Dr. Sérgio Paranhos Fleury – Delegado de Polícia que, sem bajular os militares, acabou com terrorismo.
Nesse 31 de março se há alguma coisa para comemorar e lembrar vamos homenagear os Delegados , investigadores , escrivães e motoristas policiais que serviram a pátria e , no meio da caminhada, depois do serviço feito , foram defenestrados pela própria ditadura militar que os acusava de banditismo.
1964 – A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA TORTURA E DA CORRUPÇÃO POLICIAL
Entre 1964 e 1984, a ditadura destruiu a economia, institucionalizou a corrupção e fez da tortura e da execução sumária, práticas políticas. Envileceu os órgãos policiais e, principalmente, destruiu o perfil do Delegado de Polícia, até então, mais que um cargo policial: verdadeira Instituição.
Não encontrando o apoio das autoridades Paulistas – elite moral e intelectual, ainda que conservadora, as quais veementemente repudiaram a criminosa perseguição de cunho ideológico, enredada pelos militares e colaboradores – aniquilaram a hierarquia mediante a nomeação, pura e simples, de homens descompromissados com os princípios do direito e justiça. Homens motivados por interesses e ambições pessoais inconfessáveis; de fácil manobra e totalmente subserviente ao grupo de poder.
A quantidade dos cargos foi multiplicada; tornando a carreira heterogênea, caldeando-se humanistas com bestas, letrados com ignaros.
O Delegado de Polícia de São Paulo, de elevado padrão moral e profissional, após o golpe militar foi transformado num pigmeu.
Neste ponto da história policial o Delegado se prostrou estereotipado: “bêbados truculentos” ou “filhotes da ditadura, bem nascidos, “datas venia” , intelectualmente despreparados” e outras menções pejorativas.
O Delegado de Polícia Judiciária foi banido, dando lugar ao Delegado do governo: personificado como o operacional, o polícia de rua, bom de tiro e de “porrada”.
A seleção para provimento dos cargos invertida: primeiramente nomeava-se na condição de Delegado de Polícia substituto; depois de dois anos, aqueles que quisessem submetiam-se às provas para efetivação na Carreira.
Muitos, exercendo a função por “status” ou segundo emprego, nunca se submeteram às provas; aposentando-se, ao final, na 4ª classe, com todas as vantagens asseguradas. Assim, muitos oficiais do Exército foram nomeados delegados de polícia, sem a menor formação intelectual para o cargo.
Formação praticamente suprimida… um entrave, vez que o bom Delegado não podia pensar.
Dos selecionados se exigia a interpretação estrita da legislação penal – rejeitando-se interpretações doutrinárias, jurisprudenciais e, especialmente, a pessoal consciência jurídica do candidato, requisitos para doutos – vedados para policiais submetidos ao comando militar.
Aqueles que não contribuíram para a configuração da ideologia que o golpe aplicou, ministrando a tortura e ignorando totalmente os direitos humanos, foram perseguidos e funcionalmente postos de lado.
No estado de São Paulo, alguns dos Delegados de Polícia, especialmente entre ocupantes das classes finais e funções de comando, ingressaram durante ou ao final da ditadura militar – antes de l985 – oriundos das Forças Armadas , mas continuam contaminando a carreira com o ranço do militarismo bandoleiro.
Estão, neste domingo , efusivamente, comemorando o golpe de 1964!
De se conferir as redes sociais
Para eles foi muito bom, pois ficaram muito ricos!
Tudo ladrão!