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Quando a polícia adoece, é o Estado quem deve cuidar da sua saúde. Infelizmente, não é isso o que temos visto
Quando a sociedade está em desequilíbrio, quando a inversão de valores ocupa terreno fértil, uma das consequências é a violência. Em tempos como o que vivemos, em que o cidadão tem medo de sair de casa, as forças de segurança do Estado, como as polícias Militar, Civil, Metropolitana e as Forças Armadas, como o Exército, ocupam um papel importante na garantia da ordem e na sensação de segurança.
Quando a polícia adoece, é o Estado quem deve cuidar da sua saúde. Infelizmente, não é isso o que temos visto. O número de suicídios de policiais vem crescendo ano a ano, e já mata mais que o confronto contra criminosos, conforme revelou o 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A falta de acesso a um serviço especializado é, hoje, um imenso problema.
Dados revelados pela Academia de Polícia Civil de São Paulo são alarmantes: em cinco anos, o número de policiais civis que tiraram a própria vida mais que dobrou no estado. Enquanto em 2014, quatro policiais civis cometeram suicídio, no ano passado, o número saltou para 10. Em todo o Brasil, foram 104 suicídios de policiais civis e militares, o equivalente a dois policiais mortos toda semana.
Esse cenário é um dos resultados de anos de descaso do Governo de São Paulo para com diversos aspectos da segurança pública. Pouco ou quase nada se investiu para que as forças policiais acompanhassem o crescimento populacional e o avanço da criminalidade. Temos uma das melhores polícias da América Latina, mas ela está mal equipada, não é valorizada e, com armamento inferior, enfrenta criminosos com as armas mais modernas e potentes disponíveis no mercado.
É uma luta inglória. Sem a realização de concursos e sem aumento do efetivo, nossos heróis, que já arriscam a vida diariamente em prol do bem comum, estão se desdobrando, trabalhando à exaustão e desempenhando a função de até quatro policiais para dar um atendimento minimamente digno à população.
Em troca, o Estado não está oferecendo o que deveria. Os salários da Polícia Civil e da Polícia Militar de São Paulo, por exemplo, estão entre os piores do país. Somos um estado rico, desenvolvido, a locomotiva desta nação, e não valorizamos nem cuidamos de quem cuida de toda a população. Isso tem que mudar.
Nosso gabinete, que tem como uma das bandeiras de ação a melhoria na segurança pública, vem defendendo desde o primeiro dia de mandato a valorização dos agentes de segurança, principalmente os policiais. E vamos continuar agindo para que isso aconteça.
Os policiais já ocupam uma função estressante, com uma forte pressão. Precisamos melhorar as condições de trabalho, os salários e o efetivo, além de cuidar da saúde dos nossos policiais. É preciso desenvolver campanhas informativas sobre o suicídio, aumentar o acesso a cuidados de saúde mental para essa parcela importante da população. Precisamos falar sobre suicídio. Precisamos quebrar o tabu da depressão. Não podemos seguir adiante com essa realidade.
Sabemos que 90% dos suicídios podem ser evitados com acesso a serviços especializados. E que os policiais encabeçam a lista das profissões mais propensas a esse gravíssimo problema. Passou da hora de agir. Se não cuidarmos de quem protege a sociedade, todos nós estaremos em risco. Investir na valorização do policial é investir no bem-estar da sociedade.
Publicado 18/09/2019 – 08h52 – Atualizado 18/09/2019 – 11h07
Por Alenita Ramirez
Matheus Pereira/ Especial para a AAN
Youssef Abou Chahin (à direita) durante encontro com autoridades do segmento ontem em Campinas
Fausto Macedo
18/09/2019
Estadão
Para Alexandre, ‘não há na hipótese qualquer omissão do Poder Público relacionada a normas constitucionais’. Foto: Gabriela Biló/Estadão
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, extinguiu a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 12, por considerar que ‘não houve inércia do governador de São Paulo para elaborar lei sobre a remuneração de delegados da Polícia Civil do estado’.
As informações foram divulgadas no site do Supremo – Processo relacionado: ADO 12
A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol/Brasil), autora da ação, proposta em março de 2011 (Adepol quer que governo paulista envie ao Legislativo projeto de lei sobre remuneração de delegados argumentava que, mais de 12 anos depois da promulgação da Emenda Constitucional 19/98, que garantiu aos policiais a revisão anual dos subsídios por meio de lei específica, o governo paulista não havia elaborado lei sobre a matéria.
Segundo Alexandre, ‘não há, portanto, qualquer omissão, ainda que parcial, que justifique a intervenção do Supremo’.
Em sua avaliação, ‘ainda que não se concorde com essa opção legislativa ou que haja questionamentos em relação aos dispositivos constitucionais citados, a edição das normas supriu o dever de legislar sobre a matéria’.