Doria extingue o GOE e cria unidade maior da Polícia Civil para operações especiais em SP
Agentes do GOE foram incorporados ao Garra que agora responde a um novo departamento da Polícia Civil, o Dope.
Por Tahiane Stochero, G1 SP
GOE atuava em operações da Polícia Civil — Foto: Solange Freitas/G1
Com a extinção do GOE, os agentes foram transferidos para o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), uma unidade até então subordinada ao Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic).
“A população não precisa ficar preocupada, porque o policiamento não vai diminuir, vai aumentar, vai continuar e será reforçado. Vai aumentar o número de viaturas nas ruas, não diminuir. O que mudou é o nome, vamos otimizar recursos. Os policiais estão animados”, disse o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, o novo diretor do DOPE.
As mudanças foram publicadas no decreto nº 64.359, assinado por Doria no último dia 2. O artigo 55 do decreto diz que a nova reestruturação da Polícia Civil entra em vigor na data de sua publicação e revoga o decreto nº 63.852, de 2018, que transferia o GOE para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O Garra, agora “robustecido” após a fusão com o GOE, terá como supervisor o delegado Mário Palumbo Júnior, conforme a designação publicada no Diário Oficial, e ficará ligado diretamente a uma divisão de operações especiais dentro do Dope, o novo departamento criado pelo governo estadual.
O G1 apurou que havia, nas ruas, situações em que as duas unidades eram deslocadas para as mesmas ocorrências, com sobreposição de trabalho e até disputas. O objetivo da gestão Doria, ao unir o GOE e o Garra, foi dar às unidades operacionais da Polícia Civil um comando único. A promessa é de que haverá investimento em armas e em equipamentos para a nova tropa.
Nos dias 16, 17, 19 e 20 de agosto, foram publicadas no Diário Oficial transferências de agentes, até então lotados no GOE, para o Garra.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que “o GOE foi integrado ao Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), que também reúne a Divisão de Operações Especiais (DOE), do Deic; a Divisão Antissequestro; a 5 ª Delegacia de Polícia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), do DHPP; e a Divisão de Capturas, do Decade”.
Segundo a pasta, “o decreto, publicado em 03/08/19 no Diário Oficial do Estado, permitiu a otimização de espaço e efetivo ao subordinar ao mesmo departamento os grupos operacionais das delegacias especializadas da Polícia Civil situadas na Capital”.
Polícia Civil marcou presença com o Grupo de Operações Especiais (GOE) — Foto: Stephanie Fonseca / G1
Enquanto o GOE era subordinado ao Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), o Garra era ligado ao Deic.
Criado em 1991, o GOE era formado por policiais altamente especializados e que passavam por treinamentos contínuos, possuindo, inclusive, atiradores de precisão (sniper).
Era acionado, em especial, para ocorrências de flagrante e envolvendo violência, como latrocínios e tiroteios – e apoiava ações de delegacias de outras cidades quando havia risco de reação à presença policial. Também era conhecido pela presença em casos em que policiais civis eram vítimas de assaltos ou outros crimes.
Nos últimos 7 anos, por decretos publicados pelo governador do Estado, unidades como o GOE foram criadas.
Já o Garra é mais antigo, datando de 1977, e atuava, desde sua criação, em apoio a investigações e processos em andamento, em especial roubos a banco, fechamento de bingos, extorsões mediante sequestro e roubos em geral. Possui unidades espalhadas pelo estado, dentre elas Osasco, Santo André e Campinas.
Policiais do Garra em ação — Foto: Twitter Polícia Civil/Divulgação