O pior cego é o que não quer ver: Antônio Ferreira Pinto, que, talvez sem se dar conta, contribui para desmoralizar seus comandados 22

Enviado em 22/06/2011 as 0:21PSDB NUNCA MAIS

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17/06/11 – 00:00 > OPINIÃO
O pior cego é o que não quer ver

Campos Machado é presidente do PTB-SP e secretário-geral da Executiva Nacional do Partido

É consenso entre os que conhecem um mínimo da alma humana que o capim não cresce sob a porta dos poderosos, tantos são os que a cruzam para cobri-los de elogios, perfilados, em ininterrupta romaria. Da mesma forma, no âmbito das mais diversas atividades, especialmente da política, há os que justificam como estratégia o não-enfrentamento e o silêncio ante os desmandos de quem detém o poder, mesmo que seus atos sejam nitidamente danosos aos que nos cabe representar. – Felizmente, não me incluo entre estes, até porque, desde cedo, aprendi que é da omissão dos bons que se alimentam os que se julgam acima do bem e do mal, em seus delírios de poder. Estou me referindo à situação vivida pela Polícia Civil de São Paulo, por conta da atuação do secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, que, talvez sem se dar conta, contribui para desmoralizar seus comandados e, como se um ditador fosse, impõe decisões absurdas, confiante de que sua ação nunca será julgada pela história.

De todos os equívocos que protagonizou, que não foram poucos, desde que foi empossado no cargo e se arvorou em dono da Segurança, o mais danoso de todos foi ter ferido, de morte, a Lei Orgânica da Polícia Civil, e apunhalado a história da corporação. E, tudo isso, através de um simples decreto, retirando do órgão o seu coração – a Corregedoria – e instalando-a em seu gabinete, em uma alteração inexplicável de sua subordinação, já que, historicamente, ela sempre esteve vinculada à Delegacia Geral de Polícia.

Decreto, esquece-se o senhor secretário, nunca pode se sobrepor a uma lei. Ao contrário, decreto apenas e tão-somente serve para regulamentar uma lei; não se pode modificá-la, mesmo que dela não se goste. O curioso é que o Secretário não agiu da mesma forma com a PM, de cuja corporação fez parte, o que, em última análise, só serve para acirrar mais os ânimos entre policiais civis e militares, fruto de uma rivalidade antiga que todos sabem existir. Mas o mais chocante é o seu argumento para justificar essa decisão.

Parecendo não se preocupar com a honra alheia, o secretário diz, aos quatro ventos, que com isso está “limpando a Polícia Civil e acabando de uma vez por todas com sua banda podre”. A afirmação beira a leviandade -o que seria a tal banda podre?-, já que coloca sob suspeição todos os integrantes de um órgão público que tantos serviços presta à população paulista. Diz o Secretário, por exemplo, que há mais de 800 delegados envolvidos em processos por corrupção; aliás, diga-se, não concluídos, o que é uma contabilidade falaciosa (há vários casos em que o acusado é o mesmo). Todos sabem que nem cinco por cento do total de delegados estão sendo processados e que, dentre os 800 processos, há vários que tratam de infrações menores, como não usar gravata em um plantão ou por acidentes das viaturas policiais.

Qualquer ação no sentido de moralizar o serviço público é bem-vinda, mas um secretário estadual não pode incorrer no equívoco da generalização. Na Polícia Civil paulista, os processos administrativos e disciplinares sempre foram realizados pela Comissão Processante Permanente e seus delegados, que, especificamente designados para essas missões, dedicavam-se integralmente ao serviço. E mais: eram notórias suas qualidades intelectuais, pessoais, e sobretudo morais, sendo raros os casos de suspeição levantados contra seus integrantes.

Ao comprar essa briga e conclamar a Assembleia Legislativa a derrubar o referido decreto, o que é uma obrigação moral de todos nós, não foram poucas as vezes em que ouvi conselhos para não assumir um confronto desse porte. Mas o faço consciente de que esse é o meu papel, avalizado pelo voto que me conferiram quase 215 mil paulistas; mais do que isso, porque não nasci para ser vassalo de ninguém: pelo contrário, só aprendi a me curvar à minha consciência.

Gostaria, no entanto, de deixar bem claro que não caminho pela estrada da leviandade. Não tenho dúvida de que Ferreira Pinto, oficial da Polícia Militar de origem e atualmente integrante do Ministério Público Estadual, uma entidade que orgulha o nosso estado, é um homem de bem. Não me deixo levar pelo confronto pessoal. Apenas sigo empunhando a bandeira de que a nossa Polícia Civil é uma das melhores do mundo e que não pode, e não deve, ser desmoralizada e humilhada por quem quer que seja.

Se terei êxito nessa empreitada, não sei. O importante é estar em paz com a minha consciência, para o que prefiro agir como o beija-flor, que, diante de um grande incêndio que havia na floresta, começou um incansável vai-e-vem a um riacho, onde apanhava um pouco de água no bico e a jogava ao fogo. Ver aquilo incomodou um grande leão, que pergunta ao beija-flor: “O que está pretendendo, amigo? Quer apagar um incêndio que nenhuma tempestade consegue apagar?” O beija-flor simplesmente responde: “Eu sei que não vou apagar este incêndio, senhor leão. Estou apenas fazendo a minha parte.”

Um Comentário

  1. Se terei êxito nessa empreitada, não sei. O importante é estar em paz com a minha consciência, para o que prefiro agir como o beija-flor, que, diante de um grande incêndio que havia na floresta, começou um incansável vai-e-vem a um riacho, onde apanhava um pouco de água no bico e a jogava ao fogo. Ver aquilo incomodou um grande leão, que pergunta ao beija-flor: “O que está pretendendo, amigo? Quer apagar um incêndio que nenhuma tempestade consegue apagar?” O beija-flor simplesmente responde: “Eu sei que não vou apagar este incêndio, senhor leão. Estou apenas fazendo a minha parte.”

    Muito bem exposto, mas lamento, não terás exito, assim como nenhum terá.
    Mas, valeu pelo esforço!

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  2. A verdade que a depuração é necessaria em todo o governo.
    Na Politica ela ja passou da hora. A bandeira levantada deveria começar pela assembleia legislativa, onde se instalou a imprensa porque lá e que ocorrem os grandes “crimes”.
    Vejam a secretaria de saude, o caos da impunidade.
    Deputados com dinheiro na cueca e mulher escondendo dinheiro no sutiã.
    Falso comentario. Existe sim bons profissionais na Policia civil e militar, mas a gestão da limpeza é necessaria.
    Vamos começar a fazer uma limpeza na Politica e também na policia. Na policia sei que rolam cabeças mas na politica o corporativismo …………

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  3. oportunista de plantão, acho que terá greve, quando estes “politicos” inciam sua marcha, visando – através da hipocrisia, demonstrar certa solidariedade, é porque algo de grave, pra eles, esta por vir…

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  4. acho que, desde 2008, ou antes, quem sempre nos defendeu foram o major olimpio e gianazzi.

    ou estou errado?

    conte lopes , só fala da rota e ferrarine da cracolandia. de bens intencionados o inferno ta cheio…

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  5. ESSE PERUQUINHA É OUTRO BOSTA NUNCA FEZ NADA PELA CLASSE POLICIAL SO FES ALGO PARA ALGUNS DELEGADOS E OLHE LA PELOS OPERACIONAL NÃO FES MERDA NENHUMA ,AGORA FICA QUERENDO VENDER FUMAÇA MERECE É CHUMBO.
    É OUTRO APROVEITADOR,ELE E OUTROS VARIOS QUE ESTÃO POR AI.

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  6. EU QUERO QUE O SECRETINO E TODOS ESSES POLITICOS SAFADOS QUE AÍ ESTÃO QUE NUNCA FIZERAM NADA, NEM PELA POLICIA, E NEM PELA POPULAÇÃO, E SÓ SOUBERAM SE LOCUPLETAR EM DETRIMENTOS DOS POBRES MISERÁVEIS, SEJAM BEM RECEPCIONADOS NO INFERNO, ONDE ENCONTRARÃO SEUS PARES, TAIS QUAIS, COVAS, QUERCIA, ETC…ETC….., AQUI NÃO TEM ESPAÇO SUFICIENTES PARA ESCREVER O NOME DE TODOS! TO HELLLLLLLLLLLLLLLLL

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  7. codigo 13 :
    acho que, desde 2008, ou antes, quem sempre nos defendeu foram o major olimpio e gianazzi.
    ou estou errado?
    conte lopes , só fala da rota e ferrarine da cracolandia. de bens intencionados o inferno ta cheio…

    Está errado. O deputado é um oportunista que defende apenas e tão somente os interesses de sua familia policial militar. Os projetos de lei dele são demagogos. Sempre começam com “Fica o Poder Executivo autorizado a fazer isso ou aquilo”. Tem discurso inflamado mas não consegue aprovar nada na Alesp porque é politicamente isolado. Gianazzi é outro deputado sem voz ativa, sem capacidade de articulação politica alguma.

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  8. Conheci o Campos Machado nos idos de 1975, quando ele militava como advogado, aliás excelente causídico, e depois desse tempo foi de pouco em pouco se afastando da advocacia, deixando o escritório com outros advogados, dentre os quais o saudoso dr. Gerson, para ingressar na política. Filiei-me à época no PTB, votei e consegui muitos votos para ele no primeiro mandato p/ dep. Estadual, pensando que estava nascendo um líder e um amigo leal da Polícia Civil. Ledo engano. Nesses anos todos a sua trajetória foi um fiasco, a não ser alguns pequenos apoios, porquanto, na realidade, nunca peitou esses malditos governadores do famigerado PSDB para uma efetiva melhoria salarial da Polícia Civil. O que só fez foi se fazer fotografar com presidentes de Associações e Sindicatos. Quanto ao texto acima, não é novidade para ninguém que o atual SSP execra a Polícia Civil, o que é lamentável.

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  9. Dr. Guerra,

    Desculpe-me pelo texto exageradamente longo. Falta-me boa capacidade de síntese. Mas o tema que abordo abaixo, acho valer a pena para o bom debate!

    Favorecimento de delegados de polícia pela Corregedoria da Polícia e o Secretário de Segurança.
    Começo a dizer, a respeito desse tema, que acho que não se deve restringir essa questão à gestão do atual Secretário de Segurança Pública, porquanto não sou daqueles que entendem que o acobertamento e até o estimulo a irregularidades sejam decorrência apenas da forma específica de gerenciamento do Dr. ANTONIO FERREIRA PINTO. Pois, na minha percepção, irregularidades e ilicitudes já ocorriam antes e continuam a ocorrer hoje, diariamente, aos olhos omissivos, inocentes ou cegos de todos, inclusive dele e de todas as instituições – até mesmo do próprio Governador do Estado. E tudo como se fossem coisas lícitas, legais e perfeitamente normais no serviço público estadual e albergadas por nossa legislação!

    Isto é, que não se deve olvidar que favorecimentos já ocorriam! E eu que o diga, como vítima viva disso!

    Claro que cada um de nós deve conhecer ao menos um fato específico. Mas como as provas são sempre difíceis de serem apresentadas, vou citar aqui, exemplificativamente, um ocorrido comigo, em 2003, por me parecer ser bastante emblemático da desfaçatez gerencial que nos assola, tudo para o acobertamento (doloso, culposo ou inocente ou ingênuo) de gravíssimas irregularidades cometidas por delegados de classe superior, no caso do então Diretor do DEINTER-2 e um de seus à época divisionário.

    Naquela ocasião o Secretário de Segurança Pública era o hoje Secretário dos Transportes, Dr. Saulo de Castro Abreu filho, que apoiou pronta, cega e incondicionalmente toda uma articulação hierárquica condescendente para punição deste subscritor e para o abafamento do caso. E apenas por que somente reagi, cumprindo o meu indeclinável dever de não condescender com condutas ilícitas, às gravíssimas irregularidades cometidas por referidas autoridades na remoção de carcereiros da antiga Cadeia Pública 11 (hoje, o CDP de Americana), representando contra ambos, vez que o fazerem coagindo e ameaçado escandalosamente esses policiais para obrigá-los a assinarem os respectivos requerimentos de transferência e para tomarem posse imediatamente em municípios bem distantes, quando na verdade deveriam materializar essas transferência através de atos da iniciativa da própria administração, fundamentando-os no interesse público e policial, portanto, sem dependerem de quaisquer requerimentos, bem como esperarem, ao menos, a publicação dos atos no Diário Oficial para que cada pudesse assumir seus cargos, tal como estabelece a legislação.

    Na época, através de uma descabida instauração de um processo administrativo disciplinar buscaram, pasmem, a minha demissão somente por eu ser autor dessa representação e por terem ficado indignados pelo fato de que o caso havia se tornado público através de reportagens pela mídia. Me a reportagem dizendo que eu havia me recusado a falar a respeito, para proteger os malfeitores, fui acusado, sem qualquer prova nesse sentido, de haver dado entrevista a respeito, e transferiram-me compulsoriamente para São José dos Campos, tudo com o conhecimento e endosso secretarial. Claro que naturalmente dissimulando o ato de remoção no interesse do serviço policial, tirando-me portanto do 2º DP de Americana, unidade de 2ª classe, e jogando-me no Plantão Policial Sul de São José dos Campos, em grave e manifesta ofensa ao verdadeiro interesse público e à própria legislação, posto que para isso precisaram substituir-me na minha unidade de origem, que era e é de 2ª classe, por um delegado de 4ª classe! E ao mesmo tempo que mantinham e mantiveram delegados de 4ª e 3ª classes em unidades policiais de São José dos Campos, em 2ª e em 1ª classes, grave violação do interesse público, senão até com improbidade administrativa.
    Assim, não bastasse a indiscutível mendacidade das alegações e justificativas usadas na época, não hesitaram sequer em afrontar textualmente o disposto no art. 32, da Lei complementar nº 207/79 (“Artigo 32 – O Delegado de Polícia só poderá chefiar unidade ou serviço de categoria correspondente à sua classe, ou em caso excepcional, à classe imediatamente superior)”. E para não passarem atestado do absurdo comigo praticado, coonestando-o inclusive, o então Secretario Saulo puniu-me ao fim do processo administrativo, com pena de advertência como se eu tivesse praticado, em algum momento, algum ato ilícito.
    Ou seja, puniram severa e exemplarmente o denunciante, apenas para blindar e favorecer os verdadeiros infratores, pela grande e gravíssima ousadia de minha parte em ter representado contra tão importantes autoridades. E responsável mor por essa proeza, que penso merecer ficar nos anais do governo do estado, continuou e ainda é, hoje, o importante secretário de estado, agora na pasta dos transportes.

    E acho que porque não havia mesmo como justificar fática e juridicamente a minha punição, então o Secretário Saulo – pasmem outra vez! -, não cuidou de demonstrar ao menos, seja em qualquer dos pareceres antecedentes e ou em qualquer das provas dos autos, no que exatamente teria consistido a minha conduta supostamente infracional justificadora de sua decisão. Aliás, à exemplo dos relatórios e pareceres precedentes, também não cuidou sequer de rebater qualquer das minhas teses de defesa, de modo que ele pudesse, ao menos, dar a aparência de minimamente amparada ou justificada a reprimenda disciplinar aplicada.

    E não foi só! A despeito das provas documentais e testemunhas juntadas e noticiadas pela imprensa, inclusive declarações dos carcereiros coagidos, asseverando a coação e as ameaças hierárquicas, sequer teria cuidado de ao menos cobrar ou responsabilizar a Delegacia Geral de Polícia e a Corregedoria da Polícia Civil pela não instauração, ao menos, de algum procedimento de investigação contra os Diretores acusados, preferindo mante-los, garbosamente, no mesmo cargo até a aposentadoria compulsória do Diretor do DEINTER-2, um ou dois anos depois!

    Assim, é por conta ou como decorrência dessa forma que entendo acumpliciada de gerenciamento e muito arraigada nos altos escalões hierárquicos, que continuo até hoje, mesmo sendo delegado de 2ª classe há mais de quinze anos, e mesmo havendo sabida falta de delegados de 2ª classe em São José dos Campos, para onde fui na época transferido, e em várias outras cidades do estado, amargando há mais de oito longos anos a verdadeira e mais grave pena já aplicada a um delegado de polícia, qual seja a condenação de ser, pelo resto da carreira, somente um reles e perpétuo plantonista daquela cidade, para cuja função poderiam perfeitamente ser escalados delegados de quaisquer classes inferiores (5ª, 4ª e 3ª). E ao mesmo tempo em que, diariamente, um festival de autorizações em classe superiores, inclusive na 2ª classe, são concedidas e publicadas a outros, ou que acúmulos de titularidades de unidades são distribuídos para o aumento de salário, sobretudo aos protegidos e apaniguados dos gestores, com ônus real e desnecessário aos contribuintes, conforme é fácil se perceber pelo próprio Diário Oficial do Estado, inclusive na cidade de São José dos Campos.

    Mas, como o objeto deste artigo não é esse fato, que ora menciono apenas em reforço à minha tese aqui esposada, maiores detalhes ficarão, quem sabe para um artigo futuro, ou uma nova representação, já em fase de estudo, bem como para pesquisas nos autos de PA ou na ação ajuizada e em andamento perante a 9ª Vara da Fazenda Pública Estadual (proc. nº 0120645-17.2008.8.26.0053 – 053.08.120645-8).

    Portanto, voltando ao tema central deste artigo, preciso dizer que me espanta muito a sociedade não se dar conta de que os mais graves e mais sérios problemas na Polícia Civil de São Paulo são decorrentes muito menos dos defeitos pessoais e individuais de cada dirigente e muito mais dessa forma já eternizada e acumpliciada de se dirigi-la, onde as regras contidas na legislação tem tão pouco ou nenhum valor quando confrontadas com a opinião ou a vontade pessoal e soberana de cada dirigente de plantão, sobretudo quando do próprio Secretário de Segurança! E que reside exatamente nesse formato de gestão pública a maior e mais grave forma de contaminação de nossa instituição, na medida em que ele acaba sendo naturalmente aplicado do mais alto ao mais baixo escalão. Também, que é isso que propicia e cultiva o nefasto hábito das autoridades de realçarem bem mais a compreensão do seu superior sobre o fato ou sobre a decisão a ser tomada do que propriamente o seu verdadeiro entendimento jurídico sobre o preconizado em nossa legislação!

    Aliás, a minha compreensão é a de que os Secretários de Segurança costumam agir sistematicamente nessa contramão (uns mais, outros menos, mas, sobretudo o atual!), portando-se sempre como verdadeiros deuses ou semi-deuses perante seus diretos subordinados da Polícia Civil, quando não decidindo com as mãos dos delegados de polícia que lhe são diretamente subordinados, ou influindo e interferindo diretamente em decisões e atos de competência exclusiva destes. E que é exatamente por isso que essa mesma cultura acaba sendo adotada e solidificada em toda a linha hierárquica, num efeito dominó extremamente perverso e com todas as consequências funestas decorrentes, uma vez que os delegados de polícia são e devem ser subordinados diretamente à legislação – e só a legislação -, tomando-a exclusivamente como parâmetro de suas ações e decisões!

    E sou de opinião de que se os últimos Secretários de Segurança tivessem agido realmente apenas dentro do que preconiza e lhe confere a legislação em seus relacionamentos com a Polícia Civil, que isso naturalmente a teria obrigado em toda sua hierarquia, fazendo-a bem melhor. Poia a teria imposto, em conseqüência, a mesma cultura em relação às autoridades policiais subordinadas, que se veriam compelidas a igual modo de gerenciamento junto a seus respectivos subalternos, assegurando assim a cultura da prática dos atos administrativos somente dentro dos balizamentos exigidos para a administração publica (arts. 37, da Constituição Federal, e 4º e 111, da Constituição Estadual, e, em especial, a Lei Estadual nº 10.177/98).

    Daí a razão pela qual tenho como crucial se compreender que a Polícia Civil, diferentemente da sua co-irmã, não pode continuar sendo gerida como uma instituição militar, a começar por sua grande estrutura verticalizada de hierarquia. E que é urgente deixar-se de se impor e se cobrar dos delgados de polícia obediência hierárquica cega, tal como não se pode exigir nem mesmo de militares comandados, principalmente através do assédio que se faz através das constantes transferências, mudanças de cargos e movimentação de pessoal, cujo escopo final é sempre, ocultamente, o da obtenção da fidelidade incondicional nas vontades gerenciais não escritas ou que não podem ser documentadas, sobretudo porque o parâmetro das ações de um delegado de polícia precisa ser somente às regras contidas na legislação vigente e não às orientações ou recomendações e quiçá aos pedidos e exigências extra-autos que lhes possam ser passados!

    A rigor, tenho que a gênese de todos os nossos problemas, a começar pelo nível elevado de corrupção dentro de nossa instituição e da má remuneração que recebemos, está exatamente nesse formato distorcido de gerenciamento e para o qual entendo o Dr. ANTONIO FERREIRA PINTO estar contribuindo bem mais gravemente, superando inclusive seus antecessores. Pois embora paradoxal, o poder imperial que ele parece encarnar no combate à corrupção tem sido, em minha opinião, ao contrário do que ele estaria propalando, o que mais estaria estimulando e propiciando hoje a efetiva locupletação da corrupção, posto que reside exatamente nesse poder sub-reptício, não documentado, ou, quando muito, dissimulado em atos administrativos nulos ou eivados de nulidades, o que mais afasta as autoridades mais legalistas e afinadas com o verdadeiro interesse público dosmais importantes cargos. Ou seja, a verdadeira causa que mais marginaliza sempre as autoridades avessas às mazelas e que as exclui sistematicamente do verdadeiro centro de poder e de direção na polícia, justamente por serem também estas as que oferecem ou podem oferecer maior resistência a essa forma perniciosa de gerenciamento, e em face da enorme dificuldade do superior em conseguir seus objetivos escusos ou, ao menos, de domesticá-las ou de com elas conviverem pacificamente.

    Também, que o reflexo disso é que o espaço que deveria ser ocupado por estas, acaba invariavelmente destinado às menos honradas ou menos afetas ao rigorismo da legislação, ou ao menos, às que não questionam az mazelas de gerenciamento. Faz com que com estas monopolizem listas de promoções por merecimento e às posições de maior destaque na instituição, constituindo-se em verdadeiro prêmio pelo desvio de conduta, ou até pelo simples fato de que são elas as que mais facilmente se adaptam a esse formato e ao discurso fácil e falacioso desse falso rigorismo no combate da corrupção já eternizada, ou na busca do resultado a qualquer custo, inclusive com a prática até de crimes e com o desrespeito às leis com esse objetivo, ao mesmo tempo que costumam ser também as que mais tomam decisões estimuladoras e favorecedoras das estruturas de corrupção.

    Assim, independentemente da boa vontade ou do mérito da honradez do discurso do atual Secretário de Segurança, entendo que a sua gestão tem andando sim na contramão do que ele apregoa, e que ele está muito longe de prestar grandes serviços ao povo de São Paulo. Pois uma coisa são os discursos e a declaração de rigorismo no combate à corrupção, outra são os resultados por ele atingidos.

    Ou o Dr. ANTONIO FERREIRA PINTO entende ao menos isso, ou ficará, no melhor das hipóteses, enxugando gelo enquanto responsável maior por prover a segurança pública no estado, quando não servindo, ao menos, de inocente útil para os gestores que apreciam e se deliciam dos frutos da corrupção. Pois não bastam suas boas intenções. É preciso ter a humildade ou a capacidade de perceber que, no essencial mesmo, a Polícia Civil não melhorou em absolutamente nada em sua gestão, se de fato se quiser aprimorá-la.

    Também, que o que de fato aumentou teria sido apenas o seu marketing positivo e eficaz à frente de tão importante Secretaria, somente conseguido através do fato novo e diferente implantado com a avocação da corregedoria para o seu gabinete, e se ignorando o malefício que isso está também a causar no seio policial civil. Pois não se pode olvidar a compreensão mediana hoje existente no âmbito da Polícia Civil da vigência, na verdade, de uma espécie de terrorismo na apuração das infrações, e do aumento da insegurança que teria passado a existir a todos que, justa ou injustamente, estariam caindo nas malhas de suas apurações, principalmente pela convicção generalizada da parcialidade e da falta de isenção na condução dos processos e nos seus respectivos julgamentos, que estariam atendendo muito mais ao anseio do marketing pessoal do chefe da Pasta.

    Compreender-se, portanto, que assim como antes, não estaria prevalecendo o que de fato se acha inscrito na legislação, mas principalmente o que mais pensa e deseja a hierarquia – por sinal, raramente a melhor hierarquia -, à qual logo e mais facilmente continuam se afinando sempre os mais envolvidos e comprometidos com as mazelas, irregularidades e, sobretudo, com a corrupção!

    Mas, como a adoção dessa compreensão nos parece improvável, não consigo vislumbrar hoje real valor à sociedade no seu trabalho à frente de tão importante Secretaria.

    É como penso! Pena que pareço ser a única pessoa que assim pensa!

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  10. “Mais um policial militar foi executado na Baixada Santista”, disse Olimpio Gomes (PDT) lamentando o crime ocorrido na noite de 21/6. O parlamentar comentou que o sargento Lindemberg Gastão Alves, da Força Tática da Polícia Militar, foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. “E já sei o final da história: nada será apurado, vão questionar a conduta ética do morto…”, queixou-se. Gomes ainda afirmou que a segurança pública do Estado e a Polícia Militar perderam o controle da administração. “Depois não entendemos o porquê de policiais morrendo nas ruas. Quando o estrategista erra, soldados morrem”, alertou. (DK)

    Desconsiderando a lei

    Olimpio Gomes (PDT) informou ter protocolizado no Conselho de Defesa das Prerrogativas Parlamentares um documento para que sejam tomadas providências em relação a fato ocorrido recentemente: “Sergio Roberto Ataíde, militar aposentado que trabalha em meu gabinete como assessor parlamentar, teve três procedimentos disciplinares, que o levaram a ser condenado a cinco dias de cadeia, por ter usado para correspondência particular e-mail oficial. O comandante geral da Polícia Militar, cel. Álvaro Camilo, determinou que ele seja preso no dia 27/6. Acontece que a lei que determina a retenção de um militar só tem validade quando ele está na ativa, o que não é o caso a que me refiro.” Para Gomes, o comandante da PM está desconsiderando a lei.

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  11. BRIGA DE QUADRILHAS ENTRE A DO “PERUCA” E A DO “PINTO” KKKKKKK
    QUE SE MATEM, EU QUERO ASSISTIR A LUTA DE GLADIADORES NO CAMAROTE. KKKKKK

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  12. Boa Noite!

    Senhoras e Senhores.

    O nosso dignissimo Deputado, logo logo deverá ser considerado “Senhor dos Cangurus”.
    Dizem de comprou uma enorme fazenda laá pelas bandas da Austrália.

    Caronte.

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  13. Caro Windor Claros Gomes,

    Abraço a tua causa, com Escrivão de Polícia, mas não para derrubar o dito cujo, MAS SIM, para IMPLORAR, GRITAR PARA ÀQUELES DELEGADOS DE POLÍCIA COM A MESMA INDIGNAÇÃO, HONESTIDADE E PROFISSIONALISMO QUE VOSSA SENHORA EXERCE, A SE JUNTAR AOS SEUS RECLAMOS E MUDAR EM TODOS OS SENTIDOS DE CIMA PARA BAIXO ESSA INSTITUIÇÃO….
    ABRAÇOS DE ESCRIVÃO DE POLÍCIA QUE ACIMA DE TUDO LABORA POR UMA JUSTIÇA SEM A E NEM B.
    ABRAÇOS.

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  14. O difícil é desmoralizar quem já perdeu toda moral. Não temos coragem, não temos aliados,
    todos querem uma lasca do que restou, hoje somos uma piada de muito mal gosto.
    Não vejo retorno, nem pedagiado!!!!
    Acabou o combustível, caímos no lugar comum, na cova dos amargurados, sem luz no horizonte.

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  15. Gostaria eu de saber,onde anda os SINDICATOS,as ASSOCIAÇOES, que so deixam seu presidentes mais ricos, e nada fazem em pro dos trouxas que os bancam…..

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