RIDÍCULO É ISSO II

Delegado é denunciado pelo Ministério Público por corrupção
Antonio dos Santos é acusado de receber propina para liberar três traficantes há um ano.Ele ficará afastado até o fim da investigação.
O delegado Antonio dos Santos, do 97º Distrito Policial, no bairro de Americanópolis, Zona Sul de São Paulo, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo por corrupção. Há mais de um ano, ele teria liberado três pessoas que tinham sido presas em flagrante com 100 kg de maconha depois de receber propina.
Em uma investigação do setor de inteligência da Polícia Militar na época, um casal saindo de uma residência foi detido com a droga. Na casa, os policiais encontraram também cocaína e prenderam duas mulheres que foram levadas para a delegacia. Mas apenas um dos quatro presos continuou na cadeia. O delegado liberou as mulheres no mesmo dia. A história passaria despercebida, se não fossem conversas entre traficantes que estavam sendo gravadas, com ordem judicial. O diálogo principal é entre o dono da droga, ainda não identificado, e o vendedor, que fugiu da casa, quando a polícia chegou. O dono da droga diz que a liberação das mulheres teve um preço: R$ 50 mil.
Confira a conversa: Dono da droga: Cinquentão, hein, para soltar as meninas lá, mas tá resolvido, falou?
Em seguida, ele explica a negociação:
Dono da droga: Foi com o civil, mano, não foi com militar, foi com o delegado, mano. Vendedor: É, meu?! Dono da droga: Não foi com os militar (sic), não, ô! Vendedor: Os caras saíram fora . Dono da droga: Saíram fora. Aí jogaram na mão da civil, a civil pá. Vendedor: Já trocaram a maior idéia. Dono da droga: Já, mas também cinquentão, mano, não vai trocar?

Segundo funcionária da delegacia onde o delegado trabalha atualmente, Antonio dos Santos está de licença médica no momento. O delegado também não foi localizado em sua residência e não respondeu os telefonemas da reportagem do SPTV. A Corregedoria, que também apura o caso, ouviu do delegado a seguinte explicação: “O delegado alega que deixou de autuar em flagrante as mulheres por convencimento pessoal de que houve única e exclusiva participação do rapaz no caso. Esse é o argumento dele”, disse o corregedor da Polícia Civil, Francisco Campos. Segundo a Corregedoria, o delegado Antonio dos Santos vai ficar afastado da delegacia até o fim da investigação.