Delegado e escrivães suspeitos de corrupção são afastados das funções em Ribeirão Preto 13

Por G1 Ribeirão Preto e Franca

 

Delegado e escrivães suspeitos de corrupção são afastados das funções em Ribeirão Preto
Jornal da EPTV 2ª Edição – Ribeirão Preto
Delegado e escrivães suspeitos de corrupção são afastados das funções em Ribeirão Preto

Delegado e escrivães suspeitos de corrupção são afastados das funções em Ribeirão Preto

Os três atuaram no 4º Distrito Policial de Ribeirão Preto (SP) e são suspeitos de deixarem de investigar os advogados denunciados na Operação Têmis por fraudes judiciais que causaram prejuízo de R$ 100 milhões a instituições financeiras.

Segundo a Corregedoria da Polícia Civil, o delegado e os escrivães respondem a dois inquéritos policiais pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, porém ambos estão em sigilo. Por isso, nenhuma informação sobre o caso pode ser divulgada.

4º Distrito Policial de Ribeirão Preto  — Foto: Reprodução/EPTV4º Distrito Policial de Ribeirão Preto  — Foto: Reprodução/EPTV

4º Distrito Policial de Ribeirão Preto — Foto: Reprodução/EPTV

As defesas dos policiais do 4º DP negam a existência de um esquema para favorecer os advogados presos na Operação Têmis e que vão recorrer do afastamento.

O esquema

Deflagrada em janeiro de 2018, a Operação Têmis identificou fraudes judiciais que causaram prejuízo de R$ 100 milhões a instituições bancárias. Dez pessoas são acusadas de envolvimento no esquema, entre elas quatro advogados.

Segundo o MP, o delegado e os dois escrivães que atuavam no 4º Distrito Policial e eram responsáveis pela investigação da fraude “praticaram atos infringindo o dever funcional”, como deixar de registrar depoimentos de vítimas que procuravam a Polícia Civil.

Em conversa no WhatsApp, escrivã envia conclusão de inquérito a investigado em Ribeirão Preto — Foto: Ministério Público/DivulgaçãoEm conversa no WhatsApp, escrivã envia conclusão de inquérito a investigado em Ribeirão Preto — Foto: Ministério Público/Divulgação

Em conversa no WhatsApp, escrivã envia conclusão de inquérito a investigado em Ribeirão Preto — Foto: Ministério Público/Divulgação

A Promotoria alega que os escrivães deixavam de registrar os depoimentos das vítimas nos inquéritos e recebiam “presentes” dos acusados, assim como outros tipos de benefícios, para acobertar os crimes, deixando de investigar devidamente as denúncias.

Conversas encontradas nos celulares dos advogados Klaus Philipp Lodoli e Renato Rosin Vidal – os aparelhos foram apreendidos quando a Operação Têmis foi deflagrada – revelaram como funcionava o acordo entre os agentes públicos e os réus.

A investigação concluiu também que os investigados não eram submetidos a depoimento no 4º Distrito Policial, mas apresentavam suas versões por escrito e, muitas vezes, esses documentos eram impressos na própria delegacia.

Os advogados acusados na Operação Têmis: Ângelo Luiz Feijó Bazo, Renato Rosin Vidal, Klaus Philipp Lodoli e Ramzy Khuri da Silveira — Foto: Arte/G1Os advogados acusados na Operação Têmis: Ângelo Luiz Feijó Bazo, Renato Rosin Vidal, Klaus Philipp Lodoli e Ramzy Khuri da Silveira — Foto: Arte/G1

Os advogados acusados na Operação Têmis: Ângelo Luiz Feijó Bazo, Renato Rosin Vidal, Klaus Philipp Lodoli e Ramzy Khuri da Silveira — Foto: Arte/G

Operação da Polícia Civil prende suspeitos de agir em jogos de azar em Barretos, SP 2

Por Pedro Martins*, G1 Ribeirão Preto e Franca

 

Ao todo, a Justiça expediu 19 mandados de prisão temporária e 26 de busca e apreensão. O delegado João Osinski Júnior, chefe do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-3) afirmou que três casas de bingo fechadas movimentavam R$ 120 mil por semana.

“Os donos das máquinas ficavam em São Paulo. Eles vão lastreando no interior. O jogo é online. Eles colocam as máquinas, instalam, fazem um link com a nuvem e, quando a polícia chega, eles desligam o link para não apurar nada dentro da máquina”, explicou.

Computadores apreendidos em bingo em Barretos, SP — Foto: Polícia Civil/DivulgaçãoComputadores apreendidos em bingo em Barretos, SP — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Computadores apreendidos em bingo em Barretos, SP — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Ainda de acordo com Osinski Júnior, donos de estabelecimentos comerciais que aceitavam receber as máquinas com jogos ilegais ficavam com 30% ou 40% do lucro obtido. O restante era destinado aos dos líderes do grupo, na capital paulista. Um deles é considerado foragido.

Cerca de 200 máquinas caça-níquéis foram apreendidas pela Polícia Civil. Computadores, máquinas de cartões de crédito, mesas e cadeiras também foram levadas por agentes das oito delegacias secionais que participaram da operação na manhã de quinta-feira.

Osinski Júnior afirmou que as prisão temporárias por cinco dias poderão ser prorrogadas. Os suspeitos presos devem responder por associação criminosa, lavagem de dinheiro e prática de jogos de azar.

Máquinas caça-níquel apreendidas durante operação em Barretos, SP — Foto: Polícia Civil/DivulgaçãoMáquinas caça-níquel apreendidas durante operação em Barretos, SP — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Máquinas caça-níquel apreendidas durante operação em Barretos, SP — Foto: Polícia Civil/Divulgação

*sob a supervisão de Adriano Oliveira

PR e SP unificam banco de impressões digitais para agilizar solução de crimes 1

“PR e SP unificam banco de impressões digitais para agilizar solução de crimes
Angieli Maros

Papiloscopista do PR analisa impressão digital

Instituto de Identificação da Polícia Civil do PR tem mais de 13 milhões de registros| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Um convênio assinado no fim de julho unificou o banco de dados de impressões digitais do Paraná e de São Paulo e, com isso, a Polícia Civil dos dois estados passam a ter uma rede com mais de 80 milhões de cadastros. Além disso, a parceria deve agilizar a solução de crimes ao reduzir de uma semana para uma tarde o tempo da perícia das impressões, mecanismo fundamental para identificar suspeitos e vítimas de crimes e também pessoas desaparecidas.

O contrato tem validade inicial de cinco anos e foi publicado no Diário Oficial de São Paulo no último dia 2 de agosto. O acordo permite que papiloscopistas selecionados do Paraná possam ter acesso direto ao sistema de Legitimação à Distância (Lead), cadastro de impressões desenvolvido pela polícia paulista e que, somente pelo Instituto de Identificação do estado vizinho, dispõe de 66,8 milhões de registros. O contrário – o acesso dos investigadores de SP ao banco aos dados do PR, com 13,7 milhões registros – também é válido.

De acordo com o delegado Marcus Michelotto, diretor do Instituto de Identificação da Polícia Civil do Paraná, a rede interestadual de informações criada com o convênio é benéfica sobretudo para os paranaenses. “São Paulo e Paraná têm uma relação muito grande e isso vai ser bem importante. Sabemos de crimes que ocorrem aqui e que são de paulistas muitas vezes. O próprio crime organizado é um caso”, observa.

Na prática, o Lead permite que investigadores autorizados solicitem perícias de impressão digital por meio de uma plataforma própria. Antes, o pedido era feito por meios não formais, o que retardava a chegada do laudo. “O sistema foi desenvolvido para ter uma tramitação segura e fiel. A gente manda um fragmento de local de crime, uma digital de uma pessoa e eles retornam por esse mesmo software logo depois com uma resposta oficial dizendo se é a pessoa, se foi identificada”, acrescenta o delegad.o

Segundo a Polícia Civil do Paraná, também já aderiram ao sistema os dados de Rondônia, Sergipe e Goiás e há perspectiva que outros estados, na sequência, passem a integrar o modelo”

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/curitiba/impressao-digital-crimes-parana-sao-paulo/
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Polícias de São Paulo repudiam lei de abuso de autoridade: “Há uma nítida inversão de valores” 5

Os sindicatos dos delegados federais e de Polícia Civil de São Paulo divulgaram a seguinte nota de repúdio à aprovação da lei de abuso de autoridade:

“O projeto de lei sobre abuso de autoridade aprovado ontem, na calada da noite, na Câmara dos Deputados algema de forma inaceitável as Polícias Judiciárias do país, representadas pela Polícia Federal e pelas Polícias Civis, demonstrando que há uma nítida inversão de valores quando se pretende intimidar os que enfrentam diretamente os criminosos, em vez de valorizar as suas ações.

O Sindicato dos Delegados de Polícia Federal no Estado de São Paulo (Sindpf-SP) e o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpe-SP) repudiam a aprovação do projeto de lei nº 7596/17. Num momento em que a sociedade brasileira anseia pelo reforço do combate à corrupção, ao desvio de verbas públicas, aos crimes de lavagem de dinheiro, aos crimes violentos e às organizações criminosas, aprovar um texto que foi pouco ou nada discutido com o deliberado propósito de colocar freio nas ações da Justiça e, sobretudo, da Polícia Judiciária, é caminhar na contramão do que se espera da condução deste país, em todos os seus poderes legitimamente constituídos.

Nós, delegados de Polícia, não apenas compreendemos como respeitamos a legitimidade do Poder Legislativo para produzir leis, mas há que se ressaltar a necessidade quase obrigatória de estabelecer um debate sobre um texto que nitidamente pretende intimidar os entes estatais responsáveis por enfrentar diretamente os criminosos e travar as investigações, afetando inclusive operações de relevância como a Lava Jato. O que se viu ontem na Câmara foi justamente o oposto. O projeto foi aprovado quando grande parte da sociedade brasileira já havia encerrado suas atividades diárias.

É imprescindível que o ministro da Justiça Sergio Moro interceda junto ao presidente da República para que o texto não seja sancionado da forma em que se encontra. A legislação sobre abuso de autoridade pode evidentemente ser atualizada, mas não direcionada para intimidar as instituições que estão trabalhando para passar o país a limpo.”