‘Monstro, prostituta, bichinha’: como um Promotor acusou e um Juiz condenou a primeira mulher trans submetida pelo médico Roberto Farina a cirurgia de mudança de sexo do Brasil 7

‘Monstro, prostituta, bichinha’: como a Justiça condenou a 1ª cirurgia de mudança de sexo do Brasil

Imagem de Waldirene em laudo do IML, 1976Direito de imagemBBC BRASIL
Image captionFotografia de Waldirene em laudo do IML, feita em 1976; ela teve negado o pedido do habeas corpus preventivo para não ser submetida ao exame (a marca protegendo os seios foi feita pela BBC Brasil)

Waldirene estava constrangida e acuada. Na noite anterior, dois homens haviam entrado na escola onde ela estudava inglês, no interior de São Paulo, para levá-la coercitivamente para o Instituto Médico Legal da capital, a mais de 400 quilômetros. Ao chegar lá, foi obrigada a se despir, mantendo apenas as sandálias de salto plataforma baixo. Era 1976, em plena ditadura militar – o diretor do IML, Harry Shibata, seria posteriormente considerado conivente com a repressão.

Nua, Waldirene passou a ser fotografada. Primeiro, de frente. A jovem loira, de 30 anos, 1,72 metro de altura, olhava para o chão, evitando o homem por trás das câmeras. Seus lábios estavam cerrados. Os braços, colados ao lado do corpo, enquanto as pernas apertavam-se uma contra a outra, em uma tentativa de se proteger da exposição. Pediram a ela que se virasse de um lado, de outro e depois se sentasse. Em cada posição, uma nova foto.

Waldirene foi ainda submetida a um exame ginecológico. Um espéculo de metal foi introduzido em seu corpo e, dentro dele, uma fita métrica. A cena foi fotografada para registrar o comprimento e a largura do canal vaginal. A jovem, que trabalhava como manicure no interior, havia pedido um habeas corpus preventivo para não ser submetida a tudo isso. Mas a Justiça paulista negou.

O objetivo do IML era extremamente peculiar: verificar se Waldirene era mulher. O nome que constava em sua ficha era outro, Waldir Nogueira.

Cinco anos antes, em dezembro de 1971, Waldirene havia sido submetida a uma cirurgia para mudança de sexo genital – de masculino para feminino. Ou melhor, “para a fixação do seu verdadeiro sexo, que sempre foi feminino”, segundo ela mesma. Essa é considerada a primeira operação do tipo feita no Brasil.

A cirurgia foi realizada no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, por Roberto Farina, naquele momento um dos mais importantes cirurgiões plásticos do país. Antes disso, Waldirene foi acompanhada durante dois anos por uma equipe interdisciplinar do Hospital das Clínicas, que a identificou como transexual, condição em que o gênero é diferente do sexo físico.

Em outras palavras, é como ser mulher, tendo nascido em um corpo masculino – ou o contrário. A cirurgia é, assim, uma forma de adequar o corpo ao verdadeiro gênero – quando assim desejado pelo indivíduo.

“Minha vida antes da operação era um martírio insuportável por ter que carregar uma genitália que nunca me pertenceu. Depois da operação fiquei livre para sempre – graças a Deus e ao dr. Roberto Farina – dos órgãos execráveis que me infernizavam a vida, e senti-me tão aliviada que me pareceu ter criado asas novas para a vida”, escreveu Waldirene na época.

Tudo correu bem. Até que, em 1976, o Ministério Público de São Paulo descobriu a intervenção médica e denunciou Farina por lesão corporal gravíssima, sujeita a pena de dois a oito anos de prisão.

Waldirene foi considerada vítima, à sua própria revelia. Os órgãos masculinos retirados na operação foram tidos como um “bem físico” tutelado pelo Estado, “inalienável e irrenunciável”. “Dizer-se que a vítima deu consentimento é irrelevante”, afirmou relatório policial sobre o caso.

“Não há nem pode haver, com essas operações, qualquer mudança de sexo. O que consegue é a criação de eunucos estilizados, para melhor aprazimento de suas lastimáveis perversões sexuais e, também, dos devassos que neles se satisfazem. Tais indivíduos, portanto, não são transformados em mulheres, e sim em verdadeiros monstros”, denunciou o procurador Luiz de Mello Kujawski em pedido de instauração de inquérito policial.

“Eu não tinha lei a meu favor, era tudo contra mim. Eu era tida como puta. Não consigo me desvencilhar dessas coisas até hoje”, diz Waldirene, agora uma senhora de 71 anos, ainda manicure no interior de São Paulo.

“Eu fui pioneira. Segurei bandeira até para quem não me conhece.” Ela não quis ser fotografada hoje por medo do retorno do “pesadelo” que viveu no passado. Para preservá-la, a BBC Brasil omitiu o nome da cidade onde vive. Já Roberto Farina faleceu em 2001, aos 86 anos.

Waldirene fantasiadaDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionWaldirene no Carnaval, na década de 1970; ela passou toda a infância dormindo em um quarto separado dos irmãos e irmãs

A garota brasileira

Waldirene nasceu em 1945, no interior de São Paulo. O pai, caminhoneiro, e a mãe, dona de casa, tiveram nove filhos: “quatro meninos, quatro meninas e eu”, diz ela.

Os meninos dormiam em um quarto, as meninas em outro. Já para Wal (seu apelido), o pai construiu um dormitório separado, onde antes ficava a despensa da casa. É ali que ela dorme até hoje – agora, a única moradora da residência.

“Eu sempre fui Waldirene”, fala ela. Na infância, preferia as brincadeiras de menina. Enquanto os irmãos fingiam que eram caubóis, ela era a mocinha. “Queria ser igual às minhas irmãs. Por que eu nasci como eu era?”

Na adolescência, a feminilidade foi se acentuando. Não tinha pelos no rosto, sua voz não engrossou, sua cintura era levemente marcada. Além disso, passou a se interessar por homens.

Os problemas com a família também foram aumentando. O pai, inclusive, tentou tratar o filho “meio-termo” com hormônios masculinos. Até que Wal decidiu se afastar da família e foi viver em uma cidade próxima, também no interior de São Paulo, ganhando a vida como manicure.

Era apaixonada pelo mundo do cinema. Um dos seus passatempos era recortar fotos de atores e atrizes estrangeiros em revistas da época. Foi assim que conheceu a história de Coccinelle, dançarina de cabaré francesa que nasceu homem e foi operada. Wal passou a desejar para si a mesma metamorfose.

Sua transformação começou quando um médico do interior lhe orientou a procurar a endocrinologista Dorina Epps no Hospital das Clínicas de São Paulo, em 1969. “Logo que ela me viu, quis me ajudar. Foi muito minha amiga, muito atenciosa, devo muito a ela”, lembra Waldirene.

Dorina Epps, hoje com 94 anos e impedida de falar por problemas de saúde, foi pioneira nos estudos de gênero no Brasil. Nas Clínicas, sob direcionamento dela, Waldirene foi extensivamente examinada. Também passou a frequentar sessões de terapia semanais. Logo, veio o laudo: “Trata-se de paciente que demonstra possuir personalidade com características claramente femininas, estruturadas desde a infância”.

Em um primeiro momento, foi aventada a possibilidade de levar Waldirene para ser operada nos Estados Unidos – naquela época, a cirurgia só estava disponível no exterior. Foi então que o caso chegou a Roberto Farina, professor da Escola Paulista de Medicina. O médico já era pioneiro em cirurgias urogenitais, mas nunca tinha feito operações de mudança de sexo.

“Diante do caso, adquiri literatura especializada e realizei em cadáveres várias operações plásticas com a finalidade de alcançar conhecimento necessário para realizar a operação em Waldir”, disse o médico em depoimento judicial. A cirurgia consiste na retirada dos órgãos sexuais masculinos e na construção de uma vagina.

Waldirene não temeu o pioneirismo. “Eu não tinha medo da operação, só queria resolver o meu problema”, conta.

A cirurgia, feita sem nenhum custo para a paciente, ocorreu cerca de vinte anos depois do primeiro caso bem-sucedido conhecido no mundo, o da americana Christine Jorgensen, operada na Dinamarca em 1952. Ainda antes, na década de 1930, Lili Elba passou pela primeira tentativa de cirurgia transgênero, mas morreu em uma das operações – sua história inspirou o filme A Garota Dinamarquesa (2015).

Já recuperada, Waldirene voltou para sua cidade natal como uma nova mulher, os cabelos loiros crescidos, o corpo feminino e uma alegria inédita. Um dos motivos do retorno foi uma paixão por um estudante universitário que era a cara do personagem do ator Robert Redford no filme Proposta Indecente (1993), lembra ela. O romance ocorreu às escondidas. “Ninguém poderia saber, seria um escândalo para ele.”

Mas, quando o rapaz terminou a faculdade, a história acabou. Waldirene ficou desolada. Seria só o começo de uma história de infortúnios.

Roberto FarinaDireito de imagemARQUIVO DA FAMÍLIA DE ROBERTO FARINA
Image captionO cirurgião plástico Roberto Farina foi o primeiro a realizar cirurgias em transexuais femininos e masculinos no Brasil

O pioneiro

No final de 1975, Farina anunciou em um congresso científico que vinha realizando cirurgias de mudança de sexo no Brasil. Além de Waldirene, tinha feito cerca de uma dezena de operações – outros pacientes estavam na espera, entre eles um índigena da tribo carajás. A princípio, o caso foi visto pela comunidade médica como uma inovação. Porém, logo chegou à esfera judicial.

Ciente do caso, o Ministério Público pediu que Farina fosse investigado por lesão corporal, por estar “mutilando” homens. A polícia, então, intimou o médico a fornecer o nome completo e o endereço de todos os pacientes que tinha operado – o que ele se recusou a fazer.

A história poderia ter sido encerrada aí, não fosse por outro processo judicial. Waldirene tinha entrado na Justiça para mudar o nome nos documentos – oficialmente, ela ainda era Waldir. Assim, o Ministério Público descobriu sua identidade. Era o que bastava para começar o cerco judicial.

O laudo do IML foi uma das primeiras providências. Apesar do constrangimento sofrido por Waldirene, os médicos-legistas concluíram que ela era mulher. Além disso, apoiaram Farina: “Acreditamos ter sido a intervenção terapeuticamente necessária”.

O resultado, embora surpreendente, não freou o ímpeto do novo promotor do caso, Messias Piva: “Não deve o jurista impressionar-se com as atitudes sentimentais expressas por Waldir e afirmadas, com certo sensacionalismo pelos médicos, mediante alusões ao ‘seu sonho de ser mulher’. A realidade é outra (…) Waldir Nogueira é um doente mental”. Piva já é falecido. O Ministério Público de São Paulo não quis comentar.

O processo provocou comoção na comunidade científica internacional. Quase duas dezenas de pesquisadores de diversos países enviaram cartas de apoio a Farina – já no Brasil, foram poucos os que o apoiaram além da equipe que participou do caso de Waldirene no Hospital das Clínicas.

“Seria um erro das autoridades judiciais no Brasil de processar o Dr. Farina por seguir um procedimento médico e cirúrgico internacionalmente respeitado e aceito”, escreveu, em 1976, o cirurgião plástico John Money, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

“Em nenhum dos outros países do mundo onde esse tipo de tratamento médico foi praticado, um médico foi acusado de conduta criminosa pelo Estado. É um retrocesso muito danoso para a imagem do Brasil”, apontou o psiquiatra Robert Rubin, da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em Los Angeles, também em 1976.

Nada disso bastou para convencer o juiz Adalberto Spagnuolo. Em 6 de setembro de 1978, o magistrado condenou Roberto Farina a dois anos de reclusão por lesão corporal de natureza gravíssima em Waldir Nogueira.

Na sentença, sugeriu que o paciente deveria ter sido “submetido a tratamento psicanalítico de longa duração como tentativa de cura”. Spagnuolo tem hoje 80 anos e está aposentado. A BBC Brasil não conseguiu contato com o juiz. O Tribunal de Justiça não quis se manifestar.

“Foi um caso de manipulação da ciência em nome dos costumes”, resume Angela Caniato, coordenadora de gestão documental do Tribunal de Justiça de São Paulo, que encontrou o processo.

Trechos da denúncia do Ministério Público paulista contra Roberto FarinaDireito de imagemBBC BRASIL
Image caption‘Monstro’, ‘prostituta’, ‘doente mental’, ‘mutilado’, ‘eunuco’, ‘bichinha’ foram algumas das palavras usadas pelo Ministério Público paulista para se referir a Waldirene no processo contra Farina

Pessoa idônea

A condenação de Farina alarmou seus pacientes. Entre eles, João W. Nery. Quando ele leu a notícia nos jornais, “foi como se tivesse levado um soco no estômago. O coração parecia sair pela boca. O corpo todo tremia pedindo mais ar”. “O meu médico foi condenado, não pode mais operar”, disse ele.

Um ano antes, em 1977, João fora operado por Farina, deixando para trás o corpo de Joana – sua cirurgia é considerada a primeira operação em um transexual masculino no Brasil. O relato está no livro de memórias Viagem Solitária, no qual João agradece o médico “pelo pioneirismo cirúrgico em nos fazer renascer”.

Tanto a defesa quanto a acusação recorreram da sentença, e o caso foi para a segunda instância. Farina pôde esperar pelo julgamento em liberdade.

O Ministério Público pediu o aumento da pena: “Admitindo-se que ele (Waldir) possa oferecer sua neovagina a homens, então somos forçados a concluir que agora ele é uma prostituta”, afirmou o promotor Piva, em 1978. “Embora mutilado, Waldir continuará sendo o que sempre foi, ou seja, um homem que mantém relações sexuais com outros homens. Mas a prática de relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo será sempre uma aberração, tanto à natureza como à lei.”

E continuou: “Farina quer que os portadores de distúrbios mentais possam autorizar a realização em seus próprios corpos de cirurgias mutiladoras; que os homossexuais – ‘bichinhas’ – entrem em fila para conseguirem a cirurgia; que os pais de família sejam obrigados a suportar, em seus lares, filhos homossexuais – do que ninguém está livre – e ainda mutilados”.

A defesa ficou indignada com o palavreado e acusou a Promotoria de “pura demagogia, preconceito e paixão, incompatíveis com um julgamento sério”. Já Waldirene partiu em defesa de Farina, a quem considerava seu “herói” e seu “segundo pai”, recolhendo cartas de apoio na sua cidade natal, em 1978.

“Waldirene Nogueira é pessoa de bom caráter, de princípios morais e comportamento exemplar, tratando-se pois de pessoa equilibrada e socialmente adequada”, escreveu o então prefeito da cidade.

“Trata-se de pessoa idônea, de boa formação moral, intelectual e profissional, nada me constando, até a presente data, que possa vir em desabono a sua conduta no seio dessa comunidade”, declarou o delegado local de polícia.

Advogados, ex-prefeitos, presidentes de associações também emitiram suas cartas, todas registradas em cartório. O próprio cartorário, comovido, resolveu aderir à causa. Além disso, um abaixo-assinado reuniu cerca de 350 assinaturas.

A última declaração de apoio juntada ao processo foi de Espiridião, um homem de idade, que a princípio rejeitou a transformação de Waldir: “Declaro que minha filha Waldirene Nogueira sempre viveu em nossa casa, com seus pais, achando-se depois da cirurgia realizada em 1971 em condições ótimas de saúde e com comportamento normal, relacionando-se bem com todas as pessoas de suas relações sociais”.

Em novembro de 1979, os desembargadores que julgaram o caso em segunda instância anularam a condenação de Farina.

Carta de John Money, da Universidade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em defesa de Roberto Farina, em 10 de novembro de 1976Direito de imagemBBC BRASIL
Image caption‘Antigamente, (a transexualidade) era vista como um pecado ou um crime. Hoje é vista como uma condição médica e assim é tratada’, escreveu o médico John Money em apoio a Roberto Farina em 1976

Pênis no nariz

“Farina foi ridicularizado por causa do processo. Teve uma grande perda de clientela. Faziam piadas, diziam que quem fosse operar o nariz com ele sairia com um pênis implantado no rosto. Mesmo assim, continuou a fazer as operações (de mudança de sexo). Dizia que não podia virar as costas para os transexuais”, recorda Glaucio Farina, sobrinho do médico e também cirurgião plástico.

Depois da vitória na segunda instância, o pioneirismo de Farina acabou produzindo um legado positivo. Ainda em 1979, uma emenda a um projeto de lei abriu brecha para realizar esse tipo de cirurgia no Brasil. Ficou estabelecido que a retirada de órgãos não era punível quando considerada necessária em parecer médico unânime e com consentimento do paciente. O texto não fazia menção direta à mudança de sexo, mas era uma forma de proteger médicos como Farina de futuros processos.

Porém, foi apenas em 1997 que o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a realização de cirurgias de mudanças de sexo em transexuais – inicialmente, em caráter experimental. A partir de 2008, a cirurgia foi incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) – os nomes utilizados atualmente são cirurgia de redesignação sexual, processo transexualizador ou cirurgia de afirmação de gênero. Desde então, mais de 400 procedimentos hospitalares foram realizados na rede pública.

“Farina foi um grande pioneiro, mas seu trabalho é pouco divulgado até hoje. O processo judicial contribuiu muito para o afastamento da academia e até do CFM em relação a ele. É preciso desfazer isso historicamente”, diz o endocrinologista Magnus Regios Dias da Silva, coordenador do Núcleo de Ensino, Pesquisa, Extensão e Assistência à Pessoa Trans da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), batizado em homenagem a Roberto Farina.

Criado há um ano, com participação da população trans, o núcleo conta com um ambulatório de atendimento de saúde. “Hoje, em 2018, é difícil trabalhar com esse ambulatório. Sofro todos os tipos de pressões transfóbicas – religiosas, políticas e até da academia. Imagina então naquela época, quarenta anos atrás. Farina foi um guerreiro, um visionário”, compara Magnus. Segundo ele, o cirurgião antecipou a concepção de atendimento à pessoa trans que o Brasil implementa hoje.

Em 1982, Farina publicou o livro Transexualismo e escreveu: “Lamentavelmente, as nossas leis, costumes e tradições não têm um mínimo de compreensão, tolerância e consideração para os transexuais (…) A investigação científica, paralelamente ao avanço da tecnologia, aos poucos vai vencendo os seus maiores inimigos que são a ignorância e a superstição”.

Apesar da absolvição de Farina, a Justiça condenou Waldirene a viver com o nome de Waldir. A manicure perdeu o processo em que lutava para mudar os documentos. Isso inviabilizou, por exemplo, que pudesse exercer a carreira de contabilidade, na qual tinha se formado antes da cirurgia. Afinal, como se apresentar como mulher, mas assinar os documentos dos clientes como homem? Para evitar esse mesmo constrangimento, ela nunca tirou carteira de motorista.

Sua certidão de nascimento só foi alterada quando tinha 65 anos, em outubro de 2010. O RG, em janeiro de 2011. A conquista veio depois de uma nova batalha judicial, com um advogado que não cobrou nada pelo serviço, indicado por Dorina Epps, a médica que a recebeu nas Clínicas em 1969. “Meu pai e minha mãe morreram, e eu ainda não tinha o nome correto”, lamenta.

Agora, mais nenhuma pessoa trans precisará passar por isso. Em primeiro de março deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou a mudança do nome e do sexo diretamente em cartório, sem necessidade de autorização judicial. Também não é necessário ter passado por cirurgia de redesignação sexual ou terapia hormonal, nem apresentar pareceres ou laudos médicos – muito menos do IML, como ocorreu com Waldirene na década de 1970.

Carta manuscrita de Waldirene aos advogados de FarinaDireito de imagemBBC BRASIL
Image captionCarta de Waldirene para os advogados do médico Roberto Farina, em 1978, após a condenação em primeira instância

Uma mulher fantástica

A vida de Waldirene mudou completamente depois do processo contra Farina. Humilhada na Justiça, na imprensa e na cidade, a garota extrovertida começou a ter medo de sair de casa. Ainda hoje, quarenta anos depois, quando está em local público, ela tem a sensação de que está sendo observada e de que as pessoas estão comentando sobre ela. O resultado é que passa a maior parte do tempo sozinha. A única exceção é o Carnaval, “uma oportunidade de sair da ostra”.

Waldirene continua a trabalhar como manicure, para complementar a aposentadoria de um salário mínimo. A clientela é esporádica – no dia da visita da BBC Brasil, atendeu apenas uma pessoa. Cobra 30 reais para fazer pé e mão. O salão fica na antessala da casa onde vive. Os móveis, os objetos e parte dos eletrodomésticos parecem brotar dos anos 1980, intocáveis desde que os pais de Wal morreram.

“Tenho uma vidinha boa. Mas é uma vidinha. Não posso ter grandes sonhos”, diz ela. “Falar que a vida é bela? Não dá.” Os problemas de saúde estão se acumulando, e é difícil encontrar médicos que entendam – e aceitem – suas cirurgias do passado. Um médico urologista com quem se consultou disse que “não acreditava” na sua vagina. Um oftalmologista quase caiu da cadeira quando ela contou que nasceu Waldir.

A garota do interior nunca se casou nem teve um relacionamento duradouro. Os homens da cidade falavam para ela: “Se eu posso ter uma mulher normal, por que vou ficar com uma imitação?”. Ela reclama que eles só queriam sexo, nunca amizade, companheirismo, romance. “Hoje eu sou solitária porque eu não quero ninguém se divertindo à minha custa.” Ainda hoje é uma mulher bonita, loira, curvilínea, quase sem rugas – embora custe a acreditar nisso.

Entre solidões e amarguras, Waldirene faz uma pausa na conversa com a BBC Brasil por causa de uma lembrança. Na juventude, ela cantava em serenatas, mas parou porque o pai achava que estavam tirando sarro dela. Agora, se recordou de uma interpretação de Nora Ney para um samba de Nelson Cavaquinho e sentiu vontade de cantar outra vez. Ela abre os braços e solta a voz:

“Sei que amanhã Quando eu morrer, Os meus amigos vão dizer Que eu tinha um bom coração / Alguns até hão de chorar E querer me homenagear, Fazendo de ouro um violão / Mas depois que o tempo passar, Sei que ninguém vai se lembrar Que eu fui embora / Por isso é que eu penso assim, Se alguém quiser fazer por mim, Que faça agora / Me dê as flores em vida, O carinho, a mão amiga, Para aliviar meus ais / Depois que eu me chamar saudade, Não preciso de vaidade, Quero preces e nada mais.”

Salão de WaldireneDireito de imagemBBC BRASIL
Image captionWaldirene foi manicure durante toda a vida; formada em contabilidade, ela não pôde trabalhar na área por ter sido proibida de alterar o nome de nascimento

Cirurgia de Redesignação / Readequação: “Não se preocupe, toda cirurgia fica bonita quando a beleza vem de dentro”! – No Brasil há outro grande perigo para a vida e saúde das mulheres trans: O CIRURGIÃO PLÁSTICO DESONESTO E INCOMPETENTE ! 2

29/01/2020 – Roberto Conde Guerra

Neste dia nacional da visibilidade trans deve-se abordar um assunto que virou rotina nas delegacias de polícia e escritórios de advocacia: mulheres trans vítimas de cirurgiões incompetentes, verdadeiros açougueiros .

A cidade de São Paulo está repleta desse tipo de profissional que , alardeando falsamente cursos de especialização no exterior , exploram a fragilidade de moças que vão em busca da tão sonhada redesignação ou mesmo de reparação a cirurgias pessimamente executadas por outros “médicos especializados”.

A paciente, sofrendo psiquicamente, pois não raro é humilhada por namorados e companheiros com o rotineiro: “não é mulher de verdade” , não é alertada sobre os riscos da cirurgia, tampouco para a grande probabilidade do insucesso desse tipo de intervenção cirúrgica.

Quando verifica que , em vez de melhores resultados,  ficou ainda pior , o “doutor” vem com a desculpa de que no site e no contrato há os necessários alertas sobre os riscos.

E aproveitando-se do desconhecimento sobre a lei, ainda , fazem com que a paciente subscreva um contrato padrão , pelo qual teria tomado ciência de que toda e qualquer intercorrência seria de responsabilidade da contratante.  Isentando , assim, o cirurgião de quaisquer responsabilidades sobre o resultado.

Ou seja, a vítima paga para correr risco de morte e lesão corporal gravíssima.

Com efeito, esse suposto assentimento da vítima não isenta o médico da responsabilização penal , civil e administrativa. Se há todos esses riscos não se deve operar, ainda mais quando se trata da estética intima .

Ao contrário , durante a consulta se faz muitas promessas, tipo: “dou o melhor de mim sempre” , “ a melhor cirurgia de qualquer cirurgião é sempre a mais recente, pois as anteriores o prepararam para a do dia presente”.

Conversa de vigarista!

A iludida , entrega o pouco que tem , economizado com muito sacrifício , recebendo em troca maiores cicatrizes , mutilações , hemorragias com risco de morte e fistulas decorrentes de lesões na vagina e na bexiga.

Para consertar, depois de muitos meses sofrendo , tem que buscar o SUS.

O charlatão não se responsabiliza por nada em relação ao fracasso decorrente da sua imperícia, imprudência e negligência. Esse tipo de cirurgião criminoso enriquece causando mal físico e mental a pessoas hipossuficientes que, de regra,  têm medo de buscar seus direitos junto aos órgãos da justiça.

Sabem que serão tratadas  com total desprezo …

Muitas vão buscar alívio no suicídio ou refugio no exterior , onde não serão tratadas como meras prostitutas ou doentes mentais  sem quaisquer direitos.

Nenhuma cirurgia estética deve ser realizada apenas pela solicitação da paciente. O médico , antes de buscar os honorários vultosos , deve atentar que a correção de danos estéticos não implique maior vexame, sofrimento moral e perturbações à saúde física e mental das mulheres trans.

Enfim, o local para esse tipo de médico é a cadeia!

Observem o verdadeiro objurgatório cruel que disparam contra as suas vítimas:

“Não se preocupe , toda cirurgia fica bonita quando a beleza vem de dentro”!

A coitada ao atentar para a frase empregada como apresentação do cirurgião entende que , além de disfuncional , é feia de alma!

Perdeu o dinheiro , quase morreu , perdeu a saúde ,  ficou meses sem trabalhar até um médico do SUS lhe atender ,  por CASTIGO DIVINO! 

 

 


Do transexualismo
Segundo Farina, o transexualismo consiste em uma “pseudo-síndrome psiquiátrica,
profundamente dramática e desconcertante, na qual o indivíduo se identifica com o gênero
oposto. Constitui um dos mais controvertidos dilemas da Medicina moderna, em cujo recinto
poucos médicos ousam adentrar. O indivíduo nega o seu sexo biológico e exige a operação de
reajustamento sexual a fim de poder assumir a identidade do seu verdadeiro gênero, que não
condiz com seu sexo anatômico.
Em outras palavras, são indivíduos que apresentam, ao simples exame ocular, genitais
externos do tipo masculino e são portadores de uma psique totalmente ou predominantemente
feminina, e vice-versa, conforme já se acentuou. Desde criança sofre o indivíduo um imenso
conflito oriundo de uma ruptura entre sua psique e a realidade corporal. Com o advento da
puberdade, o indivíduo adquire a consciência plena de sua anomalia, surgindo,
freqüentemente, um duplo conflito: de um lado, o conflito interno, que consiste em um
permanente desgosto, senão em revolta, em relação aos seus órgãos genitais e aos atributos
secundários de um sexo que o indivíduo sente não ser o seu; do outro, o conflito externo,
oriundo de sua vida de relação. O ambiente social onde vive lhe é hostil. A sociedade não
compreende a anomalia. O preconceito, a falta de solidariedade, acabam por levar o
transexual ao próprio isolamento e a uma extremada solidão. Esta é uma das razões pela qual
alguns transexuais recorrem ao tranvestimento, procurando, deste modo, ocultar a triste
realidade.

Da etiologia do transexualismo
A origem da síndrome do transexualismo é controvertida. Os estudos etiológicos do
fenômeno transexual são explicados em duas grandes correntes.
A primeira corrente parte da análise dos fatores relativos ao ambiente social onde o
indivíduo se desenvolve, após o seu nascimento. Esta teoria procura suas justificativas na
Psicologia e é denominada de teoria psicossexual.A outra considera os fatores endócrinos no
desenvolvimento pré-natal do indivíduo – chamam-na de teoria neuroendócrina, teoria esta
que, pelas razões que justificaremos a seguir, melhor nos parece para tentar explicar o
fenômeno.

Segundo os mais recentes estudos, o hipotálamo, controlador do comportamento
sexual, é, em todos os fetos, fundamentalmente feminino, independentemente de serem fetos
geneticamente masculinos ou femininos.
Um excesso de estrógenos na mãe, ou a falta de funcionalidade dos órgãos neurais,
causaria a permanência do centro hipotalâmico com características femininas, deflagrando,
mais tarde, um comportamento sexual anormal nos indivíduos. A transexualidade, portanto, é
resultante de uma alteração genética no componente cerebral,
Esclarece Olázabal4
que a gênese do transexualismo implica em “alterações nas
estruturas dos centros de identidade sexual do hipotálamo”, uma vez que a secreção
androgênica, produzida pela gônada primitiva, não atinge aquele centro ou este não responde
a essa secreção.

 

Clique para acessar o consequencias-juridicas-da-cirurgia-de-transgenitalizacao.pdf

 

Academias de Polícia disseminam a falsa concepção de que pessoas transgêneros são portadores de psicopatia sexual 16

Academias de Polícia  são verdadeiros  túmulos da ciência e da cultura.

Os concursados nelas  ingressam com algumas qualidades ; lá acabam deformados e desinformados .

Não sem razão , nos círculos mais cultos , policiais não são bem recebidos…

Pouco importando pertencerem aos quadros mais qualificados: Oficiais PM, Peritos, Legistas ou Delegados de Polícia.

De regra, se tornam ignorantes e alheios a quaisquer assuntos que não digam respeito aos seus próprios interesses pessoais e corporativos.

Na Academia da Polícia Civil do Estado de São Paulo ainda se ensina , como se estivéssemos nos anos 1930 do século passado, que o transexual é portador de transtorno do instinto sexual denominado INVERSÃO, decorrente de “vício” , fato congênito ou sintoma de mal mental adquirido.

Os dois maiores ignorantes a propagar tal doutrina foram os festejados médicos: FLAMÍNEO FÁVERO   E  AFRÂNIO PEIXOTO.  E na esteira desses dois “mestres” seguiram-se muitos outros .

Segundo os festejados doutores de medicina legal: o transgênero não passa de um pervertido sexual.

Por conta da degeneração sexual ,  o invertido ” entrega-se preferivelmente ao exercício de profissões do sexo oposto ao seu do qual, ainda, assume , certas particularidades de caráter, atitude, vestes ( travestismo ou disfarcismo), etc. ” ( “sic”  , Medicina Legal, Flamíneo Fávero, fl. 803, 12ª edição , 1980 ) .

Sim , a obra é vetusta e completamente desatualizada, mas continua fazendo seguidores…

É como o Hely Lopes Meirelles , quando se trata de Direito Administrativo, as  lições são tão cadavéricas  quanto o autor, mas ainda repetidas por 9 entre 10 , “juristas” .

Os autores de obras de Medicina Legal, aparentemente , são avessos a transformações, pois compulsando a obra Medicina Legal e Noções de Criminalística, a Dra. Neusa Bittar  , trata a questão  como um forma de condutopatia , de se ver fl. 359, Editora Juspudivum, 8ª edição, 2019 .

Com efeito , não bastasse tais absurdos , ainda nas aulas de defesa pessoal alerta-se para o extremo perigo que os travestis representam para os policiais;  para os quais deve-se dedicar muita atenção nas revistas pessoais, especialmente: lâmina gilete dentro da boca.

Enfim, não me surpreenderia o fato de muitas dessas mortes relatadas na matéria da Ponte Jornalismo , ser mais uma forma de “limpeza social” executada por “Guerreiros do Senhor” ( nova denominação para certos policiais bandidos ).

Por outra via , em diversos casos que atendemos , a vítima foi morta após o “hétero” surtar em razão da culpa de se deixar possuir pela ” menina linda bem dotada”!

É bem assim: o machão enche a cara , cheira cocaína, da o cu para o traveco e depois, arrependido ,  comete assassinato.

Quando preso alega que foi enganado e que seria a vítima de roubo e violência.

Pra mulher , se for evangélica, basta dizer que a culpa foi do diabo…Tá perdoado!

DIA NACIONAL DA VISIBILIDADE TRANS – Assassinato de pessoas trans cresce 66% no estado de São Paulo, segundo Dossiê Trans 5

29/01/20 por Paloma Vasconcelos

Pelo 11º ano consecutivo, Brasil lidera ranking mundial de assassinatos; mulher trans ou travesti, negra e profissional do sexo é o perfil das vítimas

II Caminhada pela Paz Sou Trans Quero Dignidade e Emprego de 2017, em SP | Foto: Daniel Arroyo/Ponte Jornalismo

O número de assassinatos de pessoas trans saltou de 14 para 51, um aumento de 66,7% de 2018 para 2019, no estado de São Paulo. O índice nacional teve redução de 24%: foram 163 casos de pessoas trans mortas em todo no Brasil em 2018 e 124 no ano passado.

Os dados são do Dossiê Trans, uma pesquisa organizada pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e pelo IBTE (Instituto Brasileiro Trans de Educação), assinada pelas pesquisadoras Bruna Benevides e Sayonara Nogueira, que pode ser vista na íntegra aqui.

Diante disso, pelo 11º ano consecutivo, o Brasil lidera o ranking mundial de país que mais mata transexuais e travestis no mundo. Para se ter uma ideia, em 2019, o México, segundo colocado no ranking, registrou 63 casos, seguido pelos Estados Unidos com 30.

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O dossiê também traça um perfil das vítimas: jovens negras de 15 a 29 anos, que reivindicam ou expressam o gênero feminino (mulheres trans e travestis) e que tem como fonte de renda a prostituição. Mortes por arma de fogo totalizam 43 assassinatos em 2019, seguido por 28 assassinatos com uso de faca.

Maioria das vítimas de assassinatos é profissional do sexo

Em entrevista à Ponte, a pesquisadora Bruna Benevides, 40 anos, que é militar da Marinha e secretária de comunicação da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos), não podemos comemorar a diminuição dos assassinatos em 2019, pois eles não representam mudanças.

“É importante observar que 2017 foi um ano fora da curva. Na história do Brasil foi o ano com mais números de assassinatos, então não pode ser o parâmetro. Para nós, que lutamos para a queda real da violência, o parâmetro é o ano que teve menos números e não o que teve mais. A média anual é de 118 assassinatos”, explica Benevides.

Pessoas trans negras são as principais vítimas de assassinatos

Bruna também cobra uma análise do governo sobre os assassinatos da população LGBT. Ela argumenta que políticas públicas só são feitas se há dados que as justifiquem. “Estimamos que seja pelo menos o dobro de números de assassinatos se os dados fossem levantados por esferas governamentais”.

“A partir disso entendemos que a omissão do estado frente ao levantamento de dados, de certa forma, se torna muito confortável, porque, se ele não levanta os dados, se ele não reconhece essa violência que é específica, ele não tem que tomar ações específicas”, aponta Benevides.

Para a pesquisadora, o dado mais importante do dossiê é o perfil das vítimas, pois, a partir dele, é possível pensar em políticas públicas que protejam essa população. “A questão da violência não pode ser tratada apenas com medidas que enfrentem as consequências, tem que enfrentar as causas e de forma preventiva, alinhada a campos que não só o da segurança pública”.

Assassinatos de pessoas trans por estado

“Elas morrem trabalhando nas ruas, não por ser uma atividade perigosa, mas por que não conseguimos que elas desenvolvam a sua atividade profissional sem sofrer violência. Mesmo uma menina trans que está trabalhando em um emprego formal, muito provavelmente ela vai passar por outros processos de violência, simbólicos e psicológicos”, argumenta Bruna.

Benevides chama a atenção para o paradoxo de São Paulo, estado que mais acolhe as lutas LGBTs, em determinados momentos do ano, como a semana da Parada da Diversidade, que reúne milhões de turistas e move a economia da capital paulista, e é, ao mesmo tempo, o local em que pessoas LGBTs mais são assassinadas.

“É extremamente assustador. Porque, embora seja um local que é friendly em alguns períodos do ano, é um local com índices populacionais muito altos e que sofre processo de sucateamento das políticas públicas. Esse aumento é decorrente da falta de ações e, óbvio, a eleição de governos que tem um viés antidemocrático e autoritário”, critica.

‘A pessoa trans no Brasil já nasce morta’

Além de trazer dados sobre os assassinatos da população trans, a 3ª edição do Dossiê Trans também chama atenção para outro tipo de assassinato: o social. Essa é a expressão usada na pesquisa para falar da falta de acesso à educação, saúde, emprego, uso do banheiro e respeito ao nome social.

“Nós, ativistas, dizemos que qualquer pessoa trans no Brasil já nasce morta pela dificuldade de acesso a qualquer tipo de política pública. As nossas lutas ainda são muito primárias. Somente em 2018 tivemos a garantia do direito ao nome. Se fizermos uma analogia com o restante da população, direito ao nome é o primeiro direito que qualquer cidadão recebe depois do direito à vida”, explica Bruna Benevides, pesquisadora do Dossiê.

Os discursos do governo federal, como a fala de Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, que meninos deveriam vestir azul e meninas, rosa, afirma a pesquisadora, auxiliam para que os assassinatos sociais de pessoas trans continuem.

“Se formos analisar, quando o espantalho da ideologia de gênero é amplamente difundido neste governo, ele se torna uma bandeira de luta contra a existência das pessoas trans. A ministra não está falando de cores, ela está falando de meninos que vestem rosa e meninas que vestem azul que não podem conviver pacificamente, já que não existem campanhas, por exemplo, para enfrentar o bullying LGBTfóbico nas escolas”, critica Benevides.

Discursos como esses, para Bruna, são responsáveis pela falta de discussão dentro das casas, que é responsável pela expulsão de crianças e adolescentes transexuais e travestis. “Quando os pais se deparam com a possibilidade de ter um filho trans, muitas vezes a reação é expulsar de casa. A expulsão acontece, em média, aos 13 anos e é aos 13 que as pessoas começam na prostituição. É um ciclo de violência que vai se somando ao longo da existência, da sobrevivência e na tentativa de resistência dessa pessoa”, explica.

Outro ponto destacado no Dossiê é o tratamento que a mídia dá aos casos de assassinatos de pessoas trans. Segundo a pesquisa, em 2019, 29% dos casos notificados não respeitaram a identidade de gênero das vítimas e 91% dos casos expuseram seu nome de registro.

Para Benevides, não respeitar a identidade de gênero e o nome social de pessoas mortas é cometer um duplo assassinato. “Assim se apaga a história e a própria existência daquela pessoa. É um processo violento que a mídia precisa rever. A exposição do nome de registro é extremamente desnecessária, pois, quem deveria ter o nome exposto, são os assassinos. Mas não vemos a mesma proporção”, pontua.

“Ficamos preocupadas, porque expor o nome de registro de uma pessoa corrobora para um processo de violência e naturalização de uma identidade que não reflete de fato o que essa pessoa é”, finaliza.

Assassinato de pessoas trans cresce 66% no estado de São Paulo, segundo Dossiê Trans

Atividade parlamentar inicia 2020 com o apoio velado de Bolsonaro à descriminalização do jogo do bicho, caça-niqueis e cassinos 20

O que são jogos de azar?

20/01/2010 – Flit Paralisante 

Após o recesso parlamentar, o debate sobre a legalização de bingos, cassinos e jogo do bicho voltará ainda mais forte após 1º de fevereiro.

O tema conta com aval , ainda que velado , do presidente da República, Jair Bolsonaro.

A Frente Parlamentar Mista pela Aprovação do Marco Regulatório dos Jogos, possui , atualmente,  mais de 220 parlamentares, entre deputados federais e senadores.

A frente pró-jogo tem como argumento mais forte o fato de que este setor no país poderá gerar mais de um milhão de empregos diretos, movimentando cerca de  R$ 150  bilhões por ano, além do que será capitalizado por outros setores como o Turismo e o Comércio das cidades.

Estima-se  que os cofres do governos poderão recolher  até R$ 20  bilhões anuais;  entre vários tributos

 

EMPREGOS

A Frente vai trabalhar pela aprovação do PL 442/91.

A legalização,  também,  geraria 40 mil empregos para pessoas com deficiência, conforme o professor Magno José, presidente do Instituto Jogo Legal, considerado hoje o maior especialista na área.

Ainda segundo Magno,   os atuais 450 mil empregados do jogo do bicho deixariam a clandestinidade.

NOS ESTADOS UNIDOS 

O empreendedorismo dos jogos nos Estados Unidos,  apenas para exemplificar , gera 1,7 milhão de empregos por ano e movimenta US$ 74 bilhões durante esse período.

Dos membros da ONU, 75,5%  países autorizam bingos e/ou cassinos.

 

GUERRA PERDIDA 

 

O governo foi alertado que em razão da digitalização das apostas  – e do respectivo pagamento por meio de cartão de débito ou crédito –  não é mais possível reprimir os jogos,  tampouco a subsequente  lavagem de dinheiro operada pelos banqueiros do jogo de bicho.

Estes , depois de vários reveses , desde a ampliação da lei de lavagem de capitais e organizações criminosas ,  agora  se valem do sistema financeiro de grandes potenciais internacionais como a Russia.

As bancas , atualmente , são plataformas digitais como o comercio eletrônico, só que por meio de provedores localizados em países estrangeiros .

 

PLATAFORMAS ON LINE 

 

Também é alarmante a evasão de divisas via Cassinos online, cujas plataformas são criadas, administradas e  operadas do exterior, muitas no Uruguai e Paraguai .

 

MAQUININHAS E APOSTAS ELETRÔNICAS 

 

Na esteira dos poderosos banqueiros do jogo de bicho seguem os empresários que exploram os caça-níqueis em bares e pequenos cassinos clandestinos, os que ainda mais sofrem com as ações das polícias , do Ministério Público e, também, da fiscalização municipal.  Rotineiramente com truculência e com a finalidade de extorsão.

A BANCADA EVANGÉLICA E A BANCADA DA BALA

A maior dificuldade que se enfrenta para a legalização dos jogos de azar no Brasil é a oposição religiosa e a policial.

Os políticos que formam o ‘Banco Evangélico’ no Congresso são numerosos , para esses falsos cristãos o jogo, a cultura e a diversão em geral , são fortes concorrentes comerciais.

Segundo a visão dessas pessoas,  o que um potencial cliente dos pastores gasta com jogos e diversão, pode ser apropriado para as contas dos líderes dessas máfias que se dizem evangelizadoras.

Para a bancada da bala – a maioria policiais civis e militares  – a legalização do jogo retiraria uma  das fontes de renda ilícitas de maus  servidores  e seus representantes; muitos  fazendo  campanha eleitoral com dinheiro exigido de quem opera os jogos.

 

Jovens, por favor, transem… ( E muito!…Ignorem a crente do cu quente ) 23

Jovens, por favor, transem

Se vocês não transarem antes do casamento, talvez não transem nunca mais!

Jovens deste Brasil, transai e gozai e não vos multiplicai. Usem camisinha, tomem pílula e transem. Amem, se apaixonem, namorem e transem. Sintam tesão e depois fiquem só amigos, mas transem. Daqui a 10 ou 15 ou 20 anos, se quiserem, tenham filhos, porque é um dos ápices da vida adulta, mas, por ora, foquem o grande ápice da juventude e transem!

Deixem-me alertá-los: a melhor fase da vida é quando as costas não doem constantemente apesar de tantos tratamentos e médicos, os joelhos ainda não estalam (e o barulhinho começa a ficar viciante, porque a gente vicia em cada merda), a neurose está diluída em hormônios, a enxaqueca não funciona como o apito de uma panela de pressão avisando que é hora de parar de pensar em problemas e os antidepressivos ainda não aleijaram nossa excitação. Por favor, jovens, não escutem a tia Damares e transem muito.

O que a ministra do velório libidinal não conta a vocês é que a abstinência acontece, sem nenhum esforço por parte dos envolvidos, DEPOIS do casamento. Então, jovens, se vocês não transarem ANTES do casamento, talvez vocês não transem nunca mais!

No escuro da noite, quando as crianças não choram por tudo, os maridos finalmente tiraram o fone de ouvido que usam o dia inteiro, as mães não destroem nossa autoconfiança, os colegas de trabalho finalmente pararam de mandar mensagens, a única coisa que movimenta (em um contido sorriso) meu bigode chinês com preenchimento é lembrar que eu já fui um ser muito transante. Eu já fui jovem e, por Deus, passei o rodo nesse país outrora divertido.

Um dia revelarei aos meus netos: “Vovó aprontava altas!”. E eles, que se tudo der certo serão livres e felizes e terão pais progressistas e estudarão em escolas progressistas e terão psicanalistas freudianos ou lacanianos progressistas, dirão, desapontados: “Não deveria ter parado jamais!”.

Eu tenho saudade da escada do prédio da minha mãe. Eu tenho saudade das escadas dos prédios das agências de publicidade onde trabalhei. Eu tenho saudade das escadas das festas que eu frequentava.

Hoje em dia eu tenho preguiça até de conversar em pé, que dirá namorar. Eu olho uma escada já me cai a pressão. Não fosse o elevador, eu moraria para sempre no primeiro andar da minha analista.

Um dia eu e meu marido voltaremos a transar, porque os 40 são os novos 38. A esperança é que seja um com o outro. Rimou! Um dia eu vou estar menos cansada, menos medicada e menos chateada. Rimou! Em vez de rimar, eu preferiria transar. Rimou de novo ! Percebam: uma hora nossa mente começa a funcionar para versificar os dias e a casa. Tudo em caixinhas musicais, porque fica mais fácil terminar o dia.

Saudade de perder madrugadas amando, de desaguar rios de lágrimas porque o amor acaba, de começar tudo de novo porque ainda dá tempo.

Jovens, por favor, transem; e ao transar, por favor, se cuidem. Cuidem-se para não pegar doenças, cuidem-se para não engravidar antes da hora e cuidem um do outro. Depois votem direito, votem em um governo que trate de vocês como humanos e não como robôs ou rebanhos ignorantes e assexuados. E transem, por favor. Transem por mim, pela Damares, por seus avós e, sobretudo, por este país

Tati Bernardi

CIRCO COMPLETO DA PM DO PARANÁ – Tenente calça curta diz que não é funcionário público…É militar, o que é “déferente”! Os milicos e seus eufemismos para arrotar falsa superioridade…Você pode chamar merda de fezes , mas continuará sendo somente bosta! 69

(Vídeo) PM acaba com ensaio de grupo de maracatu e chama integrante de vadia

O grupo de maracatu “Baque Mulher” fazia um ensaio na Praia Brava, em Matinhos (PR), quando foi interrompido de forma agressiva por policiais militares, que ofenderam uma das integrantes de “vadia”; assista

(Foto: Reprodução)
Vídeo publicado pela página de Facebook Boca no Trombone mostra a confusão criada pelos policiais militares, que não queriam o prosseguimento do ensaio. As imagens demonstram a forma agressiva que os oficiais abordaram as percussionistas, que disseram que só sairiam do local com a presença de um advogado. Uma delas, inclusive, foi chamada de “vadia”.

Gentiliza do leitor MOTOROLA

E esse vídeo, Guerra? Aos 7:00, o tenente diz que não é funcionário público, é militar.

https://www.brasil247.com/regionais/sul/video-pm-acaba-com-ensaio-de-grupo-de-maracatu-e-chama-integrante-de-vadia

A polícia é formada por uma ralé adestrada pelos governantes para proteger e servir a minoria dominante e bandida…Para o cidadão trabalhador : multa, algema , porrada e tiro! 11

 

Gentileza do leitor Nunes.

Em sociedades mais desenvolvidas os policiais e autoridades da justiça adotam como lema de vida: se não posso ser rigoroso com os fortes serei benevolentes com os fracos!

Aqui como não podem ser rigorosos com os fortes descarregam suas frustrações nos iguais: no populacho !

Bolsonaro lembra um certo tipo de Delegado de Polícia: o incompetente e invejoso que teme que o subordinado mais preparado lhe tome a cadeira 11

Bolsonaro articulou recriação de ministério que esvazia poder de Moro

Ideia que reacendeu a fritura do ministro no governo não constava de reunião de secretários

FOLHA DE SÃO PAULO

O pedido de recriação do Ministério da Segurança Pública foi articulado com o presidente Jair Bolsonaro antes de sua reunião com secretários estaduais da área, ocorrida na quarta (22) e que reacendeu o processo de fritura do ministro Sergio Moro.

O presidente Bolsonaro deixa o Palácio do Alvorada na quarta (22), dia da reunião com secretários
O presidente Bolsonaro deixa o Palácio do Alvorada na quarta (22), dia da reunião com secretários – Adriano Machado – 22.jan.2020/Folhapress

O colegiado que reúne os secretários, o Conselho Nacional de Segurança Pública, tinha reunião marcada para as 9h da quarta, em Brasília. A recriação da pasta oriunda do governo Michel Temer (MDB) não constava da pauta.

Duas horas antes do encontro, o secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Gustavo Torres, foi recebido por Bolsonaro no Planalto.

Por volta das 11h, Torres informou o presidente do Conselho, o secretário baiano Maurício Teles Barbosa, que haveria a possibilidade de encontrar Bolsonaro naquela tarde e que o tema da reunião seria a recriação da pasta —que foi fundida à da Justiça, criando o superministério entregue a Moro pelo presidente.

Os secretários e seus representantes presentes estranharam, segundo o relato de três dos presentes. Foi feita uma votação, que registrou 11 votos a favor da confecção do pedido de recriação em carta, e 9 contrários.

Apesar do quase empate e de o fórum não estar completo, o encontro no Planalto ocorreu. Um dos argumentos entre os presentes é que o fórum havia pedido há um ano um encontro com Moro e não havia sido atendido ainda.

Isso não dirimiu divergências, contudo. Estados como São Paulo são contrários à divisão por considerar que ela dobraria algumas burocracias.

Com a ação transposta ao Planalto, mais sinalizações estranhas para o time de Moro. O ministro não foi chamado para a reunião, e oficialmente foi divulgado que ele faltou porque estava em um encontro sobre segurança cibernética com americanos.

O ex-juiz teve um encontro com Bolsonaro no Planalto às 11h30, mas o assunto da conversa não foi revelado.

Um representante da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) foi ao Planalto, mas não teve acesso ao encontro entre o presidente e o ministro. O órgão é quem coordena a interação das secretarias estaduais com o ministério de Moro.

Na reunião com os secretários, participaram Bolsonaro e os ministros Augusto Heleno (Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral).

O general da reserva Heleno negou, em uma postagem no Twitter, que a ideia de recriar a pasta da Segurança tenha partido do Palácio do Planalto.

“A proposta de recriar o Ministério da Segurança Pública não é do presidente Jair Bolsonaro, e sim da maioria dos secretários de Segurança estaduais”, disse, completando que “em nenhum momento o presidente disse apoiar tal iniciativa”.

O pivô do movimento foi o secretário Torres, um aliado fiel de Bolsonaro e cotado desde o ano passado para substituir o diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A Folha o procurou, sem sucesso.

Torres é próximo ao ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), antigo companheiro de Bolsonaro em iniciativas da dita bancada da bala no Congresso, que segundo conhecidos acalenta o sonho de virar ministro da Segurança. Fraga é um crítico contumaz de Moro e é considerado uma das vozes do presidente no Congresso.

Conforme aliados do ex-juiz, a sinalização dada por Bolsonaro é de desgosto pelo desempenho do ministro em sua entrevista na segunda (20) ao programa Roda Viva (TV Cultura), na qual não teria sido enfático na defesa do chefe ante críticas de jornalistas.

Críticos do ministro no governo viram na entrevista a figura de um candidato a presidente, e não a de um servidor do governo —ou da “causa”, como gostam de dizer bolsonaristas mais fiéis.

O flanco de ataque é o mesmo do ano passado, quando Moro quase foi demitido no segundo semestre. Bolsonaro ensaiou remover Valeixo e Moro se colocou frontalmente contra a ideia.

Agora, se o ministério for recriado, a Polícia Federal e outras estruturas automaticamente saem do controle do ex-juiz símbolo da Operação Lava Jato.

Isso tem implicações diversas. A PF acompanha direta ou indiretamente investigações politicamente sensíveis, como aquelas sobre o filho senador de Bolsonaro, Flávio (sem partido-RJ), ou a do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista.

Torres é visto com reserva na corporação, da qual se afastou há quase uma década —é delegado federal. Ele foi alvo de uma acusação, arquivada, de tortura numa operação policial.

Apoiadores de Moro consideram que o movimento atual pode simplesmente visar “dar um susto” no ministro, que se mantém como o integrante mais popular do governo, segundo o Datafolha.

Como o próprio ministro irá participar dos prometidos estudos sobre a cisão de sua pasta, é provável que ela só aconteça se houver uma ordem direta de Bolsonaro para tal.

ALTOS E BAIXOS DE SERGIO MORO NO GOVERNO BOLSONARO

Atritos

Ministério da Segurança
Bolsonaro afirmou que pode recriar a pasta da Segurança Pública, que hoje integra o Ministério da Justiça. Com isso, a área sairia da alçada de Moro. O ministro, contudo, tem usado como principal vitrine da sua gestão a redução de homicídios, que foi iniciada no governo de Michel Temer (MDB)

Mensagens da Lava Jato
divulgação de mensagens trocadas entre o então juiz da Lava Jato e procuradores da operação colocou em dúvida a imparcialidade de Moro como magistrado

Pacote anticrime
A lei sancionada por Bolsonaro foi um tanto diferente do projeto apresentado por Moro à Câmara no início de 2019. Foi removida pelo Legislativo, por exemplo, a ampliação das causas excludentes de ilicitude (que abria espaço para a isenção de agentes que cometessem excessos por “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”). Das 38 sugestões de vetos que constavam em parecer do Ministério da Justiça enviado ao Planalto, cinco foram atendidas por Bolsonaro (uma de forma parcial). Uma das indicações ignoradas era o veto ao juiz das garantias, que divide a condução do processo penal entre dois magistrados

Fôlego

Popularidade e confiança
Moro tem melhor avaliação e mais credibilidade junto à população que Bolsonaro, segundo levantamentos do Datafolha. Na última pesquisa, realizada em dezembro, o ministro era aprovado por 53% dos entrevistados. No caso do presidente, o índice é de 30%

Prisão após 2ª intância
Após decisão do Supremo que barrou a execução antecipada da pena, o ministro tem liderado esforço no Congresso para criar nova legislação que permita a prisão de condenados em segunda instância

Apoio nas ruas 
Manifestações de rua têm sido convocadas desde a metade do ano em todo o país para demonstrar apoio ao ex-juiz e à Operação Lava Jato

A covardia de alguns PMs está cada vez mais escancarada , perderam o medo de punições e o respeito pela lei 24

Vídeo mostra PMs agredindo homem a socos e joelhadas durante abordagem em São Paulo

Testemunha gravou pelo celular ação de policiais no Capão Redondo, zona Sul da cidade; Polícia afastou soldados

Pedro Prata

22 de janeiro de 2020 | 15h03

Um vídeo compartilhado nas redes sociais nesta quarta, 22, mostra três policiais militares agredindo um homem durante abordagem no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. A PM informou que eles foram afastados e que foi aberto um inquérito para apurar o ocorrido.

O homem está cercado por ao menos cinco policiais, todos com capacetes.

Três deles desferem socos e joelhadas no homem, que está encolhido contra um muro.

O vídeo foi gravado pelo celular por uma pessoa que testemunhou as agressões. Ela corre e se aproxima para poder gravar melhor a cena.

Nesse momento, um policial percebe que o cerco ao homem está sendo filmado e saca uma arma, fazendo gestos para que ele interrompa.

Ao menos dois PMs tinham câmeras em seus capacetes.

COM A PALAVRA, A POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO

‘Os policiais que aparecem nas imagens foram afastados. A PM, assim que tomou conhecimento do vídeo, determinou a instauração imediata de um inquérito policial militar, que irá apurar o ocorrido. De Davos, o governador João Doria determinou ao secretário da Segurança, general João Camilo de Campos, que, além do afastamento, os policiais sejam retreinados. Desvios de conduta não serão tolerados.’

Polícia Civil do Estado de São Paulo – Projeto de reforma da Previdência Paulista 43

A Delegacia Geral de Polícia, diante de comentários que têm sido veiculados a respeito do projeto de reforma da Previdência Paulista, esclarece a todos os Policiais Civis:

– Em novembro de 2019, o Governo do Estado encaminhou à Assembleia Legislativa do Estado a Proposta de Emenda nº 18 à Constituição Paulista e o Projeto de Lei Complementar nº 80, ambos tratando de modificações do sistema de previdência social;

– Em face da incidência direta das medidas propostas sobre todos os Policiais Civis e tendo em vista que as proposituras não atendiam aos anseios institucionais, nossas reivindicações foram levadas à Administração Superior que, sensível, comprometeu-se a rever os termos das modificações que terão de ser realizadas.

– A Delegacia Geral de Polícia aguarda a conclusão dos novos estudos que estão sendo realizados, para, somente então, posicionar-se a respeito.

– Assim, seriam açodados e prematuros quaisquer comentários, sugestões, palpites, pareceres sobre como devem agir, neste momento, os Policiais Civis que preenchem os requisitos de aposentadoria.

– As novas propostas terão de ser submetidas à discussão e votação pela Assembleia Legislativa para, somente então, entrarem em vigor. Até que isso ocorra, sem querer alijar o direito de quem realmente pretende partir para a inatividade, esta Delegacia Geral de Polícia recomenda àqueles Policiais que têm a intenção de continuar a ainda exercer suas funções apesar de satisfazerem os requisitos legais para aposentadoria, que aguardem para que tomem decisões com base em dados concretos e propostas efetivas e não em meros palpites.

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Juiz diz que Brasil é “merdocracia neofascista” e inexpressiva associação de advogados – defendendo o governo de bosta – pede punição no CNJ 10

Para instituto, magistrado atuou com quebra de decoro ao incluir em uma sentença seu posicionamento pessoal político - Getty Images

Para instituto, magistrado atuou com quebra de decoro ao incluir em uma sentença seu posicionamento pessoal político Imagem: Getty Images

Pepita Ortega e Ricardo Brandt

São Paulo

20/01/2020 17h38

O Instituto Nacional de Advocacia (Inad) protocolou junto ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) uma representação pedindo punição disciplinar, inclusive aposentadoria compulsória, ao juiz Jerônimo Azambuja Franco Neto, da 18.ª Vara do Trabalho de São Paulo, que chamou o atual momento do Brasil de “merdocracia neoliberal neofascista” ao proferir sentença na última quinta-feira, 16.

Segundo Rodrigo Salgado Martins e Pierre Lourenço, presidente e diretor do Instituto, o magistrado atuou com desvio de finalidade e quebra de decoro “ao incluir na fundamentação de uma sentença seu posicionamento pessoal político e por utilizar palavras de baixo calão, ofendendo a moralidade da justiça e atuando com prejuízo ao erário público”.

O caso foi distribuído para a relatoria do conselheiro Humberto Martins, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça e corregedor nacional da Justiça.

Na representação os advogados alegam que o juiz não poderia incluir seus posicionamentos políticos pessoais dentro da sentença pois o ato configuraria desvio de finalidade do ato jurisdicional e “malversação de verbas públicas”.

“Se ele está dedicando um tempo para fazer críticas políticas dentro dos autos de um processo, é porque ele está deixando de trabalhar e julgar em algum outro caso que por ofício do trabalho deveria decidir”, alegam os advogados.

O instituto destaca ainda que não existiam motivos para tratar de qualquer conteúdo político na sentença de condenação de um restaurante a indenizar R$ 10 mil por danos morais e a demonstrar o pagamento do piso salarial, seguro de vida e de acidentes e assistência funerária aos funcionários.

No início da peça, os advogados dizem que o magistrado se afastou do julgamento do caso concreto para “fazer discurso político desprovido de qualquer conexão com a realidade” e utilizou “palavras de baixo calão para atacar o sistema democrático nacional, deixando claro sua predileção a regimes ditatoriais”.

Quanto ao termo “merdocracia”, os advogados dizem que o uso por um magistrado de palavra de baixo calão é “inadmissível” na esfera jurídica, dentro da perspectiva de que em um processo “somente é permitida a utilização do linguajar polido, respeitoso e técnico”.

“É terminantemente proibido a adoção de palavras de cunho ofensivo dentro dos autos, seja em referência a um fato ou a uma pessoa, a lei proíbe este tipo de adjetivação que se valha de palavras de baixo calão”, assinalam os advogados.

O documento também diz que o magistrado “atacou covardemente cinco autoridades públicas”, em referência às críticas feitas por Azambuja a ministros do governo Bolsonaro, como Abraham Weintraub (Educação), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Paulo Guedes (Economia) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), além do próprio presidente.

“O ser humano Weintraub no cargo de ministro da Educação escreve ‘imprecionante’. O ser humano Moro no cargo de Ministro da Justiça foi chamado de ‘juizeco fascista’ e abominável pela neta do coronel Alexandrino. O ser humano Guedes no cargo de Ministro da Economia ameaça com AI-5 (perseguição, desaparecimentos, torturas, assassinatos) e disse que ‘gostaria de vender tudo’. O ser humano Damares no cargo de Ministro da Família defende ‘abstinência sexual como política pública’. O ser humano Bolsonaro no cargo de Presidente da República é acusado de ‘incitação ao genocídio indígena’ no Tribunal Penal Internacional.”

Na avaliação dos advogados do Inad, o juiz atacou o sistema democrático brasileiro, “a partir do momento em que ele insinua, sem provas, que o presidente Bolsonaro foi comprado ou teve a sua eleição comprada”.

A indicação faz referência à seguinte frase de Azambuja: “Eles não estão aí de graça. Há bilionários e asseclas por trás de sabujos em golpes de estado promovidos em guerra híbrida, como no desvirtuamento da mecânica jurídica em um verdadeiro mecanismo neofascista.”

Defesa

Em nota, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região “esclarece que a fundamentação jurídica das decisões judiciais incumbe a magistrados designados para julgamento, sendo de sua exclusiva responsabilidade qualquer posição que dela se possa extrair.”

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho divulgou a seguinte nota:

“Em relação A essa decisão, ou qualquer outra decisão de juiz do Trabalho, independentemente do nível da polêmica que venha causar, a Anamatra não julga os julgamentos dos magistrados. Não é papel da Anamatra. Na verdade, a entidade acompanha com bastante preocupação toda a repercussão dessa decisão, os inúmeros compartilhamentos, e observa com cautela, porque é representativa da polarização que hoje toma conta de toda a sociedade brasileira. O Judiciário não é infenso a esse sentimento de polarização.

A nossa preocupação é em como essa decisão canalizou a polarização que está presente na sociedade brasileira, nos diversos segmentos.

O decréscimo dos direitos sociais, e o modo como vêm sendo tratados como direitos de bagatela, acaba repercutindo, às vezes, no modo como o juiz procura – dentro da sua decisão – mostrar qual é macroestrutura que ele compreendeu e que acredita tenha conexão com o caso concreto que julga.

A Anamatra tem posição muito clara: a de que defenderá o direito do magistrado à ampla defesa e ao contraditório em qualquer procedimento disciplinar.”

A reportagem busca contato com o juiz Jerônimo Azambuja Franco Neto. O espaço está aberto para manifestação.

PM aposentado de SP perde isenção e pagará contribuição de até R$ 580 50

Inativos e pensionistas que ganham até R$ 6.101 passarão a pagar contribuição a partir de março

SÃO PAULO

Com a reforma dos militares, sancionada em dezembro do ano passado, os policiais militares inativos e pensionistas de São Paulo que ganham até o teto do INSS (R$ 6.101,06 em 2020) deixarão de ser isentos da contribuição previdenciária e passarão a ter um desconto de até R$ 580 em seus salários.

A reforma dos militares permite que as regras federais sejam aplicadas às polícias militares dos estados.

Pela regra atual, os PMs paulistas inativos e pensionistas que ganham benefício de até R$ 6.101,06 (já considerando o valor de 2020) não pagam contribuição previdenciária.

Com as mudanças da reforma dos militares, um policial (inativo ou pensionista) que recebe R$ 6.101,06 passará a pagar 9,5% de alíquota em 2020, o que equivale a R$ 579,60 por mês. Em 2021, a alíquota passa para 10,5% e, nesse caso, ele contribuirá com R$ 640,61 mensais.

Hoje, os aposentados e pensionistas que ganham acima do teto têm alíquota de 11% sobre o valor que ultrapassa esse limite.

Com a aplicação das regras aprovadas na reforma das Forças Armadas, a alíquota desse policial será aplicada sobre sua remuneração total, e não apenas sobre o excedente.

Assim, um policial militar inativo que hoje recebe R$ 7.000 de benefício (valor acima do teto do INSS) paga, atualmente, 11% sobre R$ 898,94 (quantia que excede o teto atual). O total de contribuição previdenciária, nesse caso, fica em R$ 98,88 por mês.

Em 2020, com alíquota de 9,5%, ele vai ter R$ 665 descontados por mês. Em 2021, a alíquota passa para 10,5% e, logo, a fatia previdenciária mensal será de R$ 735.

Atualmente, o estado de São Paulo conta com 64 mil PMs inativos e 38 mil pensionistas, afirma a SPPrev (São Paulo Previdência), que faz a gestão dos benefícios.

Regras aprovadas pela reforma dos militares serão aplicadas às polícias militares estaduais até 2021 – Rivaldo Gomes/Folhapress

Início da cobrança

Mesmo com as mudanças nas regras para concessão de aposentadorias e pensões adiadas para 2021 pelo governador João Doria (PSDB), os policiais militares inativos e pensionistas de São Paulo devem pagar novas alíquotas a partir deste ano, mas o estado diz que ainda estuda quando passará a aplicar a nova cobrança.

Instrução normativa publicada no Diário Oficial da União da última quinta-feira (16) pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho confirma que a postergação do prazo de aplicação das normas vale apenas para regras de transição e concessão do benefício. “As novas alíquotas e bases de contribuição valerão a partir de março”, informou a secretaria ao Agora.

Procurada, a SPPrev diz que “a questão da mudança da alíquota e da forma de cálculo da contribuição previdenciária dos militares do estado está em estudo pela Procuradoria-Geral do Estado”.

Colaboração: leitor C.A. 

INIMPUTÁVEL TOXICÔMANO – Juízes ativistas cobram responsabilização civil, administrativa e criminal de Alvim 5

Juízes ativistas cobram responsabilização civil, administrativa e criminal de Alvim

Associação Juízes para a Democracia alega, em nota, que Bolsonaro foi ‘contraditório’ ao demitir secretário nacional de Cultura ‘já que seu governo flerta continuamente com políticas totalitárias’

Luiz Vassallo, Pedro Prata e Fausto Macedo

17 de janeiro de 2020 | 17h06

Roberto Alvim deixou o cargo nesta sexta-feira Foto: Gabriela Bilo/Estadão

A Associação Juízes Para a Democracia cobrou, nesta sexta-feira, 17, a responsabilização civil, administrativa e criminal, do ex-secretário Nacional de Cultura Roberto Alvim. Segundo a entidade, que reúne magistrados ativistas, o presidente Jair Bolsonaro foi ‘contraditório’ ao demitir Alvim já que seu governo ‘flerta continuamente com políticas totalitárias’.

Em vídeo em que anuncia o Prêmio Nacional das Artes, Alvim, citou textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbels.

Em vídeo em que anuncia o Prêmio Nacional das Artes, Alvim, citou textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbels. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a demissão do secretário nacional de Cultura e declarou ‘repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas‘.

“O pronunciamento oficial de um secretário de Estado, reproduzindo, em forma e conteúdo, a política de propaganda de um regime totalitário, mundialmente repudiado pelos prejuízos causados à humanidade, é inaceitável”, reage a AJD.

Segundo a entidade, presidida pela juíza Valdete Souto Severo, afirma que a ‘ação da Presidência da República, demitindo o referido secretário, constitui, no máximo, um sinal contraditório de um governo, cujas ações flertam continuamente com políticas totalitárias como o extermínio de populações periféricas e indígenas; intolerância com a população LGBT; censura do pensamento de oposição e destruição do ambiente’.

“A AJD repudia o pronunciamento feito pelo Secretário de Cultura e bem assim a política que vem sendo feita pelo atual governo. Além disso, exige que as instituições responsáveis pela garantia da democracia promovam a responsabilização civil, administrativa e criminal de Roberto Alvim.”

Joseph Goebbels foi um dos principais nomes a difundir os ideais do Nazismo pela Alemanha, trabalhando como braço direito de Adolf Hitler Foto: Atelier Bieber / Nather / Bildarchiv Preußischer Kulturbesitz

João Doria cria Delegacia Seccional de Praia Grande – à qual São Vicente ficará subordinada – com o fim de acabar com a perniciosa influência do grupo político Márcio França e de alguns políticos locais afinados com o crime organizado 23

𝗣𝗥𝗔𝗜𝗔 𝗚𝗥𝗔𝗡𝗗𝗘 𝗖𝗢𝗡𝗧𝗔𝗥𝗔́ 𝗖𝗢𝗠 𝗗𝗘𝗟𝗘𝗚𝗔𝗖𝗜𝗔 𝗦𝗘𝗖𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗟 𝗗𝗔 𝗣𝗢𝗟𝗜́𝗖𝗜𝗔 𝗖𝗜𝗩𝗜𝗟 🚓

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Praia Grande passará a contar com uma Delegacia Seccional de Polícia Civil nos próximos meses. A confirmação foi feita na tarde de quarta-feira (15) ao prefeito Alberto Mourão pelo delegado geral do Estado de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, durante vistoria às obras no prédio que abrigará um complexo de segurança, no Bairro Ocian.
Com o anúncio, Praia Grande não integrará mais a Seccional de Santos, passando a ter independência administrativa e financeira – São Vicente também ficará sob responsabilidade da nova unidade.
O prefeito Alberto Mourão comemorou a notícia explicando que a medida elevará as categorias das delegacias existentes na Cidade, além de possibilitar um aumento no efetivo de policiais civis.
“A Seccional vai funcionar junto a um complexo de segurança, onde ficarão abrigadas também as equipes táticas da Guarda Civil Municipal (Romo e Romu) e também a recém-criada 3ª Companhia da Polícia Militar. São medidas que trarão mais segurança para a Cidade”, afirma o prefeito.
De acordo com o delegado geral Ruy Ferraz Fontes, as obras devem estar finalizadas em março e algumas providências ainda deverão ser tomadas, como a contratação de pessoal, inclusive por meio de concurso público. “Praia Grande tem uma demanda significativa e esperamos que esta medida faça diferença para quem vive na Cidade”.

𝘿𝙚𝙡𝙚𝙜𝙖𝙘𝙞𝙖 𝙙𝙖 𝙈𝙪𝙡𝙝𝙚𝙧 – O diretor do Departamento de Polícia Judiciária 6 (Deinter 6), Manoel Gatto Neto, também acompanhou a visita. O prefeito e os dois delegados estiveram ainda nas obras da nova Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que está em fase final de construção no Bairro Boqueirão.
De acordo com Gatto Neto, além da DDM, o local abrigará também o Núcleo Especial Criminal (Necrim), órgão que promove a mediação de conflitos nos crimes de menor potencial ofensivo. Esta será a segunda unidade deste órgão na Baixada Santista, sendo que no Estado de São Paulo já existem 50.
“É um importante meio para se evitar problemas maiores. Uma briga de vizinhos pode se transformar em homicídio, mas com a conciliação muitas vezes isso é evitado. Além disso, desafoga o sistema judiciário com ações criminais mais extensas”, explica o diretor do Deinter 6.
No local são realizadas as audiências preliminares de conciliação e, havendo um desfecho satisfatório, a decisão é encaminhada posteriormente ao Poder Judiciário com força de sentença.
A previsão de entrega do prédio por parte da Prefeitura é de cerca de 20 dias. O funcionamento pleno das duas unidades deve se dar nos próximos meses.

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Por: ANTONIO CARLOS SOBRAL