A CORRUPÇÃO JORNALÍSTICA – vamos recordar e refletir

30/08/00
“A recente morte violenta de uma jornalista choca a todos porque, nesse fato, o assassino foge ao perfil comum de tais tipos, mas certas situações que acabam levando a isso estão aí, nos círculos milionários, meios artísticos, esportivos e de poder. Tudo porque o homem não aprende. Há milênios, gosta de passar aos demais uma imagem de eterna juventude e virilidade, posando com fêmeas muito mais jovens. Fingem acreditar que elas estão ali por amá-los. São poucas vezes atraídas pelo seu intelecto e muitas pela fama, poder e dinheiro. A durabilidade de tais ligações, no geral, termina quando tal fêmea atinge seu objetivo. Pior ainda, quando essa fêmea mostra também intelecto e capacidade de sobrevivência sem seu protetor. Duro, triste, real. Laércio Zanini (Garça, SP)”
“O noticiário sobre o assassinato de Sandra Gomide me transportou aos anos 70, quando do assassinato de Angela Diniz e Eliane de Gramont. Nos dois casos, além de tentar desqualificar as vítimas, a defesa usou o argumento do crime passional. Em homenagem às feministas brasileiras, que desde aquela época aprendi a admirar, vamos gritar todos juntos: quem ama não mata! Impunidade nunca mais! Paulo Tavares Mariante, coordenador de direitos humanos do Identidade – Grupo de Ação Pela Cidadania Homossexual (Campinas, SP)”
Há muito tempo, em virtude da generalizada descrença no Judiciário, parte da imprensa resolveu ser o ‘Poder Judiciário’, acusando, defendendo, julgando, condenando e absolvendo sem ter nenhuma base jurídica para isso. De repente, um jornalista importante, alto funcionário de um jornal importante, comete um crime terrível. E agora? O que fazer com o corporativismo? Como julgar um dos seus da mesma forma que se julgam os outros? Poder Judiciário não-confiável, imprensa distorcendo sua função, corporativismo, poder econômico. Esse caso não envolve somente dois jornalistas. De certa forma, envolve todos nós. Teeve Rabinovici (São Paulo, SP)” .

A imprensa deturpa os fatos para colocar a opinião pública contra instituições do direito. Não estou dizendo contra o Ministério Público, falo contra instituições de direito do ser humano, tal qual o direito de matar aquele que quer lhe fazer mal; especialmente quando o iminente mal é agressão violenta e, quiçá, morte.
O Promotor não matou. O Promotor não confessou ter matado. O promotor não foi capturado em flagrante nos exatos termos do art. 302, IV, do CPP. Também, da leitura do auto de flagrante, nos termos do § 1º do art. 304, do mesmo Código de Processo Penal, não resulta “fundada a suspeita contra o Promotor”. Fundada suspeita de quê? De ter praticado crime. A legítima defesa exclui o crime; não apenas a culpa. Mas, quando se trata da indagação destas questões ninguém se lembra da reforma penal de 1984. Com efeito, submeter uma pessoa ao gravame de um processo criminal para que o Poder Judiciário ou o Tribunal do Júri decida sobre questão de direito é desumano. Muito pior, quando se trata de questão corporativa. Eu fico com Hugo Nigro Mazzili quando defende a posição do não oferecimento da denúncia quando pelos autos se verificam, incontroversamente, excludentes do crime (manual do Promotor). Ele não disse explicitamente que autos – é muito faccioso em relação a tal instituto – mas vou preencher a lacuna: autos do inquérito policial presidido por Delegado de Polícia . Ou seja: o inquérito policial não é mera peça informativa. Pelo menos quando se trata de fundamentar dever tão nobre do Ministério Público. Uma pena tudo ser relativo no mundo jurídico. Os homens, apenas, defendem aquilo que lhe fortalece, ou pelo menos aquilo que não venha a lhe enfraquecer. O Ministério Público, parcela dele, não quer o peso de tal decisão sobre os seus ombros. Melhor lavar as mãos deixando que a turba julgue o inocente. E dessa forma, digo da Imprensa pegajosa, o Promotor jamais terá condições subjetivas de voltar a exercer as funções. Melhor , depois de absolvido pelo Poder Judiciário, deixá-lo, vitaliciamente, em disponibilidade remunerada. Pagarei a minha parcela da remuneração que lhe couber com satisfação.
Afinal: será o justo.(rcguerra)
P.S.: acabei de ver entrevista de uma das supostas vítimas no tal Brasil Urgente – a vítima está mentindo… Em linhas gerais: alegou que o seu depoimento foi extorquido no hospital.
E o apresentador…Lamentável. (18h35)