Polícia tenta coibir os bailes funk que acontecem no meio da rua; festas se espalham pelas periferias da capital
Eventos tiram o sossego de moradores que reclamam do som alto, do livre consumo de drogas e da prostituição
| Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
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| Frequentadores de baile funk tentam fugir assim que a Polícia Militar chega ao local onde ocorria a festa, no Tremembé |
GIBA BERGAMIM JR. DE SÃO PAULO
O som dos alto-falantes que ecoavam o funk se misturava ao de um bar de forró em frente quando carros da PM começaram a surgir na rua Ushikishi Kamiya, no extremo norte da cidade.
O som estilo pancadão sumiu e deu lugar a corre-corre e gritos. A PM tem tentado coibir as festas que acontecem no meio da rua e que a cada dia têm se espalhado para as regiões periféricas.
Quem vive perto das festas reclama do som alto, do consumo livre de drogas e da prostituição (leia mais sobre os problemas nesta página).
Anteontem à 1h15, durante cerca de dez minutos, a Folha registrou a confusão entre funkeiros e PMs no bairro Furnas, região do Tremembé.
A reportagem conversava com frequentadores do baile funk a céu aberto quando os policiais chegaram em quatro carros e duas motos.
De um lado, policiais atiravam bombas de efeito moral. De outro, jovens jogavam garrafas. O carro com os alto-falantes foi fechado às pressas. O dono e seus amigos entraram e ali ficaram até que a confusão acabasse.
Alguns armados com pistolas nas mãos, outros com espingardas calibre 12 com munição de efeito moral. Exigiam que o dono do forró e os donos de carro que tocavam funk abaixassem o som e saíssem das ruas.
“É perigoso. Sai daqui porque eles vão atirar pedra”, disse um PM à reportagem. Espingarda nas mãos, ele se protegia atrás de um carro da corporação. Garrafas que vinham do alto se espatifavam no asfalto.
Os PMs contam que as reclamações de moradores não cessam. “É todo final de semana assim. A gente acabou de vir de outra rua onde está acontecendo um pancadão”, contou um soldado.
Depois que a PM vai embora, os jovens voltam a se aglomerar nas ruas do bairro.
Antes da confusão, enquanto alguns jovens fumavam maconha, outros só ficavam encostados no carro e ouviam a música.
A lista de cantores está na ponta da língua dos jovens: MC Tilbita, MC Nego Blue, MC Boy do Charmes, e por aí vai. As músicas saem dos alto-falantes de carros equipados, madrugadas adentro, todo fim de semana.
Os bailes a céu aberto se espalharam pelos extremos das regiões norte, sul, leste e oeste, colocando em lados opostos moradores que acordam cedo para trabalhar e jovens em busca de diversão.
No meio desse embate, a PM é acionada todo final de semana para dispersar aglomerações de adeptos dos pancadões. São tantas as queixas que o serviço 190 costuma ficar congestionado nos finais de semana. “A gente só quer ouvir o som e se divertir”, disse um jovem.
Entrevista
‘Festa funk deve ser feita nas quadras’, diz DJ
DE SÃO PAULO
Carioca, o DJ Zé Colmeia trouxe o funk do Rio para São Paulo. A batida que embala a periferia também toca nas casas noturnas, explica ele. Para o produtor, a única alternativa aos pancadões a céu aberto é o uso das quadras.

Folha – O que deve ser feito para que os jovens ouçam o funk sem drogas e sem incomodar a vizinhança? Zé Colmeia – Esses jovens precisam de informação. Ao invés de proibir, deve-se instruir. Levar a eles a essência do funk, mas um funk do bem. Antigamente, o hip-hop era o som da comunidade, mas isso mudou. O pessoal procurou coisas mais irreverentes. Se somar as letras irreverentes do funk e a batida envolvente fica difícil de segurar.
Boa parte do funk tem bastante apelo sexual e até apologia a drogas. O que você acha? Tem que fazer o funk de qualidade, mas nós estamos numa época de globalização. Eu vejo que algumas músicas retratam a realidade deles, algumas são apelativas demais, mas é o que se vê no dia a dia na favela.
Qual seria a solução para que os bailes aconteçam sem problemas? Toda periferia tem uma quadra esportiva. Basta a prefeitura apoiar e levar o evento para lá. Mas tem que ser gratuito.

O certo seria acabar de vez com esses pancadão, que é uma verdadeira incitação a violência, a promiscuidade, ao uso de drogas, etc, etc, etc…
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E o que isso a ver com a Policia Civil?
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Eu acho que o Ze Colmeia tem razao. Tem levar o Funk Para Quadras. Tenho uma ideia maravilhosa. Construir 4 quadras ( Ja que temos zona Norte, sul, leste, oeste) no quarteirao onde reside esse Ze colmeia afinal de contas ele é dj e gosta de festas. e ta tudo resolvido
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AINDA BEM QUE MORO EM BAIRRO NOBRE, LONGE DESSE POBRES!!!! AGH!!!!!!!.
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è a banana comendo o macaco…o trabalhador não tem direito de dormir, vai fazer quadra aonde ?/ numa ilha para não incomodar…tá de brincadeira..ainda o reporter dá moral pra um bosta desse!! culpado é a PM..pois isso sempre existiu e quando aglomerava poucos ela nunca se preocupou em dispersar…no Brasil é assim mesmo deixa rolar solto..depois que os traficantes se infiltram e ficam mais forte ai chegam nessa de dispersar..tem que acabar com isso precocemente…agora pra ficar com mais moral..a imprensa intitulou PANCADÃO..é uma merda mesmo….constrói uma quadra ali em alphaville e manda todo mundo pra lá…ou peto da casa do Percival de Souza ele não é o sabe tudo..o cara comenta de tudo ele é o Phodão.
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Porque esse maldito desse DJ Zé Colmeia, não leva essa bosta de funk de volta para o Rio de Janeiro? Essa porcaria que faz apologia as drogas, fora os palavrões, a apelação sexual, que somos obrigados a ouvir. Faça-me o favor.
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Deve ser uma merda morar nessas periferias dominadas pela bandidagem e ainda ter que aguentar funk no meio da rua até altas horas da madrugada. Maldita favelização brasileira.
Vai levar tempo até esse povo saber o que é ordem e civismo.
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Daria tudo para acompanhar um magistrado fazendo trabalho de campo em um evento como esse para ver o que os policiais civis e militares enfrentam nesses bairros e com essas pessoas. Só assim talvez julgassem alguns processos com mais justiça.
“Todo juiz tem que ir aonde o povo está”.
* Só eles (juízes) para imaginar que em um local como esse, em caso de conflito/acidente, alguém seria testemunha a favor de policial.(vide o julgado de um PC que matou por atropelamento um “periferiano” e o juiz ao condenar alegou que o PC não apresentara testemunha para ratificar que os faróis da viatura estavam acessos.
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*acesos (acesso, é fogo! rs)
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Isso se tornou um câncer na sociedade, mas se fosse apenas isso!
Violência, desrespeito ao semelhante, corrupção, enfim, o Brasil descamba cada vez mais pra baderna e desrespeito às leis, que são ineficazes. O problema nesse país vem de berço, tem que começar na educação das crianças, que atualmente, vai de mal a pior, resumindo….”tamo fudido”
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AInda bem, pq eu que moro em quebrada sofro viu! Bando de zé povinho…
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Por qual motivo a PC pode estar em estádio de futebol, em apuração de carnaval e não pode levar uma van e um ônibus para agilizar todo o procedimento?
Montem uma “força” em que a PM chega, enquadra. A PC vai fazendo o trabalho cartorário e já encaminha tudo. DP de plantão fica para o plantão.
Façam isso um mês seguido em uma região e vão vendo se onda não acaba?
Em Diadema fecharam boteco e a criminalidade diminuiu…
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UMA DAS MAIORES FONTES DE RENDA DOS CRIMINOSOS CARIOCAS SÃO OS BAILES FUNKs, ONDE ELES GANHAM NA VENDA DAS DROGAS, NA BILHETERIA, NAS BEBIDAS E ATÉ NA EXPLORAÇÃO SEXUAL DAS “DE MENOR”, AGORA ESSES DJs QUEREM FAZER O MESMO AQUI, JÁ QUE SE FOR NA RUA É DE GRAÇA,MAS LOGO ELES QUEREM A QUADRA DE ESPORTES E DEPOIS UM SALÃO E VÃO FAZER DAQUI UMA SUCURSAL DOS MORROS AMALDIÇOADOS DO RIO DE JANEIRO. VAI SE FUD……….. DESGRAÇADO. BALA NELES!!!!!!!!!!!!
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deveria levar para os presídios
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BOA PARTE DE FREQUENTADORES SÃO TIRAS….RESPONDIDO?
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