Nomeação de 250 delegados em São Paulo é insuficiente 26

Faltam mais de 900 delegados de Polícia no estado de São Paulo; déficit na Polícia Civil chega a 14 mil

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PoliciaFoto: Divulgação

Foi publicada sábado, 1, no Diário Oficial do Estado de São Paulo, a nomeação de 250 delegados de Polícia aprovados em concurso, que. Após a posse, eles iniciarão o curso na Academia de Polícia (Acadepol).

A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP) reconhece os esforços do governo do estado em preencher as vagas em aberto na Polícia Civil. Entretanto, o último concurso foi realizado há três anos e, em se mantendo esse ritmo, o déficit de 14 mil policiais civis nunca será reduzido. Vale destacar também que os baixíssimos salários – São Paulo paga os piores salários do país aos seus policiais – fazem com que estes profissionais deixem os cargos para outras carreiras mais atraentes. Ou seja, a evasão cresce em ritmo mais acelerado do que a contratação.

“A Associação dos Delegados tem estudos para novos modelos e mudanças na Instituição, bem como propostas para recomposição salarial e fortalecimento da Polícia Civil. Tentamos diuturnamente conversar com o governador, mas nos causa estranheza a falta de diálogo que ele tem com as entidades de classe”, pontua Gustavo Mesquita Galvão Bueno, presidente da ADPESP.

Além de um planejamento estruturado para recomposição do déficit de profissionais na Polícia Civil do estado de São Paulo, é necessário e fundamental a valorização e pagamento de salários dignos aos policiais civis, para que a carreira seja de fato atraente e esses profissionais permaneçam na Instituição.

Com 70 anos de história, a ADPESP é a maior entidade representativa de Delegados de Polícia em todo o Brasil, com mais de três mil associados.

Fonte: Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo

Miséria Dourada. Reconhecimento facial sem qualquer reconhecimento profissional decente. Mais de 12 horas para registrar um RDO. 18

É isso que nos deixa revoltados amigo Guerra. O engodo, a balela, a mentira política envelopando uma polícia esfarrapada e esvaziada. Em elegante cerimônia com centenários dirigentes da instituição em elegantes ternos de grife, alguns custando quase o salário de um delegado, e o gestor engomadinho deste Estado, foi inaugurado no IIRGD o “Sistema de Reconhecimento Facial”. Quero que a imprensa cobre o funcionamento e a recorrente aplicação da ferramenta por todas as unidades operacionais da polícia nas milhares de investigações passíveis de utilização da ferramenta e não apenas em casos selecionados para fazer propaganda política nas empresas de radiodifusão.

Espero que não seja mais um sistema que coma milhões de reais através de licitações direcionadas aos empresários amigos, como por exemplo, o sistema de mapeamento de suspeitos, de auditoria de BO’s, etc, e que jamais funcionaram ou alcançaram as unidades da base territorial.

Continuamos com a mesma enganação administrativa, reconhecimento facial sem qualquer reconhecimento profissional por parte deste e de outros governos do PSDB. 4 anos sem qualquer recomposição salarial, seguido de 5% de ajuda famélica e alguns penduricalhos para os policiais da ativa. Isso no Estado mais rico da Federação e com a maior quantidade de infrações penais de todo o território nacional.

Estranhamente neste Estado as falcatruas do poder público não são investigadas como acontece no RJ e até mesmo na Prefeitura Municipal. A maior roubalheira de que se tem noticia na área de infraestrutura viária (Rouboanel Norte, Marginais, Duplicação da Tamoios,etc), transportes sobre rodas (Metrô, CPTM) tudo sem qualquer tipo de punição e recuperação do que foi roubado. Aqui, a improbidade administrativa compensa, por conta disso os Laurence Casagrande da vida, demais comparsas e seus padrinhos políticos sempre vão prosperar.

Socorro Procuradoria da República, apurem vocês a roubalheira deste Estado

Por: amigo do 9º andar da Brigadeiro Tobias

[Ponte] Policiais amordaçados

Deixem os policiais falarem

Um tenente da PM disse que é “uma vergonha” um policial não matar nem três pessoas em cinco anos de trabalho.

Policiais militares expuseram a imagem de uma adolescente de 16 anos, vítima de estupro coletivo, chamando-a de “vadia” e comparando a menina com jumentas e cadelas no cio.

Um porta-voz da PM paulista sugeriu que a Ponte teria ligação com o crime organizado.

Na mesma semana em que uma ação da PM levou ao massacre de nove jovens em Paraisópolis, policiais fizeram posts celebrando a violência contra os bailes de favela em suas redes sociais.

Denunciados em reportagens da Ponte, nenhum desses policiais sofreu qualquer consequência séria por conta das declarações públicas públicas que fizeram. Pelo menos um foi promovido.

Postura muito diferente tiveram a Polícia Militar do Paraná com o PM aposentado Martel Alexandre del Colle e a Polícia Civil de São Paulo com o investigador Alexandre Félix Campos. Por conta de declarações públicas que fizeram, Martel está ameaçado de expulsão e Alexandre denuncia que vem sendo alvo de perseguições dentro da instituição. O engraçado é que nenhum deles defendeu ilegalidades, zombou da dor de pessoas violentadas, espalhou calúnias ou afrontou o Estatuto da Criança e do Adolescente, como os seus colegas que mencionamos há pouco.

Tudo o que Martel fez foi publicar uma série de artigos em que procura debater o papel das polícias, sem ataques gratuitos nem vulgaridades, propondo um novo modelo de policiamento, mais democrático e próximo da maioria da população. Já Alexandre cometeu o crime de se opor à eleição do presidente Jair Bolsonaro.

Nem precisa dizer que há algo de muito errado com corporações que não se importam com declarações de policiais que violam leis e atacam os direitos humanos, mas perseguem os que propõem um debate de ideias sobre o papel da corporação. Tudo isso é muito grave porque passa um recado claro: o de que policiais não podem expor opiniões que suas chefias considerem impopulares. É algo que limita a discussão sobre a segurança pública no País, que não pode ser feito sem ouvir os policiais — todos os policiais, e não apenas aqueles que falam o que seus superiores querem ouvir.

Fausto Salvadori, editor e repórter da Ponte Jornalismo