A crise dentro do PSL parece ter chegado ao seu ponto alto. Um dos mais fiéis aliados do presidente da República, deputado Delegado Waldir, líder do partido na Câmara, se rebelou e promete derrubar Jair Bolsonaro do cargo, caso continue a perseguição a membros do partido que estão ao lado do presidente da sigla, Luciano Bivar.
Em um áudio publicado pelo portal R7, Waldir chama Bolsonaro de “vagabundo” e ameaça implodir o governo. “Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em 246 cidades para defender o nome desse vagabundo”, afirma o parlamentar no áudio.
Bolsonaro está cavando a própria cova…
Que morra logo, antes que tome o Brasil de assalto !
Essa é a segunda vez que general se manifesta em tom ameaçador antes de um julgamento do Supremo Tribunal Federal Reprodução/Twitter
O ex-comandante do Exército Brasileiro e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional Eduardo Villas Bôas escreveu mensagem que pode ser facilmente interpretada como intimidação ao Supremo Tribunal Federal.
Na véspera em que a Corte julga os ADCs 43, 44 e 54 que questionam a execução de pena após condenação em segunda instância, o militar da reserva afirmou que “é preciso manter a energia que nos move em direção à paz social, sob pena de que o povo brasileiro venha a cair outra vez no desalento e na eventual convulsão social”.
Não é a primeira vez que o militar se manifesta às vésperas de um julgamento do Supremo. Em 2018, quando os ministros julgaram pedido de Habeas Corpus do ex-presidente Lula, ele também se manifestou em tom ameaçador.
Meses depois deu a entender em entrevista a Folha de S.Paulo que pretendia “intervir” caso o Supremo concedesse Habeas Corpus ao ex-presidente Lula, em abril deste ano. “Temos a preocupação com a estabilidade, porque o agravamento da situação depois cai no nosso colo. É melhor prevenir do que remediar”, disse. “É melhor prevenir do que remediar”, resumiu.
Nesta quarta-feira (16/10), o presidente Jair Bolsonaro fez uma visita à casa do general, que recebeu alta hospitalar no último sábado (12). O militar apresentou melhora no quadro respiratório que provocou sua internação.
Villas Bôas sofre de uma doença neuromotora degenerativa e havia sido internado no último dia 2 de outubro no Hospital das Forças Armadas (HFA) e transferido no dia 6 para a unidade do Hospital Sírio Libanês de Brasília.
Em maio deste ano, Villas Bôas foi protagonista de uma crise no governo Bolsonaro. O ex-comandante do Exército foi chamado de “doente preso a cadeira de rodas” pelo autoproclamado filósofo e guru do governo, Olavo de Carvalho.
O ataque ao militar gerou comoção pública e uma onda de solidariedade de lideranças de diversos matizes políticos.
Rafa Santos é repórter da revista Consultor Jurídico
O único que desrespeitou a desdita desse veterano do Exército , que sofre de grave doença degenerativa e praticamente em estado terminal , foi o maníaco que se fez mentor intelectual do Bolsonaro.
Mas , infelizmente , se verifica que ao general falta compostura e respeito às instituições.
Villas Bôas, dificilmente a história lhe reservará um mísero verbete…
Mas caso o seu nome algum dia for lembrando, o será como um dos milhares de oficiais militares que sempre lutaram para que o Brasil não fosse transformado numa grande Cuba comunista…
Sempre o quiseram conservar como uma grande Cuba batista…
Capitão da PM dá soco em cabo e briga com esposa em delegacia
FOLHA MAX-
16/10/2019 18:46
O capitão Marcelo de Oliveira Conde, Comandante da 2º Companhia da Polícia Militar de São Felix do Araguaia (1.158 km de Cuiabá) foi denunciado após agredir sua esposa, que é médica, e um colega de farda na madrugada desta quarta-feira (16). A denúncia foi registrada na Polícia Civil e já é apurada pela Corregedoria da Polícia Militar.
Recém-promovido a capitão Conde teve uma desavença com a esposa que foi até o Batalhão pedindo que um soldado pedisse a chave do carro para o capitão, que ordenou que esposa fosse até ele. Ao perceber que se trava de uma discussão de casal, o soldado chamou o cabo que estava na delegacia.
Houve uma discussão entre o casal, quando Conde teria pegado a esposa pelo braço momento em que o cabo pediu para o capitão se acalmar. Diante da advertência, o capitão desferiu um soco no peito do cabo que caiu no chão.
A médica saiu correndo e escondeu do capitão com a ajuda de outros policiais. A mulher se abrigou na casa de um PM.
As informações são de que a esposa do capitão não registou ocorrência e que apenas queria deixar a cidade. Ela pegou a chaves do carro e saiu do local.
Mesmo com a recusa da vítima, o PM agredido denunciou seu superior e registrou o caso como lesão corporal para providências desnecessárias.
Em nota, assessoria afirmou que vai apurar o ocorrido.
Nota da PM
A Polícia Militar informa que o Comando do 10º CR, com sede em Vila Rica, designou um tenente-coronel para apurar ‘in loco’ a denúncia de suposta violência doméstica que pesa sobre o capitão da unidade de São Felix do Araguaia.
O oficial designado encontra-se no município e já instaurou Inquérito Policial Militar(IPM) para apurar a denúncia. O procedimento está em trâmite e todas as providências estão sendo adotadas no sentido de esclarecer os fatos.
Ao fim e ao cabo a carreira do Cabo chegou ao fim!
O UOL identificou com investigadores que houve uma briga envolvendo um policial civil e um muambeiro pela disputa da escolta de vendedores que chegam do Paraguai com mercadorias contrabandeados e que precisam de ajuda para conseguir chegar até a região da rua 25 de março.
Um homem e cinco mulheres foram baleados por volta das 10h10 daquele domingo. O policial civil conhecido como Ricardo Firmeza, se apresentou ao 1º DP (Distrito Policial), na Sé, e assumiu ter atirado contra as seis pessoas. O sobrenome dele não foi confirmado.
Um inquérito foi instaurado contra o policial. Alegando legítima defesa, ele foi liberado. A reportagem apurou que ele continua prestando serviço de escolta ilegal na região.
Naquela manhã, havia dezenas de muambeiros na região. Eles tinham acabado de chegar do Paraguai. Em média, chegam 20 ônibus por dia do país vizinho até a região, de acordo com investigadores. De lá, eles costumam ser escoltados por policiais em folga até a região da 25 de março.
Testemunhas do crime, entrevistadas pelo UOL sob anonimato, apontam que um muambeiro, sem emprego e não identificado, começou a querer disputar esse serviço de escolta e bateu boca com Ricardo Firmeza.
As testemunhas disseram que o muambeiro deu um tapa no rosto do policial, que revidou atirando. Imagens de câmeras de segurança mostram o policial atirando contra o muambeiro que já estava no chão. O estado de saúde dele era considerado grave, mas a polícia não atualizou a informação. Além dele, outras cinco mulheres foram atingidas em áreas do corpo que não geram risco de morte.
Ricardo Firmeza trabalhava no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Ao ser identificado prestando serviços de escola para muambeiros, foi deslocado ao 36º DP, na Vila Mariana. A reportagem não conseguiu localizar o policial, nem sua defesa.
Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que “o caso é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, que recebeu o inquérito policial instaurado pelo 1º DP”.
“Vítimas e testemunhas foram ouvidas e imagens de câmeras de segurança da região solicitadas”, diz a secretaria
Guardas de Itapecerica da Serra mataram dois vendedores ambulantes e prenderam um terceiro que, segundo imagens, não tinham envolvimento com assalto
O dia de trabalho de três “marreteiros”, como são chamados os vendedores ambulantes, terminou com a morte de dois deles – Rodinei Alves dos Reis e Bruno Nascimento de Souza – e a prisão do sobrevivente, Kauê Oliveira Francisco, em Itaquaquecetuba, Grande São Paulo, no último sábado (12/10), no Feriado de Nossa Senhora Aparecida.
GCMs (Guardas Civis Metropolitanos) de Itapecerica da Serra, Grande São Paulo, foram vítimas de uma tentativa de assalto em um posto de gasolina no km 35 da Rodovia Ayrton Senna, reagiram e acertaram o carro onde os três amigos estavam, quando retornavam do Santuário de Aparecida, depois de vender água e sorvete para os romeiros.
Nas imagens de câmeras de segurança do posto, é possível observar quatro pessoas conversam perto de uma moto amarela, modelo BMW. Ao fundo, dois homens chegam ao local andando, mesmo momento em que um veículo prata para na bomba ao lado dessas pessoas. É possível ver quando a dupla tenta assaltar o grupo de GCMs, que reage. Um guarda atira na direção dos homens que tentam fugir na moto, outro dispara para dentro do carro. A namorada de um dos guardas é baleada e morre, assim como dois dos homens dentro do carro.
O vídeo retrata situação diferente da apresentada pelos guardas na delegacia. Segundo a versão guardas Emanuel Formagio e Adriano Borges Rodrigues, eram cinco homens no carro, dois desceram para assaltá-los e os demais ocupantes eram comparsas que morreram em confronto. A namorada de Emanuel, Roberta Maria de Franca, morreu com um tiro, de autor ainda não identificado, que a atingiu no peito.
Um dos homens consegue sair do carro e pede socorro, conforme registra a câmera de segurança do local. Em troca, recebe pontapés, joelhadas e é amarrado por um dos guardas com corda jogada por frentista do posto de gasolina. Esse rapaz é Kauê, que foi apontado como um dos autores do crime e levado preso junto de Caio Jorge Marques, um dos suspeitos que tentou fugir, mas que buscou socorro na Santa Casa de Suzano, município também na Grande São Paulo, após ser baleado no pé.
Desde o primeiro depoimento na delegacia, Kauê explica que voltava de Aparecida com os amigos Rodinei e Bruno no Fiat Siena prata que está no nome de Luciana de Oliveira Alves, 27 anos, companheira de Rodinei. Como estavam desempregados, o comércio ambulante passou a ser o sustento do trio, que em grandes eventos, como foi a romaria do sábado ou mesmo jogos de futebol, vendiam água, sorvete e amendoim. A Polícia Civil, contudo, acatou a versão apresentada pelos GCMs e prendeu Kauê como um dos assaltantes.
Momento em que GCM, ao lado da bomba de combustível, atira no carro em que os ambulantes estão | Foto: Reprodução
De acordo com o boletim de ocorrência, dentro do carro havia algumas caixas com copos de água e sorvetes, além de R$ 322 e três celulares. Imagens obtidas pela Ponte mostram os amigos confraternizando e mostrando que iam para Aparecida trabalhar horas antes de morrerem. “Aí, rapaziada, estamos chegando em Aparecida. Sorvete tem, água, tem. Vamos para cima! 150 palitos e três caixas d’água. Bagulho está louco!”, brincou Rodinei, em vídeo enviado aos amigos marreteiros.
“Ele disse que queria voltar de lá com R$ 3 mil para investirmos em nosso negócio de açaí”, lembra Luciana, em entrevista à Ponte. Ela conta que o companheiro, pai de sua filha de cinco anos, sempre usava o celular e ficava conectado. Quando deu 20h de sábado e ele não mandou mais mensagens, começou a buscar informações. Ela só descobriu o paradeiro dos três no início da manhã de domingo, quando o caso passou na televisão. Luciana ligou para a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e ouviu que o marido morreu ao participar de um roubo.
“O policial falou que tinham cinco indivíduos dentro do carro, dois deles saíram e anunciaram o assalto. Eu falei que tinha três no carro, não cabia mais dois pelo tanto de mercadoria. Não cabia mais duas pessoas no carro. É só olhar o vídeo deles, o Bruno está deitado de um lado e tem mercadoria do outro, não dava para cinco pessoas ocuparem o carro”, diz Luciana.
Jair Martins de Souza, 54, pai de Bruno, conta que ele morreu às 14h de sábado, mas a família só recebeu a notícia às 16h de domingo, o que quase impossibilitou seu enterro. “Chegamos para fazer os procedimentos no IML, tinha passado muito tempo e não haviam colocado na geladeira o corpo. Se demorássemos mais um pouco, ele seria enterrado como indigente”, conta.
O enterro do primogênito de Jair aconteceu em caixão fechado. Segundo o pai, o cheiro estava forte. Apenas ele pode se despedir do filho ao fazer o reconhecimento, mas parentes e a mãe não conseguiram ter um ritual de passagem da forma que imaginavam. “Será complicado. Ele era o mais velho, Tenho 5 filhos agora. O Bruno era uma pessoa muito ativa. Vem na mente as cenas de quando ele era pequeno, de ver nascer e, depois, ver em cima de uma mesa cheio de tiro. Deu um negócio…”, disse, emocionado, o pai.
Rodiei (à esq.) e Bruno em vídeo feito na viagem para Aparecida | Foto: Arquivo pessoal
A família de Kauê preferiu não dar entrevistas. Mãe e irmãos estavam presentes na delegacia seccional de homicídios de Mogi das Cruzes, cidade vizinha a Itaquaquecetuba. É lá que vai acontecer a investigação da morte de Rodinei, Bruno e Roberta. Na tarde desta quarta-feira (16/10), os familiares e amigos dos três cobraram explicações por parte da Polícia Civil. Eles protestavam com faixas e pediam pela liberdade de Kauê. O entendimento é de que os vídeos divulgados mostram que nenhum deles tentou roubar os GCMs e os mortos eram inocentes, não bandidos.
“Querem incriminar meu genro. Vou questionar tudo! A polícia acha que por ser pobre, marreteiro, pode fazer tudo. Tem muita irregularidade aí. Enquanto tivermos voz para reclamar, vamos fazer. Dessa vez vamos mostrar quem é Rodinei”, lamentou Ângela de Souza, sogra de Rodinei.
A Ponte esteve no posto de gasolina BR do quilômetro 35 da rodovia Ayrton Senna, mas nenhum frentista deu detalhes sobre o caso. Um deles apenas explicou que tudo aconteceu muito rápido e que, portanto, ninguém viu. Ao ser questionado sobre o fato de as imagens registrarem um frentista jogando uma corda para o GCM amarrar Kauê, ele desconversou. “Não deu para ver nada. Aconteceu na mudança de turno”, disse. Nenhum outro funcionário quis falar com a reportagem.
Kauê foi espancado e amarrado depois de o crime acontecer | Foto: Arquivo pessoal
Questionada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, sob comando do general João Camilo Pires de Campos neste governo de João Doria (PSDB), explicou que “os dois homens detidos foram reconhecidos pelas vítimas, presos em flagrante e indiciados por latrocínio”. “A autoridade judicial determinou a conversão da prisão em preventiva. Imagens de câmeras de monitoramento do posto de gasolina são analisadas e as vítimas envolvidas serão ouvidas novamente para auxiliar no esclarecimento dos fatos”, explica a pasta.
Às 22h desta quarta-feira (16/10), o delegado responsável pelo caso, Rubens José Ângelo, confirmou à reportagem que pediu a soltura de Kauê. “Pedi a soltura após investigação aprofundada. Pedi a revogação da prisão, eu mesmo fui ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Suzano. Não foi esse vídeo [do posto] isolado, há outros deles preparando o material para Aparecida e mais outras investigações”, explicou brevemente à Ponte, dizendo que os detalhes serão apresentados em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (17/10)