São Vicente decreta o fim da Codesavi
Empresa pública criada em 1977, sendo a municipalidade detentora de 99,99% das ações.
Além da execução direta de serviços imprescindíveis era a contratante de obras, compras e diversos serviços públicos essenciais, tais como a coleta de lixo.
Infelizmente acabou sendo utilizada como cabide de empregos e, segundo se fala cautelosamente, operadora de licitações fraudulentas.
São Vicente é cidade onde se mata jornalistas, lembram do Rochinha?
Agora a Câmara desta cidade do litoral , reduto do ex-governador Marcio França, aprovou ( 12 votos contra 1, na noite do dia 9 de maio ) o projeto do cunhado do virtual candidato à prefeitura de São Paulo , que encerra as atividades da Companhia de Desenvolvimento da cidade (Codesavi).
A empresa é responsável pela limpeza e manutenção de equipamentos públicos , coleta do lixo , limpeza das praias e como substituta de empresas privadas nos casos de greve e paralisação das atividades ( por rotineira falta de pagamento , inclusive ).
A previsão é que os funcionários “concursados” sejam incorporados pela prefeitura.
Penso que a palavra concursado, em muitos casos, poderá ser substituída por “apadrinhados”.
A empresa tem atualmente uma dívida de R$ 480 milhões, sendo R$ 179 milhões resultado de verbas trabalhistas, incluindo encargos de INSS e FGTS, segundo a própria municipalidade.
Pode uma empresa pública fraudar o pagamento de verbas trabalhistas, incluindo INSS e FGTS?
O projeto, de autoria do prefeito Pedro Gouvêa (MDB), prevê o fechamento da empresa em 120 dias e a absorção de seus 681 funcionários na administração municipal.
Fala-se que o encerramento foi revestido de nulidades; com afronta à Constituição Federal.
Estranhamente o presidente da OAB local foi consultado e afirmou, apressadamente, que a medida era constitucional…
Desde quando presidente de OAB dá opinião sobre tais assuntos?
Por que não consultaram o Ministério Público ?
Mas a pergunta que não quer calar: como é que o poder público consentiu em tal rombo ao Erário, uma vez que a fonte de todo o dinheiro movimentado pela empresa sempre foi a prefeitura?
Obviamente, houve reiterados desmandos e , eventualmente, peculato!
Confiamos – desconhecendo tal estado de coisas, que segundo eles já estariam contornadas desde a assunção do atual prefeito ( 2017 ) – no Marcio França e no seu cunhado Pedro Gouvêa – mas hoje jamais votaríamos neles para quaisquer cargos.
Por que, só agora, Gouvêa encaminhou tal projeto?
Esperava que o cunhado fosse eleito e que verbas estaduais jorrassem para o pagamento da dívida?
Não poderia, com a repercussão negativa , comprometer as pretensões eleitorais de Marcio França e de Caio França?
E Márcio agora , com domicílio eleitoral em São Paulo, tentará a sorte como sucessor do Covas ?
Verdadeiramente, falta transparência e moralidade em São Vicente!
Sobrando cara de pau!
De se ver: Márcio França foi prefeito de 1997 a 2004, deixando em seu lugar – de 2005 a 2012 – o braço direito e grande amigo Tércio Garcia ( falecido ).
Este, coincidentemente, foi presidente da agora “encerrada” CODESAVI de 1997 a 2003.
De 2013 a 2016, São Vicente continuou a ser desgovernada por um dissidente desse mesmo grupo político, o evangélico Luís Cláudio Bili que totalizou 92.737 votos contra o hoje deputado Caio França, que recebeu 84.790 votos ( filho de França ).
Infelizmente, para São Vicente Márcio França não foi reeleito governador; felizmente, talvez, para os paulistas ganhou o João Doria…
Apesar dos pesares!