COBRAS E LAGARTOS: O detento Ulisses Guimarães Stancat após doar oito computadores a COESP – doação publicada no D.O. de 4 de abril de 1997, desapareceu quando removido para Tremembé…É fácil constatar: foi o descalabro que tomou conta da SAP na gestão em que Ferreira Pinto foi Secretário-adjunto ( 1993 a 1995 ) o fator que permitiu que uma facção (o PCC) crescesse à sombra de tantas fraudes…Suspeitos de tortura, peculatários e facilitadore$ de fugas foram promovidos e prestigiados pela SAP 22

O que é e o que faz a Coespe?

Coespe é a Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado de São Paulo e, como o próprio nome diz, é um órgão do Governo Estadual que coordena as Prisões do Estado.

A Coespe é responsável por todas as prisões e cadeias e distritos policiais?

Não. A Coespe é responsável apenas pelos estabelecimentos penais estaduais. Ela não tem responsabilidade sobre as prisões em distritos policiais nem nas cadeias públicas do Interior.

A Coespe é quem arranja vaga nos Institutos Penais Agrícolas?

Sim. Como a Coespe é quem coordena os Estabelecimentos do Estado, é ela quem diz onde tem e onde não tem vaga para remover o sentenciado que tem direito de cumprir a pena em regime semi-aberto (desde que tenha sido determinada a remoção pelo Juiz).

Onde mais atua a Coespe?

A Coespe é quem autoriza as transferências de presídios. Por exemplo; se o preso tem família no Interior e está preso na Capital e quer ser transferido, ou se está sendo ameaçado por outros presos.

A Coespe é responsável, ainda, pela coordenação do Hospital Penitenciário que abriga doentes graves e os que têm problemas mentais (esses ficam nas Casas de Custódia e Tratamento).

Quantos Estabelecimentos penais estão sob a responsabilidade da Coespe?

Ao todo são 65 (sessenta e cinco) Prisões. Sete delas estão na Capital (Casa de Detenção de São Paulo, Penitenciária do Estado, Centro de Observação Criminológica, Penitenciária Agente de Segurança Penitenciária “Joaquim Fonseca Lopes” de Parelheiros e Penitenciárias Femininas da Capital, Tatuapé e Butantan).

 

O secretário de Estado da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, afirmou que o Estado “estava de joelhos para o crime organizado” antes de seu retorno à pasta, em junho de 2006. O governador da época a que ele se refere era seu atual chefe, Geraldo Alckmin (PSDB), e a secretaria estava sob comando do ex-juiz Nagashi Furukawa.

O Exmº Secretário da SAP, por quase 8 anos, foi  o chefe da COESP  ( cargo equivalente aos cargos de Delegado Geral e Comandante Geral ). 

Foi demitido em 2000. Era muito tarde. O Partido do Crime já estava estabelecido  – dentro e fora das prisões – como  verdadeira organização criminosa. 

Secretário, não se limpe culpando a gestão Nagashi Furukawa.

O GOVERNO, desde junho de 2006,  NÃO ESTÁ MAIS DE JOELHOS ( para o crime organizado ).

SÓ O POVO!

DE JOELHOS AO DECÚBITO…  

Imagem : trecho da obra Cobras e Lagartos de Josmar Jozino.  

Empresário denuncia juiz de São Bernardo 1

sábado, 4 de junho de 2011 7:44

Empresário denuncia juiz de São Bernardo

André Vieira Do Diário do Grande ABC

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Titular da 7ª Vara Cível de São Bernardo, o juiz Gersino Donizete do Prado foi afastado quinta-feira de suas funções por determinação do Órgão Especial do Tribunal de Justiça. Um empresário de Santo André denuncia o magistrado no Conselho Nacional de Justiça, pelos crimes de concussão e corrupção passiva – ou seja, exigir ou receber vantagem indevida. Procurado diversas vezes pelo Diário, o juiz não retornou aos telefonemas. Em uma das ligações, uma mulher informou que ele retornaria. Mas não o fez.

Durante toda a quinta-feira, corregedores ocuparam a sala do então titular da 7ª Vara, recolhendo informações e conversando com funcionários do Fórum. Gersino está afastado de suas funções até 30 de agosto. Seu lugar foi ocupado pela juíza Rossana Luiza Mazzoni de Faria, afirmou o Tribunal de Justiça de São Paulo.

A reclamação disciplinar foi enviada ao CNJ em 20 de abril. No documento, a que o Diário teve acesso, o denunciante diz representar empresa que enfrenta crise financeira há quatro anos e é alvo de processo na Justiça.

Desde então, segundo a documentação, passou a ser explorado pelo juiz. A denúncia relata exigências do magistrado para contornar a situação judicial, que iam de propinas semanais (espécie de mesada) a compra de artigos de luxo, passando pela liquidação de contas pessoais em oficina mecânica e do custeio das despesas da festa de aniversário de Gersino.

Para a representação legal da empresa em questão, o acusado também exigiu a contratação de escritório de sua confiança, que cobra R$ 250 mil mensais. O juiz Gersino Donizete do Prado também teria requerido a contratação de uma consultoria e de uma empregada para a área comercial da empresa. Até a terceirizada que fazia os serviços de limpeza teve de ser substituída por determinação do juiz.

Segundo o denunciante, em 2009, a sede da empresa, estimada em R$ 30 milhões, foi a leilão. Antes, porém, uma perícia judicial depreciou o valor do imóvel, mais tarde arrematado por “amigo íntimo” do juiz a preço inicial de R$ 10 milhões.

A empresa entrou com embargos contra a arrematação, alegando erros no edital e na avaliação, incompatível com o valor venal, mas os pedidos, registrados em novembro de 2010, ainda não foram julgados.

O empresário, de acordo com documentação analisada pelo CNJ, denuncia também que o escritório de advocacia contratado por ordem do então titular da 7ª Vara de São Bernardo negligenciou a defesa da empresa, não informando andamento do processo e perdendo prazo para interposição de recursos.

 

CAIXINHA

Os pagamentos semanais a que era obrigado a fazer para o juiz começaram com a quantia de R$ 1.000, que dobrou no fim de 2008. O dinheiro era entregue toda terça-feira, dentro de um jornal, repassado em mãos para representante do magistrado. O encontro era em uma cafeteria na região central de Santo André. Em 2009, os pagamentos foram reajustados para R$ 3.000. Depois que um dos contatos do juiz teve “problemas com a polícia”, a remuneração passou a ser paga diretamente no Fórum de São Bernardo. Em janeiro, relata o empresário, a retirada semanal passou para R$ 5.000.

O CNJ recebeu toda a documentação descritiva da denúncia de extorsão, com cópias de cheques dos pagamentos .Na peça, o denunciante requer que o juiz Gersino Donizete do Prado seja afastado do caso para que o processo seja julgado “com imparcialidade.”

 

Denunciante diz ter comprado relógios e pago festa em bufê

 

Há três anos, Gersino Donizete do Prado comemorou seu aniversário, em março, em tradicional bufê de Santo André. Animada ao som do pop-rock dos anos 1980 e decorada com elementos que misturavam tecnologia e ambientes naturais, a festa para 400 pessoas custou R$ 20 mil. Todas as despesas, sustenta a denúncia, foram pagas pelo empresário denunciante em cheques cujas cópias estão em poder do CNJ. A celebração foi acompanhada por veículos de imprensa, com destaque nas páginas de colunismo social.

 

PRESENTES

Segundo o empresário, o magistrado exigiu ainda mais. Em lojas de shopping, o denunciante teria sido obrigado a comprar roupas, um laptop, canetas importadas e uma gargantilha de ouro com esmeraldas avaliada em R$ 11,4 mil.

Antes de fazer uma viagem para os Estados Unidos, em dezembro do ano passado, Donizete do Prado pediu R$ 52 mil, informa o denunciante. O juiz também recebeu dois relógios, um Rolex, que custa R$ 20 mil, e um Bvlgari com pulseira de couro de crocodilo, no valor de R$ 12,9 mil.

 

 

Magistrado é presença constante em eventos na região

 

Gersino Donizete do Prado é prestigiado no Grande ABC e costuma aparecer em festas, inaugurações, eventos beneficentes, shows e sessões solenes. Ele conduzia o processo que tramita desde 1995 e pede a extinção do Jardim das Oliveiras, erguido sobre antigo lixão.

Investigações ambientais apontaram que o terreno está contaminado. O loteamento, às margens da Estrada da Cama Patente, no Alvarenga, se desenvolveu ilegalmente em área de proteção aos mananciais e reúne hoje cerca de 12 mil pessoas.

Em 15 de maio, o magistrado foi até o bairro e informou aos moradores que o laudo atualizado sobre a contaminação estava pronto e que a ação, enfim, seria julgada em breve. Antes da visita no mês passado, o juiz já havia realizado inspeção judicial no bairro, em dezembro de 2008. A diligência, justificou, era para que conhecesse pessoalmente as reais condições das famílias.

 

JARDIM SCAFF

 

Donizete do Prado também deixou seu gabinete no Fórum para ver de perto a realidade de outra comunidade carente. Em agosto de 2007, o juiz visitou, acompanhado de autoridades políticas, o Jardim Scaff.

Erguido em área invadida na região do Batistini, o bairro está localizado à beira da Estrada da Servidão. O loteamento, onde moram centenas de famílias, é alvo de ação de reintegração de posse desde 1997.

O terreno pertence à família do presidente da Fiesp, Paulo Skaf. O espaço, que tem 88 mil metros quadrados e teve o auge de sua ocupação na década 1990, está hoje mais valorizado pela proximidade com o Trecho Sul do Rodoanel.

 

PRÊMIO NOBEL

Após a visita do magistrado, em 2007, a desocupação das moradias foi mais uma vez adiada. A atitude rendeu ao juiz indicação ao Prêmio Nobel da Paz pelo Cammesp (Central de Atendimento aos Moradores e Mutuários do Estado de São Paulo).

A sugestão de nomes ao Comitê da Noruega que entrega o prêmio é livre. Neste ano, por exemplo, o Nobel da Paz recebeu 241 nomeações. O vencedor será anunciado em outubro.

Em 2000, Furukawa demitiu Gomes da chefia da Coespe – A COESP ERA BALCÃO DE VENDA DE VAGAS E BENEFÍCIOS AOS PRESOS, VENDA DE FUGAS, EXPLORAÇÃO DO TRABALHO DOS REEDUCANDOS E EMPREGO DE TORTURA COMO INSTRUMENTO DISCIPLINAR…ALÉM DO ESCANCARADO PECULATO E FRAUDES NAS LICITAÇÕES DA ALIMENTAÇÃO DOS CONDENADOS…MAIS: QUANDO LOURIVAL GOMES FOI DEMITIDO POR FURUKAWA “REBELIÃO” ERA ROTINA 8

05/06/2011

‘SP estava de joelhos para o crime organizado’, afirma secretário

Léo Arcoverde
do Agora

O secretário de Estado da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, afirmou que o Estado “estava de joelhos para o crime organizado” antes de seu retorno à pasta, em junho de 2006. O governador da época a que ele se refere era seu atual chefe, Geraldo Alckmin (PSDB), e a secretaria estava sob comando do ex-juiz Nagashi Furukawa.

A afirmação foi feita durante audiência pública sobre o sistema prisional, na última terça-feira, no auditório da sede do MPE (Ministério Público do Estado) de São Paulo, na rua Riachuelo (região central).

Nesse período, segundo Gomes, “preso líder de facção criminosa andava mais de avião do que o governador” e o governo “dava concessões” para detentos sob castigo no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), em que presos não têm direito à visita íntima.

“Na saída temporária, no RDD tinha o dia do abraço. Eram concessões feitas para agradar o crime organizado. (nota o RDD, vige desde  2001; Lourival é do tempo do BONDE E SOLITÁRIA )

Ao falar sobre o que definiu como “uma minoria de funcionários corruptos”, Gomes disse que o crime organizado “quer eliminá-lo”. “Se eu tivesse medo, não era secretário. Falo aqui, publicamente: o crime organizado quer me eliminar, em razão das regras que estamos impondo.

Em 2000, Furukawa demitiu Gomes da chefia da Coespe (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários). ( nota: de 1995 a 2000 , COM O BENEPLÁCITO E INCENTIVO DA ADMINISTRAÇÃO A “DISCIPLINA INTERNA” FOI DELEGADA  AOS CRIMINOSOS MAIS VIOLENTOS E PODEROSOS: OS CÃES “PIT BULL” DA DIRETORIA ).

Em seus cinco anos à frente da Coespe, 1.100 traficantes escaparam das prisões, segundo uma CPI estadual do sistema prisional. ( nota:  5 ANOS DE GOMES  NA CHEFIA DA COESP –  CPI instalada de maio de 2001 a março de 2003 ).

Em maio de 2006, quando houve os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), Furukawa deixou o cargo. Ele foi substituído pelo hoje secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto e Gomes foi nomeado adjunto.

Procurado, o ex-secretário Nagashi Furukawa disse que “a crítica que o secretário Lourival Gomes fez não é dirigida a mim, e sim ao governo anterior, comandado por Geraldo Alckmin. Portanto, creio que a palavra está com o governador.”

05/06/2011

Pasta nega críticas ao governador

Léo Arcoverde
do Agora

A assessoria de imprensa da SAP (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) afirmou que Lourival Gomes “em nenhum instante referiu-se ou fez críticas ao governador Geraldo Alckmin, como insinua maldosamente o questionamento da reportagem”.

A reportagem enviou nove perguntas sobre as declarações feitas por Gomes. Nenhuma delas foi respondida.

A assessoria disse que “os princípios que hoje guiam o combate ao crime e a construção de um sistema prisional firme e humano remontam ao governo Mário Covas/Geraldo Alckmin”.

O governador Geraldo Alckmin disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria comentar as declarações de seu secretário.

_____________________

Furukawa foi boicotado “pela minoria de funcionários corruptos” ocupando a maioria dos cargos mais importantes da COESP.

A maioria dos ASP  é formada por gente humilde e honesta; a minoria desonesta dos agentes desonestos VIRA DOUTOR DIRETOR.  

Diretor ganha  mal  mas nunca  reclama!

As  honradas exceções que nos desculpem.

NAS PRÓXIMAS TRAGÉDIAS, EM VEZ DOS BOMBEIROS, CHAMEM O BOPE E O CHOQUE 37

MINEIROS VÃO PARA O RIO DAR APOIO AOS BOMBEIROS: PRESIDENTES DA ASCOBOM E DA ASPRA ESTÃO A CAMINHO DO RIO DE JANEIRO

 
 
EM UMA TRAGÉDIA COMO A DA REGIÃO SERRANA, NUNCA TÃO POUCOS, FIZERAM TANTO POR TANTOS.

O GOVERNO DO RIO RETRIBUIU COM BOMBAS E TIROS E PRISÃO AOS QUE ESTES HOMENS FIZERAM PELO POVO DO RIO, NA FOTO ACIMA UM SALVAMENTO NA REGIÃO SERRANA DO RIO.

O Sgt. Alexandre Rodrigues, presidente da Ascobom e o diretor administrativo da associação, Cabo Julinho, juntamente com o Subtenente Nonato, presidente da Aspra e o coordenador da comissão de direitos humanos, também da Aspra, Subtenente Luiz Gonzaga estão a caminho do Rio de Janeiro, onde estão sendo aguardados pelas lideranças locais para dar apoio ao movimento dos bombeiros militares da capital fluminense.

Entre as reivindicações do bombeiros cariocas, estão piso salarial líquido no valor de R$ 2 mil e vale-transporte. Atualmente o salário é de R$950,00.
Assim que os nossos companheiros de Minas estiverem no Rio, vamos repassar pra vocês as informações e imagens que eles conseguirem.
SINDPOL MG SE SOLIDARIZA COM BOMBEIROS DO RIO.

O diretor do Sindpol Centro Oeste Experidião Porto que também é Vereador vai propor na Câmara Municipal de Pompéu uma Moção de Repudio ao ato de truculência do Governador do Rio, Sérgio Cabral. Para Porto o Governador tratou Herois como bandidos “esse ato insano deste governador vai contra todos os principio da administração, Bombeiros que salvaram a vida de muitos especialmente nos desabamentos que aconteceram no Rio forma tratados pior do que os traficantes que fugiram do Complexo do Alemão e foram poupados pelo Governo do Rio, mandar invadir um quartel de Bombeiros que ali estão com mulheres e crianças sem esgotar todas as vias de negociação chega a ser um ato de sadismo. Daqui a mil anos esse Sergio Cabral vai ser lembrado como o Governador que mandou a sua policia jogar bombas e atirar nas familias dos Bombeiros que ganham menos que um cobrador de onibus no Rio. Esses homens nos fazem lembrar uma frase celebre: NOS DESABAMENTOS DO RIO,  NUNCA HOMENS GANHANDO TÃO POUCO, FIZERAM TANTO POR TANTOS.” 

o povo do Rio vai cobrar a fatura nas urnas

Dr. Rubens Liberatori – ”família e quadro a óleo são maravilhosos vistos de longe” 30

João Vicente, o  Dr. Liberat​ori está vivo , advoga​ndo, lúcido aos 86 anos, escritório em Pinheiros.

Reportagens



23 de abril de 1969
Um novo crime nas ruas

Contra a polícia de ontem, os
bandidos de hoje, mais audazes,
organizados e mais violentos

 

Segunda-feira, 14 de abril. São Paulo, 17 horas – Sem uma palavra e com uma chuva de balas 38 e 44, seis homens, com dois Volks, atacam uma Kombi do Banco Francês e Italiano, matam o guarda com oito tiros, ferem o motorista com quatro, dominam um funcionário a murros e pontapés e levam 20.000 cruzeiros novos. Tempo da operação: cinco minutos.

Terça-feira, 15 de abril. São Paulo, 11 horas e 30 minutos- Dois rapazes invadem uma oficina de alta costura, um deles com uma pistola automática. Há pânico. E tiros. Diante de uma espantada noiva a provar seu vestido, cai morta Dona Elizabeth, a proprietária do ateliê. Algumas horas depois, surpreendido ao assaltar um salão de cabeleireiro, o matador enfrenta um policial a bala. Acaba ferido e dominado.

Rio de Janeiro, meio dia – Dois rapazes, armados de revólver, entram numa loja no centro da cidade e, de possíveis fregueses, se transformam em assaltantes. Levam apenas 100 cruzeiros novos. Treze horas – Manuel Dutra, um açougueiro de 29 anos, única testemunha do assalto a uma agência do Banco Andrade Arnaud há um mês, é morto a tiros no seu açougue.

Quarta-feira, 16 de, abril. São Paulo, 15 horas – A prisão de Claudinho, um garoto de catorze anos, vem esclarecer uma série de crimes que vão do roubo ao assassinato, entremeados com vários atentados a bala. Uma das últimas proezas do grupo: assalto a um casal de noivos. O noivo tentou reagir e foi morto por Jailan, um bandido de quinze anos.

Belo Horizonte, 16 horas – Quatro homens vestindo fardas da Polícia Militar – um até fantasiado de tenente – esperam o carro pagador da mina de Morro Velho na estrada Raposos-Nova Lima. Um mineiro, suspeitoso com as perguntas que lhe foram feitas pelos “soldados”, alerta o pessoal, do carro pagador. E o carro, com os 160.000 cruzeiros novos, não sai nesse dia. A polícia procura até hoje os assaltantes fardados.

São Paulo, 17 horas. Em Jundiaí, Nelson Batista da Luz enfrenta a polícia com uma verdadeira fuzilaria, rompe o cerco e foge deixando sua carga preciosa: 194.000 cruzeiros novos de maconha.

Quinta-feira, 17 de abril. Porto Alegre. 15 horas e 30 minutos – Cinco homens, conduzidos por um muito parecido com Jack Palance, dominam quinze funcionários e dezoito clientes numa agência do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, prendem todo mundo nos banheiros do subsolo, descem ao porão, entram no cofre e levam 84.000 cruzeiros novos. É o maior assalto da história do Rio Grande. “Jack Palance” e seus companheiros, todos com armas automáticas, gastaram no assalto cinco minutos.

Sexta-feira, 18 de abril. Rio de Janeiro – Um policial diz, brincando: “Bom mesmo é sábado e domingo”.

Sábado e domingo passam a ser o intervalo entre a violenta semana que termina e a que começa e promete. Isto já vale, desde o ano passado, para o Rio e São Paulo. E começa a valer também para Minas, Rio Grande do Sul, Estado do Rio, Paraná e Goiás. Este é o mapa da violência, dos assaltos a banco, da mão armada, da audácia e do crime organizado. De um crime que ganha em eficiência, técnica e brutalidade, faz adeptos entre meninos e engorda com entorpecentes. Há um novo crime na praça: mais ambicioso e mais duro. E um novo criminoso, que trocou a cachaça pela maconha, a faca pelo revólver e o pé-de-cabra pela sutileza: abre portas retirando o cilindro das fechaduras; antes arrancava as portas. E para enfrentar essa situação? Praticamente. a mesma polícia de sempre.

POLÍCIA NA ESCADA – Em todo o Brasil, hoje, a polícia é a mesma de ontem. Ou quase. No Rio, os policiais dizem que correm atrás de bandidos pela escada, enquanto os criminosos usam elevador. As 37 delegacias distritais com telefones sem linha, teletipos enguiçados e velhos arquivos não dão conta do seu recado. Um policial veterano, avaliando seus companheiros, salva 30% de bons, aponta 40% sem tarimba e sem entender nada de polícia e acusa os restantes 30% de ausentes por não quererem trabalhar. No Governo Goulart, 70% dos policiais optaram pela Polícia Federal e a Polícia da Guanabara substituiu-os por ex-condutores de bonde, ex-funcionáríos da Panair, etc. “E o nosso ordenado é uma piada”, diz um antigo policial. “Os bandidos estão aí de cabeça fresca. E a gente preocupado com a conta do armazém.” Já a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo declarou em nota oficial: “É fato notório que o serviço policial não acompanhou o progresso e o desenvolvimento do nosso Estado”. E esta confissão vale para todo o País, onde a falta de pessoal habilitado, a carência de aparelhamento e a pobreza dos vencimentos fazem polícias pouco eficientes, incapazes de ir além da rotina: diante de um assalto, correm aos velhos fichários onde selecionam os ladrões conhecidos que funcionam na área, e apresentam pilhas de fotos às testemunhas. Um arrastado trabalho que quase sempre não leva a lugar algum. Só no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) há mais de 100.000 fichas. E se o assaltante procurado for uma cara nova no crime, a polícia se perde entre as várias e contraditórias descrições de um único bandido. Mesmo conhecendo o caso ocorrido nos Estados Unidos, em que cinco funcionários de um banco assaltado, impedidos de se comunicar entre si logo após o roubo, escreveram completas descrições do ladrão solitário: deram-lhe de vinte a quarenta anos, de 1,60 m a 1,90 m de altura, vestiram-no com branco, azul e amarelo, indicaram-no corno loiro, moreno e ruivo. Concordaram, os cinco funcionários, apenas em três pontos: o assaltante era branco, carregava um saco de papel em uma das mãos e um revólver na outra. “Uma polícia mais bem preparada, reaparelhada e bem paga” – é o sonho do Professor Hely Lopes Meireles, Secretário da Segurança de São Paulo. E de todos os outros secretários.

Enquanto isso, 1969 promete ser um ano tão ou mais violento que 1968. Porque mesmo uma polícia eficiente não vence o crime. Apenas o segura. “Chicago é a um só tempo a mais violenta e a mais bem policiada cidade americana: três minutos após um crime chegam três carros de polícia; porém, três minutos depois há outro crime”, diz o sociólogo Ruy Coelho. Talvez haja aí um pouco de exagero. Mas só um pouco. Claude Julien, especialista francês em criminologia, aponta algumas causas do aumento de criminalidade nos Estados Unidos: “A miséria de certas camadas da população, os problemas psicológicos de numerosos indivíduos submetidos a fortes tensões sociais, a deficiência da educação e a busca do lucro fácil”. Isto vale para o Brasil?

MUNDO VIOLENTO – Ruy Coelho acha que sim. E traz mais um dado: “A própria transição da agricultura para a indústria acelera o índice de criminalidade, com a corrida para a cidade grande que estimula o crime até com o anonimato, a sensação de fazer o que quiser já que ninguém vai ficar sabendo”. Nas regiões rurais, especialmente no Nordeste, os crimes mais freqüentes sempre foram e ainda são os crimes contra a pessoa, com maioria para os chamados crimes de honra. Nos grandes centros urbanos, entretanto, ganham os crimes contra a propriedade. E o que leva a isso é uma mistura de pobreza material com indigência cultural. E a transição da agricultura para uma crescente industrialização tem a ver com tudo isso: quando estruturas existentes são construídas, ou mudam rápidamente, sem que as novas estejam bem fixadas, sopra um vento favorável ao crime. Para o delegado Vidal Pilar Fernandes, 43 anos de idade e 22 de polícia em São Paulo, explicar a violência é ainda mais fácil que explicar o crime. “Pois não vivemos em um mundo violento? Quando eu era garoto, brincava com pião, papagaio, bola de meia. E a garotada de hoje? Não está aí correndo de carro, kart, motocicleta?” Vidal Fernandes acredita que “a violência do mundo chegou de vez ao crime” e que isso aconteceu e se generalizou “com a divulgação do poder do revólver”. E lembra o Luz Vermelha, um bandido que fez fama em 1967, em São Paulo, e que lhe confessou: “Quando fui fazer o neu primeiro assalto, o dono da casa me surpreendeu. Não gostei. Puxei a arma e o dominei”. É o delegado quem conta: “Aí, Luz sentiu, pela primeira vez, o poder de uma arma na mão. E, por isso, nos assaltos seguintes, fez questão de surpreender em vez de ser surpreendido: acordava as vítimas, com uma lanterna vermelha e um revólver ameaçador”. Luz era o tipo do bandido difícil de cair nas mãos da polícia: agia sozinho, não era conhecido, não tomava entorpecentes e chegou a detalhes como o de agir em São Paulo e morar em Santos. Entretanto, Luz é exceção. Diz Vidal Fernandes: “O crime é como o futebol: existem milhares de jogadores, mas apenas meia dúzia de grandes craques”. E, geralmente, os mais perigosos atuam em grupos de cinco ou seis. “Então”, diz o delegado, “a violência se acentua por emulação ou, simplesmente, para assegurar lideranças.”

A comparação entre as estatísticas de 1967 e 1968 da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio, de São Paulo, traz revelações: o número de inquéritos para estelionato – contos do vigário e golpes sem emprego de força – caiu de mil para quinhentos; enquanto isso, o furto qualificado ou não – arrombamento de residência é considerado furto qualificado – subiu de mil para 1.700; e o roubo – assalto a mão armada inclusive – pulou de 150 para quatrocentos. E é bom notar que as vítimas de assalto a mão armada são as que em maior número deixam de procurar a polícia, temendo represálias por parte dos assaltantes. O quadro de homicídios também é significativo. Enquanto os homicídios culposos (em que o agente não tinha a intenção de matar, e matou por imprudência, negligência ou imperícia) caíram de 560 para 510, os homicídios dolosos (inclusive latrocínios) subiram de 280 para 350. E só não subiram mais porque, na hora do “a bolsa ou a vida”, o assaltado, cada vez mais, entrega a bolsa sem resistência.

GREGOS PIONEIROS – Em São Paulo, 1965, houve um único assalto a banco: o dos gregos que levaram 500 milhões antigos de uma.camioneta do Banco Moreira Salles, ao meio dia, no centro da cidade, com muitos tiros e a morte de um funcionário do Banco. Só a prisão da quadrilha, um mês depois, tirou a notícia das manchetes. No ano seguinte, ainda um único assalto. Porém, em 1967, o número pulou para oito. E no ano passado chegou a 37. Este ano começa pior: nos três primeiros meses, nove assaltos a banco, contra três no primeiro trimestre de 1968. No Rio, seis assaltos a banco em 1968. E quatro até abril de 1969. Só em São Paulo, desde novembro de 1967, o total roubado apenas em bancos e carros que levavam dinheiro já passa de 1 milhão de cruzeiros novos. A soma roubada nos outros Estados vai chegando, também, a essa cifra.

No Rio, 75% dos assaltos em geral ocorrem na Zona Norte, 80% dos furtos de carteiras e bolsas são feitos no Centro e 60% dos furtos em residências ocorrem na Zona Sul. Essa geografia do crime tem feição própria, em cada cidade e se caracteriza especialmente nas áreas de deterioração: zonas residenciais que se afastam e dão lugar ao comércio e à casa de cômodos; zonas comerciais em declínio; e as divisas de zonas residenciais e comerciais. É o caso dos Campos Elíseos e Barra Funda, em São Paulo. E da Lapa, no Rio.

Rubens Liberatori, 43 anos, dezessete de polícia, um dos delegados mais conhecidos e eficientes de São Paulo, atualmente na chefia da Zona Sul, que abrange as delegacias dos jardins ricos, bairros de classe média como Vila Mariana e periféricos como Parelheiros, tem clara noção dessa geografia do crime. “Um telefonema de um bairro rico pode ser uma simples briga de empregadas. O telefonema dirá. Mas é preciso estar atento às franjas da cidade, onde mora gente pobre e honesta que não dispõe de telefone para pedir socorro e cuja humildade esconde dramas com o silêncio. É preciso colocar viaturas nessas áreas. E policiais capazes de ajudar essa gente.” Liberatori não se engana com a polícia: “Vivemos num pais onde as mães dizem aos filhos: toma a sopa ou eu chamo o soldado”. Ele sabe que “polícia é serviço e deve ser bom e acessível”. Costuma cair sobre os bairros em que o número de assaltos aumenta com um rolo compressor: três carros, doze homens, milhares de quilômetros rodados, uma limpeza. Ele vem de uma família de médicos. Dizem que é por isso que ataca o crime como doença. Há vinte anos, ou até há dez, em geral, quando um grupo de policiais cercava o esconderijo de um ou mais bandidos, ao grito de “é a polícia”, a porta se abria e os criminosos se entregavam, mãos ao alto. Um investigador, ferido com um tiro recente na perna, garante que a coisa mudou. “A gente cerca, mas – se grita – eles abrem e mandam bala.”

Essa coragem nova tem calibre grosso. Há dez anos, um revólver 32 na mão de um bandido era uma novidade. Hoje eles não se contentam com menos de 38. E gostam muito de armas 44 e 45, de uso do Exército. De onde sai tanta arma? Roubadas de porta-luvas de automóveis; tomadas a bisonhos guardas-noturnos; furtadas em residências particulares; compradas no comércio ilegal ou – as comuns – até mesmo adquiridas em suaves prestações mensais, numa casa de respeito, por preço inferior a um bom par de sapatos. E as armas exclusivas do Exército e polícias militares, as metralhadoras, por exemplo? As nacionais são roubadas nas corporações. E as estrangeiras vêm pelos caminhos do contrabando.

A coisa chega a tal ponto, que um dos grupos assaltantes usa rajadas de metralhadora para intimidar e se comunicar… Mário Perez Fernandes, 52 anos, diretor do Deic, São Paulo, não acredita em surto de violência: “Tanto a Polícia Civil como a Guarda Civil e a Força Pública têm galerias de heróis. Todos morreram no cumprimento do dever. Violência não é novidade”. Para ele, “a tendência do crime é ir-se aperfeiçoando na medida da polícia”. Se a polícia tem um carro que corre a 120, os bandidos escolhem para a fuga um carro mais possante. Mas há assaltos que dão o que pensar. Como este: São Paulo, outubro, 1968 – Na Rua Nazaré Paulista, em Pinheiros, bairro de médio para rico, um homem veste a farda azul da Guarda Civil, capa de chuva e capacete branco. Parece um policial em serviço. Na esquina próxima, outro homem, este com ar de empregado da Prefeitura, instala e vigia um cavalete que interrompe o trânsito. Sentados, na calçada, mais dois homens. Um Fissore branco da firma Massey-Ferguson entra na Rua Nazaré Paulista, com 80.000 cruzeiros novos, pagamento dos empregados da empresa. O “guarda-civil” apita e ergue os braços. O Fissore para. O “guarda-civil” saca o revólver, o “empregado” da Prefeitura aparece com uma metralhadora, os dois que descansavam na calçada chegam com pistolas. O grupo inocente vira quadrilha, põe os funcionários da Massey-Ferguson em fuga e desaparecem usando o Fissore branco. Nota: para facilitar o sumiço, os assaltantes distribuíram mais alguns cavaletes pelas imediações, dificultando uma possível perseguição.

O USO DA CABEÇA – É evidente que a onda de assaltos a bancos e carros pagadores, quase todos sem solução, sugere que o crime começou a trabalhar com a cabeça. O Secretário Hely Lopes Meireles atribui o massacre à Kombi do Banco Francês e Italiano a um grupo subversivo. Porém, é claro que nem todos esses assaltos partem de fanáticos políticos. E nem o Secretário afirmou isso. O que há, segundo a maioria dos policiais, é uma maré enchente do crime comum aproveitando as águas dos criminosos políticos. E a própria qualidade desses assaltos traz exigências: bons carros (sempre roubados) para a fuga, armas automáticas e longas, pequenos rádios transmissores e receptores, cronometragem e outras filigranas.

No crime leve também há progressos: um batedor de carteiras inventou um aparelho capaz de substituir os dedos com vantagem. Foi preso na estréia, mas, como todo bom inventor, deixou-se emocionar pela “inauguração”. Na polícia acabou provando que o seu invento é eficiente; outro ladrão utilizava um aspirador de pó para sugar arroz, feijão, farinha e açúcar de um armazém. Introduzia o tubo pela vidraça e transferia os produtos com êxito, até ser pilhado pelo proprietário; e é indispensável lembrar os empregados de uma empresa de ônibus de Belo Horizonte que introduziam besouros em caixas de coleta de fichas. Os bichos desciam amarrados por barbante e voltavam, invariavelmente, abraçados a fichas que eram recolocadas em uso para um faturamento suplementar.

Agora, com a simples posse de entorpecentes transformada em crime passível de prisão de três a cinco anos, a polícia ganha força para enfrentar a maconha, as bolinhas, as ampolas de psicotrópicos e a cara cocaína (1 grama a NCr$ 50). E os crimes nesse setor vão pular para as cabeças das estatísticas. Só em São Paulo, no ano passado, foram apreendidos 6 quilos de cocaína (valor de cerca de NCr$ 300.000), 9.000 ampolas de psicotrópicos, mais de 100.000 bolinhas e perto de 100.000 quilos de maconha. E o entorpecente anda junto com o banditismo. Mais da metade dos crimes contra a pessoa cometidos em Nova York foram por pessoas que usavam entorpecentes. Quase 90% dos bandidos, em São Paulo e no Rio, agem estimulados pela maconha.

O CARRO, UMA ARMA – Um detetive carioca assegura que os bandidos, hoje em dia, estão motorizados. No Rio roubam-se, em média, seis carros por dia; em Belo Horizonte, quatro; e, em todo o Estado de São Paulo, sessenta. E o próprio furto de automóveis se transfigura: do puxador que abre o carro e parte com ligação direta em um minuto, chega-se, atualmente, ao bandido com revólver que põe o motorista para correr e sai tranqüilamente com o veículo. A lei, ao não enquadrar o furto de uso – toma ali, dá um passeio, deixa lá – abre um buraco no setor. E os menores? Com catorze anos, ou até menos, já há bandidos perigosos, hábeis motoristas (aprendem manobrando em pontos de estacionamento, lavagem), quase sempre bem armados (gostam de roubar arma de guarda-noturno), matam, roubam e, quando detidos, caem nos institutos de menores de onde quase sempre conseguem fugir. Eles sabem que a idade lhes assegura a impunidade. Existindo ou não, o certo é que o Esquadrão da Morte de São Paulo já completou seu 44º presunto (nome que se dá às suas vítimas). O do Rio, mais antigo, já passou de duzentos. Seus integrantes garantem que com a justiça sumária e drástica diminuíram o número de assaltos. Pode ser verdade para algumas regiões. Mas, paralelamente à marcha batida do Esquadrão, o crime se aprimorou em qualidade. E enquanto os misteriosos relações-públicas dos esquadrões carioca e paulista (apelidados de Rosa Vermelha e Lírio Branco) telefonam para as redações dos jornais com os endereços de novos “presuntos”, quase sempre bandidos do segundo time, os titulares estão matando e roubando no centro das grandes cidades.

Outra constatação: o grande bandido, tipo Luz Vermelha, de São Paulo, ou Mineirinho e Cara-de-Cavalo, do Rio, que sozinhos desafiavam a polícia com a astúcia ou com a pontaria (Mineirínho, certa vez, algemado, simulou um duelo a bala com o detetive Perpétuo: ganhou Mineirinho; Cara-de-Cavalo matou o inspetor Le Cocq, crime que acabou por criar o Esquadrão da Morte), está dando lugar a um novo bandido, que funciona em equipe, capaz de escolher o melhor profissional disponível para urna empreitada em vez de dar o lugar a um parente ou amigo, ou a um cachaceiro qualquer cuja inexperiência ou língua solta ponha tudo a perder.

QUAL É O REMÉDIO? – Entre a polícia de hoje e um filme de James Bond pode estar o remédio para enfrentar o crime organizado. Alarmas ligados diretamente nas delegacias, circuitos de TV, máquinas fotográficas disfarçadas, portas que se fecham automaticamente e até gases imobilizantes podem deter ou revelar quadrilhas que agem em bancos. Um policial mais culto, mais humano e, sobretudo, preparado para a sua profissão terá sempre mais utilidade que um caminhão de soldados primários e inexperientes. Uma sociedade atenta para os seus problemas e disposta a resolvê-los até onde for possível pode atacar um índice de criminalidade com mais vigor que um batalhão inteiro, e com melhores resultados.

Edward Kennedy, um homem que tem pelo menos dois bons motivos para se preocupar com o controle do crime, afirma: “Nenhuma necessidade humana é mais básica do que a segurança pessoal. Nenhuma liberdade é mais instintiva que a liberdade do medo. Se não estamos seguros em nossas casas e nas nossas ruas, se estamos ameaçados – ou por um agente de um Estado policial ou por um único criminoso -, então não somos livres”.

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