Para site do UOL – Grupo Folha de São Paulo – durante a ditadura militar somente a Polícia Civil comandada pelo Delegado Fleury – que mandava mais do que o Governador – torturava e matava opositores 35

Tortura e morte: Os porões da ditadura brasileira

De acordo com o presidente Jair Bolsonaro, se quisermos saber onde foi parar um militante desaparecido durante a ditadura, ele contaria. Mas será que Bolsonaro sabe mesmo o que ocorria nos porões do regime?

Alessandro Meiguins Publicado em 29/07/2019, às 16h00

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Crédito: Reprodução

“Um dia se o presidente da OAB [Felipe Santa Cruz] quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto para ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Eu conto para ele”.

Foi o que disse o presidente Jair Bolsonaro sobre o militante Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, da Ação Popular Marxista-Leninista. Será que o presidente sabe mesmo o que aconteceu com Fernando?

Contra a Pátria não há Direitos, informava uma placa pendurada no saguão dos elevadores do prédio da Polícia Civil em São Paulo. Era o tempo da Tigrada, policiais e militares com ordem e permissão para matar, muitos sob o comando de Sérgio Paranhos Fleury.

O delegado era violento. Começava estapeando, depois torturava e, se perdia a paciência, atirava mais de uma vez. Filho de legista, Fleury cresceu em delegacias. Estava na polícia desde os 17 anos. Fazia parte de uma unidade particularmente agressiva, a Delegacia de Roubos, quando foi recrutado pelo regime militar, em junho de 1969.

O delegado viria a ser a peça-chave da Operação Bandeirante, a Oban. A missão era estratégica: criar um organismo que reunisse elementos das Forças Armadas, da polícia estadual e da Polícia Federal, para o trabalho específico de combate à subversão.

Na prática, o núcleo reuniu os elementos mais radicais, corruptos e violentos dessas organizações. Fleury e sua trajetória são um retrato acabado do que se passou nos porões da ditadura brasileira. Contra o terror, investiu-se no horror.

A repressão não nasceu com o AI-5, mas foi com ele que viveu seu auge. Houve torturas e mortes desde os primeiros anos de governo militar. O Departamento de Ordem Política e Social (Dops), subordinado ao governo estadual, existia desde os anos 20. O Serviço Nacional de Informações foi criado em 1964.

A Polícia do Exército torturou logo após o golpe. As manifestações de 1968 foram reprimidas com dureza. Só que o AI-5 foi entendido como licença para matar e, de fato, quem matou em nome do combate à subversão não foi incomodado nos anos seguintes.

Dizer que a máquina repressiva se organizou após 1968 é uma imprecisão por conta disso. E também porque a desorganização era o fundamento da lógica da repressão. O capitão torturador passava por cima do major, o delegado trabalhava contra o governador.

Nesse sentido, a repressão subvertia a ordem mais do que os guerrilheiros. Isso não quer dizer que não houvesse cadeias de comando, mas que os porões criaram sua própria hierarquia – clandestina, com ramificações nos altos escalões e, no mínimo, sua conivência.

Fleury, por exemplo, teve plenos poderes ao chefiar a Oban. Quando se instalara no Dops, já levara com ele todo seu Esquadrão da Morte, um grupo de policiais envolvidos em esquemas de corrupção, proteção a traficantes, desvio de contrabandos. Um deles, conhecido como Fininho, carregava no chaveiro, como amuleto, a língua de um dedo-duro que metralhou.

“Os comandantes militares sabiam que tinham colocado um delinquente na engrenagem policial do regime”, diz Elio Gaspari no livro A Ditadura Escancarada, referindo-se a Sérgio Paranhos Fleury.

Por dentro dos porões.

Captura

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Ao descobrir a localização de um suspeito, a polícia o prendia no esconderijo ou na rua. mas houve gente que foi solta legalmente para depois sumir ilegalmente.


Laudo falso

Médicos compactuavam com as torturas, forjando autópsias para vítimas que haviam morrido ou mantendo o preso em condições de falar durante os interrigatórios.


Maus-tratos na cela

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Choques elétricos e o pau-de-arara foram dois dos métodos mais usados pelos torturadores, que, quando agiam em delegacias, usavam os gritos das vítimas para aterrorizar os demais prisioneiros.


Grampeado

Agentes montavam dossiês sobre suspeitos, acompanhando suas atividades e conversas telefônicas por meio de escuta ilegal. Todas as Forças tinham setor de informações.


Desova

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Quando ocorria um acidente de trabalho, como a morte de um preso, eram montadas falsas versões de tiroteio, cenas de suicídio ou o corpo era enterrado como indigente.


Aula de tortura

Nos quartéis, houve casos isolados de aulas de tortura, ministradas por oficiais diante de plateias de dezenas de militares. Os presos eram tirados das celas e supliciados ao vivo para ajudar nas explicações.


Métodos radicais

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Espancamentos, palmatória e afogamentos também foram técnicas usadas nos maus-tratos. Contra mulheres, houve estupros individuais e coletivos. Um preso teve a boca presa ao escapamento .


Medalha

Militares e civis ganhavam medalha por serviços prestados à repressão. Fleury ganhou a sua. O nome parecia ironia: Ordem do Pacificador.

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-os-metodos-de-tortura-da-ditadura-brasileira.phtml

Ninguém merece Bostanaro por 4 anos – Bolsonaro odeia o Exército , com o seu comportamento quer que a humanidade pense que o oficialato é composto por boçais como ele 10

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Votei no Bozonaro não por me identificar com eventual proposta de governo que porventura apresentasse, mas sim, em protesto a essa “puta” bandidagem de colarinho e gravata que saqueou os cofres públicos nas últimas décadas. Chega de sarneis, michéus, aécios, lulas, alckmins, perilos, serras, richas e outros larápios, bem como as quadrilhas que os acompanhavam.

Infelizmente, apesar de aparentemente honesto, o presidente que ai está, mostra ser uma pessoa desequilibrada, podendo com seus atos e palavras colocar em risco a segurança interna e externa do país, mormente quando quer designar o próprio filho para ser o elo com aquele outro louco do norte.

Além de ter uma postura não compatível com a dignidade do cargo que ocupa, seu reduzido vocabulário se limita a comentários inoportunos, inconvenientes ou ofensivos aos defensores do meio ambiente ou da dignidade da pessoa humana.

Não tem uma semana sem que solte uma pérola como o descabido comentário sobre o sumiço do pai do presidente nacional da OAB durante os anos de chumbo.

Não podemos tirar a parte pelo todo. É impossível acreditar que esse seja o perfil de um oficial de carreira das nossas gloriosas forças armadas. Todos nós sabemos da qualidade do ensino ministrado nas academias militares.

Só sete meses de governo. Tem muita bos…. para dizer até o fim do mandato, se é que isso vai acontecer.

Ninguém merece Bostanaro por 4 anos.


Colaboração: amigo do 9º andar do Palácio da Brigadeiro

Um presidente detestável, indecente , mentiroso patológico e desprovido de moralidade 13

Um presidente detestável

Falta a Bolsonaro a decência mínima, que nos faz reconhecer o próximo como semelhante

Já tivemos ditadores como Getúlio Vargas, Médici e Geisel, que ordenaram ou pelo menos toleraram crimes muito mais graves do que Jair Bolsonaro jamais cometerá, mas nenhum deles se revelou um ser humano tão detestável quanto o atual presidente. Falta ao chefe do Executivo aquela decência mínima, que nos faz reconhecer o próximo como um semelhante.

Não ignoro que, na política, é preciso às vezes levantar bandeiras polêmicas e antagonizar adversários. Só que existem modos e modos de fazê-lo. Se o presidente insiste em defender o golpe de 64, não precisaria enaltecer a tortura institucionalizada, que representa a forma mais covarde de violência que o Estado pode infligir contra o indivíduo. Se acha que as políticas identitárias foram longe demais, poderia apenas dizê-lo, sem necessidade de disparar ofensas contra minorias.

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O presidente Jair Bolsonaro – Pedro Ladeira – 24.jul.2019/Folhapress

De modo análogo, se Bolsonaro deseja criticar um jornalista, o que é pleno direito seu, poderia questionar aspectos técnicos de seu trabalho ou mesmo seus pressupostos filosóficos. Quando opta por atacar sua vida pessoal, dá mostras de que ou não entendeu a dinâmica da liberdade de imprensa ou tem problemas de caráter mesmo.

Se nutre uma desavença com alguém, deveria circunscrever sua animosidade contra o adversário. Ao insultar seus familiares, que já não podem defender-se, exibe uma faceta cruel e desumana. Traduzindo isso para uma linguagem que o presidente talvez seja capaz de alcançar: “a mãe não, pô!”.

A principal missão de um governante é produzir bem-estar e distribuí-lo de forma tão equânime quanto possível. Historicamente, porém, alguns dirigentes se destacaram por atuar como reserva moral da nação, equilibrando sabedoria e compaixão para levantar e arbitrar questões decisivas. Ainda é cedo para dizer se Bolsonaro conseguirá cumprir o primeiro objetivo, mas no segundo ele já fracassou —como líder e como ser humano.

Hélio Schwartsman

Jornalista, foi editor de Opinião. É autor de “Pensando Bem…”.

Governador do Rio de Janeiro cria patente de General para a PM e Bombeiros 16

Witzel cria a patente de General para Polícia Militar e Bombeiros

Wilson Witzel na condercoração do secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo
Wilson Witzel na condercoração do secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo
Felipe Grinberg e Rafael Soares

Em um decreto que será publicado nesta quinta-feira, o governador Wilson Witzel cria a patente de General na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros. Com isso, o secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo, o secretário de Estado de Defesa Civil e Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey Júnior, passarão a desempenhar a função de General honorífico.

Em sua justificativa, Witzel defende que a criação da patente segue os moldes de forças armadas de todo o mundo, além de representar “o fortalecimento da disciplina, o incremento da valorização profissional e melhor organização administrativa, trazendo elevação do moral da tropa, traduzindo-se numa melhor prestação de serviço de segurança à população fluminense.

Momento em que o governador Wilson Witzel assina o decreto que cria a patente de General
Momento em que o governador Wilson Witzel assina o decreto que cria a patente de General

Em um áudio enviado para o coronéis da PM e para o Conselho de Segurança, Witzel disse ter tratado a mudança nas patentes com o presidente Jair Bolsonaro. Segundo o governador ter generais nos facilitará a escolha dos comandantes das corporações:

— Nós temos hoje uma tropa que está envolvida em constante combate, é preciso ter uma formação de um oficial general para condução das nossas tropas, e aqui no Rio de Janeiro a minha proposta é criar entre 5 a 8 cargos, inclusive o comandante geral. Também cria no Brasil uma classe de oficiais generais de PM que forçosamente estará obrigados os governadores a escolherem entre esses profissionais preparados, colocando em postos importantes oficiais mais modernos, e assim permitindo que possamos ter entre 7 e 8 anos a permanência de oficiais no ultimo posto — disse Witzel

Caso os secretários sejam exonerados, eles manterão o titulo de general até a aposentadoria. O decreto determina ainda que fica a cargo das corporações determinar os uniformes, distintivos, insígnias, emblemas, peças e acessórios de uso privativo dos Generais Bombeiro Militar ou Policial Militar.

‘Decreto é absolutamente ilegal’, diz especialista

Para Manoel Peixinho, especialista em Direito Constitucional e Administrativo da PUC-Rio, Witzel comete um erro primário ao assinar o decreto, que fere decretos federal e estadual.

— Nas duas hipóteses, as promoção devem observar as determinações legais. As promoções por meio de ato administrativo, decreto, são ilegais e é atentatória, ao princípio da ilegalidade, pode favorecer determinadas pessoas. É um erro primário do governador. O decreto é absolutamente ilegal. Fere tanto o decreto-lei federal quanto a lei estadual. Em ambos os atos normativos há previsões de promoção e ascensão nos postos hierárquicos — comentou