

Ela finge que combate o crime, mas contém o ingrediente que inibe esse propósito: o PM que queria “rasgar” o major, negociava com o traficante “Lacosta”, a quem chamou de “meu rei”, porque há quem precise de bandido vivo e solto. “Lacosta” vai bem, obrigado. A facção à qual ele se associou foi pioneira na criação de holdings com milícias.

Não há nada de novo nessa constatação. O ex-sargento da PM Ronnie Lessa, acusado de ter participado do assassinato da vereadora Marielle Franco, teve uma carreira complementar à sua atividade no Bope.

Foi guarda-costas de contraventor, teria ligações com a Escritório do Crime e na casa de um de seus amigos guardava 117 fuzis desmontados. Tinha amigos na milícia de Rio das Pedras e uma boa vida, a ponto de ter comprado uma boa casa no condomínio da Barra da Tijuca onde vivia o deputado Jair Bolsonaro.

Elio Gaspari

Jornalista, autor de cinco volumes sobre a história do regime militar, entre eles “A Ditadura Encurralada”.

Secional Centro – Dr. Roberto Monteiro – pessoalmente dá cana em falsa doméstica e receptador de Rolex 11

Hoje de madrugada conduzi presa em flagrante para o 78º DP a falsa Babá Andréa Lopes da Silva, que havia obtido emprego na residência do Chef e apresentador de televisão Erick Jacquin. Estávamos com as esposas na casa de um amigo comum, quando a mulher do Jacquin recebeu um alerta pelo WhatsApp noticiando a ação criminosa da falsa doméstica. Usando as técnicas de investigação,
consegui desvendar a verdadeira identidade dessa pessoa, que se apresentava como Ângela Maria Lopes Santos. Assim como descobrir que a mesma Babá já havia furtado, pelo menos, um relógio da vítima.
Já na Distrital, com a ajuda da equipe do Delegado de Polícia Luís Guilherme, logramos identificar o receptador Sérgio Whashington Talarico. Em diligência realizada nesta tarde, o mesmo receptador foi preso quando pegava a caixa do relógio furtado, franqueando logo depois a entrada dos policiais civis na sua casa e loja (no centro de SP), onde foram aprendidos o relógio do Jacquin e mais outros relógios, entre eles 10 da marca Rolex. A furtadora e o receptador estão presos. Parabéns a todos pela dedicação, competência e redobrado empenho. Fica a lição: todo cuidado é pouco na hora de contratar funcionários para o trabalho doméstico.
Aqui no Estado de São Paulo, lugar de bandido é na cadeia!A imagem pode conter: 2 pessoas

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SECCIONAL DE AMERICANA – Promotoria e Corregedoria prendem cinco policiais que davam segurança a jogos de azar 8

Promotoria e Corregedoria prendem cinco policiais que davam segurança a jogos de azar

Operação Belaggio, nas cidades de Americana e Santa Bárbara d’Oeste, no interior paulista, apreendeu R$ 200 mil

Pedro Prata

04 de novembro de 2019 | 16h56

O Ministério Público de São Paulo e a Polícia foram às ruas de Americana e Santa Bárbara D’Oeste, no interior de São Paulo, nesta segunda, 4, para investigar e prender policiais civis e militares que estariam trabalhando como seguranças de casas de jogos de azar.

Foram apreendidos cerca de R$ 200 mil. Foto: Pixabay/@stokpic/Reprodução

Cerca de 170 policiais militares, 10 promotores de Justiça, 2 delegados da Corregedoria da Polícia Civil e quatro policiais civis cumprem 20 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão no âmbito da Operação Bellagio.

Entre os presos estão três policiais militares e dois policiais civis. Houve apreensão total de R$ 200 mil.

As informações são da Assessoria de Comunicação do Ministério Público de São Paulo.

As investigações mostram que os agentes utilizavam de sua função pública para atuar na segurança dos locais de exploração do jogo de azar.

Com o apoio da Corregedoria da Polícia Civil, foram identificados agentes que também estariam integrados na organização criminosa e que praticavam atos de corrupção.

COM A PALAVRA, A POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

“A Corregedoria da Polícia Militar realizou, nesta segunda-feira (04), uma operação em conjunto com a Corregedoria da Polícia Civil e Ministério Público de São Paulo. Participaram da ação cerca de 170 PMs e seis policiais civis, além de promotores de justiça para o cumprimento de 20 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão. Entre os presos estão três policiais militares e dois policiais civis.

O caso trata de investigação iniciada pela Corregedoria da Polícia Militar para apurar o envolvimento de policiais militares em atividades ilícitas relacionadas a jogos de azar.”

COM A PALAVRA, A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO

A reportagem aguarda o posicionamento da Polícia Civil de São Paulo. O espaço está aberto para manifestação

Impeachment, já! – Bolsonaro atenta contra instituições do Estado , afirmam associações de delegados 10

Bolsonaro tenta intimidar apuração do caso Marielle, dizem associações de delegados

Em nota, entidades dizem que cargo não dá ao presidente direito de cometer ‘atentados à honra’

Nicola Pamplona
Rio de Janeiro

Associações que representam delegados de polícia no Brasil divulgaram neste domingo (3) nota conjunta de repúdio a declarações do presidente Jair Bolsonaro sugerindo direcionamento nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela, Anderson Gomes.

Eles acusam Bolsonaro de tentar intimidar a Polícia Civil do Rio, “com o intuito de inibir a imparcial apuração da verdade”, ao insinuar em vídeo e entrevistas a adulteração de provas e referir-se ao delegado que comanda o inquérito como “amiguinho” do governador Wilson Witzel (PSC-RJ).

O presidente Jair Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada – Pedro Ladeira – 2.nov.2019/Folhapress

A nota é assinada por Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Brasil), Fendepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil), e por entidades que representam a categoria no Rio, Amazonas e Pará.

“Valendo-se do cargo de presidente da República e de instituições da União, [Bolsonaro] claramente ataca e tenta intimidar o delegado de polícia do Rio de Janeiro, com o intuito de inibir a imparcial apuração da verdade”, diz o texto, sem citar o nome de Daniel Rosa, delegado responsável pelas apurações.

“O cargo de chefe do Poder Executivo federal não lhe permite cometer atentados à honra de pessoas que, no exercício de seu múnus [dever] público, desempenham suas funções no interesse da sociedade e não que qualquer governo”, completam as associações.

As declarações de Bolsonaro foram dadas após reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, que revelou a existência de depoimento de um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, citando o presidente durante as investigações sobre a morte de Marielle.

Na mesma noite, o presidente gravou da Arábia Saudita um vídeo atacando a rede de televisão e insinuando direcionamento nas investigações. No dia seguinte, o Ministério do Público do Rio disse que o depoimento não condiz com os fatos investigados.

No vídeo, Bolsonaro atribuiu o vazamento das informações a Witzel, que contou com apoio do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) em sua eleição ao governo do estado, mas hoje é adversário político da família.

No fim da semana, o governador virou alvo de ataques nas redes sociais, com a distribuição de um vídeo que repete o discurso de Bolsonaro ligando Witzel à TV Globo.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.

No sábado (2), sem apontar evidências, Bolsonaro voltou a acusar Witzel de ter manipulado o processo que apura o assassinato de Marielle para tentar incriminá-lo.

Bolsonaro repetiu que Witzel “está com sonho e obsessão de ser presidente”. Ele acusou o delegado da Polícia Civil que apura o caso de ser “amiguinho” do governo do Rio.

“Temos uma.. está requisitado, está tudo deferido, é a Polícia Federal com o assessoramento do MP [Ministério Público] Federal lá da seção do Rio de Janeiro. Vamos ouvir o porteiro, vamos ouvir ai o delegado também, o delegado que é muito amiguinho do governador, e logicamente que gostaria que o governador também participasse, né?”, disse Bolsonaro.