UNIVERSALIDADE INVESTIGATIVA – Todo mundo quer investigar e apresentar provas diretamente ao MP…mas quase ninguém quer ouvir uma vítima e digitalizar um simples B.O. 22

05/07/2013 17h42 – Atualizado em 05/07/2013 18h28

Polícia Legal prejudica a sociedade, diz sindicato dos delegados do Piauí

Delegados dizem que recusa de agentes em registrar B.Os é injustificável.
Agentes afirmam que maioria dos delegados são ineficientes.

Pedro SantiagoDo G1 PI

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Delegada Andrea Magalhães, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Piauí (Foto: Sindepol)Andrea Magalhães, presidente do Sindicato dos
Delegados de Polícia Civil (Foto: Sindepol)

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil doPiauí (Sindepol) divulgou nesta sexta-feira (5), uma carta aberta à sociedade no qual se coloca de forma contrária ao Movimento Polícia Legal, realizado pelos agentes que, segundo eles, está prejudicando a sociedade.

“Tal prejuízo ocorre sempre que há uma injustificada recusa em registrar boletins de ocorrência, mesmo já havendo parecer da Corregedoria de Polícia Civil, no sentido da não necessidade da presença do Delegado para um simples registro, seja quando não dão cumprimento às ordens de missão, alegando motivos diversos, atrasando assim as investigações; seja diante de outras injustificáveis recusas”, diz o texto.

O sindicato afirmou que não tinha intenção de opinar sobre as negociações entre o Governo do Estado e Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (Sinpolpi), mas que se sentiu provocado pelas declarações de que os delegados seriam os principais responsáveis pela falta de estrutura da polícia e pela omissão na instauração de procedimentos policiais.

“Tudo isso é pregado por citado movimento, sob a argumentação de cumprimento à ‘legalidade’, todavia, em sua essência tem a conotação de reivindicação salarial e utilizam esses meios como forma de pressionar e obstacularizar a boa prestação do serviço público”, comenta a carta.

Presidente do Sindipol, Cristiano Ribeiro (Foto: Gil Oliveira)Presidente do Sindepol, Cristiano Ribeiro (Foto: Gil
Oliveira/ G1 Piauí)

Sobre a carta do Sindepol, Constantino Júnior, diretor jurídico do Sinpolpi, afirma que o texto se trata de uma reação às denúncias sobre o trabalho dos delegados.

“Denunciamos a ineficiência da grande maioria dos delegados com relação ao atendimento da sociedade e procedimentos de inquéritos. Antes do movimento, os delegados trabalhavam em média de três horas, a grande maioria das oitivas era feita sem delegados e a lei manda que ele esteja presente neste momento e também em locais de crime e prisões em flagrante. Nós estamos chamando a responsabilidade deles”, disse.

Constantino diz que o o parecer da Corregedoria de Polícia Civil que permite o registro de B.Os sem a necessidade da presença do delegado, não tem valor. “Esse parecer da Corregedoria não tem valor nenhum, nós temos uma decisão da Justiça dizendo que os delegados devem estar presente na hora dos boletins de ocorrência. Se ela entende que isso vale, na verdade ela estará descumprindo uma ordem judicial e pode responder por isso”, afirmou.

Polícia Legal
Desde o dia 9 de abril que a Sinpolpi deu início ao Movimento Polícia Legal, que tem como objetivo fazer com que os policiais trabalhem estritamente dentro da lei. Com os documentos atrasados, os carros da polícia não estão sendo usados para fazer diligências. Os agentes alegam também que os coletes a prova de bala estão vencidos desde o mês passado e que não tem como atuar em algumas operações porque falta munição, e, ainda, que Boletins de Ocorrência só serão feitos com a presença de um delegado

Dia Nacional de Luta – Cresce a adesão à manifestação das centrais marcada para dia 11 42

06 Jul 2013

FOLHA SP

27 categorias prometem parar; empresariado já reage às greves

CLAUDIA ROLLI DE SÃO PAULO

Ao menos 27 categorias profissionais ligadas a oito centrais sindicais já informaram que vão participar das manifestações, greves e paralisações marcadas para a próxima quinta-feira, dia 11.

Apesar de o número de trabalhadores que devem participar de passeatas e paralisações (parciais ou previstas para durar 24 horas) não ser estimado pelas entidades, alguns sindicalistas comentam nos bastidores que esperam mais de 300 mil nas ruas.

Motoristas de ônibus, metroviários e motoboys são categorias do setor de transporte que prometem parar em vários Estados do país.

No setor industrial, metalúrgicos, químicos, trabalhadores da alimentação, têxteis, costureiras, operários da construção civil, entre outros, já realizaram assembleias em várias cidades para cruzar os braços na mesma data.

Em São Paulo, no ABC e em São José dos Campos, os metalúrgicos também preparam manifestações nas rodovias Dutra e Anchieta que devem reunir operários de montadoras dessas localidades.

“As adesões crescem com a proximidade do dia 11. Empregados da Ceagesp, do setor de asseio e conservação e os terceirizados são algumas das categorias que decidiram parar”, diz Ricardo Patah, presidente da UGT.

Entre os sindicatos ligados à CSP-Conlutas (PSTU, PSOL e outros), os de petroleiros de Sergipe e Alagoas, funcionários dos Correios de Pernambuco e operários da construção pesada do Pará (de obras como as da Usina Hidrelétrica de Belo Monte) também prometem adesão às greves.

Chamado de Dia Nacional de Luta, o protesto já causa reação do empresariado. Em carta aberta aos associados, o Sindimaq, que reúne as indústrias de máquinas do país, classifica o movimento como “absurdo” e “inoportuno”.

“Querem parar o Brasil, parar a produção, parar hospitais e serviços essenciais, parar portos e aeroportos, sem se preocupar com o enorme preço que pagaremos se essa ideia vingar”, diz a publicação “A voz do emprego”.

Para a entidade, a greve é um direito legítimo dos trabalhadores, “mas que precisa ser usado com responsabilidade”. No comunicado, o sindicato patronal destaca que “uma greve geral é ilegal, incomoda todo o mundo, interrompe as atividades produtivas, é prejudicial ao Brasil. Não entre nessa”.