FIQUEI ABSOLUTAMENTE INDIGNADO COM A CARTA DA ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DA POLÍCIA MILITAR E ENVIEI O E-MAIL ABAIXO AO PRESIDENTE DA ADPESP – ASSOCIAÇÃO DOS DELEGADOS DE POLÍCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO.APESAR DE NÃO TER DEFENDIDO OS TERMOS DA CARTA DO DR. GAMA, QUANDO ENVIADA, ACHO QUE A POSTURA DA A.O.P.M. FOI DE EXTREMA ARROGÂNCIA, INTROMIÇÃO E PREPOTÊNCIA, DEMONSTRANDO CLARAMENTE INTENÇÃO DE CENSURAR E CONTROLAR AS MANIFESTAÇÕES E OPNIÕES DOS DELEGADOS.
QUEM ELES PENSAM QUE SÃO?* * * * * * * * * * * * * * * * * *Ilmo. Dr. Sergio M. Roque,
Acabei de tomar conhecimento no site http://www.aopm.com.br/ de carta endereçada à V. Sa. e fiquei pasmo com tamanha arrogância e agressividade. Vejamos os termos:
“Ao Sr. Presidente da ADPESP
Dr. Sérgio Marcos Roque
1. Tendo em vista divulgação no site dessa entidade, no item Notícias, com conteúdo deselegante, irresponsável e inconseqüente, sob o título “Carta aberta ao Governador” , assinada pelo Delegado Marcos Antonio Gama, dirigimo-nos a V.Sª. visto o excelente relacionamento entre nossas Associações, representantes dos interesses profissionais comuns, já demonstrados em inúmeras ocasiões, e não acreditando que o conteúdo desse documento expresse o pensamento da categoria.
2. Também, causa-nos estranheza o fato de matéria tão aviltante ter sido inserida em veículo oficial de divulgação dessa entidade, sem aprovação de responsabilidade de quem de direito.
3. Ao nosso entender, o comportamento desequilibrado desse cidadão, Delegado Marcos Antonio Gama, não pode afetar excelente relacionamento entre as nossas entidades, pelo que solicitamos a manifestação de V.Sª.
Aproveito a oportunidade para renovar os votos de elevada estima e apreço.Cel. Res. PM Salvador Pettinato Neto
Presidente Interino – AOPM”
Apesar de não concordar com o conteúdo demasiadamente emocional da carta-desabafo do Dr. Gama, entendo que os termos da missiva acima transcrita são ofensivos para com a classe dos Delegados, além do próprio Dr. Gama.A carta-cobrança da AOPM demonstra justamente o contrário do que afirma, qual seja, o de que nunca mantivemos qualquer espécie de “bom relacionamento” com os oficiais da PM, mas sim sempre fomos por eles usados e sugados. Não é verdade, tampouco, que possuam “interesses profissionais comuns” com o de nossa categoria, pois exercem (ou deveriam exercer) atividade diversa da nossa.
De fato, são eles os responsáveis pelo patrulhamento preventivo ostensivo (muito embora seja bastante difícil achar um oficial desempenhando essas funções), enquanto que aos Delegados incumbem as funções de polícia judiciária.
Além disso, muito me estranha a afirmativa de que o Dr. Gama enviou a carta “sem aprovação de responsabilidade de quem de direito”, dando a entender que a ADPESP deveria censurar previamente as manifestações e idéias dos associados, cerceando-lhes a liberdade de expressão, como se estivéssemos sob a égide da caserna nos tempos da ditadura.
Aproveito aqui para manifestar o quanto entendo equivocada a realização de curso superior de polícia entre Delegados e oficiais.
Para mim isso soa tão absurdo como se recebêssemos a notícia de que os Juízes estivessem fazendo um curso superior na Escola Paulista da Magistratura com oficiais de Justiça.
Será muito difícil lutar para manter o Delegado de Polícia no rol das carreiras jurídicas se a Administração insiste em nos equiparar a patrulheiros. Sem desmerecer a função, mas como diria o caipira: “anú com anú, nambú com nambú”.
Espero que V. Sa., como digno representante de nossa classe, apresente o necessário desagravo a essa estapafúrdia carta.
Atenciosamente,
Emanuel M. Lopes”(Blog coragem e transparência).
Com efeito, a missiva – possivelmente de cunho eleitoreiro (eleições na ADPESP) – repete antigas falácias. Cantinelas do Dr. Bismael B. Moraes, cujos temas preferenciais sempre foram as críticas em desfavor da Polícia Militar.
O Dr. Gama apenas repetiu vetustos assuntos como: “canil”, “cavalaria” e “folha de pagamento” privada, isto é, a dita “caixa preta da Polícia Militar” (seria um caixa dois?). Faltou criticar a existência da Banda da Polícia Militar.
Tudo tão antigo quanto a paridade de vencimentos e a realização dos cursos superiores de polícia por Oficiais e Delegados.
As políticas de segurança sempre buscaram a integração das policias civil e militar.
Não assistindo razão ao colega Emanuel quando afirma: “será muito difícil lutar para manter o Delegado de Polícia no rol das carreiras jurídicas se a Administração insiste em nos equiparar a patrulheiros”.
Afirmação tão repugnante quanto a de certos Oficiais que nos desqualificam com a denominação “polícia cartorária”.
E Oficiais e Delegados de Polícia sempre foram remunerados equivalentemente, ainda que em datas diferentes.
E que me perdoem alguns colegas – como escrevi no primeiro artigo publicado neste “blog” – a nossa Carreira perdeu o prestígio de função jurídica a partir do momento em que passamos a agir como “tiras de gravatas”. Meros arrombadores de portas (enquanto não necessitávamos de mandado para realizar busca domiciliar) e subscritores de “ordens de recolha” (prisões ilegais para averiguações).
O Oficialato, por sua vez, manteve o seu perfil e doutrina; enquanto nós continuamos caldeados: ingressa qualquer um que possua faculdade de direito.