SP tem 2º pior salário do país para delegado, mostra levantamento
Diferença de SP para MT chega a R$ 15 mil; escrivães e investigadores também ganham pouco
Thiago Amâncio
Folha de São Paulo
Estado mais rico do país e o segundo com a maior renda per capita, São Paulo paga um dos menores salários do Brasil para seus delegados de polícia, na comparação com outras unidades federativas, mostra levantamento da categoria.
Pesquisa do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia de SP) mostra que um delegado da Polícia Civil em início de carreira ganha R$ 9.888,37, à frente apenas de Pernambuco, que paga R$ 9.069,81, e atrás de todos os outros estados do país. O maior salário é em Mato Grosso, que paga R$ 24.451,11, segundo o levantamento.
São Paulo aparece também na lanterna dos rankings de salários de escrivães (responsáveis pela burocracia nas delegacias) e investigadores da polícia, de acordo com as informações do sindicato.
Os dados foram levantados em todos os estados da federação, com informações de portais da transparência, secretarias de segurança e diários oficiais.
Na campanha ao governo do estado, o governador João Doria (PSDB) prometeu aumentar o salário dos policiais, mas ainda não cumpriu a promessa.
Para a presidente do sindicato, Raquel Kobashi Gallinati, o fato de estados mais pobres pagarem salários maiores que São Paulo mostra que “valorizar a carreira policial não é uma decisão econômica, mas política”.
No último mês, o Sindpesp entregou ao governo Doria um relatório sobre as condições de trabalho dos agentes. Segundo o relatório, entre 2013 e 2018, o salário dos agentes subiu 11,2%, enquanto a inflação chegou a 36% no período.
“Não temos condições para fazer o trabalho que a população de São Paulo merece, que é um trabalho de excelência. O governo coloca como principal vítima a sociedade, dando margem para os bandidos atuarem”, afirma Gallinati.
Fachada do 68º Distrito Policial, no Lajeado, zona leste de SP, caiu sobre viatura da polícia – Rivaldo Gomes/Folhapress
Desde 2017, o Sindpesp levanta a defasagem de profissionais da Polícia Civil de São Paulo, ferramenta que batizou de “defasômetro”. Há, segundo o levantamento do sindicato, 14.510 cargos vagos na corporação, um terço do total de cargos na Polícia Civil.
Só em setembro, houve 304 baixas, entre aposentadorias, mortes e exonerações. Houve ainda pelo menos 731 pedidos de aposentadoria protocolados, segundo o sindicato.
Há hoje 27.402 cargos ocupados, 2.542 deles são delegados.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de SP disse que “a atual gestão pagou os bônus de 2018 que estavam em atraso –ao todo foram pagos R$ 232,4 milhões a 143.521 policiais—, e montou um grupo de trabalho para discutir a recomposição salarial dos agentes de segurança pública. Este trabalho deverá ser concluído até o fim deste mês, quando os resultados serão apresentados”.
O governo diz que “trabalha para reforçar o policiamento em todo o estado e valorizar as carreiras policiais”.
“A atual gestão autorizou a contratação de mais de 20 mil novos policiais. Só para a Polícia Civil são 5.500 novas vagas, sendo que para 2.750 os concursos já estão em andamento. Destes, 1.100 foram convocados para a análise de documentos e realização de exames e o restante será convocado futuramente. O governo do estado já autorizou a abertura de um novo certame para a contratação de mais 2.750 policiais civis, a partir do próximo ano. O objetivo é realizar concursos anuais para todas as polícias.”
Doria a lançou no último mês uma campanha publicitária voltada para a segurança pública. A campanha custou R$ 12,7 milhões e foi feita pela agência Lew’Lara, uma das três que cuidam da conta de R$ 150 milhões anuais do governo.
O filme para a televisão fala diretamente ao eleitorado conservador, mas busca se diferenciar da brutalidade associada ao discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do governador Wilson Witzel (PSC-RJ), prováveis nomes na disputa pelo Planalto em 2022.
Projeto de Flávio Bolsonaro incentiva ações de milícia, dizem policiais
Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo
04/10/2019 04h00
Resumo da notícia
Projeto prevê que mortes praticadas por policiais sejam classificadas como suicídios
Argumento é que, ao se colocar em confronto, suspeito se põe em risco de morrer
Policiais afirmam que, caso seja aprovado, PL incentivará ações de grupos de extermínio
Em tramitação no Senado, o PL (Projeto de Lei) nº 4640, de 2019, proposto pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), um dos filhos do presidente da República, tem como objetivo transformar mortes decorrentes de intervenções policiais em “suicídios” e retirar a responsabilidade sobre essas mortes dos policiais do país.
O PL de Flávio Bolsonaro (veja os pontos ao final do texto) prevê que, ao se colocar em uma situação de confronto, um criminoso assume o risco de morte, retirando, assim, a responsabilização do policial.
Policiais que poderiam ser agraciados com o PL, no entanto, criticam a proposta e apontam que, caso seja aprovada, incentivará “maus policiais”, grupos de extermínio e milícias.
Os profissionais de segurança pública formam a base eleitoral do senador.
“Vai favorecer policiais que agem de forma ilegal dentro da instituição. Isso tende a proteger milícias, a favorecer policiais que possam agir na ilegalidade. Não vejo como valorização policial. É algo que está na linha do discurso ao ódio, do policiamento sem medida. Polícia tem que prestar contas. Se está lidando com o direito à vida das pessoas, você tem que prestar contas”, afirma Alexandre Rocha, delegado no Distrito Federal.
“O que me chama a atenção é ver que até parte das polícias acham que isso é uma valorização. Os políticos deviam revisar condições de trabalho e estrutura da polícia. Essa ideia de que polícia entra o tempo todo em confronto é algo mais palatável nesse discurso atual. Na prática, o confronto é mais esporádico”, complementou o delegado.
A opinião é corroborada pela tenente-coronel da reserva Cristiane Socorro Loureiro Lima, da Polícia Militar do Pará. Ela é doutora em ciências sociais e professora da Universidade da Amazônia, na capital paraense.
“É uma total aberração jurídica”, afirmou. Ela diz acreditar que, caso seja posta em prática, a medida pode aumentar a letalidade policial, além de impulsionar práticas de grupos de extermínio e de milícias. “Armas devem ser usadas apenas para preservar vidas.”
Se no Brasil se comemora uma ocorrência policial com resultado de morte, isso é um total reforço dessas ações.Cristiane Lima, tenente-coronel da PM-PA
O tenente-coronel Adilson Paes de Souza, da reserva da PM de São Paulo, vai além. Segundo ele, apenas o fator de existir essa proposição já é um incentivo para grupos de extermínio e milicianos. “Essa proposta faz com que se sintam amparados, no sentido de que suas ações ficarão impunes. Porque nem seriam processados por homicídio”, afirmou.
“Se esse projeto foi aprovado em alguma comissão do Senado, já é um absurdo. Porque não tem nenhuma base. Mas vamos supor que seja aprovado e vire lei: é totalmente inconstitucional. Fere princípios constitucionais”, complementou. No artigo 5º, a Constituição Federal garante a inviolabilidade do direito à vida.
Já o sargento Elisandro Lotin de Souza, da Polícia Militar de Santa Catarina, afirmou que o projeto “não resolve nem sequer minimiza os problemas da área e, propositadamente, desvia a atenção dos reais e necessários debates, seja na perspectiva dos policiais ou mesmo da maioria da população”.
Segundo o sargento, “até o momento, nenhum projeto de lei tratou das questões que historicamente afligem estes profissionais, como questões atinentes a um piso nacional, mudanças nas carreiras, modernização nos arcaicos regulamentos disciplinares onde, por exemplo, policiais são punidos e presos por questões administrativas internas”.
Como Flávio justifica o projeto de lei
Segundo o “suicídio por policial” proposto por Flávio Bolsonaro, “não há crime quando o agente policial ou de segurança pública previne ou repele injusta agressão a sua vida ou a de outrem, utilizando-se de força letal contra o agente que durante ou após o cometimento de infração penal, e impossibilitado de evadir-se, se recusa a negociar ou a se entregar, e demonstra comportamento de que aceita ou assume o risco de que a situação se resolva com sua própria morte”.
De acordo com a justificação do projeto, o “suicídio por policial” pode ser entendido como a situação em que um indivíduo cria, intencionalmente ou não, uma sequência de atos e ações criminosas que resultam em uma reação por parte dos agentes de segurança pública ou policiais e em que o agente criminoso aceita ou assume o risco de que a situação se resolva com o emprego de força letal.
“Os casos mais frequentes ocorrem após ou durante a prática de um crime com emprego de violência ou ameaça à vida de terceiros ou dos próprios policiais, quando o agente, premeditando ou não a sua intenção suicida, se vê impossibilitado de se evadir e se recusa a negociar ou a se entregar. Com esse comportamento, o criminoso retira dos policiais a possibilidade de eventual negociação ou o emprego de meios não letais”, afirma o senador no texto do PL.
A proposta é uma ementa que acrescenta esse artigo ao Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, do Código Penal, para prever a excludente de ilicitude designada por “suicídio por policial”. Essa ementa criaria uma nova causa de excludente de antijuridicidade.
A matéria está com o relator, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), desde 21 de agosto. Em votação pública no site do Senado, 92,5% dos internautas são contrários à proposta.
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Comentários:
Juridicamente, para a configuração do suicídio é fundamental que a destruição da vida humana seja feita por seu titular, portanto voluntária.
É a destruição deliberada da própria vida, ou seja, por inciativa e consumação “manu propria”.
Assim, suicídio por “força letal” empregada por agente policial ou de segurança pública é uma excrescência jurídica; de causar dó daquele que der crédito a esse deputado de duvidosa idoneidade moral e intelectual.
Impossibilitado de evadir-se, se recusa a negociar ou a se entregar, e demonstra comportamento de que aceita ou assume o risco de que a situação se resolva com sua própria morte.
Com efeito, diante desses elementos do fato, tão abstratos , a recusa à conversação ou capitulação ficará exclusivamente ao arbítrio do policial ou agente de segurança.
O simples fato de permanecer mudo e imóvel já seria motivo para levar bala, como já acontece !
Se estufar o peito, então…Bang…bang!
Será a legalização da execução sumária, caso essa aberração seja aprovada…
Nunca será!
Mas se fosse aprovada, recomendaria a todos os criminosos violentos do Brasil, sempre que possível em situações assim , façam reféns e matem-nos para não irem pro inferno desacompanhados !
Certamente, com essa norma a polícia nunca mais perderá tempo com gerenciamento de crises.
E o piso salarial dos policiais, deputado ?
Cadê o regulamento disciplinar nacional para seres humanos, em vez dos atuais destinados a escravos?
Pilantragem!
O policial já conta com as necessárias excludentes de crime: a legitima defesa, o cumprimento do dever e o estado de necessidade.
Desnecessário conferir carta branca para se transformarem em assassinos a serviço de políticos corruptos com tendência ao tiranismo.
Certamente o Major Olímpio e demais representantes da PM pensam da mesma maneira que você , só que não têm coragem pra revelar publicamente.
Pois dependem de votos dos paisanos!
A propósito , hoje a tarde um policial civil – bolsonarista ferrenho – escreveu o seguinte: “
” Amarildo, Marielle e Aghata. Ambos foram vítimas. E quase 200 policiais mortos são o que? A exploração deveria ser igual. Morte de policiais não dá IBOPE. “( “sic” , observando o emprego incorreto do numeral ambos; que é referente a dois, um e outro ) .
Eis a minha resposta: São 200 assassinos a menos, já que as três vítimas citadas foram mortas por PMs, né?
( Obviamente, a minha resposta foi meramente sarcástica, diante da impertinente alta indagação neofascista )
Contudo, refletindo sobre as suas palavras posso acrescentar : são duzentos assassinos a menos com 200 putas paisanas chorando por seus filhos…
PM que pensa como você, com todo respeito, não merece outra qualificação: filho da puta!
E filho da puta bom é filho da puta bem enterrado; com a família paisana SE EXPLODINDO ( SE FODENDO, você quis dizer , né ) !
Moral da conversa, você policial militar que ainda não foi inoculado pela insanidade , egoísmo e maldade do subscritor acima , pense no paisaninho que deixou em casa…
Ele poderá necessitar do abono salarial da sua viúva , pois a sua pensão não pagará nem sequer uma educação razoável.
E tenha absoluta certeza: logo após a fanfarronice fúnebre a tua “família militar” lhe esquecerá; quando muito , se a viúva for harmoniosa, por lá aparecerá um irmão de farda pretendendo confortá-la sobre a cama que foi sua.
Marco Aurélio Canal: principal alvo da operação Lava-Jato contra auditores da Receita Federal, Marco Aurélio Canal, chega à Superintendência da Polícia Federal (Foto: Pablo Jacob/O Globo)
Ora vejam! A Operação Lava Jato e seus associados tentam agora se livrar do entulho moral a que recorreram para executar, digamos, o seu trabalho. E, claro!, estão encontrando alguns bandidos. Leiam o que informa O Globo. É claro que ainda há muito a dizer a respeito.
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Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) vinculados à Operação Lava-Jato cumprem 14 mandados de prisão nesta quarta-feira contra auditores e analistas da Receita Federal, dos quais 11 haviam sido cumpridos até o meio-dia. No total, são nove prisões preventivas e cinco temporárias. O principal alvo é o auditor Marco Aurélio Canal, que já foi preso em Nova Iguaçu. Ele é apontado como o chefe da quadrilha. Os policiais buscam por outros investigados em Campo Grande, Botafogo, Barra da Tijuca e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Canal era supervisor nacional da Equipe Especial de Programação encarregada de fiscalizar a movimentação financeira e o patrimônio de pessoas físicas e jurídicas que haviam sido alvo da Lava-Jato. A força-tarefa do MPF não mantinha relacionamento direto com a equipe dele , uma vez que a parceria nas fases de investigação era feita com o setor de Inteligência da Receita. A equipe do supervisor só atuava depois das operações ostensivas, para cobrar o imposto devido pelos investigados, sem contato com os procuradores.
A ação, denominada Armadeira, contou com o apoio da Corregedoria da Receita e cumpre outros 39 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Entre os alvos de prisão preventiva estão: – Daniel Monteiro Gentil, auditor da Receita Federal
– Elizeu da Silva Marinho, ex-auditor da Receita Federal
– José Carlos Lavouras, empresário do ramo de transportes no Rio
– Marcial Pereira de Souza, analista tributário da Receita Federal
– Marco Aurélio da Silva Canal, supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava Jato
– Monica da Costa Monteiro Souza, mulher de Marcial
– Narciso Gonçalves, empresário do setor de transportes e presidente da Fetranspor
– Rildo Alves da Silva, contador do delator Ricardo Siqueira
– Sueli Monteiro Gentil, mãe de Daniel Monteiro Gentil
Foram pedidas as prisões temporárias de: – Alexandre Ferrari Araujo, auditor fiscal da Receita Federal
– Fabio dos Santos Cury, servidor da Receita Federal subordinado a Daniel Gentil
– Fernando Barbosa, sócio de Narciso num escritório de advocacia
– João Batista da Silva, tio de Marco Aurélio Canal
– Leonidas Pereira Quaresma, auditor fiscal da Receita Federal
O enriquecimento ilícito de réus da Lava-Jato, revelado pelas operações iniciadas em 2016, serviu de matéria-prima para um esquema de extorsão de dinheiro praticado por auditores fiscais da Receita Federal. O MPF aponta que o grupo usava peças de inquéritos e de processos, principalmente as que tratavam de acúmulo de patrimônio ou de movimentação financeira do envolvido, para cobrar propina da vítima em troca do cancelamento de multas milionárias por sonegação fiscal. O esquema apontado pelos procuradores usava de operações legais da Receita, envolvendo dados cujo sigilo foi quebrado com autorização judicial. Os auditores se aproveitaram dessa situação.
O esquema foi descoberto pelo MPF no Rio de Janeiro depois que um dos colaboradores da força-tarefa, o empresário Ricardo Siqueira Rodrigues, contou que foi procurado pelo grupo de auditores fiscais. De acordo com as investigações, eles eram liderados por Marco Aurélio da Silva Canal, supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava-Jato, criada pela Receita para restituir aos cofres públicos os valores sonegados pelos acusados.
Segundo as investigações, eles exigiram propina para arquivar as ações fiscais abertas contra Ricardo, cuja suposta multa apurada era de milhões. Esta investida dos fiscais ocorreu depois da “Operação Rizoma”, que levou o empresário à prisão em 12 de abril do ano passado.
Os fiscais, contudo, não imaginavam que, na mesma época em que assediaram o empresário, Ricardo estava fazendo delação premiada. Ciente da tentativa de extorsão, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, autorizou a Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor), da Polícia Federal no Rio de Janeiro, a fazer três ações controladas, como monitoramento velado das negociações com os auditores. Parte da propina, estimada em 50 mil euros (R$ 225 mil), foi depositada por Ricardo em conta indicada pelo grupo na conta de Marcial Pereira de Souza em banco português.
(…)
Justiça encontra R$ 11 mi em conta de mãe de auditor da Receita preso no RJ
Família é apontada pelo Ministério Público Federal como responsável por esquema de ‘lavagem cruzada’
Italo Nogueira
Rio de Janeiro
O Banco Central informou ao juiz Marcelo Bretas que o auditor fiscal Daniel Gentil e sua mãe, Sueli Gentil, presos nesta quarta-feira (2) na Operação Armadeira, têm R$ 13,9 milhões depositados em 11 contas bancárias.
Desse montante, R$ 10,9 milhões foram encontrados na conta de Sueli. Os outros R$ 3 milhões, na conta de Daniel. Os valores foram bloqueados por determinação de Bretas.
A família Gentil é apontada pelo Ministério Público Federal como a responsável pelo intrincado esquema de lavagem de dinheiro de suspeitos no esquema, entre eles Marco Aurélio Canal, supervisor nacional da Equipe Especial de Programação da Lava Jato —grupo responsável por aplicar multas aos acusados da operação por sonegação fiscal. Daniel Gentil era subordinado a esse setor.
Se vendem para os poderosos, mostrando serviço “botando na bunda” de assalariados , profissionais liberais , pequenos comerciantes e beneficiários de pequenas heranças ou pequenas doações.
Bem feito, filho de puta!
E a mãe desse safado , se não for solta rapidamente, vai acabar chorando no colo de uma sapata , mas nunca reclamou da grana fácil, né?
Tenho pena de policiais , mas dessa gente nem um pouquinho!
Os honestos que me desculpem, mas – infelizmente – penso sejam a minoria!
OLHA DR GUERRA, PARECE QUE A DEPUTADA ESTA CORRENDO ATRÁS MESMO:
🚨GOVERNADOR DEVE RECEBER REPRESENTANTES DO GRUPO CORAÇÃO CINZA BANDEIRANTE
Aproveitei a reunião do Governador, João Doria, com parlamentares, nesta quinta-feira, 3/10, para protocolar ofício com pedido de agenda para que o mesmo receba representantes do grupo Coração Cinza Bandeirante.
Quero, através desta reunião, buscar esclarecimentos a respeito das demissões de Policiais Civis e Militares através de atos administrativos e pedir a sensibilidade do Governador quanto à revisão e reparo de situações onde tenham ocorrido injustiças.
Nossos Policiais que trabalham com seriedade e que, foram vítimas de falhas administrativas, merecem essa atenção e a oportunidade de se dedicarem ao trabalho que tanto os orgulha, defendendo e zelando pela nossa sociedade.
Gate dá curso de ações táticas a agentes do CDP de Caiuá
Ao todo, 40 agentes de segurança penitenciária e da escolta e vigilância penitenciária participaram das aulas
Qui, 03/10/2019 – 9h22 | Do Portal do Governo – Divulgação/SAP
Integrantes do Gate dão curso de ações táticas a agentes do CDP de Caiuá
O Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar (Gate) ministrou o curso Técnicas de primeiro interventor em estabelecimentos prisionais, explosivos com ênfase nas ocorrências em prisões e tiro tático para 40 agentes de segurança penitenciária (ASP) e da escolta e vigilância penitenciária (AEVP), do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá. O objetivo do treinamento foi preparar os servidores para enfrentamento de situações críticas no local de trabalho, dentre as quais, aquelas envolvendo artefatos explosivos e ocorrências com reféns.
Com o apoio da Escola de Administração Penitenciária “Dr. Luiz Camargo Wolfmann” (EAP), o curso foi desenvolvido no estande de tiro da Penitenciária I “Zwinglio Ferreira” de Presidente Venceslau, entre 16 e 19 de setembro. Durante os quatro dias, ASPs e AEVPs se dividiram em duas turmas e participaram de aulas teóricas e práticas envolvendo disciplinas como gerenciamento de crise e munição de impacto.
“O Gate é referência nacional em ações táticas especiais e pertence ao 4º Batalhão de Polícia de Choque. Essa especialização, além de motivar os agentes prisionais, torna a equipe mais técnica, buscando a excelência da atuação na intervenção penitenciária. Aproveitamos para agradecer ao Coronel Nivaldo Cesar Restivo e ao coordenador de unidades prisionais, Roberto Medina, que proporcionou essa oportunidade ímpar aos nossos agentes”, conclui o Diretor do CDP de Caiuá, Rodrigo Santos Andrade
PMs presos por chacina são suspeitos de integrar milícia
02/10/19 por Mariana Ferrari
Segundo Ministério Público, três policiais escoltavam traficantes e executaram integrantes de grupo rival ao PCC em julho de 2018
Um dos locais da chacina ocorrida em julho de 2018 | Foto: Reprodução/Google Street View
O TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo decretou prisão temporária e busca e apreensão para três policiais militares suspeitos de integrarem uma milícia que fazia proteção de traficantes concorrentes ao PCC, conhecida como Anjos da Noite, na periferia de São Paulo. As prisões, ocorridas nesta quarta-feira (2/10), decorrem de investigação de chacina que deixou quatro mortos no ano passado, na Vila Brasilândia, zona norte da capital paulista.
Quatro pessoas foram assassinadas a tiros em dois ataques no dia 20 de julho de 2018, ações ocorridas em uma distância de aproximadamente 2 quilômetros. Os três PMs são suspeitos de participarem do primeiro ataque. Testemunhas relatam na apuração que o motivo seria a compra de drogas com traficantes que integram um grupo concorrente ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
De acordo com o MP (Ministério Público), o trio é suspeito de “pertencer a um grupo de extermínio conhecido como ‘Anjos da Noite’, que teria ligações espúrias com o tráfico de entorpecentes”, conforme aponta a promotora Cláudia Ferreira Mac Dowell. A função dos PMs era a de praticarem “homicídios nas imediações de ‘lojinhas’ de drogas de quem não integrasse o PCC”. “Dentre esses homicídios estaria o quadruplo atentado e outra chacina”, argumenta a promotora.
O corregedor da PM paulista, Marcelino Fernandes, explica que existe a suspeita de que os policiais sejam milicianos. “Alguns moradores falam que esses jovens (vítimas) seriam usuários de entorpecentes e que compravam de fornecedores que não era de uma organização criminosa famosa, e talvez estariam utilizando essa milícia, que tem o nome Anjos da Noite, para fazer esses homicídios”, explicou Fernandes, responsável pela investigação.
O cabo Antônio Carlos Miranda da Conceição, o terceiro sargento Fábio Donizete Paula da Silva e o soldado Renato Coutinho Campos, todos do 5º BPM (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano), tiveram prisão decretada no dia 13 de setembro para cumprir prazo de 30 dias em regime fechado. A Justiça ainda decretou busca e apreensão para um quarto PM, o soldado Jonatan Lopes de Araújo. Eles também serão investigados pelo segundo ataque da noite, sobre o qual não há conclusões até o momento.
As mortes da chacina aconteceram em dois momentos. Primeiro, atiradores efetuaram disparos de dentro de um carro na avenida Humberto Gomes Maia, na Vila Itaberaba. Duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas. Pouco depois, na rua Matilde Munhoz, no Jardim Maristela, outras duas pessoas morreram em outro ataque a tiros.
Na época, os ataques foram registrados no no 72º DP (Vila Penteado) e se somaram a outras duas chacinas ocorridas na região. No dia 7 de janeiro de 2018, quatro pessoas foram assassinadas e outras duas ficaram feridas em chacina na Vila Miriam, bairro entre Pirituba e Brasilândia. As vítimas tinham entre 16 e 18 anos.
Corregedor da PM, coronel Marcelino Fernandes, investiga participação dos policiais em milícia | Foto: Mariana Ferrari/Ponte Jornalismo
O segundo ataque vitimou três jovens no Jardim Maracaná, na Brasilândia, em 10 de fevereiro do mesmo ano. Os amigos Deivid Vinicius Barros, Luiz Gustavo de Oliveira, ambos de 20 anos, e Leonardo Guilherme Garcia Svessia, 19 anos, foram atingidos por pelo menos dez disparos de pistola calibre 380 por três homens encapuzados que estavam em um Fiat Siena.
De acordo com o coronel Fernandes, a investigação começou depois que a ex-namorada de um dos PMs denunciou as mortes na Corregedoria da corporação. Ela contou que, na época do namoro, o companheiro contava sobre pessoas que matou na mesma região em que ocorrera a chacina. Os PMs presos são acusados de homicídio qualificado e o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) cuida das investigações.
A reportagem entrou em contato com a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, liderada pelo general João Camilo Pires de Campos na gestão de João Doria (PSDB), e a PM, comandada pelo coronel Marcelo Vieira Salles, sobre as prisões e as investigações. Questionamos também se o prazo das prisões será estendido. Não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Remuneração no estado é de R$ 9,8 mil mensais, enquanto no Mato Grosso os delegados recebem R$ 24,4 mil
Os delegados de Polícia Civil de São Paulo recebem o segundo pior salário da categoria no Brasil. Com uma remuneração mensal de R$ 9,8 mil, tem vencimento distante daquele pago em Mato Grosso, o estado que mais valoriza seu profissional, com R$ 24,4 mil de salário inicial. Pernambuco é o que paga o pior salário do País (R$ 9 mil).
Os dados constam no “Ranking Salarial da Polícia Civil Brasileira”, elaborado pelo Sindesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo). Foram utilizados dados oficiais colhidos por meio do Portal da Transparência, Diário Oficial e Secretarias de Segurança Pública.
Foto: Edson Lopes Jr. / A2ADSindicato da categoria diz que “Polícia Civil pede socorro” no Estado de São Paulo
“Durante vários governos, o estado não fez os necessários investimentos em segurança pública: viaturas e prédios estão deteriorados, o armamento está obsoleto, faltam equipamentos de segurança, como coletes balísticos, e o salário dos nossos policiais é um deboche”, afirma a presidente do Sindesp, Raquel Kobashi Gallinati.
Depois de Mato Grosso, os governos que oferecem as melhores condições salariais a um delegado são Goiás (R$ 21.615,12), Alagoas (R$ 20.994,97), Rio Grande do Sul (R$ 20.353,06) e Maranhão (R$ 18.957,64).
O ranking também detalha a situação financeira dos investigadores. Em São Paulo paga-se o segundo pior salário (R$ 3,7 mil). Os profissionais desta categoria recebem R$ 9,6 mil no Amazonas, por exemplo.
“A situação está insustentável, a Polícia Civil pede socorro. Não temos as mínimas condições necessárias para prestar o atendimento que a população merece. Quando um governo deixa de investir em segurança, ele não abandona apenas a polícia, ele abandona o seu povo e abre caminho para que a criminalidade aja com mais facilidade”, acrescenta Raquel.
Na região
O LIBERAL mostrou no mês passado que a Delegacia Seccional de Americana tem a maior defasagem de funcionários na região do Deinter-9, que atende a outras cinco seccionais. São 269 policiais civis para uma população estimada de 1,2 milhão de habitantes, ou seja, uma proporção de um policial por 4,5 mil habitantes.
Um delegado da área de Americana, que pediu para não ser identificado, disse na época que a sobrecarga no trabalho gera um clima de instabilidade e de “muito mal-estar” na corporação por conta de cobranças “cruéis” que eles vêm recebendo.
Questionada se prevê reajuste no rendimentos dos policiais civis, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) não respondeu até o fechamento desta edição.
Reforma da Previdência: Senado mantém abono para quem ganha até 2 mínimos
Perdeu!
Em uma forte derrota para o governo, o plenário do Senado Federal retirou da reforma da Previdência a proposta de mudar as regras para concessão do abono salarial. Atualmente, o trabalhador que ganha até dois salários mínimos (R$ 1.996 em 2019) tem direito ao benefício, e essa regra será mantida.
Decepcionante, mais um que – a pretexto de salvar a economia do País – não tem pena de prejudicar os mais necessitados em benefício das castas funcionais e militares.
Enquanto a população em geral sofrerá muitas perdas , o Major , certamente, defenderá com unhas e dentes a previdência dos PMs atrelada às FFAA.
Ou seja, aquilo que já é bom ficará bom demais!
Enfim, o Major Olímpio só defende aquilo que lhe aproveita!
Governador Doria, se quem ganha até dois salários mínimos não precisa do abono salarial , com mais razão devem ser extirpados todos os abonos e penduricalhos concedidos aos PMs.
Especialmente para os oficiais, como o Major!
Verdadeiramente, a coragem que São Paulo precisa Olímpio parece que perdeu…
PM que matou menino de 12 anos em SP tem outras 8 mortes na carreira
Miguel Gustavo Lucena de Souza, 12, morto por um policial militar em São José dos Campos, interior de São Paulo Imagem: Arquivo pessoal
Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo
02/10/2019 16h34Atualizada em 02/10/2019 16h34
Resumo da notícia
PM participou de sete ocorrências com nove mortes em SP entre 2011 e 2019
Corregedoria apura possível excesso policial em morte de jovem
Jovem que iria depor contra PM é espancado e desiste de denunciar
Governo diz que cabo está em função administrativa
Desconhecido da população em geral, o cabo da PM (Polícia Militar) Thiago Santos Sudré, 40, é conhecido na periferia de São José dos Campos, no interior de São Paulo, sob a alcunha de Carioca e por ser ríspido contra suspeitos de crime contra o patrimônio.
Ele foi o responsável por atirar duas vezes contra Miguel Gustavo Lucena de Souza, 12, que estaria em um carro roubado em um parque de diversões da cidade, às 22h45 de 6 de setembro. O policial alegou à Polícia Civil e à Corregedoria da PM que agiu em legítima defesa.
Após mãe investigar assassinato de filho, MP denuncia PMs de SP
O caso veio à tona após a mãe de Miguel denunciar à Corregedoria que o policial teria atirado contra seu filho depois de ele ter se rendido. O caso é investigado pelo órgão corregedor que também apurou, no passado, outras seis MDIP (Mortes Decorrentes de Intervenção Policial) em que o cabo Sudré estava envolvido, entre 2011 e 2019.
Nessas outras seis ocorrências, oito homens foram mortos. As idades deles variavam entre 17 e 46 anos, mas a dinâmica foi semelhante: houve suspeitas de roubo, tiroteios, suspeitos mortos e o policial sem ferimentos. Em nenhum caso o PM foi penalizado.
Segundo denúncia feita pela mãe de Miguel, Andreia Gonçalves Pena, 36, à Ouvidoria da Polícia, cerca de duas semanas antes de seu filho ser morto, o cabo Sudré foi até sua casa e afirmou: “Compra um caixão bem pequeno, porque, se eu pegar seu filho na rua de novo, vou matar”.
A mãe afirmou que Miguel era dependente químico e que vendia balas em semáforos da região. Andreia relatou que o menino chegou a traficar drogas, mas que, depois de ter sido internado em uma casa de recuperação, deixou a criminalidade. No entanto, relatou que ele era perseguido pelo policial por seu passado no tráfico.
Ela disse que foi informada da morte de seu filho por uma vizinha. Ao chegar ao local, um policial disse a ela que ele estava conduzindo um carro, um Volkswagen Fox de cor vermelha, roubado e que havia atropelado “várias” pessoas.
No entanto, testemunhas teriam gritado, na sequência, que a versão policial era mentirosa: que Miguel estava no banco traseiro, desarmado e que desceu do carro com as mãos para cima. Não houve registros de ninguém atropelado na região.
As testemunhas disseram à mãe que Miguel foi atingido, ainda com as mãos para cima, próximo a axila. Depois, Andreia foi até a delegacia. Lá, encontrou o policial Sudré e afirmou a ele: “Parabéns, você conseguiu. Tô indo comprar o caixão”. Ela relatou que ele retrucou: “Sua louca, boa coisa ele não era. O que tava fazendo em um carro roubado?”.
Miguel de Souza, 12, tinha dependência química
Imagem: Arquivo pessoal
Ainda segundo a denúncia de Andreia à Ouvidoria, ela continua sendo ameaçada pelo policial, que voltou ao seu apartamento, segundo narraram seus vizinhos. Na noite de 15 de setembro, ela teve seu apartamento invadido. A porta foi arrombada e os armários revirados. Numa parede, foi gravado com objeto pontudo os nomes dos seus filhos. O de Miguel, cruzado com um risco. A família mudou de bairro.
Andreia afirmou, também, que não é contra a Polícia Militar, mas que quer justiça para seu filho, que, dependente químico, precisava de ajuda. Ela nega que ele fosse ladrão ou assassino.
Miguel era negro, franzino e tinha 1,33 m de altura. Aluno na Escola Estadual José Frederico Marques, começou a fumar maconha com dez anos, o que desapontava a mãe, que é cuidadora de idosos, tem dois filhos mais velhos empregados no setor de aviação e é evangélica.
Para manter o vício, o garoto foi “recrutado” pelo tráfico de drogas da cidade como “aviãozinho” —vendedor de drogas em “biqueiras” da região. A reportagem apurou que um adolescente de 14 anos, que testemunhou a ocorrência e que iria depor na Corregedoria, foi espancado por um policial um dia antes de prestar depoimento. Com medo, ele desistiu de depor e não quis registrar as agressões.
Segundo o advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) e que está acompanhando a família, “aparentemente, foi um assassinato planejado, premeditado e anunciado pelo policial autor do homicídio”. “A sensação de impunidade dos PMs é tão grande, que os PMs ficam promovendo ameaças e perseguições contra a mãe da vítima.”
Atendendo pedido do ouvidor Benedito Domingos Mariano, a corregedoria-geral da PM instaurou investigação. “Estive em São José e obtive mais detalhes do caso. Solicitei da Polícia Técnica laudos do local, exames de balística das armas e laudo necroscópico. Assim que receber, terei condições de fazer um relatório preliminar para anexar à investigação”, disse Mariano.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, que teve como base os depoimentos dos policiais envolvidos na ocorrência, Miguel e outros três jovens teriam roubado o carro por volta das 18h. Localizado o veículo, os policiais iniciaram uma perseguição que terminou quando eles entraram com o carro num descampado. Lá, havia um parque de diversões. O condutor perdeu o controle da direção e bateu na grade de um carrossel.
Os garotos saíram com as mãos para cima e atenderam a ordem para se deitarem no chão, segundo os policiais. No entanto, ainda segundo a versão policial, Miguel teria saído com uma arma em punho e foi atingido por dois disparos. Outros três menores, um jovem de 17 anos e dois adolescentes de 13 e 14 anos, foram detidos e encaminhados para a Fundação Casa.
O comando da PM de São José dos Campos informou que o garoto morto estava com um revólver calibre 32 nas mãos e escondia um simulacro de pistola sob o tapete do veículo. A dona do automóvel não reconheceu nenhum dos garotos como autores do roubo do veículo. A investigação teria apontado que os menores seriam receptadores do carro roubado.
Os oito mortos antes de Miguel
Dois suspeitos em janeiro de 2011
Na noite de 28 de janeiro de 2011, dois homens, não identificados, foram mortos a tiros pelo policial. Os suspeitos teriam roubado uma casa na rua Lorenzo Lotto, no Parque Maria Helena, zona sul da capital paulista. Segundo o que afirmou o PM no 92º DP (Distrito Policial), no Parque Santo Antônio, os suspeitos tentaram fugir em um Volkswagen Golf e, durante troca de tiros, foram mortos.
Um em março de 2014
Em 17 de março de 2014, o policial Sudré teria atirado e matado um motorista que teve apenas a idade revelada (33 anos) em Poço das Antas, Caraguatatuba, litoral de São Paulo. Após a participação no caso, ele foi transferido para o Vale do Paraíba.
Dois em maio de 2015
Em 29 de maio de 2015, o policial participou de uma intervenção que resultou na morte de mais dois suspeitos. Foram mortos Uanderson de Oliveira Gonçalves Martins, 18, e Lucas Aguiar, 17. Naquela ocorrência, segundo a investigação policial apurou, ele não atirou.
Durante a ocorrência, os dois jovens estariam conduzindo um carro roubado na estrada Natan Sampaio, no Jardim Capetingal, em São José dos Campos, por volta das 4h. A equipe policial teria dado ordem para que os suspeitos parassem o carro, o que não aconteceu. Nenhum policial se feriu durante a ação.
Um em fevereiro de 2016
Na noite de 8 de fevereiro de 2016, o cabo atirou contra Matheus Pietro Santos Queres, 21, na rua Antônio José Matos Lima, no Parque Residencial União, também em São José dos Campos.
Desta vez, o policial informou na delegacia que o suspeito estava com uma motocicleta Honda CB 300R roubada e tinha sob posse uma arma de fogo de uso restrito. Os policiais só apresentaram o caso no 3º DP da cidade dois dias depois.
Um em abril de 2018
Na madrugada de 25 de abril de 2018, o policial estava na equipe que matou Bruno do Nascimento Barbosa, 28, no Parque Novo Horizonte, em São José dos Campos. Segundo a investigação policial, o cabo Sudré não atirou, mas participou da intervenção.
Os policiais disseram na delegacia que Barbosa estava com uma arma e atirou contra eles, que “revidaram à injusta agressão”. Nenhum policial ficou ferido na ocorrência.
Um em janeiro de 2019
No noite de 5 de janeiro de 2019, o policial Sudré atirou contra um homem, identificado apenas pela idade (46), na rua Caravelas, no Parque Independência, também em São José dos Campos. Ele teria roubado um estabelecimento e, na tentativa de fuga, teria trocado tiros com o policial.
Outro lado
A reportagem ligou na 2ª Companhia do 46º BPM/I (Batalhão da Polícia Militar no Interior), onde o cabo Thiago Santos Sudré está lotado, mas foi informada de que ele não estava lá no momento da ligação. Um colega de farda do cabo anotou o telefone da reportagem e disse que encaminharia a ele. Até a última atualização deste texto, o policial não entrou em contato.
A reportagem questionou à Corregedoria da corporação se o policial tinha um advogado constituído e foi informada que ele foi ao órgão prestar depoimento sozinho. A reportagem também pediu entrevista a ele via SSP (Secretaria da Segurança Pública), mas não teve retorno sobre o pedido. Procurada, a pasta não se manifestou sobre o assunto até esta publicação.
Com relação ao caso do adolescente Miguel, a pasta havia divulgado nota, anteriormente, informando que todas as circunstâncias relativas aos fatos são apuradas pelo 3º DP de São José dos Campos e pela Polícia Militar por meio de um IPM (Inquérito Policial Militar), que é acompanhado pela Corregedoria da corporação.
“As armas dos policiais foram encaminhadas para perícia, assim como o revólver calibre 32 e um simulacro utilizado pelos suspeitos. Os envolvidos seguem afastados da atividade operacional, cumprindo expediente administrativo, enquanto durarem as investigações”, disse a pasta por meio de nota oficial.
Para o professor de gestão pública da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Rafael Alcadipani, “qualquer ação policial que resulta em morte jamais deve ser celebrada. Porque toda vez que há confronto o policial também está em risco”. Ainda de acordo com o especialista, “a ação policial perfeita, e que deve ser comemorada, é aquela em que não há confronto e o suspeito é preso”.
Bilibio alega que em 4 de julho de 2019 foi abordado por policiais civis na região da Avenida Paulista e levado para o 73 DP, na zona norte da capital paulista. Segundo ele, na delegacia os policiais o acusaram de ser traficante e amigo de bandidos. Disseram, ainda, que ele havia aplicado um golpe em um empresário amigo de um dos investigadores daquela delegacia.
Para libertá-lo os policiais exigiram R$ 2 milhões da vítima. Bilibio fez algumas ligações telefônicas e conseguiu arrumar a princípio R$ 450 mil. O empresário foi levado nas proximidades de seu escritório, na região da Paulista, e um funcionário seu, o motorista, entregou o dinheiro para os corruptos.
Ainda de acordo com a vítima, outros R$ 550 mil foram entregues no dia seguinte na própria delegacia por um motorista e um segurança dele. Os agentes, no entanto, queriam mais R$ 1 milhão. O empresário, assustado pelas agressões e ameaças de morte recebidas na delegacia, e também cansado das extorsões, resolveu contar tudo para os seus advogados.
Ele foi orientado a denunciar o caso ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), de Santos, órgão subordinado ao Ministério Público Estadual de São Paulo.
Documento enviado por Bilibio aos seus advogados e ao Gaeco | Foto: Reprodução
Três dias depois do sequestro e extorsão, ocorridos em São Paulo, Bilibio sofreu nova intimidação. Segundo o empresário, o tenente da Rota José Ricardo Narlich Júnior o abordou em um shopping center de Santos a mando do empresário amigo dos policiais do 73 DP e o ameaçou.
Depois de denunciar os policiais civis e militares, Bilibio deixou o Brasil. Ele foi para Orlando, nos Estados Unidos, e teme pelas integridades dele, da mulher e dos filhos. Em um relatório de 12 páginas feito e entregue a seus advogados e ao Gaeco, ao qual a Ponte teve acesso, o empresário diz ter medo da polícia civil e, principalmente, da Rota, tropa a qual ele afirma sempre ter defendido.
Na última segunda-feira (30/9), a Secretaria da Segurança Pública divulgou nota informando que foram presos um investigador, três PMs e o empresário acusado de extorquir Bilibio. Ao todo, foram expedidos dez mandados de prisões. A SSP não divulgou o nome dos acusados.
A Ponte apurou nesta quarta-feira (2/10), junto ao presídio militar Romão Gomes, que o tenente Narlich, da Rota, está recolhido naquela unidade prisional. A reportagem não conseguiu contatar o advogado do tenente
Eu fui e sou perseguido até hj:
…
por ter ideais,
por um dia ter acreditado nas Polícias e na Justiça,
por ter sido leal aos pares e aos superiores hierárquicos,
por dar as maiores produções e as melhores canas,
por não ser puxa saco,
por ter conquistado o pouco que tenho e muito o que perdi com árduo labor, sem canalhice e putaria…
Pq sou apenado até hj?
Pq sou perseguido até hj?
Pq não encontrei a paz?
Será que esse grupo possibilitaria esperanças concretas de Justiça?
Os FDPs do Ferreirinha e do Chupiscolé, até hj não foram presos e jamais serão sancionados por qualquer coisa.
Todo pelo qual lutei, me doei, acreditei e vivenciei um sacerdócio, abneguei e abir mão, serviu apenas para me foder…
Até acidentes com vtr onde era vítima, e o terceiro pagou e reconheceu a culpabilidade e não houve ônua para o Estado, desarquivaram e tentaram de tudo para me entubar…
Tentaram me matar algumas vezes, buscando silenciar…
Hj repercute na memória, monodia…
Somente para os policiais, na grande maioria, pobres e desapadrinhados, nunca existirá justiça e sempre estarão na mira das estatísticas da Corró.
Diga-se de passagem, enquanto o irmão de um Delta, tbm majura, tentou me bater e percebeu que apanharia de volta, ainda que algemado, os demais PCs do Dop me trataram com a máxima dignidade e respeito e isenção que as forças ocultas e os interesses escusos, deixaram, pena que as polícias são as putas políticas…
A disparidade entre os salários pagos a delegados da Polícia Civil em cada Estado do país pode chegar a R$ 15.381, de acordo com levantamento feito pelo Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo).
O Mato Grosso é o Estado que paga o maior salário aos profissionais (R$ 24.451), enquanto São Paulo tem o 2º pior valor (R$ 9.888). Os paulistas ficam à frente somente de Pernambuco (R$ 9.070). O Poder360 preparou 1 infográfico com os dados levantados pelo Sindpesp:
FALTAM DELEGADOS
Em Goiás, 2ª unidade da Federação que melhor paga seus delegados (R$ 21.615), há apenas 336 profissionais nessa função. Proporcionalmente, o Estado dispõe de apenas uma pessoa na função para cada 20.887 moradores. Já em São Paulo, a proporção é de 1 para cada 17.749 moradores
São Paulo tem 4,8 vezes mais delegados de polícia que o Rio de Janeiro: 2.587 contra 530. A defasagem na Polícia Civil fluminense fica ainda mais escancarada no cruzamento do total de delegados com o tamanho da população do Estado: há só 1 profissional para cada 32.575 moradores.
ESCRIVÃES E INVESTIGADORES
O Amazonas tem o melhor salário para escrivão: R$ 9.613. O valor é 157,5% superior ao que é pago pelo Ceará, que tem a pior remuneração para o cargo (R$ 3.733).
A diferença é semelhante para a função de investigador da Polícia Civil. No Distrito Federal, as duas carreiras têm remuneração de R$ 8.699. O DF é o 2º ente federativo que melhor remunera escrivães e investigadores. Para os delegados da Polícia Civil, no entanto, o salário pago é apenas o 12º mais alto do país.
Operação Calabar prende 8 guardas civis por infrações penais em Bebedouro, SP
Comandante da GCM afirma que agentes se apropriavam de drogas e dinheiro apreendidos. Polícia Civil cumpriu 16 mandados de busca e apreendeu armas, munição e entorpecentes.
Por G1 Ribeirão Preto e Franca
Oito guardas civis municipais foram presos na manhã desta terça-feira (1º) em Bebedouro (SP) no âmbito da Operação Calabar por suspeita de infrações penais, como se apropriar de drogas e dinheiro apreendidos. A Polícia Civil também cumpriu 16 mandados de busca e apreensão.
Em nota, a Delegacia Seccional de Bebedouro informou que os agentes cumprirão prisão temporária por cinco dias. Durante as buscas foram apreendidas porções de maconha, crack e cocaína, armas, munições, rádio comunicadores e celulares.
O comandante da Guarda Civil Municipal (GCM), Luís André Rosa Junior, contou que a investigação contra os agentes teve início há oito meses, depois que a Corregedoria passou a receber denúncias de que eles ficavam com parte de drogas e dinheiro apreendidos.
“Alguns GCMs, no ato da abordagem, não apresentavam todo o entorpecente encontrado ou não apresentavam todo o dinheiro encontrado, e que eles estariam subtraindo esse material, tanto o dinheiro, quanto o entorpecente, ficando com eles mesmos”, disse.
Armas e munições apreendidas na Operação Calabar em Bebedouro, SP — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Rosa Junior encaminhou o caso à Polícia Civil e ao Ministério Público. A partir de escutas telefônicas realizadas com autorização da Justiça, os investigadores descobriram o esquema envolvendo oito guardas civis, alvos de mandado de prisão nesta terça-feira.
“Existem indícios de que eles utilizavam parte do entorpecente talvez para forjar algum tipo de prisão de algum elemento que não conseguiam pelos meios naturais, e existem indícios de que parte do recurso era acoplada a recursos próprios para subsistência”, afirmou.
Segundo a Delegacia Seccional de Bebedouro, a operação contou com a participação de 50 policiais civis, além de integrantes da própria GCM, liderados pelo delegado Mário Jose Gonçalves.
O nome da operação remete a Domingos Fernandes Calabar, senhor de engenho que, após ingressar nas forças armadas portuguesas, “acabou traindo seus irmãos de armas para favorecer à invasão dos holandeses” em território brasileiro.
Armas, celulares e drogas apreendidos na Operação Calabar em Bebedouro, SP — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Ainda segundo o comandante da GCM, os agentes presos representam uma parcela pequena da corporação e também são alvos de procedimentos investigatórios internos na Corregedoria.
“Contamos sempre que o agente de segurança pública vá trabalhar para a população e não para o crime organizado. Foi motivo de bastante tristeza da nossa parte. Mas, a Guarda Civil preza pela transparência, pela retidão do trabalho e não vamos admitir nenhum tipo de desvio de conduta”, disse