Caquistocracia bolsonarista – o governo dos piores líderes com o apoio dos mais desqualificados cidadãos 12

Caquistocracia, o pior de nós

É raro um governo sintetizar a podridão de uma sociedade, mas acontece

No dia 19 de abril de 2018, comecei esta coluna com o seguinte parágrafo: “Caquistocracia: governo exercido pelos piores indivíduos de uma sociedade. A palavra já andou borboleteando por aí, mas não consta de nenhum dicionário de português que eu conheça. Talvez devesse constar”.

Desde então a palavra ganhou alguma circulação e pipocou em dicionários, inclusive no Houaiss, mas a verdade é que ainda não estava madura. Palavras correm atrás da realidade, não na frente. Naquele momento, Jair Bolsonaro era apenas um azarão na corrida presidencial.3

Talvez nem ele imaginasse que iria, alguns meses depois, conquistar pelo voto o direito de instituir a caquistocracia emplumada em que hoje o Brasil se esfola e se despedaça.

Não é uma caquistocracia qualquer. A experiência caquistocrática brasileira aspira seriamente ao título de mais completa e ousada da história. Tudo indica que a hora da palavra chegou.

Em inglês, o termo “kakistocracy” existe –e é marginal– há séculos. Em 2018, o pretexto para falar dele aqui foi o interesse momentâneo que tinha despertado depois de aparecer no ataque de um ex-diretor da CIA, John O. Brennan, ao governo de Donald Trump.

Fazia sentido: o bufão perverso que ocupa a Casa Branca é, com muitos topetes de vantagem, mais merecedor do mimo do que predecessores como Ronald Reagan e Barack Obama, que também chegaram a ser agraciados com a palavra na guerra retórica da política.

Historicamente, “caquistocracia” está aí para isso mesmo. Com seu jeito de comédia erudita, junta dois elementos gregos –“kakistos”, superlativo de “kakos” (mau, ruim), e “kratía”, poder– num xingamento sofisticado, uma hipérbole insultuosa.

Não é uma palavra que cientistas sociais costumem levar a sério em suas reflexões, como democracia, autocracia, aristocracia e outras da família. Tem mais a ver com a volatilidade do insulto lusófono “canalhocracia”, dicionarizado pela primeira vez por Cândido de Figueiredo em 1913.

Entende-se. É raro que a caquistocracia possa ser tomada ao pé da letra para nomear um governo que, de fato, reúne aquilo que de mais vil e grotesco um grupo humano tem para oferecer, sua pior versão possível, o esgoto exibido na sala de estar. Até por razões de sobrevivência social –o componente necessário de autodestruição e loucura é grande demais.

Acontece, porém. Não há termo mais adequado a um governo em que os responsáveis pela saúde promovem a morte, os gestores da educação a vandalizam, os encarregados de preservar o meio ambiente o devastam, os timoneiros das relações exteriores colhem achincalhe mundo afora –e o presidente se chama Bolsonaro.

O curioso é que o mais catastrófico governo de nossa história, responsável por 100 mil mortos e contando, não se contenta em ser a apoteose da caquistocracia. Faz questão de agitar essa bandeira o tempo todo, para ninguém esquecer.

Aparentemente, não basta tocar em frente o projeto de entregar a gente inepta –ou coisa pior– tudo o que se deseja destruir. Deve-se frisar, de preferência com escárnio, a intencionalidade do bota-abaixo. A nomeação de uma blogueira de turismo para a Funarte é só o episódio mais recente.

Pensando bem, talvez caquistocracia corra o risco de soar como um eufemismo meio aguado no atual estágio da calamidade brasileira. Terá chegado a hora do neologismo “tanatocracia” –governo da morte?

Sérgio Rodrigues

Escritor e jornalista, autor de “O Drible” e “Viva a Língua Brasileira”.

Deus nos livre, mas se for parado pela PM, reze! 6

Jovem morto em ação policial fazia manobras com motos, reprimidas pela PM

Gustavo Vinícius Pereira dos Santos, 25, assistente administrativo que participa de "bololôs" por lazer e era amigo de Rogério, morto por um PM no domingo (9) - Marcelo Oliveira/UOL

Gustavo Vinícius Pereira dos Santos, 25, assistente administrativo que participa de ‘bololôs’ por lazer e era amigo de Rogério, morto por um PM no domingo (9) Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

Do UOL, em São Paulo

12/08/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Rogério Ferreira Júnior, morto a tiros em abordagem da PM, se divertia com motos
  • Ele e outros moradores faziam manobras e barulho com o escapamento
  • Diversão é comum na periferia e sofre dura repressão
  • Amigo e líder comunitário relatam que jovem assassinado era trabalhador

O estudante Rogério Ferreira da Silva Júnior, 19, morto a tiros durante uma abordagem policial no Parque Bristol, na zona sul de São Paulo, era praticante do “bololô”, lazer que consiste em fazer barulho com o escapamento e malabarismos com motocicletas. Segundo adeptos da cena, a atividade sofre intensa repressão policial na periferia da capital e são comuns agressões e danos às motos.

Na tarde do último domingo, Dia dos Pais, não foi diferente. Era aniversário de Rogério, que pediu emprestada a moto nova do amigo Guilherme Porto, seu vizinho, para participar da brincadeira, quando a PM chegou à avenida dos Pedrosos, atrás do CEU Parque Bristol, e o derrubou da moto.

Poderia ser mais uma abordagem “corriqueira” da polícia, mas o soldado da PM Guilherme Tadeu Giacomelli, 22, com seis meses de atividade nas ruas, atirou e disse ter se assustado com o adolescente durante a abordagem. Rogério morreu no pronto-socorro.

Apesar de mortes, como a de Rogério, não serem comuns nas ações da PM contra os “bololôs”, os “esculachos” (abordagens policiais com xingamentos e agressões) da Polícia Militar contra os praticantes das manobras são usuais. A derrubada de motos como parte da abordagem também.

Derrubando moto

“Os PMs chegam ‘esculachando’ a molecada e derrubando moto. Muitos jovens acham normal apanhar da polícia desde que a moto não seja apreendida, mas não é normal. Se há infração de trânsito, tem que multar. Falta diálogo”, conta o educador Marcelo Dias, que dirige a ONG Novos Herdeiros Humanísticos.

Marcelo Dias, preso injustamente por 6 meses em 2018, milita em ONG da zona sul de São Paulo que auxilia famílias vítimas da violência policial - Marcelo Oliveira/UOL - Marcelo Oliveira/UOL
Marcelo Dias, preso injustamente por 6 meses em 2018, milita em ONG da zona sul de São Paulo que auxilia famílias vítimas da violência policial

Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

A ONG atua na região e integra a Rede Protetora, um conjunto de organizações que promove os direitos humanos e denuncia casos de violência policial na região da zona sul conhecida como Fundão do Ipiranga, formada pelos bairros limítrofes com o ABC paulista.

Dias foi vítima de brutalidade policial e acusado de tráfico de drogas sem provas. Passou seis meses preso com base no testemunho de policiais militares. Absolvido por falta de provas, hoje está 100% envolvido com a ONG e a defesa dos direitos humanos em sua comunidade. A instituição ajudou no apoio à família de Rogério e no protesto realizado ontem pelos organizadores do bololô do Bristol.

“Faz parte da nossa missão preservar a vida em sua totalidade. Estamos solidários à família e a esse movimento. Que este caso, infelizmente, eduque o nosso povo a buscar por Justiça. Abrimos os caminhos para que se mobilizem, mas agora a comunidade é quem tomará a frente”, disse.

“Se for parado pela PM, reze”

“Foi o segundo caso de violência policial em cerca de três meses ali na região”, conta o assistente administrativo Gustavo Vinicius Pereira dos Santos, 25, formado em recursos humanos e que está fazendo pós-graduação. Além do trabalho fixo na recepção de uma unidade básica de saúde, ele complementa a renda como motorista de aplicativo.

“Nada justifica um policial matar ou dar tapa na cara de ninguém”, disse o jovem, que também foi vítima de violência policial.

Gustavo voltava para casa de carro depois de uma balada e havia consumido álcool. Ele admitiu a infração, mas, em vez de ser multado e ter o carro apreendido, foi agredido pelo policial.

“A comunidade sofre repressão constante por falta de um local adequado para o nosso lazer. Porque não podem disponibilizar um estacionamento, com food trucks, banheiros, uma ambulância e policiamento para que a galera possa fazer as manobras em segurança? Para rico tem eventos assim, porque para nós não?”, questiona.

Parque Bristol, na zona sul de São Paulo, onde morava e foi morto Rogério Ferreira da Silva Júnior, 19, durante abordagem policial - Marcelo Oliveira/UOL - Marcelo Oliveira/UOL
Parque Bristol, na zona sul de São Paulo, onde morava e foi morto Rogério Ferreira da Silva Júnior, 19, durante abordagem policial

Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

“Ninguém é vagabundo. São jovens que estão produzindo, trabalhando para ter uma moto, ‘dar um grau’ [como são chamadas as manobras com motos]. São entregadores, motoboys, pedreiros, que curtem um lazer no domingo à tarde, horário em que está todo mundo acordado. A distribuição de brinquedos que fizemos nas comunidades no Natal ninguém vê”, diz.

“No fim de semana, queremos ter o nosso lazer: fumar um narguilé, beber, curtir um funk ou participar de bololô, mas, em dia de semana, todo mundo tem seu uniforme e é um brasileiro padrão. Quem é bandido, quer ostentar na noite, se drogar, não dar rolê de moto à tarde”, afirma.

“Perdi um amigo. Eu estou traumatizado. Todo mundo sabe que o Rogério era um cara trabalhador. Já tinha me ajudado em eventos, trabalhado também de ajudante de pedreiro. Ele se virava. Ele já teve uma moto de 100 cilindradas, mas agora estava sem. Por isso, na homenagem a ele estava escrito RP 100 [veja o post do Instagram acima]. Tem a ver com a motinho que ele tinha.”

Gustavo acrescenta que nem todas as abordagens policiais são violentas. “Eu já fui parado de moto, sem a CNH, mas estava com a carteira de trabalho no bolso e fui liberado, mas eu confesso que, ultimamente, tenho medo de morrer numa abordagem policial. Se alguém for parado em rua escura, tem que rezar o pai-nosso”, diz.

Novo protesto marcado

O jovem diz que seguirá mobilizado em busca de justiça e que neste final de semana haverá protesto novamente em homenagem a Rogério. “Só quero que o autor dessa morte responda conforme a lei. Que se cumpra a lei que ele jurou defender. O lema da PM é servir e proteger, não é matar”, afirma Gustavo.

O UOL questionou a assessoria de imprensa da Polícia Militar sobre qual a estratégia da PM para os bololôs e se a derrubada de motocicletas faz parte de algum padrão de abordagem. A assessoria disse que questionaria o batalhão local. Segundo a assessoria da PM, contudo, a estratégia da corporação nesses casos é semelhante à dos pancadões (festas de funk a céu aberto), mapeando os locais em que acontecem os eventos.

A morte de Rogério é investigada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil.

Para lembrar, mesmo neste momento de tristeza, como a PM costuma tratar policiais civis 10

https://www.youtube.com/watch?v=UjBZ7YHl0Js&lc=Ugw6CcHgpkkMa3o5Ljt4AaABAg&feature=em-comments

Nilton gomes Sou policial civil aposentado e já fui policial militar por 10 anos, acho muito inoportuno o comentário do colega acima nessa hora de dor, principalmente para as famílias desses políciais, o colega deveria respeitar o momento e ficar calado.

 

Com todo respeito Nilton, mas neste momento de dor se a Polícia Civil continuar rastejando pra PM muitos de vocês serão algemados e espancados quando de eventuais abordagens.

Bastará dizer que é policial civil !

A morte desses três PMs servirá de pretexto para toda a sorte de abusos.

Aliás, que há anos praticam quando se trata de policiais civis!

Ficará pior !

Policial civil jamais entrega funcional e arma para outro policial, salvo superior hierárquico! 37

Fernandão DISE Na realidade os 3 PMs que perderam a vida nesse QRU, só demonstraram a gana de querer ferrar um policial civil , o que acabou custando-lhes a vida, nos meus 30 anos de policia civil para mi não existe isso de policia puxar numero de arma de policia, se identificou , PT SAUDAÇÕES, mas os mikes achando que realmente se tratava de um PC, o que lhes fizeram deixar de lado procedimentos de segurança , ate pq se soubessem que a funcional era falsa e se tratava de mala ja estaria algemado e encontrariam a outra arma, mas afrouxaram a revista e os procedimentos pq cientes de que se tratava de um charlie , e ja tinham tirado a arma e a funcional , foram pesquisar com o intuito e a gana de atrasar o lado do PC, so que não contavam e desacreditaram que do outro lado poderia ter um apetitoso que com uma glock 9mm portada nas costas viesse a dar cabo dos 3 antigoes tatiqueiros, fica demonstrado claramente a vontade de atrasar o lado dos PC, mas dessa vez a pica foi para o lado oposto, com certeza se fosse realmete um PC por estar alcoolizado dirigindo , abordando ja estaria em flagrante delito, detido, respondendo um PA e possivelmente com o pé na rua , pela inveja de pseudos colegas que tb ficaram naquelas filas enormes na acadepol mas não conseguiram entrar para a PC o que acarreta nessa rusga eterna.

Não concordo que seja por inveja; já foi o tempo  em que policiais militares poderiam ter inveja de policiais civis…

DE REGRA:  FILHA DA PUTAGEM , PURA ! 

Não sei se foi esse o espírito do caso em questão , mas a rotina e querer sim atrasar o lado e arrumar pretexto para um baculejo no automóvel . 

PM , muito mais do que inveja , nutre preconceito: todo PC é folgado e ladrão!  

Eu amo o povo da China, graças ao chinês o brasileiro pobre ainda possui um pouco de diversão , vestimenta e algum trabalho 17

China: oito coisas que todo mundo deveria saber - Endeavor Brasil

Observe cada produto que você consome: originais , genéricos e os contrafeitos…

Tudo made in China!

O melhor produto americano ou europeu é produzido , com rigorosa qualidade, na China.

Por sua vez, o empresário brasileiro é tão ordinário que nem sequer é capaz de imitar o mais falso dos produtos falsificados…

Desde a Ditadura Militar querem subsídios, reserva de mercado, proibição de importações , tudo isso para nos entregar lixo vendido a peso de ouro!

Por sorte , a maioria foi a falência !

A China , há muito tempo , no comércio , dá mais empregos e renda para os brasileiros  do que todas as multinacionais aqui estabelecidas há décadas.

Olhem para as nossas cidades !

Nem é necessário dizer sobre o nosso agronegócio…

Viva a China e viva aos chineses !

DEFENDA-SE DA PM – O mais do mesmo.Mais sangue, mais despreparo, mais covardia e mais “assassinatos” completamente injustificáveis. Haja retreinamento. 3

Infelizmente, o mais do mesmo. Enquanto a “Defenda PM” se dedica a judicializar questiúnculas sobre atribuição institucional para apuração de determinadas infrações penais, os recorrentes “assassinatos” protagonizados por PM’s continuam. Como desgraça pouca é bobagem, num deles a vítima fazia aniversário no dia em que foi executada.

Em apenas uma semana, em pleno “retreinamento” da PM para melhoria dos protocolos de “espancamento, de passamento, de fuzilamento, etc.”, dois motociclistas são covardemente “assassinado” com o mesmo “modus operandi”, ou seja, mata primeiro e depois mente no histórico do RDO. Só esqueceram que o monitoramento por câmeras não mente nunca.

Por outro lado, uma inédita ocorrência de execução sumária de uma guarnição inteira da PM por um averiguado, numa simples abordagem de rotina. Fiquei 37 anos na polícia e nunca soube de algo semelhante. Com todo respeito à memória dos policiais, como toda a guarnição fica junta, checando informações de arma e identidade do averiguado e nenhum deles, para a própria segurança da guarnição, fica na contenção do averiguado, mormente quando outro indivíduo o acompanhava?
Realmente, algo de muito errado acontece, e com certeza não é retreinamento que vai corrigir.
Me ajuda aí “Defenda PM”!

Por: amigo da ACADEPOL!

Não há limites para a covardia e desonestidade funcional de parcela de Delegados do DHPP 31

Nem mesmo a covardia da PM e a cultural desfaçatez do oficialato supera a tibiez de certos delegados alisadores da PM.

E fica cada vez mais claro que a maioria das resistências são fraudulentas.

Quando bandido reage leva alguém consigo!

Três policiais morreram em vão, pois em seguida seus colegas mostraram o motivo de a sociedade não se importar com as mortes de PMs.

 

Pesquisa demostra que PMs são culturalmente inferiores em relação aos policiais Civis e Federais; disso – pior formação intelectual – resulta tanto ódio pelos diferentes e esse amor apaixonado por Bolsonaro…Diga-se, “amor de corno manso”! 12

PMs amam Bolsonaro e sertanejo tanto quanto odeiam LGBTs, mostra pesquisa

07/08/20 por Caê Vasconcelos – Ponte Jornalismo

Para Dennis Pacheco, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, dados demonstram a “subcultura das ruas e do cotidiano policial”

PMs posam para foto com bolsonarista em manifestação pró-Bolsonaro, em 1 de outubro em 2018 | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

Fãs de sertanejo, apoiadores de Bolsonaro e odiadores da população LGBT+. Esse é o perfil de parte dos policiais militares brasileiros. Quem mostra isso é o estudo “Política e fé entre os policiais militares, civis e federais“, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com a empresa de inteligência de dados Decode Pulse, que analisou interações públicas de perfis de policiais militares, policiais civis e policiais federais no Facebook.

Confira os primeiros resultados da pesquisa

Os pesquisadores usaram informações dos portais de transparência dos estados e da União para chegar em 885.730 policiais da ativa ou aposentados. A partir daí, localizaram 141.717 perfis de policiais no Facebook, dos quais sortearam 879 contas. Ao todo, foram analisadas 2.893.101 menções relacionadas à segurança pública no Facebook entre janeiro e junho de 2020.

Dennis Pacheco, pesquisador do FBSP, explica que o ponto central das mensagens é a pauta anti-LGBT, seguida pelos elogios ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ambos os discursos são mais presentes entre policiais militares do que entre policiais civis ou federais.

Leia também: Violência contra protesto antifascista mostra de que lado a PM está

No total dos cargos mapeados, 69,2% eram de praças (soldados, cabos e sargentos). Dentro da corporação da Polícia Militar também há diferenças: o ódio aos LGBTs e o apoio ao presidente estão mais presentes nos praças: 92% do total de comentários contrários às pautas LGBTI foram feitos eles. Cerca de 41% desses PMs interagem com grupos bolsonaristas.

O apoio maciço da PM ao presidente Jair Bolsonaro não se reflete da mesma foram em outras grupos policiais. A maior ausência nesses grupos está entre os delegados da Polícia Civil: 93%. Cerca de 90% dos policiais civis de outras carreiras também não estão presentes em grupos bolsonaristas.

Entre os oficiais da PM, 65% não interagem em ambientes bolsonaristas. Entre membros da Polícia Federal, 88% dos delegados não estão em grupos bolsonaristas e 87% dos demais cargos também estão fora desses ambientes.

O ódio contra LGBTs também é menor entre policiais civis e policiais federais. Entre os policiais civis, apenas 5% deles está em ambientes bolsonaristas radicais contrários às pautas LGBTs. Entre os policiais federais não há qualquer tipo de interação contrária a esses grupos.

Nos ambientes bolsonaristas, a análise foi feita de duas formas: bolsonaristas, grupo com participação expressiva de seguidores de páginas relacionadas a políticos de direita, e bolsonaristas radicais, grupo com participação expressiva de páginas declaradas de fãs e militantes do presidente Bolsonaro.

“A baixa aceitação da institucionalidade democrática é o que mais preocupa, porque acarreta posicionamentos dos policiais mais alinhados a uma ideologia conservadora e tradicionalista do que a cadeia de comando. E isso é o que mais assusta, já que estamos falando em uma força de 700 mil pessoas armadas no país”, explica Pacheco.

Leia também: PMs do Rio fazem postagens com apologia à violência

Diante disso, o estudo aponta que um em cada quatro praças da Polícia Militar demonstrou adesão nas redes sociais a pautas da extrema direita, identificadas com a agenda radicalizada do governo Jair Bolsonaro.

Ponte já mostrou diversas vezes o aparelhamento da PM pela extrema direita. No período eleitoral de 2018, ficou evidente a conduta partidária da PM paulista, em que os policiais tiraram fotos com apoiadores de Bolsonaro e expulsaram jovens negros das periferias que faziam um “rolezinho” no Masp.

No mesmo ano, a Ponte contou que o coronel Marcelino Fernandes, ex-corregedor da PM, que era responsável por investigar os crimes cometidos por policiais militares até o começo de 2020, apesar de se dizer “um defensor dos direitos humanos”, era apoiador de Bolsonaro, afirmava que Brilhante Ustra não era torturador e que Brasil não teve ditadura.

Em 2020, o posicionamento político voltou com força, quando um ato antifascista foi reprimido com violência enquanto uma bolsonarista, que carregava um taco de beisebol, foi retirada com delicadeza do ato.

A Ponte também contou que, no Rio de Janeiro, policiais que atuam em uma Unidade de Polícia Pacificadora nas favelas fazem apologia à violência nas redes sociais, ostentando armas e zombando do luto de moradores nas periferias.

Entre os assuntos mais compartilhados por policiais militares, 49% são comentários sobre política institucional, 24% tratam de comentários contrários à pauta LGBT+, 14% são de temas relacionados à sociedade civil, como a pandemia e a segurança pública, e 12% são direcionados a instituições democráticas, em que aparecem majoritariamente menções ao fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Leia também: PM de Doria espionou policial por pedir namorado em casamento

Para Pacheco, o fato de a diversidade ter avançado ao longo do tempo, com as lutas por direitos humanos, sociais e civis dos movimentos LGBTs, negros e de mulheres “mexe muito no quanto essa visão tradicionalista era sólida, mas hoje não é mais, por isso existe esse apego muito grande a visão patriarcal de mundo”.

Um exemplo disso são os ataques sofridos pelo PM Leandro Prior, que, em 2018, foi ameaçado de morte ao ser fotografado dando um selinho no namorado. Um ano depois, em 2019, Prior foi impedido de pedir o noivo em casamento com a farda da Polícia Militar. Este ano, foi perseguido por criticar Bolsonaro nas redes sociais.

Por isso, argumenta Pacheco, não dá para dizer que a ideologia representa a militarização das polícias. “É algo muito mais da subcultura das ruas do que da estrutura da PM, do fazer polícia e do cotidiano policial. Embora estejamos falando de um número baixo, de 25%, mas é quem lida com a população”.

Uma parte da pesquisa mapeou preferências musicais e elas também apresentaram uma tendência: 34% dos PMs têm predileção por sertanejo. Na sequência, aparece o rock com 20% e o gospel com 16%. Entre os policiais civis, o sertanejo também é o estilo musical mais ouvido, cerca de 30%, seguido pelo gospel, 16%, e pela MPB, 14%. Já os policiais federais ouvem mais rock, 44%, e o sertanejo fica em segundo lugar, com 28%.

As principais bandeiras defendidas pelos policiais militares são o conservadorismo nos costumes e valores (42%), patriotismo ou nacionalismo (32%), pacifismo (11%), bandeiras religiosas (9%) e apoio a causas sociais e em defesa dos direitos humanos (6%).

Para Pacheco, esse resultado em relação ao ódio aos LGBTs, é pior em relação à população trans, que é mais criminalizada e vulnerável. “Eu como LGBT e negro não me sinto à vontade para contar com a polícia em um caso de necessidade”, confessa.

O pesquisador avalia como um “choque” a mensuração dos discursos, já que “uma coisa é você saber que as polícias têm ideologia conservadora e outra coisa é ter a mensuração nos dados”. “Muito mais importante do que combater essa visão de mundo é regulamentar a atividade policial, já que sem isso o policial acha que pode fazer o que bem entender”.

“Se você não tem uma regulamentação, o Judiciário pode dizer que foi legítima defesa, resistência ou desacato em todos os casos, o policial se torna mais potente do que qualquer direito humano ou civil na medida em que a atividade dele não requer o respeito institucional”, completa.

Apoie a Ponte!

O fato de o racismo não aparecer diretamente nessa pesquisa, avalia Pacheco, também é um indicador: dentro dessa visão de mundo, o racismo é tão naturalizado que não é necessário falar.

“Você não falar sobre o racismo é a maior arma para que o racismo continue consolidado, para que as ações policiais que se voltam especialmente contra populações negras continuem assim”, aponta.

“As ações nunca foram ditas como racismo, supostamente, sempre foram amenizadas como atitude suspeita, tráfico de drogas, estar no lugar errado, andar de certa forma. Sempre foi a criminalização da pobreza e da negritude”, finaliza.

Pletora de brutalidades: o ódio, a indiferença, o egoísmo fizeram do Brasil uma terra sombria de gente feia, suja e ignorante por vocação 2

Bom. Por onde começar?
Talvez apontando o óbvio que ulula.
O primeiro legente, ao ver essas linhas, algures, praguejará: – C…, lá vem ele. O chato. O delegado que gosta de escrever. Ô sujeitinho atrevido. Pernóstico. Perifrásico. Como pode, um mero policial querer-se intelectualizado? É realmente muita petulância. Ele deveria fazer como a maioria, policiais ou não, e usar o pronome “mesmo” como se pessoal fosse, e parar de encher o saco.
Dizer o quê? Afora a parte do “mesmo” e do “querer-me intelectualizado”, condescendo com todo o resto – fazendo a óbvia ressalva de que policiais há que dão de 10 a 0 em muitos sedizentes especialistas.
Mas, de facto, eu devia fechar-me em copas e deixar o mundão sem minhas despiciendas considerações. Ocorre que eu não me contenho. Assoma-me uma comichão, e vejo-me premido a falar, a escrever.
Como efeito, malgrado o achincalhe e a risadaria geral, eu volto à carga. Por minha conta e risco. Digam-me chato. Já me reconheço como tal. Mas não pelos motivos epidérmicos. Por outros. Da minha escrita, não abro mão. Afinal, parafraseando o célebre João Ubaldo Ribeiro, não se faz exigível uma faculdade de letras para escrever “pletora”.
Feitas essas ponderações, prometo ser breve. H á pouco, eu estava em casa, na região central de São Paulo. Súbito, uma efusão, expressa em gritos de júbilo, irrompe janela adentro. No meu alheamento, supus tratar-se de uma manifestação. Tão recorrente nessa nossa contemporaneidade arrevesada.
Advertiram-me que não. Era a algaravia promovida por torcedores do Corinthians e do Palmeiras. Rivais de há muito. E empedernidos. Dei de ombros e prossegui no que vinha fazendo. Nada, a rigor.
Ao depois, ocioso que estava. Passei a ler as notícias pela internet . Logo saltou aos olhos a titulação de uma matéria em caixa alta. Em síntese: nosso Brasil atingira o tétrico montante de cem mil mortos pela covid-19.
Minhas sinapses agitaram-se. Eu me atrevi fazer uma ligação que, talvez, me torne ainda mais chato aos olhos da geral. Causou-me espécie este algo paradoxal: o grito vociferado de torcedores e o silêncio tumular pela marca tristemente atingida.
Continuei ruminando. Talvez fosse pedir demais certa circunspecção pelos cem mil brasileiros que tiveram a vida ceifada. Um minuto de silêncio, quiçá. Mero simbolismo? Nem discuto. Mas talvez um mínimo verniz para mascarar nosso lado selvático.
É claro que há uma outra perspectiva. O brado do time vencedor e o urro do perdedor podem ser uma manifestação catártica. Algo mais ou menos símile ao que houve no carnaval de 1919, e tão bem retratado pelo insuperável Nelson Rodrigues.
A peste espanhola estava no seu estertor, e a festa pagã nunca foi tão orgiástica. Talvez por ter sido pós-apocalíptica. Guardada as devidas proporções, faço a relação. E não concluo, ao final, se a manifestação dos torcedores exprime indiferença ou algo à guisa de catarse.
Mas de uma coisa eu sei: todos nós devíamos ficar compungidos com a marca taciturna dos cem mil. E, francamente, não sei se isso que ocorre. Talvez um muxoxo. A mim, todavia, a mim me parece que os brasileiros perdemos muito do nosso humanismo.
São tantas as enormidades que nos assacam. São tantas as nódoas que sobre nós recaem. E há tanto tempo. Sagramos, reparem, como a última nação, recalcitrante, a abolir a hediondez da escravatura. E isso, “porca miseria” nos remete a alguns vídeos recentes, em vales adjacentes.
Mas claro. A psique coletiva de um povo não passa incólume por tudo isso Brutalizamo-nos. Querem ver? Mesmo à frente, no enfrentamento de um vírus virulento, neófito para nós, e com potencial arquicomprovado de ceifar vidas aos borbotões, não houve entre nós brasileiros um armistício.
Singrem pela internet, e constatarão. Nunca estivemos mais beligerantes. A doxa vigente é a do ódio. Esmeramo-nos em reproduzir uma clivagem irreversível. E pior: de um modo a constranger a mais rematada caricatura. É um pastiche.
Os à esquerda, eles reproduzem uma dogmática que ignoram. Os à direita, também. É até difícil discernir as respectivas mundividências. É só uma maçaroca fermentada no ódio. Um ódio que não cede. Não cede mesmo ante cem mil mortos.
Mas não é só. Estamos em pleno mês de agosto. Atribuímos uma cor a esse mês específico. O lilás. Um simbolismo, e prenhe de semântica. Tudo para conscientizar acerca do antigo martírio da violência doméstica.
Por essas placas, mulheres são seviciadas e mortas amiúde. E não suponham que isso se dá por descaso dos órgãos oficias. Ao contrário. A polícia civil de São Paulo faz um trabalho incessante e digno de aplauso. E o faz todo santo dia.
Eu mesmo não tenho como computar quantas prisões em razão desse tipo especialmente nefasto de crime já fiz. O ministério público também não poupa esforços. Nem o legislativo, que mantém atual a tecnologia legislativa.
Ainda assim, em pleno mês de agosto – o mês elegido para conscientizar o brasileiros acerca desse problema nevrálgico – os casos pululam. Cada qual mais tristemente impressionante que o outro.
E redigo: seria injusto atribuir tal fato a uma inação dos órgãos competentes. Infelizmente, tudo parece expressão de uma insensibilidade que nos caracteriza como povo.
Infelizmente, brasileiros, parece, tornamo-nos insensíveis a simbolismos.

Dr. João – Delegado de Polícia

Parabéns ao Jornal Nacional, a Globo, a Folha e ao Estadão…Bolsonaro é um ser desprezível , medíocre , desonesto, incompetente e covarde…Neste governo o Exército do Brasil acabará ganhando a imagem de ser um seleiro de golpistas corruptos , oportunistas e incompetentes!…Sorte ainda termos um Congresso e um STF formados por civis! 7

Bolsonaro, o Covarde, diz que não tem controle, mas quer comandar ...

 

Bolsonaro quer acabar com o STF, pois assim poderá se apropriar de todo o Brasil para si , para os filhos , para os militares e milicianos!

Levantamento aponta que 41% dos Praças das PMs são olho de vidro: prendem a vítima , soltam o ladrão e acreditam na honestidade do marido da Micheque! 4

Levantamento aponta que 41% dos praças da PM no país são bolsonaristas

8.jun.2020 - PMs em ato bolsonarista em Copacabana - JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

8.jun.2020 – PMs em ato bolsonarista em Copacabana Imagem: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Igor Mello

Do UOL, no Rio

07/08/2020 08h42

Pesquisa inédita obtida com exclusividade pelo UOL mostra que parte considerável dos policiais brasileiros usa as redes sociais para interagir com páginas e grupos bolsonaristas —que por vezes propagam pautas antidemocráticas, como a defesa do fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).

De acordo com o estudo feito pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) em parceria com a empresa de inteligência de dados Decode, a adesão ao bolsonarismo é relevante sobretudo entre os policiais militares —41% dos PMs de baixa patente (soldados, cabos, sargentos e subtenentes) interagem com o grupo político do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).

Essa penetração é bem menor entre servidores da Polícia Civil e da Polícia Federal.

Entre os policiais apoiadores de Bolsonaro, há uma parcela que defende inclusive pautas mais radicais —12% dos PMs, 7% dos policiais civis e 2% dos policiais federais apoiam o fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal). Isso representa um contingente de mais de 95,8 mil agentes de segurança pública dispostos a colaborar, segundo cálculo feito pelo UOL com base nos dados do estudo.

Isso é muito grave, porque temos um efetivo bastante grande. Pessoas armadas que representam o poder público, mas mesmo assim não sentem nenhum constrangimento de defender a ruptura das instituições que dão a eles esse poder de polícia

Renato Sérgio de Lima, sociólogo e presidente do FBSP

“A grande maioria desses comentários é de praças da PM. Eles são os verdadeiros cabos e soldados que colocam em risco as instituições”, diz Lima, referindo-se como exemplo a uma declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair Bolsonaro, durante palestra em um curso preparatório para concursos em 2018. Na ocasião, o parlamentar afirmou que era fácil fechar o STF.

Para chegar ao resultado, os pesquisadores listaram, com base em informações dos portais de transparência dos estados e da União, 885.730 policiais da ativa ou aposentados. Localizaram então os perfis no Facebook de 141.717 policiais. Foram então sorteadas como uma amostra 879 contas, obedecendo regras estatísticas semelhantes às usadas em pesquisas eleitorais, e mapeadas as interações públicas desses policiais em grupos e páginas.

O presidente do FBSP ressalta que não há problema que policiais tenham afinidade com forças políticas conservadoras, mas destaca que eles não podem flertar com ideias golpistas ou replicar discursos que configuram crime.

Não há nada de errado que esses policiais tenham adesão a ideais conservadores. O problema são esses que interagem com ambientes mais radicalizados, que não somente são conservadores, mas podem ser considerados reacionários ou sectários. Aí começa a preocupar, porque há riscos à institucionalidade democrática

Em junho, o UOL revelou que mais de 7.000 PMs aproveitaram-se de uma brecha na legislação para disputarem eleições entre 2010 e 2018. A participação de PMs na política foi turbinada nas últimas eleições presidenciais, marcadas pela onda conservadora que elegeu Bolsonaro: o número de PMs eleitos subiu de 7 para 34, enquanto o número de candidaturas cresceu 30% em relação a 2010.

Essa politização das PMs também teve reflexo na repressão de atos políticos de oposição ao presidente durante a pandemia. Documentos obtidos pelo UOL mostraram que a PM do Rio sistematicamente associou partidos políticos de oposição ao governo federal a atos de vandalismo.

Discursos homofóbicos e contra direitos humanos

Entre os policiais brasileiros, são os PMs que adotam com mais frequência discursos contra os direitos humanos e de teor homofóbico, segundo apontam os dados coletados no estudo.

Segundo o levantamento, os comentários contrários às pautas LGBTQ+ são os mais frequentes entre eles —24% de todas as interações feitas por PMs tinham conteúdo homofóbico.

Um dos comentários discriminatórios encontrados pela pesquisa teve como tema a escolha de Thammy Miranda, um homem trans, para protagonizar a campanha publicitária do Dia dos Pais da Natura. Um PM escreveu: “Tem que boicotar eles já. Como que colocam um travesti na propaganda de Dia dos Pais? Eles têm filhos?”, mostra o relatório.

Essas pautas são estimuladas por cidadãos comuns em grupos dedicados à PM. De acordo com a pesquisa, 13% das interações nesse tipo de ambiente do Facebook estimula que os policiais tenham ações mais violentas. Em três anos, esses grupos tiveram um total de 4,2 milhões de posts.

Por outro lado, o estudo identificou que há um grupo de policiais se manifestando em defesa de pautas progressistas nas redes sociais, como condenação à violência contra a mulher e combate à violência policial. Esse tipo de posicionamento em apoio a causas sociais —geralmente identificadas com a esquerda— foi constatado em 12% dos perfis de policiais civis, 6% dos PMs e 3% dos policiais federais.

Para Renato Sérgio de Lima, a existência desse tipo de posicionamento, ainda que seja minoritário, mostra que a segurança pública não é um campo monolítico em termos de posicionamento político-ideológico: “A polícia não é imutável ou pertence a um único grupo social”, contextualiza.

Em julho, o UOL mostrou que o Ministério da Justiça elaborou um dossiê sobre atividades políticas de 579 servidores federais e estaduais da segurança pública associados ao movimento antifascista..

21 cheques de Queiroz a Michelle – Bolsonaro é honesto, a questão é que não sabia que sua mulher o traía com o melhor amigo, né? 22

Revista: Queiroz pagou 21 cheques a Michelle; fato contradiz Bolsonaro

Primeira-dama recebeu R$ 72 mil de Fabrício Queiroz entre 2011 e 2018, segundo relatório do Coaf obtido pela revista Crusoé - TV Brasil/Reprodução

Primeira-dama recebeu R$ 72 mil de Fabrício Queiroz entre 2011 e 2018, segundo relatório do Coaf obtido pela revista Crusoé Imagem: TV Brasil/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

07/08/2020 08h13Atualizada em 07/08/2020 09h43

O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, depositou pelo menos 21 cheques para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, fato que contraria a versão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de que Queiroz teria pago um único cheque à sua mulher. Segundo a revista Crusoé, os pagamentos datam desde 2011.

A publicação conseguiu a informação tendo acesso à quebra de sigilo bancário de Queiroz, autorizada pela Justiça na investigação da suposta prática de “rachadinha” no gabinete de Flávio, então deputado estadual pelo Rio de Janeiro. Os extratos detalham as movimentações do ex-assessor para Michelle, que totalizam R$ 72.000 entre 2011 e 2016.

Quando a informação de que Queiroz havia depositado um cheque de R$ 24.000 para Michelle veio à tona, ainda no fim de 2018, Bolsonaro deu a justificava de que se tratava do pagamento de um empréstimo que ele tinha feito para o ex-assessor de Flávio, no valor de R$ 40.000.

O depósito do cheque aparece em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que listou o pagamento a Michelle entre movimentações atípicas que somam R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz. O documento foi anexado pelo MPF (Ministério Público Federal) à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, que chegou a prender dez deputados estaduais da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Segundo os extratos de Queiroz, Michelle recebeu três cheques do ex-assessor em 2011, todos no valor de R$ 3.000. No ano seguinte, foram mais seis depósitos na mesma quantia. Já em 2013, foram três cheques no mesmo valor. O ano de 2016 é o que concentra a maior movimentação para a primeira-dama, totalizando R$ 36.000 em nove cheques.

Queiroz movimentou R$ 6,2 milhões

Além de não identificar nenhum pagamento de Bolsonaro a Queiroz, o que poderia comprovar a tese do empréstimo, os extratos do ex-assessor demonstram que ele movimentou em cerca de dez anos um valor muito acima dos seus rendimentos como policial militar e servidor na Alerj. Entre 2007 e 2018, foram registrados créditos de R$ 6,2 milhões na sua conta.

O detalhamento do extrato mostra que, dessa quantia, R$ 1,6 milhão foram identificados como salários da PM (Polícia Militar) e da Alerj. No entanto, R$ 2 milhões são provenientes de 483 depósitos feitos por servidores do gabinete de Flávio, o que pode indicar a prática de “rachadinha”. Além disso, mais R$ 900.000 recebidos por Queiroz não foram identificados.

Dinheiro de familiares de miliciano

Os extratos de Queiroz ainda comprovam o recebimento de valores de familiares do miliciano Adriano da Nóbrega, condecorado por Flávio em 2005 e morto em fevereiro deste ano em confronto com policiais na Bahia. O ex-assessor do então deputado recebeu repasses provenientes de contas da mãe, da ex-mulher e de restaurantes ligados ao miliciano.

DESOBEDIÊNCIA A ORDEM DO STF – O ministro – evangélico – André Mendonça vai passar mais um vexame 6

André Mendonça se recusa a enviar relatório sobre antifascistas para o STF

O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Luiz Mendonça, em cerimônia no Palácio do Planalto - Edu Andrade/Fatopress/Estadão Conteúdo

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Luiz Mendonça, em cerimônia no Palácio do Planalto Imagem: Edu Andrade/Fatopress/Estadão Conteúdo
Rubens Valente

Colunista do UOL

06/08/2020 15h59

O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, se recusou nesta quinta-feira (6) a enviar ao STF (Supremo Tribunal Federal) cópia do dossiê feito pelo setor de inteligência da sua pasta sobre os policiais antifascismo e quatro “formadores de opinião”. Ele anexou dois pareceres do governo que falam na suposta necessidade de preservar o sigilo de documentação produzida pelo ministério — novamente sem negar nem confirmar a existência do relatório.

O ministro ofereceu resposta à ministra Cármen Lúcia, relatora de uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) ajuizada pelo partido Rede Sustentabilidade para apurar todos os contornos do dossiê.

“A mera possibilidade de que essas informações exorbitem os canais de inteligência e sejam escrutinadas por outros atores internos da República Federativa do Brasil — ainda que, em princípio, circunscrito ao âmbito do Supremo Tribunal Federal — já constitui circunstância apta a tisnar a reputação internacional do país e a impingir-lhe a pecha de ambiente inseguro para o trânsito de relatórios estratégicos”, diz um dos documentos encaminhados por Mendonça à ministra Cármen Lúcia. O conteúdo foi produzido pela própria área que fez o dossiê, a Seopi (Secretaria de Operações Integradas).

“No cenário interno, não seria menos catastrófico abrir-se o acesso ao Poder Judiciário a relatórios de inteligência, pois, ainda que sob a roupagem de ordem individualizada e pontual, o acolhimento da ADPF pelo STF denotaria que, rompendo com o sistema de controle externo solidamente arquitetado pela lei 9.883/99, seria facultado aos magistrados obter as informações do Sisbin [Sistema Brasileiro de Inteligência] e o Sisp [Sistema de Inteligência de Segurança Pública] sob a justificativa de suposto desvio de finalidade”, diz a “nota técnica” da Seopi.

A manifestação da secretaria repete trechos de uma nota já divulgada à imprensa pela assessoria do Ministério da Justiça quando diz que “não compete à Seopi produzir ‘dossiê’ contra nenhum cidadão e nem mesmo instaurar procedimentos de cunho inquisitorial”. Logo em seguida, contudo, argumenta sobre a diferença entre “investigação criminal e inteligência de segurança pública”, insinuando que fez o segundo ato, sem contudo nada afirmar ou esclarecer de concreto à ministra do STF.

Desde que revelou o caso, em 24 de julho, o UOL tem informado não que há investigação formal, como um inquérito policial submetido ao Ministério Público e ao Judiciário, mas sim um relatório de inteligência, ou um dossiê, com os nomes e, em alguns casos, fotografias e endereços de rede sociais, de 579 agentes de segurança pública e quatro acadêmicos — a existência do relatório não é negada nem confirmada pelo ministério na manifestação encaminhada ao STF.

Compartilhar relatório traria riscos, afirma ministério

Para cinco veículos de comunicação ao longo da semana passada, o ministério confirmou a existência do relatório, segundo as reportagens publicadas, mas a partir da sexta-feira passada começou a apresentar uma versão intermediária, que não nega nem confirma.

Na “nota técnica” enviada por Mendonça ao STF, a Seopi argumenta que não pode compartilhar nenhum relatório de inteligência com órgãos fora do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência), nem mesmo com o STF, porque ocorreriam “diversos efeitos”, como, por exemplo, “o risco de exposição dos métodos, dos procedimentos e da doutrina dos órgãos de inteligência nacionais, o que potencialmente teria o condão de permitir que criminosos comuns, terroristas, organizações criminosas, sabotadores e até mesmo unidades de inteligência e contrainteligência de outras entidades contornassem as atividades dos integrantes do Sisbin e do Sisp e praticassem atos atentatórios à República Federativa do Brasil sem prévia ou concomitante detecção”.

Na petição ao STF nesta quinta-feira, André Mendonça se limitou a informar a Cármen Lúcia que vai comparecer a uma sessão virtual do Congresso nesta sexta-feira (7). Ele anexou dois documentos formulados por áreas do próprio governo, um da Seopi e outro da AGU (Advocacia-Geral da União).

Mendonça afirmou à ministra que, na audiência, que será fechada ao público, ele vai “esclarecer todas as questões que sejam apresentadas pelos distintos membros do Congresso Nacional”.

AGU reforça o sigilo sobre relatórios de inteligência

Na terça-feira (4), a ministra havia dado um prazo de 48 horas para que o ministério esclarecesse as questões levantadas pelo partido Rede. Ela escreveu na decisão: “A gravidade do quadro descrito na peça inicial, que — a se comprovar verdadeiro — escancara comportamento incompatível com os mais basilares princípios democráticos do Estado de Direito e que põem em risco a rigorosa e intransponível observância dos preceitos fundamentais da Constituição da República e, ainda, a plausibilidade dos argumentos expostos, pelos quais se demonstra a insegurança criada para os diretamente interessados e indiretamente para toda a sociedade brasileira impõem o prosseguimento da presente arguição de descumprimento, com tramitação preferencial e urgente”.

Cármen Lúcia afirmou ainda que “são necessárias informações do órgão estatal indicado, para melhor esclarecimento do quadro apresentado no questionamento judicial formulado” e pediu que fossem requisitadas “com urgência e prioridade, informações ao ministro da Justiça e Segurança Pública”. A ministra deu prazo de dois dias, que venceria hoje às 17h, para que o ministério prestasse os esclarecimentos.

A resposta de André Mendonça tem apenas três parágrafos. Ele disse que “cumpre destacar que, com o objetivo de prestar todos os esclarecimentos que se façam necessários sobre o tema em epígrafe, de pronto, este signatário se colocou à disposição dos membros do Legislativo Federal, através da Comissão Mista de Controle das Atividade de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, independentemente de formal apreciação de quaisquer requerimentos de informação ou de convocação”.

O parecer da AGU é assinado pelo advogado da União Bernardo Batista de Assumpção. Ele afirmou que os Relints (Relatórios de Inteligência) “são dotados de sigilo, com acesso restrito e não são passíveis de consubstanciar ou embasar investigações criminais, inquéritos policiais, sindicâncias administrativas ou quaisquer outras medidas que se encontram na alçada da administração pública — aqui entendida na acepção ampla — em desfavor de quem quer que seja, o que fulmina de plano as ilações quanto a silenciamento e censura de agentes públicos que pretensamente teriam sido mencionados em determinado relatório”.

Ao longo da peça de 15 páginas, o advogado da União também argumenta que caberia aos cidadãos citados do dossiê — cuja existência ele não confirma — tomar medidas judiciais sobre o assunto, e não à Rede. Assim, segundo ele, também não caberia ao STF procurar ter acesso ao documento.

Comissão Arns

Em nota divulgada na noite desta quinta-feira (6), a Comissão Arns de direitos humanos, na qual atua um dos alvos do dossiê, o especialista em direitos humanos e professor Paulo Sérgio Pinheiro, afirmou julgar que a resposta do Ministério da Justiça “constituiu uma verdadeira afronta à autoridade do Supremo Tribunal Federal (STF), além de absolutamente insuficiente para o esclarecimento de graves fatos, que ameaçam o Estado Democrático de Direito”.

“Temos certeza de que a Ministra Cármen Lúcia tomará medidas enérgicas para impedir que esse desacato à jurisdição do Supremo Tribunal Federal prevaleça. A Comissão ns acompanha com extrema preocupação o caso e tomará todas as medidas cabíveis, no plano nacional e internacional, para o esclarecimento dos fatos e a obtenção do famigerado dossiê”, informa a nota

Deus me proteja da PM, do bandido eu mesmo cuido – Oficial da meganha quer ciclo completo pra cometer arbitrariedades e ganhar medalhinha 19

PMs de SP são suspeitos de forjar provas para prender inocente e aparecerem na TV

Polícia abre inquérito para apurar conduta de policiais; suposta fraude levou suspeito a ser submetido a tribunal do crime e quase ser assassinado

SÃO PAULO

De óculos escuros e fuzil pendurado ao peito, o capitão da PM explicou à repórter de TV, em nova entrevista exclusiva, detalhes da prisão de um homem suspeito de ter estuprado e matado uma moça de 24 anos, Francisca Amanda Costa Silva.

O principal indício contra o morador de rua Clayton Silva Paulino Santos, 34, era o reconhecimento feito por outra vítima de estupro que havia escapado com vida.

Na TV, o capitão André Silva Rosa qualificou o testemunho como “de suma importância” para concluir que Santos tinha atacado Francisca Amanda no dia 29 de março, em São Mateus (zona leste de São Paulo).

Faltava no entanto “coletar alguns indícios, algumas provas, para realmente ligá-lo ao crime”, uma vez que ele não havia confessado o crime, disse Silva Rosa na entrevista veiculada pela TV Record em 1º de abril.

A data, Dia da Mentira, mostrou-se condizente com o que se acredita ter ocorrido nos bastidores: policiais militares são suspeitos de forjarem provas para a prisão de Santos, com o objetivo de aparecerem na TV.

policial militar de fuzil e ósculos escuro fala com repóter
Policial militar de SP concede entrevista para falar da prisão de suspeito de assassinato de jovem (em destaque) na zona leste de São Paulo, em março deste ano – Reprodução

As desconfianças surgiram quando, em 25 de abril deste ano —estando Clayton Santos preso desde 31 de março— outro morador de rua, Fernando Domingos dos Santos Dantas, 30, foi preso em flagrante, sob acusação de ter estuprado uma mulher de 36 anos na Cidade Líder, também na zona leste da capital.

A nova vítima contou aos policiais que Dantas, durante o crime, dizia frases do tipo “diz que você quer ser minha mulher”, “que quer morar comigo”. Frases muito similares às que a primeira vítima, a que havia reconhecido Santos, contara ter ouvido de seu estuprador, ao registrar a ocorrência, em 1º de março, lembraram os policiais do DHPP.

Quando chamada novamente pelo DHPP para falar sobre o assunto, a primeira vítima confessou ter mentido sobre Santos e relatou ter sofrido pressão por policiais militares. E reconheceu em Dantas o autor do seu estupro.

Fernando Dantas confessou aos policiais civis ter estuprado e matado Francisca Amanda, mas negou ser o autor do primeiro ataque. Para policiais ouvidos pela Folha, não há dúvidas de que ele seja o autor dos três crimes.

Segundo o novo relato da vítima de março, os policiais militares a pressionaram a reconhecer Santos dizendo que ele seria o autor do estupro e morte de Amanda e, assim, tinha de ser “punido”, tinha que “pagar”, “porque era o certo”.

Os PMs a teriam orientado quanto ao que deveria dizer para convencer o delegado de que Santos era culpado nos dois casos: mencionar uma tatuagem do Corinthians no antebraço do homem que a atacara e dizer que ele usava um boné preto com a inscrição “Argentina”.

O relato de como a vítima foi convencida a identificar Santos por esses detalhes, influenciando policiais civis a pedirem sua prisão, está em documento da Justiça paulista que determinou, em 18 de maio, sua soltura e a abertura de investigação por parte da Corregedoria da Polícia Militar.

Policiais civis e militares ouvidos pela reportagem afirmam não saber qual é o grau de envolvimento do capitão Silva Rosa, que deu a entrevista à TV, no episódio. Não está claro se ele teve participação direta na suposta fraude ou se aproveitou a oportunidade para “ganhar mídia”, já que tem interesses políticos. O capitão está afastado da corporação para concorrer a uma vaga a vereador na capital.

Para a família de Clayton Santos, o capitão foi o responsável pela prisão e articulou a propagação da notícia. Ele teria repassado uma foto de Santos a uma equipe da TV Record, veiculada, sem distorções, como sendo do possível autor da morte de Francisca Amanda.

A falsa acusação e sua divulgação na TV quase provocaram a morte de Santos, segundo sua família e a polícia. Após ser solto, em maio, ele foi levado da casa de sua irmã por um grupo de criminosos para ser submetido a um “tribunal do crime”.

A irmã de Santos conta que “iriam matá-lo”. Ela então procurou pela advogada do irmão, Bethânia Belarmino, que levou provas de que Santos fora inocentado. “O nome dele estava na lista para morrer.”

Bethânia Belarmino confirma. “A Polícia Militar foi irresponsável nesse caso e quase decretou a morte de um inocente. Eu entrei em contato com a Record inúmeras vezes, todas sem sucesso. Eles têm por obrigação dar uma nota falando da inocência do Clayton, com a mesma ênfase com que o condenaram sem provas”, afirma.

Em 25 de junho, o capitão Silva Rosa divulgou em suas redes sociais nova prisão de Clayton Santos, sob a suspeita de roubo —ele tinha passagens anteriores por furto e roubo, crimes praticados, segundo sua família, para sustentar o vício em drogas. Santos e mais duas pessoas teriam atacado um casal de idosos, com uso de faca.

“Se tivesse na cadeia, hoje a família do casal de idosos não estaria chorando!”, publicou Silva Rosa, criticando a soltura de Santos em maio.

 

A nova prisão de Santos foi feita por equipe da mesma área em que foi realizada a prisão sob acusação de estupro.

Procurado pela Folha, o capitão Silva Rosa diz não ter sido intimado, mas se declara disponível a dar todas as informações e esclarecimentos que lhe caibam.

“A ocorrência não é minha, mas de subordinados ao meu comando. Por este motivo fui o porta-voz no dia dos fatos no DHPP”, diz ele. “Desconheço pressão contra a vítima e ainda não fui informado sobre o IPM instaurado. Quanto ao teor da publicação nas minhas redes sociais, esclareço que o espaço permite a emissão de opinião pessoal.”

À Folha, a TV Record afirmou ter divulgado informações oficiais. “A reportagem divulgou informações fornecidas pela polícia para vários veículos de comunicação sobre a prisão de um suspeito”, diz nota.

A Secretaria da Segurança Pública informa que, após receber a documentação do Poder Judiciário sobre o caso, a Polícia Militar imediatamente instaurou um IPM (inquérito policial militar) para apurar os fatos.

“Comprovada qualquer irregularidade, os policiais envolvidos serão responsabilizados nos termos da lei”, finaliza a nota, que não informa quais são os policiais investigados no IPM.