STF deve liberar as chamadas marchas da maconha 15

Enviado em 14/06/2011 as 23:05REPÓRTER AÇO

Uma das diversões da Guarda Pretoriana está prestes a acabar.

Fonte: BOL

STF deve liberar as chamadas marchas da maconha

14/06/2011 – 22h35 | do UOL Notícias

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) deve liberar amanhã as chamadas marchas da maconha, manifestações em favor da descriminalização da droga. A ação que contesta a proibição dessas manifestações pelo Judiciário foi protocolada pela Procuradoria-Geral da República.

Em julgamento estará o direito dos manifestantes de expressarem seu pensamento livremente. No entendimento da vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, os juízes que proíbem as marchas erram ao tratar as manifestações como apologia ao crime e ao uso da maconha. Essa interpretação, na opinião da procuradora, restringe a liberdade de expressão.

“Nos últimos tempos, diversas decisões judiciais, invocando tal preceito, vêm proibindo atos públicos em favor da legalização das drogas, empregando o equivocado argumento de que a defesa desta ideia constituiria apologia ao crime”, afirmou Duprat no texto da ação de descumprimento de preceito fundamental.

Em 2008, conforme a ação, foram proibidas marchas em favor da descriminalização da maconha em Curitiba (PR), Brasília (DF), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), João Pessoa (PB), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Juiz de Fora (MG), Americana (SP). Neste ano, a marcha foi proibida em nove estados.

MPF quer levar caso da escrivã despida à força para Justiça Federal: Procurador alega tortura, violação de direitos humanos e omissão do estado 31

Enviado em 14/06/2011 as 22:45BOMBAS

14/06/2011 19h22 – Atualizado em 14/06/2011 21h52

MPF quer levar caso da escrivã despida à força para Justiça Federal

Procurador alega tortura, violação de direitos humanos e omissão do estado.
Mulher será ouvida na quinta-feira pela Corregedoria da Polícia Civil em SP.

Kleber Tomaz Do G1 SP

V.F., de 29 anos, se diz traumatizada até hoje com a humilhação a qual foi submetida (Foto: Marcelo Mora/G1)Ex-escrivã se diz traumatizada até hoje (Foto:
Marcelo Mora/G1)

O Ministério Público Federal em São Paulo quer que o caso da escrivã despida à força por um delegado da Corregedoria da Polícia Civil e filmada nua pela equipe dele, formada por homens, dentro do 25º Distrito Policial, em Parelheiros, na Zona Sul da capital paulista, em 15 de junho de 2009, saía da esfera estadual e seja apurado por um procurador, investigado pela Polícia Federal e julgado pela Justiça Federal. A informação foi confirmada nesta terça-feira (14) pela assessoria de imprensa do MPF-SP.

A ação foi gravada pelos corregedores, mas as imagens que mostram a ex-policial seminua vazaram e acabaram parando na internet neste ano. O vazamento do vídeo da Corregedoria chegou a ser criticado pelo governador Geraldo Alckimn (PSDB), que o classificou como “grave”.

O G1 não conseguiu localizar o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, representante do MPF-SP, para comentar o assunto. Segundo a assessoria de imprensa, ele está em viagem na Argentina. Mas teve acesso ao documento que ele encaminhou à procuradora dos Direitos do Cidadão, Gilda Pereira de Carvalho, solicitando a “federalização” do caso.

Para Aparecido Dias, houve “crime de tortura” no caso da escrivã, além de omissão das forças de segurança do estado de SP e o descumprimento dos acordos internacionais.

O delegado arrancou a calça e a calcinha da escrivã, que ficou nua na frente da policial militar, de uma guarda-civil metropolitana, de uma mulher e de outros três delegados. Em seguida, o delegado da Corregedoria mostrou R$ 200 que disse estar com a escrivã e a prendeu. O dinheiro, segundo a acusação, foi pago à escrivã por um suspeito de porte ilegal de arma para favorecê-lo no inquérito.

A ex-escrivã foi demitida após apuração da Corregedoria da Polícia Civil concluir que ela recebeu dinheiro em troca de atenuar a ocorrência contra um criminoso.

Ainda naquele período, os delegados que respondiam por abuso de autoridade foram inocentados pela  corregedoria, pelo promotor do Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep), do Ministério Público estadual,  e pela Justiça paulista.

Aparecido Dias discorda de tudo que foi feito anteriormente. Ele informa que se baseou no parágrafo 5º do artigo 109 da Constituição Federal para pedir o deslocamento da competência da apuração desse caso. Os requisitos para isso, no entendimento do procurador, foram:

• houve violação dos direitos humanos da mulher praticada pelas forças de segurança do estado de SP – caracterizada, principalmente, pela revista ilegal da escrivã feita na frente de homens e o uso de algemas;

• além do descumprimento dos tratados internacionais de direitos humanos assinados pelo Brasil;

• e pelo fato de a Justiça paulista não ter punido os delegados que arrancaram a roupa da então escrivã que era suspeita de corrupção.

Aparecido Dias encaminhou essa sugestão à procuradora Gilda em 31 de maio. Após a eventual manifestação dela, em Brasília, o documento será entregue ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Este, por sua vez, deverá encaminhar seu posicionamento para análise do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Caberá ao STJ determinar se haverá ou não a “federalização” da investigação.

Vídeo gravado pela Corregedoria foi parar na internet  (Foto: Reprodução)Vídeo gravado pela Corregedoria foi parar na
internet (Foto: Reprodução)

No caso de uma possível “federalização”, a Polícia Federal deverá apurar o caso juntamente com algum representante do Ministério Público Federal, provavelmente em São Paulo.

Somente em fevereiro deste ano, após o vazamento do vídeo que mostra a ação, o secretário da Segurança Pública de SP, Antonio Ferreira Pinto, determinou nova instauração de processo administrativo disciplinar para apurar a responsabilidade dos envolvidos. A ex-escrivã deverá prestar depoimento nesta quinta-feira (16) a respeito do caso na sede da Corregedoria da Polícia Civil, em São Paulo.

E também neste ano, outro promotor do Gecep pediu ao mesmo juiz o ‘desarquivamento’ do caso. O magistrado, no entanto, negou esse pedido em 1º de junho, alegando que não havia fatos novos para a reabertura dele.

Nesta terça-feira (14), o advogado da ex-escrivã, Fábio Guedes Garcia da Silveira, discordou da decisão do juiz. “Achamos que há novas provas, como o laudo que atestou a lesão corporal nela e o relatório médico que informou que ela tentou cometer suicídio na cadeia”, disse o advogado ao G1.

Omissão do estado de SP
Para Aparecido Dias, os esforços das forças de segurança em relação a apurar novamente o caso da escrivã caracterizam omissão.

“Assim, houve potencial omissão ilícita do secretário da Segurança Pública por não ter determinado a imediata instauração de procedimento administrativo em face dos fatos em discussão logo após a ciência de sua ocorrência”, escreveu o procurador, na sua manifestação.

Em 26 de fevereiro deste ano, o G1 fez reportagem informando que Ferreira Pinto recebeu relatório do caso da escrivã feito pelo Gecep, em 28 de agosto de 2009 ; e um ofício da Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo (OAB-SP), enviando cópia da fita com a ação da Corregedoria a ele em 4 de novembro de 2010.

Na época da publicação da matéria, a assessoria de imprensa da SSP foi procurada para comentar a informação de que o Gecep encaminhou o relatório ao secretário, mas não se pronunciou. A respeito do DVD com cenas da ação policial, a secretaria havia informado que Ferreira Pinto recebeu o conteúdo com as imagens em 22 de dezembro de 2010, mas não as viu, e enviou as cenas à Corregedoria da Polícia, que já havia investigado e arquivado o caso.

O procurador Aparecido Dias cita os três pontos que o fizeram pedir a federalização da investigação do caso da então escrivã e justifica cada um deles.

a) Hipótese de grave violação dos direitos humanos;
“A grave violação de direitos humanos está patente, diante do comprovado tratamento degradante e desumano imposto por agentes policiais à escrivã alvo de investigação pela Corregedoria da Polícia Civil do Estado de São Paulo, consoante depreende-se a partir das imagens contidas no vídeo gravado.”

b) Finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte;
As obrigações internacionais a serem cumpridas resultam dos tratados e convenções dos sistemas internacional e interamericano de proteção dos direitos humanos (…).”
“Tais fatos implicam o descumprimento de tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil é signatário, representando grave violação de direitos humanos.”

“Por não haver um juízo independente e imparcial para investigar e processar o crime de abuso de autoridade praticado pelo delegado (…) e os integrantes de sua equipe, o Estado de São Paulo está violando inúmeras disposições internacionais aos direitos humanos.”

c) a Justiça do Estado não tenha tomado as devidas providências e diligências para punir conduta infratora.
“Por derradeiro, as providências tomadas pelo Estado de São Paulo não foram efetivas e não houve imparcialidade na investigação e processamento (…) houve a determinação de seu arquivamento por atipicidade das condutas investigadas, apesar de todo conjunto probatório em sentido contrário.”

“Desse modo, vislumbra-se claramente que o arquivamento do processo (…), instaurado para apurar a prática de crime de abuso de autoridade relatado acima, significa uma letargia do Estado Brasileiro ao referido episódio com inequívoca violação das normas dos sistemas internacionais e interamericano de proteção aos direitos humanos.”

‘Ilegalidade’
De acordo com o procurador, os atos praticados pelos policiais da Corregedoria da Polícia Civil foram ilegais. Aparecido Dias diz que a ilegalidade ocorreu em quatro situações:

1) A ordem do delegado de revistar a escrivã na frente de outros homens é “manifestamente ilegal” porque ela deveria ser revistada por uma policial mulher longe da presença masculina;

2) A autuação em flagrante da escrivã por desobediência e resistência também é ilegal porque a ordem da autoridade policial para revistá-la também era ilegal

3) O uso das algemas foi ilegal por conta dos pressupostos descritos acima.

4) Houve abuso de autoridade porque a “bruta imobilização e posterior despimento da requerente frente a diversos homens configuram constrangimento e tratamento vexatório não autorizados em lei (…)”

‘Federalização’
O Ministério Público Federal em São Paulo pede a “federalização” da “ação penal no Fórum Central Criminal da Barra Funda,” que apura prática de crime de corrupção pela então escrivã em 2009; do “procedimento (…) na Vara Única do Foro Distrital de Parelheiros,” para apurar eventual prática de crime de abuso de autoridade por policiais da corregedoria; e de “eventuais inquéritos policiais a serem instaurados visando apurar, em tese, o crime de tortura por parte dos policiais civis que aparecem no vídeo gravado e a responsabilidade criminal das autoridades hierarquicamente superiores aos policiais civis da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, relacionados com os fatos aqui tratados, em razão da eventual omissão ilícita destes”.

O que diz a PGR
A assessoria de imprensa da Procuradoria Geral da República informou que “não encontrou esse pedido no sistema de cadastro de documentos”.

O que diz o TJ-SP
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou que “não comenta decisão judicial”. “As partes estando insatisfeitas com a decisão há a possibilidade de recursos.”

O que diz a SSP
A Secretaria da Segurança Pública não respondeu diretamente aos questionamentos feitos pelo G1 a respeito da suposta “omissão” do seu secretário e do pedido do MPF-SP em querer a federalização da investigação do caso da escrivã. Entretanto, encaminhou nota, por meio de sua assessoria de imprensa, na qual relaciona abaixo as providências tomadas diante da divulgação das imagens, em 18 de fevereiro deste ano:

“Afastamento de dois delegados da Corregedoria da Polícia Civil, lotados até àquela data na Corregedoria; Abertura de Processo Administrativo Disciplinar para apurar responsabilidade funcional de quatro delegados de polícia envolvidos no caso; Encaminhamento de ofício ao Exmo. Sr. Procurador de Justiça manifestando perplexidade com o requerimento de arquivamento do inquérito policial instaurado por abuso de autoridade; Substituição da delegada diretora da Corregedoria, Maria Inês Trefiglio Valente. O Processo Administrativo Disciplinar continua em andamento na Corregedoria Geral da Polícia Civil”, informa a nota da SSP.

A secretaria também informou que os delegados envolvidos no caso não trabalham mais na Corregedoria. Atualmente, eles estão em outros departamentos da Polícia Civil e em delegacias de Lençóis Paulista e Ribeirão Preto.

O G1 não conseguiu localizar os delegados afastados da Corregedoria pelo secretário, os promotores, a policial militar que prestou depoimento e as testemunhas para comentar o assunto.

Colaboraram Claudia Silveira e Caroline Hasselmann

Vídeo com mulher de short sobre capô de carro da PM é investigado 28

Imagem na internet mostra garotas de top acariciando PMs em rua de SP.
Caso de indisciplina foi reaberto após corporação ver imagem no Youtube.

Kleber TomazDo G1 SP

Câmera flagra mulher subindo em capô de carro da Polícia Militar (Foto: Reprodução)Vídeo no site Youtube mostra mulher subindo em capô de carro da Polícia Militar (Reprodução)

Um vídeo postado na internet que mostra policiais militares da Zona Norte de São Paulo mantendo contato físico de conotação sexual com mulheres – uma delas sobe, inclusive, no capô do carro oficial – durante uma ocorrência de perturbação do sossego em 2008 chegou recentemente ao conhecimento da Polícia Militar. Mais de dois anos depois, essas imagens estão sendo usadas para reabrir a investigação sobre o caso de indisciplina. Naquela época, o comando responsável pela região chegou a apurar a mesma denúncia, mas como não viu as cenas, só advertiu dois policiais pela conduta inapropriada.

Quatro policiais militares e dois carros da corporação estão envolvidos na ação ocorrida na Rua Araguaia Martins, no bairro Cachoeirinha, na Zona Norte. Eles foram filmados do alto de um imóvel por um morador. Incomodado com o barulho feito por um grupo de jovens em motos e carros, ele havia telefonado para o 190 da PM. Rapazes e moças bebiam e ouviam música alta.

A gravação de 6 minutos e 38 segundos foi parar no site YouTube em 5 de outubro de 2008. Nela, garotas de shorts e tops se atiram para dentro da janela dos carros da PM. Uma delas chega a subir no capô do veículo. Um homem aparece abrindo a porta e coloca uma jovem sentada no banco brincando que ela havia sido presa. Outro rapaz surge dando tapas no bumbum das moças na frente dos policiais, que não fazem nada. Não é possível saber se há adolescentes no grupo de baderneiros.

Nas cenas, é possível comprovar que os policiais não detiveram os suspeitos que estavam guiando embriagados e sem documentação as motos. Os veículos também não foram apreendidos.

“Os caras falaram que não têm documento da moto. O outro falou que não tem carta [habilitação para dirigir]. E o outro está tão bêbado que não consegue dirigir… falou isso para o guarda. E que o guarda falou? ‘Que não tem nada a ver. Que as motos estão paradas e não vou fazer nada, meu’”, narra o morador, que se mostra indignado ao filmar a ação policial na rua em frente à sua casa.

Sob o título ‘festa do funk na araguaia martins-sp’, as cenas descritas acima foram vistas 1.078 vezes até 12 de abril, quando o G1 procurou a assessoria de imprensa da PM para comentar o assunto. A resposta do comando da Zona Norte veio nesta sexta-feira (10), quase dois meses depois do primeiro contato.

“Na ocasião, em 2008, após analisar os fatos, o comando local não conseguiu identificar todos os envolvidos nem individualizar as condutas e decidiu por advertir dois policiais militares. Recentemente, após ter acesso a outros elementos, foi determinada a instauração da sindicância nº 47BPMM-015/06/2011 para reavaliar o caso. Na sindicância, já foram ouvidas as pessoas que postaram o vídeo no YouTube, policiais militares que trabalharam naquela noite e outras provas foram obtidas, porém as investigações ainda estão em andamento. Assim que concluído o procedimento, novas informações serão passadas”, informa a nota divulgada pela Polícia Militar.

A decisão de reabrir o caso foi do coronel Antonio Marin, do Comando de Policiamento de Área metropolitana 3, responsável pela Zona Norte, segundo a PM. A sindicância foi reaberta para apurar se a conduta dos policiais incorreu em crime, contravenção ou indisciplina.

De acordo com a Polícia Militar, os quatro policiais envolvidos na ocorrência e que foram filmados em atitude suspeita pertenciam ao 9º Batalhão da PM. Atualmente, o 47º Batalhão é o responsável pela área norte. Os policiais suspeitos de conduta inadequada continuam trabalhando normalmente enquanto são investigados.

Na segunda-feira (13), as imagens haviam sido retiradas do YouTube. “Este vídeo foi retirado pelo usuário. Desculpe”, dizia o site. Questionada, a PM informou que não pediu a retirada das cenas. O G1 não conseguiu localizar o responsável pelo vídeo para comentar o assunto.

Análise das imagens
Em abril, a pedido do G1, o perito Ricardo Molina, um dos maiores especialistas em fonéticas forenses do Brasil, analisou as cenas do vídeo que estava no YouTube. Ele também clareou as imagens para tentar identificar os envolvidos. Afirmou que uma das cenas mostra nitidamente uma moça estender os braços em direção ao órgão genital de um policial que estava no banco do motorista da viatura.

“Apesar de o vídeo ser antigo, mostra que os policiais estão acostumados com esse tipo de contato com as moças. É preciso saber quem são esses policiais e se esse tipo de comportamento da PM continua naquela região”, disse Molina naquela ocasião.

Ouvidoria
Procurada em abril pelo G1, a Ouvidoria das Polícias informou que ia encaminhar o caso para apuração da Polícia Militar.

“Os policiais envolvidos na ação podem incorrer em crime de prevaricação, por não terem cumprido com o dever de apreender as motos sem documentação e multar os donos delas. Também poderão sofrer punição administrativa por indisciplina. Eles foram coniventes com a baderna e negligentes por não impedi-la”, disse o ouvidor em exercício Julio Cesar Fernandes Neves.

“As imagens sugerem que os policiais não terminaram com aquela bagunça e não registraram a queixa contra o grupo em troca de algum favor. Dá a entender que eles permitiram contato físico de conotação sexual para não fazerem nada. Essas imagens denigrem a corporação”, criticou Fernandes Neves.

O vídeo
Após analisar as imagens do Youtube, Ricardo Molina descreveu o que viu no vídeo. Segundo o perito, o grupo faz barulho numa rua da capital paulista durante a noite. Os responsáveis pelas imagens ficam indignados ao ver um grupo ironizar a chegada dos policiais com gargalhadas e brincadeiras. Mulheres se debruçam para dentro das janelas. Elas disputam um espaço para tocar o corpo de um policial militar sentado no banco ao lado do motorista. Algumas empinam o bumbum e ficam rebolando, mexendo os quadris.

É possível ver pelas imagens que uma mulher deixa metade do corpo para dentro do carro da polícia, do lado do carona. Enquanto isso, uma jovem de blusa vermelha estende o braço esquerdo em direção ao órgão genital do policial do lado do motorista. A mesma cena se repete nos dois carros e duram alguns minutos.

“Tá passando a mão (…) guarda ali”, diz um voz feminina que está perto do cinegrafista amador, sugerindo que as garotas na rua estavam tocando a genitália de algum PM dentro do carro.

“As imagens não estão muito boas, estão escuras, mas sugerem que teve contato sexual. A gente presume isso porque as moças esticam os braços em direção aos órgãos sexuais dos policiais. Uma aparece estendendo mesmo o braço, tem uma conduta de provocação. E o policial deixa. O policial não apresenta nenhuma resistência. É uma falta de respeito. Os PMs dão muita liberdade ao grupo, principalmente para as moças. A impressão que dá é que os PMs estão acostumados com aquelas atitudes”, afirmou Molina.

“Em um dos trechos é possível escutar um rapaz dizer: ‘ele vai te revistar, deixa ele revistar…’ Em seguida, a mulher diz: “Ai, eu também quero ser revistada’”, disse Molina ao verificar o áudio das imagens.

Segundo o perito, também foi possível identificar os prefixos dos carros da PM no vídeo. Eles são: M- 09240 e M-09233. M corresponde à região metropolitana, onde atua a PM da área citada e da capital. 09 é o número do Batalhão da corporação. 2 pertence à 2ª Companhia. E 33 e 40 são os números correspondentes dos veículos que estavam operando.

Tapas no bumbum e mulher no capô
No intervalo dessas cenas, um homem com camiseta e bermuda aparece depois dando tapas no bumbum de duas garotas que estavam penduradas na janela de um dos automóveis da PM e sai rindo. Nas imagens é possível ouvir o som das palmadas.

Em outra imagem, uma mulher sobe no capô do carro da PM e fica ‘de quatro’, se insinuando para os policiais que estão dentro do carro, mexendo os quadris compulsivamente até ser retirada pelos colegas.

“Foi um total desrespeito a moça subir no capô. Eles não fizeram nada. Como eles foram condescendentes, todos ficaram à vontade. É uma conivência com a farra. Quando estão sendo chamados para parar, eles participam”, disse o ouvidor em exercício Fernandes Neves.

Após mais de 2 minutos e 30 segundos de baderna do grupo, os carros da PM deixam a rua. Um dos veículos dá marcha a ré em alta velocidade. O grupo de arruaceiros continua na rua falando alto e fazendo barulho acelerando as motocicletas por mais quatro minutos e também vai embora.

“Os policiais foram chamados para impedir uma perturbação pública de sossego alheio. Chegaram lá e foram coniventes com a situação. Houve transgressão disciplinar por parte deles.
Não agiram como a PM deve agir”, criticou Fernandes Neves. “Se a Polícia Miltiar punir os policiais envolvidos, eles poderão ser advertidos, suspensos, expulsos ou até presos.”

Ainda segundo a corporação, os policiais envolvidos na ocorrência agiram corretamente em relação ao chamado do reclamante: foram ao local por conta do som alto e acabaram com o barulho. Como o denunciante não quis ir com a PM ao distrito policial prestar queixa, os baderneiros não foram detidos e o caso não foi registrado na delegacia.

Polícia prende cinco por morte de sindicalista em Sertãozinho: dois policiais militares, dois diretores e o presidente 13

Terça, 14 de Junho de 2011 – 11h47 ( Atualizado em 14/06/2011 – 12h53 )

Polícia prende cinco por morte de sindicalista em Sertãozinho

São dois policiais militares e dois diretores e o presidente do mesmo sindicato onde trabalhava a vítima, assassinada em 15 de dezembro

Da reportagem

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A Polícia Civil de Sertãozinho prendeu na manhã desta terça-feira (14) cinco pessoas suspeitas de envolvimento no homicídio do sindicalista Wellington Wagner Espagnol, 45 anos. O crime ocorreu em 15 de dezembro de 2010, na sede do Sindicato dos Trabalhadores de Montagem, Manutenção e Serviços Terceirizados. Espagnol morreu com dois tiros na cabeça. Os presos são dois policiais militares e dois diretores e o presidente do mesmo sindicato.

Sandro Marcos Galvão Caligioni e Aldo Lúcio da Silva Oliveira foram presos às 6h, na troca de turno, quando um estava entrando e outro saindo do trabalho na PM de Sertãozinho. Caligioni é da cidade e Oliveira é de Orlândia. Os dois diretores, Valdevino Rodrigues da Costa e João Rodrigues da Costa são irmãos e também foram presos pela manhã. O presidente do sindicato, Sebastião Walter Rodrigues, foi detido em Orlândia e levado para Sertãozinho.

Outro policial militar suspeito de participar do crime já havia sido preso. André César Gomes dos Santos, de 35 anos, foi detido dois dias após o homicídio, em 17 de dezembro. Ele é proprietário de um carro que foi visto por uma testemunha na frente do sindicato na hora do crime, e que foi encontrado depois, abandonado com a arma usada. Na época, André disse que o veículo e a arma haviam sido furtados uma hora antes do crime. Ele está no presídio Romão Gomes.

Segundo o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Sertãozinho, Targino Osório, parte dos suspeitos teria planejado o crime e os outros teriam arquitetado. O suspeito de fazer o disparo, Daian Donizete da Silva, ainda não foi preso e não é policial nem integrante do sindicato. Segundo o delegado, ele era namorado da irmã do primeiro policial preso, o dono do carro usado no crime.

Motivação

O delegado da DIG disse que começou a desconfiar do envolvimento dos integrantes do sindicato depois do depoimento da esposa do sindicalista morto. Segundo Osório, a mulher disse que o marido havia lhe contado, dias antes do crime, que ele teria teria discutido com os outros sindicalistas e feito ameaças a eles, depois que o presidente do sindicato o teria acusado de desviar dinheiro do caixa. Espagnol era tesoureiro do órgão.

Após investigações e quebras de sigilos telefônicos, a Polícia Civil fez a ligação de todos os envolvidos. Os PMs presos eram amigos do presidente do sindicato e já conehcidos por fazer a segurança particular dos sindicalistas suspeitos do crime.

Justiça condena Estado a indenizar família de delegado morto 2

O Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o Estado a indenizar em R$ 200 mil, por danos morais, a família do delegado Adelson Taroco, morto em 2006 durante rebelião na cadeia pública de Jaboticabal.

A decisão, publicada no “Diário Oficial do Estado” no último dia 7, também prevê o pagamento de uma pensão mensal equivalente a dois terços dos rendimentos do delegado, a partir da data de sua morte. Cabe recurso.

Segundo o advogado João Biazzo, que representa a mulher e os dois filhos do delegado, o valor total a ser pago pelo Estado (somadas pensões e a indenização) deve ser de R$ 1,5 milhão.

‘[A indenização] É o que vai garantir o prosseguimento de uma vida com dignidade para os filhos do delegado’, afirma Biazzo.

De acordo com o advogado, a família deve decidir, nas próximas semanas, se entra com um recurso para pedir uma indenização maior tanto para os danos morais quanto para materiais.

Segundo a sentença, a pensão deve ser paga para a mulher até que ela se case de novo ou morra. No caso dos filhos, o valor é garantido até que eles completem 21 anos de idade ou até 25, caso façam curso universitário.

A mulher do delegado, Magnólia Pimentel Taroco, preferiu não comentar a decisão.

Na sentença, o juiz Luís Manoel Fonseca Pires, da 3ª Vara da Fazenda, considerou que o Estado se omitiu do dever de garantir a segurança para agentes e dos presos dentro da unidade prisional.

‘O Estado tem uma responsabilidade objetiva, ou seja, tem que fornecer segurança pública. A partir do momento em que Estado não oferece segurança pública, ele é obrigado a indenizar quem sofre prejuízo’, afirma o advogado.

A Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o Estado está analisando o teor da decisão e que pode apresentar recursos cabíveis no prazo previsto na lei processual

O CASO

O delegado Adelson Taroco foi amarrado em um colchão e queimado em maio de 2006 na cadeia de Jaboticabal, durante onda de ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Após 20 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital das Clínicas de Ribeirão, o delegado morreu.

Em fevereiro deste ano, a Justiça condenou sete presos pela morte do delegado. Outros dois detentos foram condenados por incêndio e danos ao patrimônio público