Na gravação, onde alega estar retornando de um “congresso Seicho-No-Ie”, ele propaga a mentira de que a destruição dos prédios do Executivo, do Legislativo e do Judiciário foi feita por “infiltrados” e compara a prisão dos golpistas ao martírio dos judeus na Alemanha nazista.
“Essa passagem me faz lembrar os judeus sendo levados naqueles vagões de gado para Treblinka, Sobibor, Dachau e os demais campos de concentração nazistas. A cena foi a mesma”, exagera.
Veja quem é o empresário de Santos, dono de loja de espadas, investigado por financiar ato golpista em Brasília
Walter Parreira é proprietário de uma empresa de fabricação de espadas e fundador do grupo Trincheira Patriótica de Santos.
Por g1 Santos
16/01/2023 09h00 Atualizado há 5 horas
Exclusivo: a investigação de um dos principais suspeitos de financiar os atos terroristas
Parreira é sócio-administrador da empresa Ibéria Espadas Militares, uma loja especializada tanto na fabricação de espadas militares, quanto de artigos maçônicos, medievais e orientais. Nos últimos anos, a empresa produziu de réplicas para minisséries e novelas. Entre os clientes é possível citar a Polícia Militar do Estado de São Paulo, Forças Armadas, Ordem Rosa Cruz e o Projeto Brasil 500 Anos.
Ele é formado em História e Publicidade e fundador do grupo Trincheira Patriótica de Santos, que esteve a frente das grandes mobilizações na Baixada Santista.
Parreira está na mira da Polícia Federal. Ele aparece como contratante de um ônibus que saiu de São Vicente, no litoral paulista, rumo ao centro de Brasília no dia 7 de janeiro. Em vídeos, ele não esconde a participação em atos democráticos.
“Sou fundador de um grupo de patriotas aqui da Baixada, estive à frente das grandes mobilizações, estamos na trincheira patriótica lutando pelas pautas do nosso presidente. (…) Recebemos um chamamento nacional. Só vai avançar quem tem sangue nos olhos”, disse ele antes da viagem a Brasília.
Bolsonarista que revelou alto custo de excursão do litoral de SP a Brasília diz ter ido para congresso de instituição religiosa — Foto: Reprodução
Excursões
As promessas na convocação de golpistas incluíam “ônibus novos, superbons, sem custo. O passageiro só vai pagar o que consumir na estrada. Para quem tem disponibilidade para viajar, tudo pago. Tem que ficar acampado. E se tiver mais pessoas, conseguiremos mais ônibus.”
Já dentro do ônibus, a caminho da capital da República para participar dos atos terroristas, Parreira fez um apelo: “Está sobrando ônibus e faltando patriota”.
“Estamos indo em direção ao nosso objetivo. Aqui de Santos, saindo em torno de 50 ônibus. O senhor, empresário, não pode ir, mas tem condição de financiar um ônibus. Agora, vamos para a frente de combate”, disse o golpista.
Em outro vídeo, que repercutiu na internet, ele revelou o alto valor da excursão. Ele falou sobre a viagem e o objetivo dos atos terroristas, além de pedir a ajuda de empresários para contribuírem com outras caravanas (veja o vídeo abaixo).
“‘Empresário que não pode ir, mas tem condição de financiar um ônibus, em Santos, nós temos a Poney Turismo. O ônibus que nós estamos pegando ficou R$ 17 mil e estamos em 50 pessoas”, narrou ele.
Aluguel de coletivo para caravana de bolsonaristas a Brasília custou R$ 17 mil
Marcos Rocha é o dono da Poney Turismo, empresa de fretamento de ônibus que foi citada no vídeo. Ele afirmou ao g1, que não compactua com os atos e que não financiou a viagem. Segundo ele, a excursão foi paga pelo contratante.
Endereço: Av. Galeão Coutinho, 724 – Parque Sao Vicente, São Vicente – SP, 11365-000
Entre os investigados por organizar o transporte de grupos golpistas a Brasília – que no dia 8 de janeiro participaram da depredação das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário —, está Walter Parreira. Em vídeo gravado dentro de um coletivo, ele próprio anunciou ter organizado uma caravana com 50 ônibus que saíram de Santos. O objetivo, explicou, era “ocupar Brasília e ficar lá até a hora do nosso desfecho, da nossa vitória”, e anunciou: “Vamos para a frente de combate, vamos para o front”. Parreira aparece no vídeo feito no dia da invasão em meio aos agressores de um policial que estava a cavalo tentando conter os golpistas. Após a depredação e a chegada do reforço … – Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2023/01/16/organizador-de-golpistas-diz-que-major-ajudou-para-que-nao-fosse-preso.htm?cmpid=copiaecola
Na gravação, onde alega estar retornando de um “congresso Seicho-No-Ie”, ele propaga a mentira de que a destruição dos prédios do Executivo, do Legislativo e do Judiciário foi feita por “infiltrados” e compara a prisão dos golpistas ao martírio dos judeus na Alemanha nazista.
“Essa passagem me faz lembrar os judeus sendo levados naqueles vagões de gado para Treblinka, Sobibor, Dachau e os demais campos de concentração nazistas. A cena foi a mesma”, exagera.
Trata os militares das Forças Armadas e Polícia Militar como “irmãos em armas e almas” e termina dizendo que “não podemos permitir que nosso Brasil caia nas mãos da esquerda” e que, “como em 64”, tem obrigação de salvar a pátria.
Walter Parreira se apresenta nas redes sociais como sócio-proprietário da empresa Ibéria – Espadas Militares, localizada em São Vicente (SP),
Morador do litoral de SP é um dos financiadores de transporte para manifestantes, diz AGU
No endereço, apontado pela Advocacia Geral da União, funciona um escritório de despachante
Por: ATribuna.com.br – 12/01/23 – 21:05
Manifestantes golpistas provocaram o caos em Brasília no último domingo (8) Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Advocacia Geral da União (AGU) identificou 52 pessoas e sete empresas responsáveis por financiar o transporte dos manifestantes golpistas que invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, em Brasília, no último domingo (8). Um deles é Fernando José Ribeiro Casaca, de 69 anos, que seria morador de São Vicente. A AGU também pediu o bloqueio de bens desse grupo, que somam mais de R$ 6,5 milhões.
A Tribuna procurou Fernando José Ribeiro Casaca no endereço indicado pela AGU como residência do acusado. No local, em São Vicente, funciona um escritório de despachante e corretor de seguros. Por telefone, um homem que se apresentou como dono do imóvel, afirmou não conhecer a pessoa identificada pela AGU como responsável por financiar o transporte de manifestantes bolsonaristas ao Distrito Federal. “Não conheço ninguém com esse nome. Estou neste prédio há 50 anos”, disse o homem, que preferiu não se identificar.
Fernando José Ribeiro Casaca respondeu na Justiça a uma ação de indenização por danos morais e à imagem, movida pelo Clube XV, de Santos, em fevereiro de 2021. Segundo a ação, como síndico do empreendimento Condomínio Clube XV, Hotel, Flats e Centro de Negócios, Casaca teria “forjado uma Alteração da Convenção Condominial em 05.04.2014… com a “redução” arbitrária, unilateral e ilegal da área do Clube XV, de 5.059,19 m2, área comum de 996,69 m2 e garagem de 1.117,44 m2, passando para a área útil de 3.233,460m2, área comum de 3.425,633m2 e garagem de 0,00m2”.
De acordo com a ação de 2021, Casaca seria administrador hoteleiro, nasceu em Angola, teria domicílio em Santos e era cobrado em R$ 330 mil. A Tribuna tentou, sem sucesso, contato com o escritório de advocacia que representa o Clube XV na ação. Fernando Casaca também não foi localizado