29/01/2020 – Roberto Conde Guerra
Neste dia nacional da visibilidade trans deve-se abordar um assunto que virou rotina nas delegacias de polícia e escritórios de advocacia: mulheres trans vítimas de cirurgiões incompetentes, verdadeiros açougueiros .
A cidade de São Paulo está repleta desse tipo de profissional que , alardeando falsamente cursos de especialização no exterior , exploram a fragilidade de moças que vão em busca da tão sonhada redesignação ou mesmo de reparação a cirurgias pessimamente executadas por outros “médicos especializados”.
A paciente, sofrendo psiquicamente, pois não raro é humilhada por namorados e companheiros com o rotineiro: “não é mulher de verdade” , não é alertada sobre os riscos da cirurgia, tampouco para a grande probabilidade do insucesso desse tipo de intervenção cirúrgica.
Quando verifica que , em vez de melhores resultados, ficou ainda pior , o “doutor” vem com a desculpa de que no site e no contrato há os necessários alertas sobre os riscos.
E aproveitando-se do desconhecimento sobre a lei, ainda , fazem com que a paciente subscreva um contrato padrão , pelo qual teria tomado ciência de que toda e qualquer intercorrência seria de responsabilidade da contratante. Isentando , assim, o cirurgião de quaisquer responsabilidades sobre o resultado.
Ou seja, a vítima paga para correr risco de morte e lesão corporal gravíssima.
Com efeito, esse suposto assentimento da vítima não isenta o médico da responsabilização penal , civil e administrativa. Se há todos esses riscos não se deve operar, ainda mais quando se trata da estética intima .
Ao contrário , durante a consulta se faz muitas promessas, tipo: “dou o melhor de mim sempre” , “ a melhor cirurgia de qualquer cirurgião é sempre a mais recente, pois as anteriores o prepararam para a do dia presente”.
Conversa de vigarista!
A iludida , entrega o pouco que tem , economizado com muito sacrifício , recebendo em troca maiores cicatrizes , mutilações , hemorragias com risco de morte e fistulas decorrentes de lesões na vagina e na bexiga.
Para consertar, depois de muitos meses sofrendo , tem que buscar o SUS.
O charlatão não se responsabiliza por nada em relação ao fracasso decorrente da sua imperícia, imprudência e negligência. Esse tipo de cirurgião criminoso enriquece causando mal físico e mental a pessoas hipossuficientes que, de regra, têm medo de buscar seus direitos junto aos órgãos da justiça.
Sabem que serão tratadas com total desprezo …
Muitas vão buscar alívio no suicídio ou refugio no exterior , onde não serão tratadas como meras prostitutas ou doentes mentais sem quaisquer direitos.
Nenhuma cirurgia estética deve ser realizada apenas pela solicitação da paciente. O médico , antes de buscar os honorários vultosos , deve atentar que a correção de danos estéticos não implique maior vexame, sofrimento moral e perturbações à saúde física e mental das mulheres trans.
Enfim, o local para esse tipo de médico é a cadeia!
Observem o verdadeiro objurgatório cruel que disparam contra as suas vítimas:
“Não se preocupe , toda cirurgia fica bonita quando a beleza vem de dentro”!
A coitada ao atentar para a frase empregada como apresentação do cirurgião entende que , além de disfuncional , é feia de alma!
Perdeu o dinheiro , quase morreu , perdeu a saúde , ficou meses sem trabalhar até um médico do SUS lhe atender , por CASTIGO DIVINO!
Do transexualismo
Segundo Farina, o transexualismo consiste em uma “pseudo-síndrome psiquiátrica,
profundamente dramática e desconcertante, na qual o indivíduo se identifica com o gênero
oposto. Constitui um dos mais controvertidos dilemas da Medicina moderna, em cujo recinto
poucos médicos ousam adentrar. O indivíduo nega o seu sexo biológico e exige a operação de
reajustamento sexual a fim de poder assumir a identidade do seu verdadeiro gênero, que não
condiz com seu sexo anatômico.
Em outras palavras, são indivíduos que apresentam, ao simples exame ocular, genitais
externos do tipo masculino e são portadores de uma psique totalmente ou predominantemente
feminina, e vice-versa, conforme já se acentuou. Desde criança sofre o indivíduo um imenso
conflito oriundo de uma ruptura entre sua psique e a realidade corporal. Com o advento da
puberdade, o indivíduo adquire a consciência plena de sua anomalia, surgindo,
freqüentemente, um duplo conflito: de um lado, o conflito interno, que consiste em um
permanente desgosto, senão em revolta, em relação aos seus órgãos genitais e aos atributos
secundários de um sexo que o indivíduo sente não ser o seu; do outro, o conflito externo,
oriundo de sua vida de relação. O ambiente social onde vive lhe é hostil. A sociedade não
compreende a anomalia. O preconceito, a falta de solidariedade, acabam por levar o
transexual ao próprio isolamento e a uma extremada solidão. Esta é uma das razões pela qual
alguns transexuais recorrem ao tranvestimento, procurando, deste modo, ocultar a triste
realidade.
Da etiologia do transexualismo
A origem da síndrome do transexualismo é controvertida. Os estudos etiológicos do
fenômeno transexual são explicados em duas grandes correntes.
A primeira corrente parte da análise dos fatores relativos ao ambiente social onde o
indivíduo se desenvolve, após o seu nascimento. Esta teoria procura suas justificativas na
Psicologia e é denominada de teoria psicossexual.A outra considera os fatores endócrinos no
desenvolvimento pré-natal do indivíduo – chamam-na de teoria neuroendócrina, teoria esta
que, pelas razões que justificaremos a seguir, melhor nos parece para tentar explicar o
fenômeno.
Segundo os mais recentes estudos, o hipotálamo, controlador do comportamento
sexual, é, em todos os fetos, fundamentalmente feminino, independentemente de serem fetos
geneticamente masculinos ou femininos.
Um excesso de estrógenos na mãe, ou a falta de funcionalidade dos órgãos neurais,
causaria a permanência do centro hipotalâmico com características femininas, deflagrando,
mais tarde, um comportamento sexual anormal nos indivíduos. A transexualidade, portanto, é
resultante de uma alteração genética no componente cerebral,
Esclarece Olázabal4
que a gênese do transexualismo implica em “alterações nas
estruturas dos centros de identidade sexual do hipotálamo”, uma vez que a secreção
androgênica, produzida pela gônada primitiva, não atinge aquele centro ou este não responde
a essa secreção.
Clique para acessar o consequencias-juridicas-da-cirurgia-de-transgenitalizacao.pdf
As vítimas trans principalmente adolescentes pobres vindos de outros estados da região norte e nordeste são aliciados por quadrilhas que traficam pessoas que pagam a esses pseudo-cirurgiões plásticos para realizarem a mudança de sexo com a finalidade exclusiva de mandarem essas pessoas vulneráveis para o exterior para serem prostituídas e exploradas sexualmente condenando-as à escravidão, onde com sua exploração pagam a operação e a viagem. Quando em serviço no DHPP na 1ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Liberdade Pessoal levei alguns adolescentes nessa condição que sofriam de terríveis dores e dúvidas para o Ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Trasnsexuais localizado na rua Santa Cruz, 81, Vila Mariana-São Paulo/SP.
Parabéns ao dono do blog por abordar este assunto com coragem. Viva as diferenças, o respeito e a tolerância.
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