Corregedoria preventiva – Governo instalará rastreadores em viaturas da Polícia Civil 28

Governo de SP implanta sistema para vigiar policiais civis 24 horas

Em primeira fase, serão instalados 1.500 rastreadores em viaturas na capital para coibir corrupção e aumentar produtividade dos agentes

Rogério Pagnan
São Paulo

​Com um atraso de ao menos dez anos em relação à coirmã PM, a Polícia Civil de São Paulo inicia neste semestre a implantação de seu sistema de monitoramento de viaturas que deve acabar com os chamados “voos livres”.

Os “voos livres” são os deslocamentos feitos por policiais sem o controle de seus superiores, brecha para improdutividade das equipes e também para ações ilegais.

O projeto da cúpula da segurança pública paulista é colocar os equipamentos de rastreamento em todos os veículos da instituição e interligá-los em uma central de controle (Cepol). As informações estarão disponíveis em tempo real e em vários níveis de comando: do delegado do distrito que autorizou a missão ao diretor responsável pela região, incluindo ainda membros da Corregedoria.

Além disso, os policiais terão ainda de entregar relatórios de suas atividades para serem submetidos a avaliação de eficiência. Embora possa parecer uma mudança simples em comparação às corporações modernas mundo à fora, para a Polícia Civil de São Paulo é mudar um tipo de investigação que vinha sendo adotado desde os anos 1970, como relatórios de papéis e com viaturas rodando “às cegas”.

Carro da Polícia Civil de São Paulo durante operação em favela de São Paulo em busca de policial desaparecido – Marcelo Goncalves/Sigmapress

“É uma mudança até de cultura. Vamos ter um controle total da atividade do policial no dia a dia para a gente dar uma resposta à sociedade”, disse o delegado-geral Ruy Ferraz Fontes.

Serão adquiridos 1.500 equipamentos destinados às equipes da capital e da Grande São Paulo. Terão prioridade os carros do recém-criado Dope (Departamento de Operações Especiais). Até 2020 as cerca de 3.500 viaturas da região metropolitana deverão estar equipadas. Para o restante do estado, a meta é alcançar toda a frota da Polícia Civil (cerca de 9.400 carros) em 2022.

O novo sistema será implantado em tablets, porque a partir deles é possível fazer a localização em tempo real dos carros oficiais, pesquisar pessoas e veículos suspeitos e preencher informações relativas aos inquéritos digitais em andamento.

Os tablets, segundo a Polícia Civil, cumprem mais uma função: a solicitação de apoio a uma equipe em apuros.

COMBATE À CORRUPÇÃO

O descontrole em relação à movimentação de veículos oficiais abre brecha para o uso do aparato policial na prática de crimes de extorsão contra pessoas suspeitas ou inocentes, diz o delegado-geral. “O objetivo não é fazer um controle correcional, mas fazer um controle de eficiência. O que o policial está fazendo, qual a desenvoltura dele, eficácia dele no tratamento da atividade policial. Para gente, inclusive, promover, para encaminhar a cursos de requalificação.”

Segundo Caetano Paulo Filho, diretor do Departamento de Inteligência da Policia Civil, a licitação dos novos equipamentos está estimada em cerca de R$ 3,2 milhões e a abertura do certame está sendo analisada pelo conselho gestor do Palácio dos Bandeirantes, sob a gestão do governador João Doria (PSDB). “Estamos aguardando a manifestação do conselho para iniciarmos a licitação propriamente dita. Acreditamos que até novembro está encerrado”, disse.

A compra dos tablets com sistema de GPS faz parte de um pacote de melhorias de performance da Polícia Civil estimado em R$ 50 milhões, que prevê ainda compra de equipamentos como viaturas, armamento e tecnologia de ponta para trabalhos de inteligência, como o combate à lavagem de dinheiro.

O presidente da Associação dos Delegados de São Paulo, Gustavo Mesquita Galvão Bueno, vê outro benefício com o sistema de monitoramento: a segurança do policial –tanto física como funcional.

“Só espero que uma medida como essa seja para proteção do policial, e não se transforme em uma caça às bruxas. Que não ocorra uma inversão de valores, como a gente viu na própria aprovação do estatuto do abuso de autoridade, que coloca os policiais em constante ameaça”, disse ele. “É importante o investimento em equipamentos, mas precisa haver uma valorização daquela peça fundamental e insubstituível que realiza a segurança pública, que é o ser humano policial.”

O promotor Gregório Edoardo Raphael Selingardi Guardia, coordenador do Gecep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) do Ministério Público de São Paulo, disse que nos últimos anos policiais foram denunciados à Justiça em casos “relacionados à utilização de viaturas oficiais para extorsão de comerciantes ou criminosos”, alguns deles com condenação.

“A instalação de rastreadores veiculares em viaturas torna a atividade da Polícia Civil mais transparente. Trata-se de providência que pode ser associada a outras iniciativas, como a instalação de câmeras nas dependências dos distritos policiais”, disse ele.

Benedito Mariano, ouvidor da instituição, diz que viu com “bons olhos” a medida porque ela proporcionará, de um lado, mais segurança ao trabalho dos bons policiais e, de outro, ajudará nas investigações de casos de corrupção, envolvendo os maus. “Era estranho só a Polícia Militar ter isso e a polícia judiciária, não.”

Segundo levantamento da Ouvidoria da instituição, de 2018 até agora, foram registradas 18 denúncias de extorsão de comerciantes envolvendo policiais civis —em quatro delas, as supostas vítimas informaram que os agentes estavam em viaturas oficiais.

Polícia Militar tem cerca de 15 mil carros rastreados. O sistema GPS da corporação começou a ser implantado em 2009 e, além do monitoramento de percursos para fiscalização, ajudou na distribuição de efetivo e envio de equipes mais próximas ao endereço de pessoas que buscam atendimento no 190.

Foi com ajuda desse rastreador que a Corregedoria da PM conseguiu reunir prova contra dois policiais presos sob a suspeita de terem estuprado uma mulher dentro de uma viatura. O GPS indicou o caminho percorrido pela viatura, que coincidia com o mesmo informado pela vítima.

OAB pede que governo suspenda abertura de cursos de Direito por cinco anos 1

OAB pede que governo suspenda abertura de cursos de Direito por cinco anos

Pelo pedido, autorização de novos cursos deve ficar suspensa até que se verifique a qualidade dos cursos já existentes.

João Leandro Longo, Advogado
Publicado por João Leandro Longo
há 3 dias

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Fonte: Migalhas

O secretário-Geral da OAB, José Alberto Simonetti, e o diretor tesoureiro da OAB, José Augusto Araújo de Noronha, se reuniram com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para solicitar a suspensão da autorização de abertura de novas graduações em Direito, pelo prazo de cinco anos, até que se verifique a qualidade dos cursos já existentes. O encontro foi na quarta-feira, 14, no ministério da Educação.

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De acordo com o documento entregue pela OAB ao Ministério da Educação, “no ano de 2019, foram autorizados 121 cursos de Direito com 14.891 vagas anuais, totalizando atualmente 1.684 cursos jurídicos em funcionamento no Brasil, em sentido contrário a opinião emitida por esta Instituição”. No período de 2005 a 2011, foram criados 324 cursos de Direito, ao passo que no período de 2011 a 2019 foram criados 472 cursos,”o que ratifica a ausência de critérios adequados à criação dos cursos”.

“A função da OAB é colaborar para o aperfeiçoamento e a promoção da qualidade do ensino jurídico no país”, destacou Simonetti. José Augusto Araújo de Noronha ressaltou que há necessidade de maior fiscalização para que os cursos que não alcançaram os índices de qualidade apresentados para a abertura das vagas sejam fechados.

“A situação é grave, na medida em que esses cursos lançam milhares de bacharéis no mercado, que não têm condições de serem aprovados no Exame de Ordem e, portanto, não podem exercer a Advocacia.”

O encontro teve a participação do assessor especial do ministro da educação, Victor Safatis Metta, e dos deputados Federais Felipe Francischini e Caroline de Toni.

Governo de SP investe R$ 12,6 milhões em segurança inteligente nas estradas 8

Crédito: Divulgação

Germano Oliveira

“Com todo o sistema integrado, os policiais rodoviários terão rápido acesso aos registros criminais – como roubo, furto e alertas criminais – e administrativos dos veículos – como o IPVA e o licenciamento”, disse Doria no lançamento do programa no Palácio dos Bandeirantes.

O sistema será conectado a uma central do DER interligada aos bancos de dados de inteligência da PM (Copom), Polícia Civil, Justiça e Detran (Prodesp). O modelo foi desenvolvido com tecnologia da Prodesp, empresa do Governo do Estado. “Assim, os dados flagrados em placas de veículos com irregularidade são enviados automaticamente aos tablets mais próximos da localidade da ocorrência”, informou o governador.

Os tablets e impressoras já estão funcionando. Além dos 220 novos equipamentos com OCR que serão instalados até novembro, o estado já possuía outros 548 aparelhos do mesmo modelo em operação. “A tecnologia auxilia no trabalho de inteligência e valoriza o profissional. Segurança pública precisa de estatística comparada e, por isso, precisamos de dados sobre os comportamentos no trânsito, os períodos e os locais”, afirmou o Secretário da Segurança Pública, General João Camilo Pires de Campos, que acompanhou Doria no evento.

O governo paulista investiu R$ 12,6 milhões nesse sistema, estruturado por meio de uma parceria entre a Secretaria de Logística e Transportes, que comenda o DER-SP, com o comando do Policiamento Rodoviário de São Paulo. “Todo esse processo faz com que a gente possa oferecer uma maior segurança e gestão das estradas. Nós estamos colocando também o conceito de inteligência artificial para que seja possível simular situações e ter uma visão preditiva dos eventos nas rodovias”, disse o Secretário de Logística e Transportes, João Octaviano