JERUSALÉM – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, renunciou, nesta segunda-feira, 21, à tarefa de formar um novo governo. O presidente Reuven Rivlin informou que encarregará o opositor, o general Benny Gantz, da missão.
Netanyahu anunciou “para o chefe de Estado que renunciava a formar governo”, e este manifestou sua “intenção de transferir o mandato (…) o quanto antes (…) para o deputado Benny Gantz”.
Tiroteio entre policiais de SP e MG em Juiz de Fora completa um ano; processo está na fase final
Segundo a Justiça, todas as audiências já foram realizadas e após a alegação final será dada a sentença. O crime ocorreu em outubro de 2018 e envolveu negociação entre empresários; duas pessoas morreram.
Por Caroline Delgado, G1 Zona da Mata
Policiais civis se envolveram em tiroteio em hospital em Juiz de Fora — Foto: Reprodução/TV Integração
O tiroteio entre policiais civis de São Paulo e Minas Gerais em Juiz de Fora completa um ano neste sábado (19). O G1 acompanhou todo o andamento do processo que, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), está em fase final e aguarda que seja proferida a sentença. O caso segue em segredo de Justiça.
O G1 apurou que até nesta sexta-feira (18), a ação está em fase final de alegação – onde são apresentados os argumentos finais de ambas as partes, por meio de debate ou apresentação de memoriais – para que depois seja proferida a sentença.
Ainda conforme o órgão, as quatro audiências de instrução foram realizadas em julho, agosto e setembro. (veja abaixo os detalhes sobre as sessões)
Na primeira sessão, em 11 de julho, foram ouvidas várias testemunhas. Conforme informações apuradas pela TV Integração no dia da audiência, 14 das 30 testemunhas foram ouvidas entre 14h e 22h.
Em dezembro do ano passado, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou os três policiais mineiros pelos crimes de latrocínio – roubo seguido de morte, organização criminosa, lavagem de dinheiro e fraude processual.
Policiais mineiros envolvidos em tiroteio em Juiz de Fora devem ser ouvidos em audiência — Foto: Reprodução/TV Integração
Para os promotores, o grupo de Minas Gerais armou uma emboscada para roubar dólares que os empresários de São Paulo levaram para negociar na cidade mineira. No desfecho da negociação, houve um tiroteio e duas pessoas morreram.
Outro envolvido na ação, um empresário de 66 anos, segue preso em Juiz de Fora.
Tiroteio entre policiais civis de Minas e São Paulo deixou dois mortos em Juiz de Fora — Foto: Reprodução/TV Globo; Polícia Civil/Divulgação
Para os promotores, o grupo de Minas Gerais armou uma emboscada para roubar os dólares que os empresários de São Paulo levaram para negociar na cidade mineira.
Quem são os envolvidos?
Nove policiais e dois empresários de São Paulo. Cinco policiais, um empresário, um advogado, um motorista, um comparsa e outra pessoa ainda não identificada de Minas Gerais.
Três policiais civis mineiros – Leonardo Soares Siqueira, Marcelo Martolla de Resende e Rafael Ramos dos Santos. Eles foram transferidos para a Casa de Custódia, em Belo Horizonte.
Antônio Vilela, apontado como o proprietário do dinheiro falso, responderá pelo estelionato tentado. Ele retornou para o Ceresp de Juiz de Fora, transferido de um presídio em Ribeirão das Neves (MG).
Nivaldo Fialho da Cunha, de 53 anos, motorista do empresário Antônio Vilela no dia do crime.
Policiais civis se envolveram em tiroteio em hospital em Juiz de Fora — Foto: G1/G1
Reportagem revelou acesso de traficantes a informações pessoais de policiais e localização em tempo real das viaturas
Corregedor da PM, coronel Marcelino Fernandes define o caso como uma ‘porta aberta’ e não hackeamento do sistema da PM | Foto: Mariana Ferrari/Ponte Jornalismo
A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo abriu investigação para apurar o vazamento de informações do Copom Online, sistema de dados em tempo real da corporação. Reportagem da Ponte denunciou nesta sexta-feira (18/10) que traficantes teriam tido acesso ao sistema, conforme denúncia de PMs que mostram em vídeo o celular de um suspeito com login para a ferramenta.
Em vídeo, um PM mostra o celular de um homem com as informações pessoas de outros policiais e o posicionamento exato em que estão no patrulhamento. “Só para complementar aí, você, polícia, que acha que tá seguro, os ‘malas’ [gíria policial para se referir a suspeitos] tá vendo aí todas as nossas informações online, mostrando polícia, viatura e equipe”, fala o policial que identificou o vazamento das informações.
De acordo com o coronel Marcelino Fernandes, corregedor da PM paulista, um cabo foi identificado como dono do acesso utilizado pelo rapaz cujo celular foi vistoriado, sem autorização judicial, pelos policiais. Até o momento, ele figura como averiguado no inquérito aberto por garantir não ter repassado o acesso para outras pessoas. A apuração durará 40 dias.
O rapaz detido com o celular explicou à Polícia Civil que obteve o acesso em uma conversa com um policial pelo chat do videogame PlayStation 4. Nela, ele explica que o PM ofereceu o login e senha por R$ 4 mil e era para o jovem conseguir um comprador, conforme informado por Fernandes.
Na Corregedoria, constatou-se que o policial identificado como dono do login ocupa a patente de cabo, cujo acesso possível no sistema Copom Online é de grau 2 em uma escala que vai até a 5. O último estágio é acessado pela mais alta patente, como o próprio corregedor da PM, para averiguar irregularidades que podem ser cometidas pelos policiais. Apesar de ter acesso grau 2 pelo seu cargo, o acesso do PM encontrado no celular do suspeito era de nível 4, disponível apenas para oficiais superiores.
“Existem três possibilidades: o policial pode ser vítima de um aplicativo malicioso que a pessoa manda para o seu celular e rouba a sua senha; a segunda é que outro PM pode ter pego senha desse policial identificado na máquina dele e vendido, e a terceira, desse policial estar, de fato, envolvido”, explica Marcelino em conversa com a Ponte.
O caso está sendo investigado tanto pela Corregedoria da PM quanto pela 4ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Fraudes Patrimoniais por Meios Eletrônicos, do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Haverá perícia do vídeo-game PS4 e celular do rapaz.
Marcelino explica que o sistema Copom Online serve para o policial militar de São Paulo acessar sua escala de serviço, o holerite e e-mail, além de fazer serviços conectado ao tablet da viatura, como consultar placa de veículos suspeitos. Para superiores, os dados servem para localizar onde as viaturas devem ir e se os policiais estão, ou não, no local definido para trabalho, seja patrulhamento rotineiro ou dentro de um atendimento de ocorrência.
“A senha foi cancelada imediatamente. Consegue saber com a perícia quantas vezes foi logado, quem logou, quando logou, em qual máquina. Temos uma investigação cibernética para fazer, além da extração de dados dos aparelhos”, aponta. “É uma fiscalização se os PMs estão cumprindo o itinerário de policiamento. Imagina isso do outro lado: diante de informações, o marginal pode ver que área está com menos policiamento. Onde o policial trabalha, qual dia do seu turno… É importante para segurança do policiamento. Por isso se tornou um ilícito preocupante de sigilo profissional”, descreve.
O corregedor cita que há um caso anterior a esse de acesso irregular ao Copom Online constatado pela PM: em 2017, quando um policial participava de roubo a carga e era o encarregado na quadrilha de informar a posição exata da polícia. “Não existe sistema inviolável, mas mostra que não foi violado: a porta que foi aberta. É que nem se você passar a senha do banco para outra pessoa”, exemplifica o coronel.
Print de um dos vídeos feitos pelos PMs que mostra dados confidenciais da PM no celular de um suspeito | Foto: Reprodução
O exemplo dado pelo corregedor é o mesmo do secretário adjunto Coronel Camilo, que faz o intermédio do comando da PM, cargo ocupado pelo coronel Marcelo Vieira Salles, com o secretario da segurança pública, coronel João Camilo Pires de Campos. “Foi a utilização indevida de uma senha, um rapaz apresentou um celular com uma senha. Todos os policiais podem acessar, o policial já foi identificado, levado à Corregedoria e está sendo aberto inquérito para ver porque houve vazamento da senha”, diz Camilo, em entrevista para a Rádio CBN.
Segundo o secretário adjunto, “não houve vazamento em nenhum dos sistemas da Polícia Militar, o que houve foi a utilização indevida de uma senha de um policia”. “As senhas são fornecidas para os policiais acessarem os sistemas inteligentes da polícia, isso é natural. Em algum momento esse policial, agora está sendo apurado, como que deixou que a senha dele chegasse ao rapaz”, sustenta o secretário.
A reportagem procurou a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), mas até o momento não obteve um posicionamento oficial. A Ponte enviou as seguintes perguntas para a SSP:
Há alguma investigação interna ou externa sobre o ocorrido?
O PM que teria vendido essas informações sofrerá alguma sanção?
É possível garantir a segurança dos PMs?
Mesmo com a vulnerabilidade diante das informações expostas, como garantir a segurança das informações daqui para frente?
Governo inaugura Centro de Operações Integradas de São Bernardo do Campo
Espaço abrigará unidades das Polícias Civil e Militar, além da Guarda Civil Metropolitana
Do Portal do Governo
resumo em 3 tópicos
Unidade é a primeira do Estado de SP a integrar serviços das Polícias Civil e Militar
Foram investidos R$ 2 milhões no projeto, que incluiu a reforma, aquisição de materiais e contratação de funcionários
Local funcionará 24 horas e proporcionará mais agilidade no atendimento ao cidadão
O Governador João Doria inaugurou na última terça-feira (15) o Centro de Operações Integradas (COI) de São Bernardo do Campo. A unidade abrigará o 6° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), a primeira Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic), a Delegacia de Polícia de Proteção ao Idoso (DPPI) e a Guarda Civil Metropolitana (GCM).
“Esta é a primeira unidade completa do Estado de São Paulo. Polícia Civil e Polícia Militar juntas e atuando como deve ser. Poucos passos entre a inteligência das polícias. A ação integrada vai permitir uma ação mais eficiente e rápida da polícia”, disse Doria. O COI está localizado na Rua Redenção, 271, no Jardim do Mar.
Ao todo, foram investidos R$ 2 milhões para a viabilização do projeto, que incluiu a reforma do espaço, a aquisição de materiais e a contratação de funcionários. Parte dos recursos foi viabilizada pela iniciativa privada (R$ 1 milhão pela concessionária Ecovias) e o restante pelo município.
“Criamos um espaço excepcional para as operações integradas e racionalização esforços. É vamos proporcionar, cada vez mais e melhor, a proteção da população e do patrimônio, dos sonhos e das esperanças das pessoas”, afirmou o Secretário da Segurança Pública, General João Camilo Pires de Campos.
A estrutura, que tem 1,9 mil metros quadrados, funcionará 24 horas, integrando ações de segurança de todos os órgãos e proporcionando mais agilidade na proteção ao cidadão.
Baep
O prédio será a sede do 6º Baep, inaugurado em abril deste ano para combater o crime de maneira mais ostensiva em toda a região do ABC Paulista. Atuando de forma semelhante aos padrões do policiamento de Choque, a unidade conta com de 286 PMs com apoio de 38 viaturas. Atualmente, existem nove Baeps em funcionamento no Estado.
Além de São Bernardo, os Baeps estão instalados em Campinas, Santos, São José dos Campos, Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Barueri e zonas leste e central da Capital. Os nove batalhões, de janeiro a agosto deste ano, detiveram 3,6 mil pessoas, além de apreender 421 armas e 4,3 toneladas de drogas.
Deic
A região do ABC Paulista será a primeira a receber uma sede regional da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic). A unidade vai integrar as ações da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), do setor Homicídios e do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) da cidade, que passará a se chamar Grupo de Operações Especiais (GOE).
A especializada será subordinada à Delegacia Seccional do município e contará com um efetivo de 75 policiais civis, sendo quatro delegados, quatro escrivães, 49 investigadores, 14 agentes policiais, três carcereiros e um agente de telecomunicações. A delegacia também terá uma frota de 44 viaturas para apoiar os trabalhos.
Com a criação da unidade, será possível otimizar o efetivo e realizar operações conjuntas, em especial com o Baep, beneficiando moradores de toda região.
Delegacia do Idoso
No COI também funcionará o DPPI de São Bernardo do Campo. Além da economia – a especializada funcionava em um prédio alugado -, a mudança traz maior comodidade aos idosos, pois o novo endereço é mais próximo de um Centro de Referência do Idoso (CRI) – projeto municipal de assistência que dispõe de serviço social e atividades recreativas voltadas a este público – e também de terminais de ônibus e Poupatempo.
Na unidade são atendidos, preferencialmente, crimes com vítimas com idades igual ou superior a 60 anos, de acordo com o previsto no Estatuto do Idoso e no Código Penal e Lei de Contravenções Penais – nos últimos dois casos, quando houver violência contra o idoso.
A criação de uma delegacia especializada voltada ao atendimento da pessoa idosa se deve pelo fato deste público necessitar de um acolhimento diferenciado e estruturado. As equipes policiais que atuam em DPPIs são especialmente selecionadas com base no perfil do público a ser atendido, com o objetivo de humanizar o atendimento.
A crise dentro do PSL parece ter chegado ao seu ponto alto. Um dos mais fiéis aliados do presidente da República, deputado Delegado Waldir, líder do partido na Câmara, se rebelou e promete derrubar Jair Bolsonaro do cargo, caso continue a perseguição a membros do partido que estão ao lado do presidente da sigla, Luciano Bivar.
Em um áudio publicado pelo portal R7, Waldir chama Bolsonaro de “vagabundo” e ameaça implodir o governo. “Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em 246 cidades para defender o nome desse vagabundo”, afirma o parlamentar no áudio.
Bolsonaro está cavando a própria cova…
Que morra logo, antes que tome o Brasil de assalto !
Essa é a segunda vez que general se manifesta em tom ameaçador antes de um julgamento do Supremo Tribunal Federal Reprodução/Twitter
O ex-comandante do Exército Brasileiro e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional Eduardo Villas Bôas escreveu mensagem que pode ser facilmente interpretada como intimidação ao Supremo Tribunal Federal.
Na véspera em que a Corte julga os ADCs 43, 44 e 54 que questionam a execução de pena após condenação em segunda instância, o militar da reserva afirmou que “é preciso manter a energia que nos move em direção à paz social, sob pena de que o povo brasileiro venha a cair outra vez no desalento e na eventual convulsão social”.
Não é a primeira vez que o militar se manifesta às vésperas de um julgamento do Supremo. Em 2018, quando os ministros julgaram pedido de Habeas Corpus do ex-presidente Lula, ele também se manifestou em tom ameaçador.
Meses depois deu a entender em entrevista a Folha de S.Paulo que pretendia “intervir” caso o Supremo concedesse Habeas Corpus ao ex-presidente Lula, em abril deste ano. “Temos a preocupação com a estabilidade, porque o agravamento da situação depois cai no nosso colo. É melhor prevenir do que remediar”, disse. “É melhor prevenir do que remediar”, resumiu.
Nesta quarta-feira (16/10), o presidente Jair Bolsonaro fez uma visita à casa do general, que recebeu alta hospitalar no último sábado (12). O militar apresentou melhora no quadro respiratório que provocou sua internação.
Villas Bôas sofre de uma doença neuromotora degenerativa e havia sido internado no último dia 2 de outubro no Hospital das Forças Armadas (HFA) e transferido no dia 6 para a unidade do Hospital Sírio Libanês de Brasília.
Em maio deste ano, Villas Bôas foi protagonista de uma crise no governo Bolsonaro. O ex-comandante do Exército foi chamado de “doente preso a cadeira de rodas” pelo autoproclamado filósofo e guru do governo, Olavo de Carvalho.
O ataque ao militar gerou comoção pública e uma onda de solidariedade de lideranças de diversos matizes políticos.
Rafa Santos é repórter da revista Consultor Jurídico
O único que desrespeitou a desdita desse veterano do Exército , que sofre de grave doença degenerativa e praticamente em estado terminal , foi o maníaco que se fez mentor intelectual do Bolsonaro.
Mas , infelizmente , se verifica que ao general falta compostura e respeito às instituições.
Villas Bôas, dificilmente a história lhe reservará um mísero verbete…
Mas caso o seu nome algum dia for lembrando, o será como um dos milhares de oficiais militares que sempre lutaram para que o Brasil não fosse transformado numa grande Cuba comunista…
Sempre o quiseram conservar como uma grande Cuba batista…
Capitão da PM dá soco em cabo e briga com esposa em delegacia
FOLHA MAX-
16/10/2019 18:46
O capitão Marcelo de Oliveira Conde, Comandante da 2º Companhia da Polícia Militar de São Felix do Araguaia (1.158 km de Cuiabá) foi denunciado após agredir sua esposa, que é médica, e um colega de farda na madrugada desta quarta-feira (16). A denúncia foi registrada na Polícia Civil e já é apurada pela Corregedoria da Polícia Militar.
Recém-promovido a capitão Conde teve uma desavença com a esposa que foi até o Batalhão pedindo que um soldado pedisse a chave do carro para o capitão, que ordenou que esposa fosse até ele. Ao perceber que se trava de uma discussão de casal, o soldado chamou o cabo que estava na delegacia.
Houve uma discussão entre o casal, quando Conde teria pegado a esposa pelo braço momento em que o cabo pediu para o capitão se acalmar. Diante da advertência, o capitão desferiu um soco no peito do cabo que caiu no chão.
A médica saiu correndo e escondeu do capitão com a ajuda de outros policiais. A mulher se abrigou na casa de um PM.
As informações são de que a esposa do capitão não registou ocorrência e que apenas queria deixar a cidade. Ela pegou a chaves do carro e saiu do local.
Mesmo com a recusa da vítima, o PM agredido denunciou seu superior e registrou o caso como lesão corporal para providências desnecessárias.
Em nota, assessoria afirmou que vai apurar o ocorrido.
Nota da PM
A Polícia Militar informa que o Comando do 10º CR, com sede em Vila Rica, designou um tenente-coronel para apurar ‘in loco’ a denúncia de suposta violência doméstica que pesa sobre o capitão da unidade de São Felix do Araguaia.
O oficial designado encontra-se no município e já instaurou Inquérito Policial Militar(IPM) para apurar a denúncia. O procedimento está em trâmite e todas as providências estão sendo adotadas no sentido de esclarecer os fatos.
Ao fim e ao cabo a carreira do Cabo chegou ao fim!
O UOL identificou com investigadores que houve uma briga envolvendo um policial civil e um muambeiro pela disputa da escolta de vendedores que chegam do Paraguai com mercadorias contrabandeados e que precisam de ajuda para conseguir chegar até a região da rua 25 de março.
Um homem e cinco mulheres foram baleados por volta das 10h10 daquele domingo. O policial civil conhecido como Ricardo Firmeza, se apresentou ao 1º DP (Distrito Policial), na Sé, e assumiu ter atirado contra as seis pessoas. O sobrenome dele não foi confirmado.
Um inquérito foi instaurado contra o policial. Alegando legítima defesa, ele foi liberado. A reportagem apurou que ele continua prestando serviço de escolta ilegal na região.
Naquela manhã, havia dezenas de muambeiros na região. Eles tinham acabado de chegar do Paraguai. Em média, chegam 20 ônibus por dia do país vizinho até a região, de acordo com investigadores. De lá, eles costumam ser escoltados por policiais em folga até a região da 25 de março.
Testemunhas do crime, entrevistadas pelo UOL sob anonimato, apontam que um muambeiro, sem emprego e não identificado, começou a querer disputar esse serviço de escolta e bateu boca com Ricardo Firmeza.
As testemunhas disseram que o muambeiro deu um tapa no rosto do policial, que revidou atirando. Imagens de câmeras de segurança mostram o policial atirando contra o muambeiro que já estava no chão. O estado de saúde dele era considerado grave, mas a polícia não atualizou a informação. Além dele, outras cinco mulheres foram atingidas em áreas do corpo que não geram risco de morte.
Ricardo Firmeza trabalhava no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Ao ser identificado prestando serviços de escola para muambeiros, foi deslocado ao 36º DP, na Vila Mariana. A reportagem não conseguiu localizar o policial, nem sua defesa.
Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) informou que “o caso é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, que recebeu o inquérito policial instaurado pelo 1º DP”.
“Vítimas e testemunhas foram ouvidas e imagens de câmeras de segurança da região solicitadas”, diz a secretaria
Guardas de Itapecerica da Serra mataram dois vendedores ambulantes e prenderam um terceiro que, segundo imagens, não tinham envolvimento com assalto
O dia de trabalho de três “marreteiros”, como são chamados os vendedores ambulantes, terminou com a morte de dois deles – Rodinei Alves dos Reis e Bruno Nascimento de Souza – e a prisão do sobrevivente, Kauê Oliveira Francisco, em Itaquaquecetuba, Grande São Paulo, no último sábado (12/10), no Feriado de Nossa Senhora Aparecida.
GCMs (Guardas Civis Metropolitanos) de Itapecerica da Serra, Grande São Paulo, foram vítimas de uma tentativa de assalto em um posto de gasolina no km 35 da Rodovia Ayrton Senna, reagiram e acertaram o carro onde os três amigos estavam, quando retornavam do Santuário de Aparecida, depois de vender água e sorvete para os romeiros.
Nas imagens de câmeras de segurança do posto, é possível observar quatro pessoas conversam perto de uma moto amarela, modelo BMW. Ao fundo, dois homens chegam ao local andando, mesmo momento em que um veículo prata para na bomba ao lado dessas pessoas. É possível ver quando a dupla tenta assaltar o grupo de GCMs, que reage. Um guarda atira na direção dos homens que tentam fugir na moto, outro dispara para dentro do carro. A namorada de um dos guardas é baleada e morre, assim como dois dos homens dentro do carro.
O vídeo retrata situação diferente da apresentada pelos guardas na delegacia. Segundo a versão guardas Emanuel Formagio e Adriano Borges Rodrigues, eram cinco homens no carro, dois desceram para assaltá-los e os demais ocupantes eram comparsas que morreram em confronto. A namorada de Emanuel, Roberta Maria de Franca, morreu com um tiro, de autor ainda não identificado, que a atingiu no peito.
Um dos homens consegue sair do carro e pede socorro, conforme registra a câmera de segurança do local. Em troca, recebe pontapés, joelhadas e é amarrado por um dos guardas com corda jogada por frentista do posto de gasolina. Esse rapaz é Kauê, que foi apontado como um dos autores do crime e levado preso junto de Caio Jorge Marques, um dos suspeitos que tentou fugir, mas que buscou socorro na Santa Casa de Suzano, município também na Grande São Paulo, após ser baleado no pé.
Desde o primeiro depoimento na delegacia, Kauê explica que voltava de Aparecida com os amigos Rodinei e Bruno no Fiat Siena prata que está no nome de Luciana de Oliveira Alves, 27 anos, companheira de Rodinei. Como estavam desempregados, o comércio ambulante passou a ser o sustento do trio, que em grandes eventos, como foi a romaria do sábado ou mesmo jogos de futebol, vendiam água, sorvete e amendoim. A Polícia Civil, contudo, acatou a versão apresentada pelos GCMs e prendeu Kauê como um dos assaltantes.
Momento em que GCM, ao lado da bomba de combustível, atira no carro em que os ambulantes estão | Foto: Reprodução
De acordo com o boletim de ocorrência, dentro do carro havia algumas caixas com copos de água e sorvetes, além de R$ 322 e três celulares. Imagens obtidas pela Ponte mostram os amigos confraternizando e mostrando que iam para Aparecida trabalhar horas antes de morrerem. “Aí, rapaziada, estamos chegando em Aparecida. Sorvete tem, água, tem. Vamos para cima! 150 palitos e três caixas d’água. Bagulho está louco!”, brincou Rodinei, em vídeo enviado aos amigos marreteiros.
“Ele disse que queria voltar de lá com R$ 3 mil para investirmos em nosso negócio de açaí”, lembra Luciana, em entrevista à Ponte. Ela conta que o companheiro, pai de sua filha de cinco anos, sempre usava o celular e ficava conectado. Quando deu 20h de sábado e ele não mandou mais mensagens, começou a buscar informações. Ela só descobriu o paradeiro dos três no início da manhã de domingo, quando o caso passou na televisão. Luciana ligou para a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e ouviu que o marido morreu ao participar de um roubo.
“O policial falou que tinham cinco indivíduos dentro do carro, dois deles saíram e anunciaram o assalto. Eu falei que tinha três no carro, não cabia mais dois pelo tanto de mercadoria. Não cabia mais duas pessoas no carro. É só olhar o vídeo deles, o Bruno está deitado de um lado e tem mercadoria do outro, não dava para cinco pessoas ocuparem o carro”, diz Luciana.
Jair Martins de Souza, 54, pai de Bruno, conta que ele morreu às 14h de sábado, mas a família só recebeu a notícia às 16h de domingo, o que quase impossibilitou seu enterro. “Chegamos para fazer os procedimentos no IML, tinha passado muito tempo e não haviam colocado na geladeira o corpo. Se demorássemos mais um pouco, ele seria enterrado como indigente”, conta.
O enterro do primogênito de Jair aconteceu em caixão fechado. Segundo o pai, o cheiro estava forte. Apenas ele pode se despedir do filho ao fazer o reconhecimento, mas parentes e a mãe não conseguiram ter um ritual de passagem da forma que imaginavam. “Será complicado. Ele era o mais velho, Tenho 5 filhos agora. O Bruno era uma pessoa muito ativa. Vem na mente as cenas de quando ele era pequeno, de ver nascer e, depois, ver em cima de uma mesa cheio de tiro. Deu um negócio…”, disse, emocionado, o pai.
Rodiei (à esq.) e Bruno em vídeo feito na viagem para Aparecida | Foto: Arquivo pessoal
A família de Kauê preferiu não dar entrevistas. Mãe e irmãos estavam presentes na delegacia seccional de homicídios de Mogi das Cruzes, cidade vizinha a Itaquaquecetuba. É lá que vai acontecer a investigação da morte de Rodinei, Bruno e Roberta. Na tarde desta quarta-feira (16/10), os familiares e amigos dos três cobraram explicações por parte da Polícia Civil. Eles protestavam com faixas e pediam pela liberdade de Kauê. O entendimento é de que os vídeos divulgados mostram que nenhum deles tentou roubar os GCMs e os mortos eram inocentes, não bandidos.
“Querem incriminar meu genro. Vou questionar tudo! A polícia acha que por ser pobre, marreteiro, pode fazer tudo. Tem muita irregularidade aí. Enquanto tivermos voz para reclamar, vamos fazer. Dessa vez vamos mostrar quem é Rodinei”, lamentou Ângela de Souza, sogra de Rodinei.
A Ponte esteve no posto de gasolina BR do quilômetro 35 da rodovia Ayrton Senna, mas nenhum frentista deu detalhes sobre o caso. Um deles apenas explicou que tudo aconteceu muito rápido e que, portanto, ninguém viu. Ao ser questionado sobre o fato de as imagens registrarem um frentista jogando uma corda para o GCM amarrar Kauê, ele desconversou. “Não deu para ver nada. Aconteceu na mudança de turno”, disse. Nenhum outro funcionário quis falar com a reportagem.
Kauê foi espancado e amarrado depois de o crime acontecer | Foto: Arquivo pessoal
Questionada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, sob comando do general João Camilo Pires de Campos neste governo de João Doria (PSDB), explicou que “os dois homens detidos foram reconhecidos pelas vítimas, presos em flagrante e indiciados por latrocínio”. “A autoridade judicial determinou a conversão da prisão em preventiva. Imagens de câmeras de monitoramento do posto de gasolina são analisadas e as vítimas envolvidas serão ouvidas novamente para auxiliar no esclarecimento dos fatos”, explica a pasta.
Às 22h desta quarta-feira (16/10), o delegado responsável pelo caso, Rubens José Ângelo, confirmou à reportagem que pediu a soltura de Kauê. “Pedi a soltura após investigação aprofundada. Pedi a revogação da prisão, eu mesmo fui ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Suzano. Não foi esse vídeo [do posto] isolado, há outros deles preparando o material para Aparecida e mais outras investigações”, explicou brevemente à Ponte, dizendo que os detalhes serão apresentados em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (17/10)
Dias após a cerimônia de canonização da Irmã Dulce, no Vaticano, o governo anunciou liberação de R$ 18 milhões para obras no Hospital Santo Antônio, originado das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador (BA). Bolsonaro disse que a primeira santa brasileira “tirou as dores e curou muita gente com o seu trabalho”.
Ainda afirmou que fica satisfeito com a transferência da verba.
“Afinal de contas, parte considerável da população brasileira é católica. E a grande parte é cristã”, disse.
Segue nota de repúdio do Sindicato dos Investigadores de Polícia de São Paulo para divulgação.
Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Atenciosamente,
IMPRENSA SIPESP
*SIPESP repudia palavras do Governador contra policiais aposentados*
O governador João Doria mostrou a sua verdadeira face para a nossa polícia. Nesta terça-feira, dia 15 de outubro, durante um evento em Taubaté, o governador chamou os policiais aposentados de “vagabundos”.
Mais do que nunca estamos diante de um problema real: o governador eleito mostrou seu despreparo ao ofender e denegrir a imagem daqueles que tanto fizeram por nosso estado. Não respeitar o passado é desmerecer também o futuro. Hoje os trabalhadores que ele saúda, serão os aposentados de amanhã. E aí? Então eles não serão mais ovacionados pelo valioso trabalho que exercem?
O governador deixou claro que, se quisermos nos aposentar, teremos que nos submeter, ou melhor, “beijar os pés” de algum político para que consigamos ser reconhecidos e receber pela atividade de alta periculosidade que exercemos durante toda uma vida, em sinal de dedicação absoluta para com a população da nossa cidade e do nosso estado.
Não podemos contar com ele, que é sinônimo de charlatanismo de quando se trata de cumprir o que promete. A ardilosidade do governador vai além quando se refere à polícia. Em campanha, Doria afirmou que seríamos as polícias com os melhores salários do Brasil. E continuamos no aguardo de que a promessa do reajuste salarial no dia 31 de outubro não seja mais um golpe do governador paulista.
Mas o que esperar de alguém que destrata aposentados? Que ofende sua existência? Que insulta sua história? Ao proferir tais ofensas, Doria só mostrou a falta de apreço e zelo pela segurança pública do nosso estado. Estamos à mercê. Temos que travar a nossa própria luta.
O SIPESP não vai tolerar que alguém que ‘está’ governador seja a voz ou que defina a história da Polícia Civil ou Militar de São Paulo.
João Batista Rebouças da Silva Neto Presidente do SIPESP
Particularmente, o governador está mais do que certo!
Falou da polícia que trabalha e da polícia que só quer benefícios, no caso em questão, direta e objetivamente, de um grupelho de ex-PMs – que se chamam de veteranos para nunca serem confundidos com a massa de aposentados – muito bem aparelhado por interesses partidários, ou seja, por candidatos às próximas eleições para prefeituras e, posteriormente, ao governo estadual.
E , certamente, naquele grupelho , todos são razoavelmente bem remunerados em relação à população produtora de riquezas.
Assinamos contrato para aquisição de 40 mil pistolas semiautomáticas Glock para a Polícia Militar. Investimento de R$ 35,6 milhões nesta que é considerada a maior compra de armas já realizada pelo Estado de SP. Conseguimos realizar a compra com um valor cerca de 60% abaixo do preço de mercado, trazendo uma economia significativa para os cofres públicos. O melhor armamento para a melhor polícia do Brasil
Dizia o documento: “O privilégio em todas as suas relações com a sociedade – tal é, em síntese, a fórmula social e política do nosso País – privilégio de religião, privilégio de raça, privilégio de sabedoria, privilégio de posição, isto é todas as distinções arbitrárias e odiosas que criam no seio da sociedade civil e política a monstruosa superioridade de um sobre todos ou de alguns sobre muitos.”
O documento prosseguia afirmando que a esse desequilíbrio devia o País a sua decadência moral e sua desorganização administrativa, além das perturbações econômicas.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, em evento Foto: Amanda Perobelli/Reuters
É impossível não pensar no manifesto republicano quando se lê o projeto de reforma da previdência dos militares, que ameaça se transformar em nova dor de cabeça para o governo de Jair Bolsonaro. Os críticos dentro e fora das Forças Armadas veem nele uma “pauta-bomba” feita pelo presidente.
O projeto estabelece compensações financeiras aos militares pela reforma da Previdência que não foram dadas a nenhuma categoria profissional. Os aumentos de vencimentos podem chegar a até 50% no topo das carreiras. Além de garantir o salário integral na aposentadoria (reserva e reforma) e a paridade salarial com a ativa.
O projeto inclui agora as PMs estaduais, criando gastos que os governadores pensavam reduzir com a reforma geral da Previdência. Exclui-se dos sacrifícios feitos por todos uma categoria que é das mais próximas do capitão que ocupa o Planalto. E esses gastos futuros devem ser pagos por governos enforcados financeiramente.
O projeto ainda tem no mínimo mais 3 pontos polêmicos. Um coronel do Exército que pediu anonimato – ele teme a reação dos colegas – os enumerou. Trata-se, primeiro, de se ampliar o fosso dos vencimentos entre a base – soldados, sargentos e tenentes – e a cúpula: os coronéis e generais. Nisso, o coronel segue o que o general Synésio Scofano Fernandes, especialista em finanças do Exército, já havia dito para esta coluna.
O leitor viu aqui que, para dissimular o crescimento da alíquota de contribuição previdenciária e do tempo de serviço, o projeto cria o adicional de disponibilidade dos militares e aumenta o adicional de habilitação (cursos feitos durante a carreira). O primeiro será proporcional ao soldo. Ele é de 41% para generais, brigadeiros e almirantes (soldo de R$ 13.421,00) e 6% para cabos (R$ 2.627,00) e segundos-tenentes (R$ 7.490,00). Os porcentuais aumentam conforme se sobe na hierarquia. E passam a ser cumulativos para os cursos realizados.
Em seguida, outra questão apontada pelo coronel, é a gratificação de representação para oficiais. O que é estranho nessa história é que ela será dada só aos generais de forma vitalícia.
Ou seja, mesmo aqueles que se aposentem e, portanto, não representem mais suas unidades e comandos, continuarão a receber verba de representação. Seu valor é de 10% do soldo. “No frigir dos avos, isso redundará num aumento do salário bruto da ordem de 75% para os generais, que significa, abatidos os descontos, num aumento do salário líquido da ordem de 50%”, afirma o coronel.
Para ele, rever a estrutura salarial dos militares das Forças Armadas é necessário e é desejável ganhar mais. “Mas a atual proposta é inoportuna, mal elaborada e visa, antes de tudo, à cristalização perigosa do apoio político das Forças Armadas – principalmente da cúpula – ao bolsonarismo.”
O Ministério da Defesa está se reunindo com as bancadas dos partidos. Nesta terça-feira, dia 15, por exemplo, vai receber a do PT. Quer convencer os partidos a aprovar o projeto. O PT já colheu as 54 assinaturas de sua bancada para levar o projeto de lei da Comissão Especial – o governo queria aprová-lo em caráter terminativo, na comissão – para o plenário a fim de ser apreciado por todos os deputados (são necessárias 51 assinaturas para tanto).
A esquerda quer discutir os privilégios dos generais e os salários das praças. A cúpula militar vê nisso manobra para dividir as Forças Armadas. Mas e o que dizem os demais brasileiros? Não se nega que militares e policiais precisem de regras diferenciadas para a aposentadoria em razão das especificidades das profissões. Mas será que a população apoia esses benefícios, em momento de sacrifícios, por mais que sejam justas algumas das reivindicações dos militares?
Enquanto funcionários públicos e da iniciativa privada terão como teto de suas aposentadorias futuras R$ 5,8 mil, como manter a integralidade para militares com oficiais ganhando até R$ 30 mil? De um lado se congela salários e do outro se reajusta. PMs e militares têm colégios militares para os filhos e sistema de saúde próprios. Contam o tempo de estudo na academia para fins de aposentadoria – nenhum civil conta a faculdade para tanto. A oposição teme que, ao se manifestar contra o privilégio de uns, seja acusada de hipocrisia por ter sido contra a reforma da previdência de todos.
O governo diz que a conta fecha, que o projeto é superavitário. Essa é versão econômica da frase “não é ilegal, mas é imoral”. A contabilidade da Defesa inclui a redução de 10% do efetivo das Forças Armadas. Teremos menos militares, poderemos pagar mais. Mas e a Venezuela e outros riscos, como a proteção da Amazônia, com os quais o bolsonarismo alerta a sociedade todos os dias? Eles não levariam ao contrário, à necessidade de reforço de efetivos? Ou os tais riscos não são para valer?
Ao mesmo tempo em que a Defesa discute reajuste de salário com os partidos, projetos importantes para o País patinam, como a construção de Corvetas. Cabe agora ao Congresso enfrentar as distorções e os riscos embutidos na pauta-bomba que Bolsonaro criou. Há 130 anos, os republicanos denunciavam os privilégios “que ameaçam devorar o futuro depois de haverem arruinado o presente”.
O avanço do corporativismo é um fantasma que corrói a legitimidade dos Poderes ontem e hoje. O manifesto de 1870 diz sobre os defensores dos privilégios: “Cada vitória dos princípios democráticos se lhes afigura como usurpações criminosas”. Eis outra lição muito atual dos Pais da República.
Marcelo Godoy
Repórter especial
Jornalista formado em 1991, está no Estadão desde 1998. As relações entre o poder Civil e o poder Militar estão na ordem do dia desse repórter, desde que escreveu o livro A Casa da Vovó, prêmios Jabuti (2015) e Sérgio Buarque de Holanda, da Biblioteca Nacional (2015)