Resumo da notícia
- Taxa de suicídios de policiais civis em SP é de 30,3 a cada 100 mil
- OMS avalia como epidêmico taxa acima de 10 a cada 100 mil
- Polícia Civil não tem programa para tratar saúde mental de seus agentes
Entre 2017 e 2018, 17 policiais civis do estado de São Paulo tiraram a própria vida. Tendo em vista um efetivo de 28 mil homens e mulheres na corporação, trata-se de uma taxa de 30,3 a cada 100 mil policiais. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), quando se atinge uma taxa de 10 a cada 100 mil, trata-se de uma situação epidêmica. Ou seja, a taxa de suicídio na corporação é três maior do que a aceitável pela OMS.
A taxa de suicídios entre policiais civis é seis vezes maior do que a taxa dos mortos em serviço (5 a cada 100 mil). Os dados foram divulgados pela Ouvidoria da Polícia de São Paulo na manhã de hoje, com o objetivo de apresentar ao estado, com recomendações, para que haja políticas de segurança pública que reduzam o índice.
Apesar de o índice ser alto, a Polícia Civil não tem programa nem suporte para a saúde mental, segundo o ouvidor Benedito Mariano. “Precisa começar do zero na Polícia Civil. O sucateamento dialoga com o estresse do policial, porque tem que fazer o serviço de dois ou três. Existe uma negligência com relação à saúde mental dos policiais civis de São Paulo”, disse.
Carlos*, 48, era investigador na polícia civil. Segundo a pesquisa divulgada hoje, cometeu suicídio em 2018, durante a sua folga, por disparo de arma de fogo contra a própria cabeça. Ele era considerado por pessoas próximas como alguém ansioso. Tinha um relacionamento distante com seus colegas de trabalho e um histórico de descontrole emocional durante as ocorrências.
Segundo o ouvidor, existem sete causas principais para os suicídios dos policiais. “Sempre vai ser mais que uma motivação. Se o estresse é uma das causas, precisa ter programa de saúde mental. Também há transtornos pós traumas, ou de enfrentamentos ou de acidentes, falta de suporte à saúde mental, depressão ou adoecimento mental, conflitos institucionais, conflitos familiares e problemas financeiros, além do isolamento social, rigidez e introspecção.”
Imagem: 8.fev.2018 – Rafael Roncato/UOL
“O policial é treinado para ser guerreiro e forte. Esse preconceito contribui para que o policial não procure ajude, se isole”, afirmou o ouvidor. Em 85% dos casos de suicídios, o instrumento utilizado pelo policial foi a arma de fogo. “Para ele não perder a arma, com que ele faz bico em hora extra, ele deixa de procurar ajuda psíquica, é um outro problema encontrado”, complementou.
No ano passado, por exemplo, um auxiliar de papiloscopia, que atuou na Polícia Civil por 11 anos dos seus 38 de vida, mas que não teve a identidade revelada, se suicidou durante a folga em São Paulo. Francisco*, deu um tiro na própria cabeça. Era bastante reservado no ambiente de trabalho.
Rogério Giannini, presidente do CFP (Conselho Federal de Psicologia), afirmou que o índice da Polícia Civil é “alarmante”. “Se a gente olhar na sociedade como um todo, a gente diria que há um sintoma que mostra que algo não está indo bem. E a polícia faz parte desse sintoma”, pontuou.
Beatriz Brambilla, do CRP (Conselho Regional de Psicologia), disse que “existe uma série de causalidades que produzem o suicídio, mas que não é uma única questão que produz. A gente precisa entender o fenômeno na totalidade. Há questões do sujeito e há questões sociais”.
* Os nomes foram preservados.
Neste particular, a Corregedoria da Polícia Civil tem elevada responsabilidade sobre o que vem acontecendo. Instaura procedimentos a “torto e a direito”, como se “doença mental” fosse sinônimo de infração disciplinar.
Nesses diversos suicídios havidos, se o MP “investigasse” (como gosta de fazer) veria que em vários deles há significativa participação de membros da Corregedoria.
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Triste realidade!!!
O IAMSPE sequer tem psiquiatra, o DPME não funciona. Quando você liga lá, quando consegue falar com alguém é após uma longa demora e não resolvem absolutamente nada!
Eu tive que recorrer ao SUS, e psicólogo é mosca branca!
Ninguém está nem aí.
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Bom Dia!
Senhoras e Senhores.
No Brasil pouco se fala em “suicídio” e quais seriam as agravantes que são preponderantes a esta fatidica situação.
Comenta-se que grande parte desta incidência seja ocasionada pelo cidadão que reside nos grandes centros onde a pressão se agrava devido a questão trabalhista, emocional e principalmente à solidão.
São Paulo é um excelente exemplo para o agravamento de suicídio pois o cidadão leva uma vida estressante oriundo de inúmeras graduações de poluição, seja sonora, visual e do ar e, de trabalho, podendo até contribuir o alto índice de desemprego.
Este último acaba ocorrendo em menor escala pois o agente acaba preferindo ceifar a própria vida ao invés de roubar para subsistir.
E o Policial tem uma agravante neste contexto pois ele sai desta sociedade desajustada e com alto índice de inversão de valores para combater o crime e oferecer uma melhor segurança à população, mas percebe que neste combate além de sofrer internamente devido à falta de profissionais gerando assim acúmulo de função e de serviço, a situação se agrava muitas vezes pois nem tempo tempo para se alimentar quiçá ter um descanso merecido ele tem e, a situação piora agravado pela logistica de trabalho. Muitas vezes ele acaba exercendo atividades muito longe da sua moradia e com gastos excessivos seu salário acaba ficando aquém do pretendido.
Diante disto como exercer atividade de Polícia Judiciária exemplar numa sociedade cheia de desigualdades, falhas e regada à corrupção?
Pois é! Comenta-se muito em corrupção mas no entanto nada se faz para eliminar este câncer e essa falta de atitudes principalmente devido à falta de bons exemplos de certos iluminados onde a maior preocupação é a de punir o profissional ao invés de realmente punir o criminoso.
O profissional exerce atividade sob enorme pressão, muitas vezes vislumbra que o serviço cumprido arduamente, sendo inclusive, digno de mérito, acaba desabando lareira abaixo e assim conclui que está somente enxugando gelo.
Enquanto o Policial não for de fato respeitado e valorizado e tendo o devido apoio psicológico para assim poder desempenhar suas atividades de risco, de nada adiantará ficarem buscando pelo em ovo. Muitos iluminados inclusive fazem questão de empurrar este problema com a barriga e assim deixar para a próxima gestão, pois eles são iguais aves de verão. Estão apenas de passagem pois não são funcionários efetivos do Estado.
Caronte
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Agepone, conhecendo o IAMSPE, só o fato de procurar nesse local algum tratamento, seja qual for a patologia, é um forte indicativo que sua higidez mental está realmente muito comprometida.
A 2ª causa de morte entre policiais é a fome, principalmente entre os aposentados.
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MOVIMENTO EM DEFESA DE POLICIAIS DEMITIDOS E EXONERADOS ADMINISTRATIVAMENTE E INJUSTAMENTE, DAS POLÍCIAS MILITARES E CIVIL DE SP
Hoje, estamos iniciando uma frente de defesa e mobilização de ex Policiais e Autoridades para ANISTIA E REVISÃO PROCESSUAL, VISANDO A REINTEGRAÇÃO AS INSTITUIÇÕES.
SE VOCÊ CONHECE UM PARCEIRO INJUSTIÇADO, PROCURE-NOS!
GRUPO CORAÇÃO CINZA BANDEIRANTE
(19)991266540
Deputada Estadual Adriana Borgo
#A Luta Muda A Lei
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Xiiii meu, se matar é besteira hein.
O negócio é viver para acompanhar a extinção da pm meu!
Eu não me mato de jeito nenhum, eu sei que um dia eu ainda vou ver a pm divulgar que é o dono do iate, vou ficar sabendo os nomes dos pms traficantes do batalhão de Botucatu, vou ver o coroné Lima ser preso, vou ver os pms assassinos de Osasco e Barueri serem transferidos para um presídio comum junto com os seus parças do scc, vou ver o Roni Lessa e os seus trutas juntos em uma mesma cela com os caras do comando vermelho.
Se matar pra que caraio.
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Vai tomar no olho do seu cú, seu ganso do caralho que só escreve merda. Se vc fosse polícia mesmo conheceria pelo menos meia dúzia que se mataram e não faria piadas idiotas a respeito. E outra: vai tomar no seu cú de novo.
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Apoio psicológico???? Piada, não há apoio prá nada aqui!!!! Começa mexendo no nosso salário, que seja cumprida a promessa de campanha, meu holerite não acompanhou nada nos últimos anos, tudo subiu e não se consegue pagar as contas. Apoio tenho do meu convenio médico, mas me custa mais de um terço do meu salário e, se não o tivesse, não estaria vivo. Cirurgia cardíaca praticamente de emergencia, onde nosso servidor teria me negado de imediato, tendo que entrar na fila. Tem que ter muita força e muita fé em Deus, senão o “puliça” não aguenta!
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Boa noite!
Senhoras e Senhores.
Há muito tempo o Policial está sozinho nesta empreitada de combate ao crime.
De um lado vemos o Policial desvalorizado, desmotivado, combalido e mau quisto por alguns membros da sociedade e do outro lado vemos uma sociedade corrompida, fragilizada a mercê do crime organizado.
No meio desta contenda encontramos alguns membros do alto escalão governamental orquestrando benefícios maledicentes contra uma sociedade sofrida e por sua vez contra a Segurança Pública impondo sobremaneira farto constrangimento ao profissional.
Até parece que o poste é que faz xixi no cachorro, pois vemos que o cidadão de bem além de pagar o seus impostos ainda assim lhe impõem cabresto, mordaça e os coloca detrás das grades.
O Policial não é robô de ligar e desligar tampouco um alienígena. Ele é garimpado do seio da sociedade e depois de lapidado possui seu valor agregado, porém a carência de investimento e logística, atrelado a falta de vontade política o transforma em parachoque das desculpas esfarrapadas da incompetência governamental.
O Policial além de sofrer às intempéries da natureza ainda tem que suportar outros quesitos que lhe são impostos como por exemplo a falta de efetivo, desta forma o torna sobregarregado de acúmulo de atividades prejudicando sobremaneira seu desempenho.
Desta forma, encontramos um profissional abatido e sobrecarregado cheio de obrigações e sem nenhum direito, pois todos lhe são cerceados, tais como: reposição de salários; férias; plano de saúde decente para esufruir; entre outros.
Diante destas nefastas situações profissionais e econômicas ele entra em desespero.
Com salário desfasado e sem acompanhamento médico decente o profissional acaba não encontrando saída para seus problemas, quer sejam financeiros, afetivos e profissionais e por fim entra em colapso.
É necessário que haja um estudo urgente no sentido de sanar esse problema.
Caronte
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