Polícias já sentem impacto das restrições em atendimentos, dizem associações 41

Polícias já sentem impacto das restrições em atendimentos, dizem associações

  • Por Jovem Pan
  • 08/04/2020 06h46
Divulgação/SSPSegundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, mais de 550 policiais estão afastados por suspeita do novo coronavírus

Forças policiais relatam medo de perder efetivo por conta do coronavírus e reclamam de falta de auxílio. Sindicatos de instituições de segurança, como a Polícia Federal e a Polícia Civil de São Paulo, têm relatado preocupações semelhantes no trabalho em meio à pandemia.

A falta de materiais de higiene e o medo de perder servidores afastados com suspeita de covid-19 são os principais pontos levantados.

Segundo a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal, Tânia Prado, todos os servidores foram treinados para redobrar a atenção com a higiene pessoal.

“O policial já, pela própria profissão, está exposto a risco. Agora, mais ainda. Eles não podem simplesmente deixar de exercer a função porque a Segurança Pública é um bem supremo da sociedade.”

Já a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil de São Paulo, Raquel Galinatti, conta que as delegacias estão com número reduzido. “A Polícia Civil de São Paulo já tem mais de 150 policias afastados por suspeita de covid-19. O crescimento da doença é agravado pela falta de assistência do governo do Estado.”

Jovem Pan ouviu também oficiais da Polícia Militar de São Paulo que relataram o mesmo receio da contaminação diante da falta de materiais de higiene nas viaturas e batalhões.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, mais de 550 policiais estão afastados por suspeita do novo coronavírus. De acordo com a pasta, isso corresponde a 0,5% do efetivo total da Polícia Militar e da Polícia Civil.

Já a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo tem pelo menos 130 agentes afastados por suspeita da covid-19. Cerca de 30 deles trabalham diretamente nas ruas.

Em outras cidades, como Nova York e Londres, por exemplo, centenas de policiais foram afastados após o diagnóstico da doença.

O governo de São Paulo afirma que todo policial com suspeita ou confirmação de Covid-19 é devidamente afastado, conforme orientações do Comitê de Contingência do coronavírus.

Segundo o executivo estadual, estão sendo adotadas todas as medidas necessárias para garantir a proteção, como aquisição e distribuição de novos Equipamentos de Proteção Individual, máscaras e luvas para os servidores e agentes de segurança.

*Com informações do repórter Leonardo Martins

Governador de MG diz não ter data para pagar servidores: ‘Peço desculpas’ 6

Apenas profissionais da saúde e da segurança já receberam uma previsão do governo


postado em 07/04/2020 17:30 / atualizado em 07/04/2020 17:37

(foto: Divulgação/Governo de Minas)
(foto: Divulgação/Governo de Minas)

O governo de Minas Gerais ainda não definiu a data de pagamento de salários de parte dos servidores públicos. Em entrevista ao Estado de Mina, jornal do grupo Diários Associados, na tarde desta terça-feira (7/4), o governador Romeu Zema (Novo) pediu desculpas e disse que ainda não há como prever quando os recursos estarão à disposição.

“Peço desculpas. Eu não consigo tornar previsível o que não tenho como dar previsibilidade. Não é por uma decisão deliberada que estamos deixando de pagar. É porque, infelizmente, o recurso não existe. Temos de pagar na hora que o recurso entra no cofre. Não adianta, nem se eu quisesse, emitir um cheque e mandar para todo mundo se o cheque estiver sem fundo. Peço essa compreensão”, disse.
Nessa segunda-feira, o governo informou que servidores das áreas da saúde e da segurança — serviços considerados essenciais em meio à pandemia do novo coronavírus — receberão os salários nesta quinta. A previsão de pagamento dos demais, segundo Zema, será divulgada “assim que for possível”.

O Governo de Minas Gerais informa que os servidores das áreas da Saúde e da Segurança Pública receberão o pagamento integral na próxima quinta (9/4). Esse é um grande esforço do fluxo de caixa do Estado para contemplar os profissionais da linha de frente do combate ao coronavírus

Governo de Minas Gerais

@governomg

Em razão da queda de arrecadação ocasionada pela pandemia, ainda não é possível anunciar a escala de pagamento de todos os servidores. Esse anúncio será feito tão logo seja possível.

Crise econômica

Zema atribui a incerteza sobre a data do pagamento ao momento econômico de Minas Gerais, que, assim como o resto do mundo, sofre em função dos reflexos da pandemia do COVID-19. De acordo com o governador, a arrecadação do estado caiu. Os gastos, especialmente os direcionados ao combate ao coronavírus, aumentaram. Por isso, ainda não há dinheiro em caixa para pagar salários.
“O estado, num mês normal, quero deixar muito claro para o servidor que está nos assistindo, tinha sempre uma arrecadação que se repetia de janeiro a dezembro. Havia uma repetição. Nos últimos 15, 20 dias, nós assistimos a uma situação totalmente excepcional e imprevisível. A média diária de arrecadação caiu drasticamente. Com isso, passamos a não ter condição de prever. É alguém que vendia todo dia 100 picolés e agora tem dia que vende cinco, 20, 15. Como essa pessoa vai fazer uma previsão se a estabilidade ficou totalmente afetada?”, questionou.

Nióbio

Em seguida, Zema voltou a falar sobre a venda dos créditos do nióbio pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) como solução para pagar o salário o 13º de 2019 de parte dos servidores. “Tenho esperança. Estou empenhado pessoalmente, porque esse recurso é que vai proporcionar o pagamento que ainda falta do 13º,  pois 15%, uma minoria, ainda não recebeu, e o salário que está atrasado”, disse.
Apesar de se dizer esperançoso, Zema admitiu que o momento econômico mundial dificulta as negociações. “Não está descartada, mas quem acompanha qualquer tipo de noticiário hoje sabe que o mercado financeiro está praticamente todo paralisado. Não ocorre nenhuma operação. Nós tivemos a infelicidade de a operação ter sido lançada exatamente neste momento em que o mercado ficou parado. Já estamos conversando em Brasília com bancos oficiais para que eles assumam essa operação. Já que o mercado está parado, e é uma operação que dá resultado a quem fizer, comprar os títulos e papéis, por que não um banco oficial fazer isso?”, concluiu.