“PARECE SER ” – Policiais civis de SP prometem parar em protesto contra prisão de delegado 45

23/07/2013 – 18h28

 

 Folha de São Paulo

ANDRÉ CARAMANTE
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Entidades que defendem interesses de delegados da Polícia Civil de São Paulo promoverão nos próximos dias protestos contra a prisão do chefe do Denarc (narcóticos) suspeito de vazar informações internas da corporação.

Em uma das manifestações, policiais civis de todo o Estado planejam não registrar ocorrências entre 10h e 12h da próxima segunda-feira (29). O protesto, organizado pela Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia de SP), vem sendo chamado de “Operação Blackout”.


O delegado Clemente Calvo Castilhone Júnior era chefe do setor de inteligência do Denarc, e 
ficou preso dos últimos dias 15 a 18.

Três promotores do Gaeco (grupo de promotores que investigam crime organizado) de Campinas acusaram Castilhone Júnior de vazar informações de uma operação policial que visava prender traficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) na região de Campinas (a 93 km de São Paulo).

O Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de SP) prepara para a noite de quarta-feira (24) um ato de desagravo em sua sede, no centro de São Paulo.

A entidade sustenta que o Ministério Público Estadual “expôs de maneira leviana a imagem da Polícia Civil e, principalmente, do delegado de polícia” ao pedir à Justiça as prisões de Castilhone Júnior e de Fábio do Amaral Alcântara, também do Denarc.

A Adepolbr (Associação dos Delegados de Polícia do Brasil) afirmou, em nota, que “o Ministério Público passou a se valer de suas investigações como elemento de propaganda, objetivando a desmoralização de agentes públicos e instituições”.

O promotor José Cláudio Tadeu Baglio, do Gaeco, afirmou no último dia 19 que a prisão de Castilhone Júnior foi “drástica, mas absolutamente necessária” para entender como o vazamento de informações ocorreu, mas reconheceu que o delegado não tinha participação no suposto esquema de corrupção e não vazou de forma proposital qualquer informação.

Nesta quarta-feira (23), o delegado Castilhone Júnior foi recebido na reunião do Conselho da Polícia Civil, órgão que reúne todos os diretores da instituição no Estado. Foi a primeira vez na história da polícia paulista em que um delegado que ainda não chegou ao topo da carreira pôde participar do encontro, em que recebeu apoio da cúpula da corporação.

REUNIÕES

De acordo com o Gaeco, o delegado Castilhone Júnior vazou informações apresentadas em duas reuniões do CIISP (Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública de SP), órgão que integra as polícias Federal e Militar e vários setores da Polícia Civil paulista.

Em repúdio à prisão de Castilhone Júnior, outros membros da Polícia Civil que atuam no CIISP, segundo apurou a Folha, cogitam deixar o órgão com receio de que também sejam acusados de vazar informações.

Atualmente, integrantes do CIISP monitoram cerca de 200 telefones celulares de integrantes do PCC. Há também um sistema de escutas ambientais em celas da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), onde está a maior parte dos chefes da facção.

Em depoimento ao Gaeco no último dia 17, o delegado disse que só falou com seu superior no Denarc, Marco Antonio de Paula Santos, e com seus subordinados na inteligência do Denarc para tratar do possível apoio à operação do Gaeco contra os traficantes de Campinas.

Eram os traficantes do bairro São Fernando que, segundo o Gaeco, foram alvos de sequestros e extorsões por parte de alguns investigadores do Denarc.

Entre os extorquidos estavam dois homens acusados de serem da quadrilha de Wanderson Nilton Paula Lima, o Andinho. Ele está preso desde 2002. As interceptações telefônicas do Gaeco flagraram conversas de Andinho com os criminosos que supostamente eram extorquidos pelos policiais.

‘PARECE SER’

Além de reclamarem da prisão do delegado Castilhone Júnior, as entidades de classe ainda contestam as informações contra Rodrigo de Longhi Gomes de Mello, um dos policiais civis acusados de participação nas extorsões contra traficantes de Campinas. A pedido do Gaeco, ele foi preso mesmo depois de um acusado de tráfico não tê-lo reconhecido como envolvido no suposto esquema de corrupção.

“O terceiro policial eu não me recordo bem, mas parece ser a pessoa da fotografia abaixo [a do policial Mello]”, disse Lucas Escotão, suspeito de integrar o tráfico.

Na tarde desta terça-feira (23), Mello foi submetido a um reconhecimento a uma acareação com os suspeitos de tráfico e não foi reconhecido por nenhum deles.


O Gaeco pediu a prisão temporária de 13 policiais civis. Até hoje, três continuam foragidos.

Protestos de policiais civis termina pacificamente 35

Enviado em 23/07/2013 as 18:24 – ESCRIVÃ GATINHA

Protetos de policiais civis termina pacificamente
Cerca de 300 pessoas chegaram a bloquear a Avenida Morumbi, mas não houve confrontos
23 de julho de 2013 | 17h 16
Assine a Newsletter Bruno Ribeiro e Tiago Dantas – O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO – Terminou por volta das 17h, sem registro de ocorrências, a manifestação promovida por sindicatos e associações de membros da Polícia Civil no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, marcada para esta terça-feira, 23. O ato, que saiu do Parque do Povo, no Itaim, chegou a bloquear a Avenida Morumbi, onde fica o palácio, mas não houve maiores implicações ao trânsito da cidade.

Segundo o sindicato que representa os investigadores da Polícia Civil, cerca de 300 manifestantes compareceram. O sindicato informou que comitivas de policiais de cidades como Assis, Campinas, Jundiaí, além da região metropolitana, foram ao ato.

A Polícia Civil tem diversas categorias (e sindicatos e associações) diferentes, como investigadores, escrivães e delegados, além de peritos do Instituto de Criminalística (IC). As categorias estão em campanha salarial, com porcentuais de reajuste variados, além de outras pautas trabalhistas. Ainda não há data para uma eventual greve na polícia. Tanto o sindicato quanto a associação que representam os delegados de polícia não compareceram à manifestação.

Nesta manhã, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que está disposto a conversar com os policias civis que pretendem entrar em greve. “Sempre abertos ao diálogo”, garantiu. Alckmin disse ainda que o governo pretende gastar R$ 700 milhões em benefícios aos policiais. “Este ano tivemos a incorporação do adicional por local de exercício (Ale), o que aumenta salário das Polícias Civil, Militar, Científica e Penitenciária.”

Após prisões no Denarc, Corregedoria cria serviço para traçar ‘perfil criminal’ dos policiais 35

do UOL23/07/201308h43

Do UOL, em São Paulo

A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo terá um serviço para traçar o perfil dos investigadores e delegados da corporação como forma de prevenir possíveis desvios de conduta. A medida, publicada no Diário Oficial desta terça-feira (23), ocorre após a prisão de dez policiais do Denarc (Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico) desde o dia 15, suspeitos de receber propina de traficantes em Campinas (94 km de São Paulo).

O Serviço Técnico de Análise de Perfis Criminais e Transgressores vai dar apoio às investigações que envolvam policiais e será responsável pela produção de estudos técnicos e “pesquisas comportamentais” para facilitar a identificação de perfis criminais na corporação, com o objetivo de prevenir “ilicitudes” e identificar a autoria de crimes cometidos por investigadores e delegados.

Policiais presos

Após uma semana foragido, o policial do Denarc (Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico) Danilo da Silva Nascimento se apresentou à Corregedoria da Polícia Civilna madrugada de segunda-feira (22). A informação foi confirmada pelo Ministério Público.

Nascimento era um dos quatro policiais do departamento que seguiam foragidos da Justiça desde a última segunda (15), quando foi deflagrada a operação do Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) e da Corregedoria da Polícia Civil contra um grupo de 13 policiais do Denarc suspeitos de receber propina de traficantes em Campinas (94 km de São Paulo).

Com a prisão do policial, hoje, já são dez os policiais presos do órgão –mas o chefe da inteligência, o delegado Clemente Castilhone Júnior, preso na segunda-feira, teve o alvará de soltura expedido pela Justiça na última quinta-feira (18). Seguem foragidos, com mandado de prisão temporária expedido, os policiais Daniel Dreyer Bazzan, Danilo Leonel Rodrigues Santos e Silvio Cesar de Carvalho Videira

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