Vergonha – Oficial corrupta afasta policial que apreendeu carro de vereadora 16

Policial militar do trânsito aborda um veículo durante a madrugada, em Marília-SP. O carro está com o licenciamento atrasado e dois pneus carecas.
A motorista, em vez de pagar o licenciamento pelo aplicativo, como sugerido pelo PM, ligou para sua mãe, que é vereadora na cidade.
Minutos depois, o diligente policial militar recebe uma ligação de ninguém menos do que a comandante do batalhão.  A oficial só não esperava que o policial gravasse a conversa pelo aplicativo do seu celular. A fala é repugnante: “Quem você pensa que é? Ela é vereadora! Segunda-feira você está transferido e tudo será comunicado!”.
Essa é a nossa Polícia Militar. Cruel e impiedosa com os favelados, amiga e mãe dos poderosos, que, inclusive, tem o direito a ligar de madrugada para resolução de problemas com a lei. Isso explica muito a nossa atual situação, em que políticos só ajudam e beneficiam a PM.
Pra piorar a situação, a assessoria de imprensa da PM emitiu nota em que comenta apenas a postura do praça, que vai ser investigado. Nada fala a respeito da tenente coronel.  Links das notícias abaixo.

Visualizar o vídeo VERGONHAAAAAAA do YouTube

Ex-procurador da Lava Jato compara Bolsonaro a estelionatário e fala em chavismo 3

Para o ex-procurador da força-tarefa da Lava Jato, Carlos Fernando Lima, o presidente Jair Bolsonaro nunca teve compromisso de combate à corrupção.  Segundo ele, o chefe do Executivo não traiu o que prometeu, “porque o estelionatário não trai aquilo que ele promete, ele engana desde o começo”. Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, Carlos Lima disse que não dá para apoiar o governo Bolsonaro e se dizer favorável ao combate à corrupção.

Para Carlos Fernando, o presidente da República aplica no Brasil estratégias do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez. “Eu me preocupo muito com o aparelhamento das polícias e do Exército para o pensamento bolsonarista. Porque isso é de certa forma muito próximo do chavismo, do controle dos poderes armados e de utilização desses poderes para a manutenção no poder. Isso me preocupa bastante. Tenho preocupação em relação à democracia com o governo de Jair Bolsonaro”, disse.

Congresso em Foco – O governo Bolsonaro foi eleito com o discurso de combate à corrupção, o fim do toma lá, da cá, da velha política e tudo mais. E o que muitos apontam é o desmantelamento da Polícia Federal, do MPF e acordos com o centrão. O senhor acredita que Bolsonaro traiu a população brasileira?

Carlos Fernando Lima: Eu acho que ele não traiu o que ele prometeu, porque o estelionatário não trai aquilo que ele promete, ele engana desde o começo. Bolsonaro enganou a respeito de uma política, de uma forma de ver o estado, o princípio de eficiência administrativa, de uma economia liberal, do combate à corrupção, esse tripé nunca existiu na verdade.

Bolsonaro representava a velha política no seu aspecto menor, do baixo clero, das rachadinhas. Esse candidato enganou muitas pessoas e infelizmente nosso sistema de dois turnos acaba privilegiando esse tipo de voto útil que no final das contas aconteceu e acabou o elegendo.

Congresso em Foco – É possível se dizer favorável ao governo e ao mesmo tempo ser defensor da Lava Jato e do combate à corrupção?

Carlos Fernando Lima: Eu não acredito, porque esse governo não tem pauta alguma de combate à corrupção. É o contrário, ele está em um programa sério de controle e aparelhamento das instituições públicas. Eu me preocupo muito com o aparelhamento das polícias, do Exército para o pensamento bolsonarista. Porque isso é de certa forma muito próximo do chavismo, do controle dos poderes armados e de utilização desses poderes para a manutenção no poder. Isso me preocupa bastante. Tenho preocupação em relação à democracia com o governo de Jair Bolsonaro. Eu me preocupo porque nesse governo eu não vejo nenhuma possibilidade de apoiar a Lava Jato e o combate à corrupção com o apoio a Jair Bolsonaro.

Congresso em Foco – Está acontecendo no Brasil o mesmo que aconteceu com a Mãos Limpas, operação que investigou esquemas de corrupção na Itália e acabou com o cerceamento do combate à corrupção e liberdade aos corruptos?

Carlos Fernando Lima: Eu creio que sim e creio que é inevitável. Dois dos maiores conhecedores da operação Mãos Limpas são, justamente, Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Deltan sempre tentou evitar que o destino da operação Mãos Limpas acontecesse aqui no Brasil. Eu, até porque tenho uma formação diferente, uma formação mais histórica, sempre achei que é inevitável evitar a reação [do sistema político].

O povo no Brasil, assim como na Itália, ele é chamado para se manifestar só durante as eleições. Na verdade nós temos uma grande oligarquia, não é uma aristocracia, é uma oligarquia que governa esse país entre as eleições e essa oligarquia consegue através de mecanismos espúrios, de dinheiro ilícito para se manter. Porque ela em maior capacidade eleitoral, mais dinheiro para gastar, para dominar partidos e para fazer campanha.

É impossível ter sucesso em uma investigação como a Lava Jato ou as Mãos Limpas, porque o sistema sempre vai reagir. Ele tem pessoas dentro do Judiciário, ele tem pessoas dentro até mesmo do Ministério Público, dentro do Congresso Nacional. Ele tem pessoas em todo esse sistema, ele domina esse sistema através de inúmeras nomeações de segundo, terceiro e quarto escalão.

Congresso em Foco – É possível mudar esse cenário?

Carlos Fernando Lima: Essa é uma mudança em que você tem passos para frente e passos para trás, é algo inevitável. Se houver a recondução de Maia na Câmara, com a mudança na presidência do STF, o movimento anti-corrupção vai começar a ganhar força novamente

Número de PMs candidatos às eleições municipais aumenta 62% no estado de SP 3

Folhapress

Josmar Jozino

Colunista do UOL

22/08/2020 04h03

O número de policiais militares da ativa afastados para disputar as eleições municipais no estado de São Paulo aumentou 62% este ano em comparação com o pleito de 2016.

Em 2020 foram desligados de suas funções 336 policiais militares. Vão concorrer às eleições 24 soldados, 246 cabos, 34 sargentos, sete subtenentes, 22 capitães, 1 major e dois tenentes-coronéis. O prazo para o afastamento terminou no último dia 15.

No pleito municipal de 2016 pediram afastamento 207 policiais militares, sendo 24 soldados, 140 cabos, 22 sargentos, 5 subtenentes, 9 capitães, 5 majores e dois tenentes-coronéis.

As relações com os nomes dos policiais militares que pretendem se candidatar a prefeito ou vereador neste ano foram publicadas nas edições de 3 de abril e de 13 e 15 de agosto do Diário Oficial do Estado.

O Serviço de Comunicação Social da Polícia Militar foi procurado pela reportagem e forneceu apenas a lista dos nomes publicados na edição de 13 de agosto de 2020.

Foi perguntado ainda ao Serviço de Comunicação Social da PM se a corporação tinha conhecimento sobre o número de policiais militares inativos candidatos ao pleito municipal deste ano. A assessoria informou que “a Polícia Militar não dispõe dos dados dos policiais inativos”.

“Policial tem família, é munícipe”, diz ex-comandante pré-candidato

O ex-comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo, coronel Marcelo Vieira Salles, 53, é um dos inativos pré-candidato a uma cadeira de vereador na Câmara Municipal de São Paulo. Ele pretende concorrer pelo PSD.

Segundo o coronel, o número de PMs candidatos às eleições vem aumentando a cada pleito porque o policial militar ficou durante décadas alijado do processo eleitoral.

“O policial também tem família, é pai, é munícipe, mora na cidade, tem condições e quer participar do processo eleitoral para aprimorar a legislação e ajudar a construir um Brasil bem melhor”, argumentou o oficial.

Especialista critica politização da PM

Especialista em segurança pública, Rafael Alcadipani, professor de gestão pública da Fundação Getúlio Vargas, vê com preocupação o aumento no número de policiais militares candidatos às eleições.

“Esse crescimento é extremamente preocupante e demonstra uma politização da Polícia Militar em São Paulo e no Brasil. A maioria desses policiais tem como lógica o discurso violento de que bandido bom é bandido morto”, afirmou.

Na opinião de Alcadipani, o policial militar tem de exercer sua profissão e não ter a política como opção de carreira. “Realmente esse aumento no número de PMs candidatos às eleições preocupa e muito porque denota o perigo da contaminação política dentro da corporação”, acrescentou o professor.

Reportagem de Luís Adorno publicada no UOL em 27 de julho de 2018 já mostrava essa tendência de crescimento. O levantamento indicou que o número de PMs da ativa candidatos às eleições estaduais tinha aumentado 74%.

Em 2014 pediram afastamento para disputar o pleito estadual 38 policiais militares. Quatro anos depois, o número subiu para 66 PMs afastados da corporação para concorrer a uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Casal de PMs é preso suspeito de furtar R$ 53 mil durante abordagem em SP 23

Dois PMs estão presos por suspeita de furto em São Paulo - Folhapress

Dois PMs estão presos por suspeita de furto em São Paulo Imagem: Folhapress

Josmar Jozino

Colunista do UOL

23/08/2020 08h48Atualizada em 23/08/2020 08h55

A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu em flagrante os soldados Rafael Valentine Reis e Ana Beatriz Santos da Rosa Oliveira, do 22º Batalhão, suspeitos de furtar R$ 53.863 de uma pessoa durante uma abordagem policial na noite da última sexta-feira (21), na zona sul da capital.

A vítima foi abordada pelos PMs às 21h15 na rua Elizabete Linley, no bairro de Americanópolis, Os soldados estavam em serviço e ocupavam a viatura 22305, da 3ª Companhia do 22º Batalhão.

Oficiais da Corregedoria da Polícia Militar foram avisados sobre o furto do dinheiro minutos depois da abordagem. Os tenentes Bonadio, Kolle e Santana revistaram a viatura utilizada pelo casal de soldados e nada encontraram.

Porém, na 3ª Companhia do 22º Batalhão, os oficiais realizaram uma vistoria nos armários e nos veículos dos policiais. Segundo a Corregedoria da Polícia Militar, o dinheiro estava escondido no Renault Sandero branco de Ana Beatriz.

A Corregedoria da PM registrou o APFD (Auto de Prisão em Flagrante Delito) 085/319/20. Rafael Valentine e Ana Beatriz vão responder a processo por peculato (quando um funcionário público se apropria ou desvia bens em razão de seu cargo).

Ambos foram transferidos para o Presídio Militar Romão Gomes, na Água Fria, zona norte da capital. O artigo 303 do Código Penal Militar prevê pena de quatro a 20 anos de prisão para esse tipo de crime. O UOL não conseguiu contato com os advogados dos dois policiais.

Procurada, a PM confirmou os dados apurados pela reportagem e informou que foi aberto inquérito para investigar o caso. Questionada sobre a identidade da vítima e por qual motivo os soldados ficaram com o dinheiro dela, o órgão não respondeu as indagações.

O 22º Batalhão da PM, no Jardim Marajoara, zona sul de São Paulo, é o mesmo que sofreu uma grande operação realizada pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Ministério Público Estadual em dezembro de 2018.

Na ocasião, 53 policiais militares foram presos acusados de ligação com traficantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Com eles foram apreendidos armas com numeração raspada, R$ 80 mil em espécie, além de drogas escondidas inclusive nos armários do batalhão.

Dos 53 PMs presos, 32 eram soldados, 13 cabos, sete sargentos e um subtenente. No ano passado, a Justiça havia condenado 42 policiais militares. As penas variavam de 5 anos a 83 anos de prisão.

Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça apontaram que os PMs cobravam propina de traficantes do PCC para não coibir o tráfico de drogas na região patrulhada pelo 22º Batalhão.

O Ministério Público Estadual apurou que os pagamentos feitos aos policiais militares ocorriam semanalmente ou quinzenalmente e variavam de R$ 300 mil a R$ 500 mil.