Aposentados da PM – autointitulados veteranos – supostamente instrumentalizados pelo Major Olímpio – levam descompostura de João Doria: “vagabundos…aposentados com o dinheiro da população que trabalha sem benefícios” ! 19
‘Vai pra casa, vagabundo; vai pra casa, aposentado’, grita Doria a manifestantes em SP
Grupo pró-Bolsonaro realizou protesto durante discurso do governador tucano no interior de SP
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), discutiu com manifestantes que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante evento em Taubaté, interior paulista, na noite desta terça-feira (15).
Desde a chegada de Doria à avenida do Povo, onde aconteceu o evento, ao menos seis integrantes do grupo Movimento Conservador discursavam contra o governador.
Munidos com um microfone e cartazes, os manifestantes gritavam: “Pinóquio”, “Pinóquio do pau oco” e “Doria surfou na ‘onda Bolsonaro’”.
“Vai pra casa, vagabundo! Vai comer sua mortadela com a sua mãe, seu sem vergonha”, gritou o tucano em resposta. “Vai cobrar do Major Olímpio seus ‘duzentinho’ para vir aqui falar bobagem no microfone. Vai pra casa, aposentado”, afirmou Doria, que participava do Feito em SP, uma competição que faz parte do programa SP Gastronomia.
Por pelo menos três vezes durante sua fala, Doria se voltou contra o grupo, sempre citando o senador Major Olímpio, do PSL, partido de Bolsonaro.
O grupo de manifestantes também lembrou o “Bolsodoria”, parceria eleitoral adotada por apoiadores do tucano no segundo turno da campanha no ano passado.
Nos últimos meses, Doria se descolou de Bolsonaro, com quem trocou farpas. Os dois são apontados como possíveis adversários em uma campanha presidencial de 2022.
Logo no início do discurso no evento de Taubaté, em cima do palco montado no local, Doria mandou um recado para o grupo de manifestantes.
“Boa noite para o verdadeiro povo de Taubaté que trabalha. E não os que atrás de mortadela e dinheiro de Major Olímpio. Vai beijar o pé do Major Olímpio que perdeu as eleições de São Paulo pra mim”.
Doria foi defendido pelo prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), e pelo secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. “Aqui você tem um soldado briguento para te defender, governador. E vocês [manifestantes] vão chorar na cama que é lugar quente”, discursou o prefeito de Taubaté.
No evento, o governador divulgou parte de um investimento de R$ 15 milhões de um total de R$ 40 milhões para obras viárias em Taubaté —os outros R$ 25 milhões serão investidos pela prefeitura.
No último dia 11, enquanto Bolsonaro foi recebido aos gritos de “mito” na formatura de sargentos da Polícia Militar em São Paulo, Doria foi alvo de vaias da plateia formada por familiares dos formandos.
No mês passado, Bolsonaro afirmou à Folha que Doria é uma “ejaculação precoce”. Já o governador passou a dizer que não é bolsonarista, embora tenha adotado o mote “Bolsodoria” para se eleger no segundo turno da eleição passada.
No evento da PM no dia 11, a presença de Doria foi criticada pelo senador Major Olímpio. Ele se mostrou surpreso quando a imprensa o avisou da presença do governador. “Eu espero que não [venha], acho que Doria não vem. A ausência dele vai me alegrar”, disse.
O senador publicou em seu Twitter na ocasião o momento em que Doria era vaiado, enquanto Bolsonaro era aplaudido. Vídeo semelhante foi publicado por Carlos Bolsonaro, filho do presidente, com crítica velada a Doria
“Família militar” instrumentalizada pelo Major Olímpio para constranger João Doria causará sérios danos aos policiais militares cabresteados pelo projeto pessoal do senador que sonha ser o futuro Fleury Filho 75
Doria diz que foi alvo de ‘vaia orquestrada’ e chama senador de ‘ativista de rua’
Governador de São Paulo diz que gritos recebidos na sexta-feira, em evento ao lado de Bolsonaro, foram ação “orquestrada” pelo senador Major Olímpio (PSL)
14 de outubro de 2019 | 16h54
14 de outubro de 2019 | 16h54
SÃO PAULO – O governador João Doria (PSDB) disse que as vaias que sofreu na última sexta-feira, quando estava ao lado do presidente Jair Bolsonaro, em um evento da Polícia Militar no Anhembi, foram “orquestradas” pelo senador paulista Major Olímpio (PSL) e que elas “não têm nenhum valor”. Ele chamou o senador de “ativista de rua” que tem “comparsas”.
“Vaia orquestrada, para mim, não tem nenhum valor. O nosso (senador) Olímpio, assim como o tal Major Meca e o Gil Diniz (ambos deputados estaduais de São Paulo pelo PSL), montaram uma operação com um conjunto de pessoas, com o objetivo exatamente de criar constrangimentos ao governador de São Paulo, aliás como já fez o dito Major Olímpio outras vezes com o governador Geraldo Alckmin”, disse.

“Eu presenciei isso duas vezes como prefeito da cidade de São Paulo. O mesmo Olímpio orquestrando vaias de algumas pessoas, não de todas nem da maioria, para o então governador Geraldo Alckmin”, afirmou o governador.
O evento era uma formatura de sargentos da PM. O presidente foi aplaudido pelo público presente. Doria tentou afagar o presidente no evento, dizendo que ele era um “amigo dos brasileiros de São Paulo”. Bolsonaro citou protocolarmente o governador em seu discurso. Desde junho, os dois têm levantado o tom das críticas mútuas, antecipando a disputa eleitoral em que ambos devem se envolver em 2022.
“É lamentável que um senador da República aja como um ativista de rua proporcionando um péssimo espetáculo. Pergunte aos policiais militares que estão aqui se eles concordam com aquilo, se eles concordam com a atitude do Major Olímpio e dos seus comparsas, seus amigos, para fazer esse tipo de atitude”, disse Doria.
Questionado pelo Estado sobre as declarações do governador, Olímpio enviou um vídeo em que diz que a vaia foi “histórica” e que ela foi resultado da “falta de atitude” do governador com as categorias da polícia. “Fiz o mesmo com o Alckmin e ele teve 4% nas eleições presidenciais”, disse o senador, dizendo que irá repetir a ação com o governador.
Uma polícia para o Século XXI: a Carreira Única e o Ciclo Completo da Ação Policial 17
- CONJUR
É uma tarefa complexa demonstrar a vocês, prezados leitores, no reduzido espaço de um pequeno artigo jornalístico, a urgente necessidade de reestruturação e modernização da Segurança Pública, tendo em vista que demandaria explicações mais detalhadas, começando com a origem histórica de nosso sistema criminal e sua precária evolução até chegar aos dias atuais. Infelizmente, vemos hoje arrojadas disputas por concentração do poder administrativo, vaidades pessoais exageradas e dissimuladas que têm como suporte o corporativismo egocêntrico alimentado por específicas associações classistas que não se importam com os limites do bom senso humanitário e os interesses da sociedade brasileira. Contudo, sigamos em frente nesse exercício reflexivo, iniciando a explanação com um resumidíssimo retrospecto histórico.
A Intendência Geral de Polícia foi criada em 1808 com a chegada do Príncipe Regente Dom João, que trouxe toda a Corte Portuguesa para a colônia brasileira e aqui instalou a Família Real em virtude da fuga do bloqueio continental na Europa executado por Napoleão Bonaparte e suas tropas invasoras. Nosso monarca lusitano em solo brasileiro nomeou um Intendente Geral para executar a política criminal e proteger permanentemente a comitiva real dos ataques de criminosos “degredados” que infestavam a recém-instalada corte no Rio de Janeiro e todos os demais vilarejos brasileiros. Em 1809 foi criada a Divisão Militar da Guarda Real. Na sequência histórica, a Constituição Imperial de 1824 começou a delinear uma política criminal associada à atividade da magistratura. Em um salto cronológico que merece referência, no ano de 1866, por intermédio do Decreto Imperial 3.598, foi fragmentada a corporação militar real, que atuava também na atividade policial, tendo em vista a instabilidade política à época (abdicação de Dom Pedro I e o receio de golpe republicano), criando-se duas corporações distintas: a Guarda Urbana (Polícia Civil) e a Polícia Militar da Corte (PM com função ostensiva). Com esse evento, inaugurou-se a atividade policial de ciclo incompleto que lamentavelmente perdura até hoje e a vincula a um tenebroso passado de ineficiência, morosidade e injustiça. Na sequência, foi criado o Inquérito Policial no ano de 1871, outorgado pelas mãos da Princesa Isabel (na ausência de Dom Pedro II), por meio da Lei 2.033, e regulamentado pelo Decreto 4.824, que permanece até hoje como principal instrumento de investigação criminal e, pasmem vocês, possui ainda a mesma base ideológica com a qual foi criado (Termo Circunstanciado Escrito) das Ordenações Manuelinas e Filipinas.
Esse arcaico instrumento de investigação (Inquérito Policial), há muito tempo foi extinto e substituído em todos os países do mundo por ferramentas mais modernas, inclusive em Portugal, que o trouxe para nossa “terra brasilis”. Com o passar dos anos, o citado IPL ficou ainda mais ineficiente e moroso, tendo em vista a ampliação da “cultura negativa” das “autoridades policiais” que o presidiam e o transformaram em um procedimento cartorário volumoso, burocrático e desprovido de qualquer sentido lógico para a investigação criminal, que deveria ser originariamente célere e eficiente. Este é o extrato doutrinário que vocês necessitam compreender para exigirem dos parlamentares o ato político corajoso que possa iniciar a verdadeira mudança e reestruturação da Segurança Pública, sem que se sintam coagidos pelas associações classistas das chamadas “autoridades policiais”.
Vivemos hoje diante dos alarmantes resultados decorrentes do fenômeno criminológico que fazem a população viver em constante ameaça, sob as diretrizes cruéis de facções criminosas avançando cada vez mais em virtude da péssima gestão administrativa da área de Segurança Pública. Por isso, devemos analisar minuciosamente a síntese da doutrina originada na Ciência Policial e a evolução empírica conquistada pelos profissionais dessa mencionada área trazendo opções claras de modernização, seguindo o padrão dos países evoluídos e das democracias liberais consolidadas pela comunidade internacional.
Surgem então o projeto da carreira única, com entrada pela base, e o ciclo completo da ação policial, que viabilizará também um novo instrumento de investigação criminal, delineando modernas técnicas operacionais para as corporações policiais brasileiras. Essas propostas visam à eficiência, competência, celeridade, meritocracia na gestão da atividade policial e imediata redução e controle da criminalidade.
A implementação do “ciclo completo” da ação policial e a valorização dos operadores de segurança pública instituindo-se a “carreira única” com ingresso na base e promoções funcionais que visem a estimular o profissional dessa área a progredir e atuar nos mais elevados postos de comando da corporação por intermédio da evolução técnica e meritocrática são o primeiro passo rumo à modernidade do sistema policial brasileiro.
Atualmente, existem legítimos movimentos sindicais dos profissionais das bases das carreiras policiais que reivindicam a modernização e reestruturação da área policial com a implementação de projetos como, por exemplo, o Oficial de Polícia Civil (OPC) do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe – SINPOL/SE; o Oficial de Polícia Judiciária (OPJ) do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará – SINPOL/CE, além de diversos outros projetos que pleiteiam a verdadeira execução das atividades policiais como um serviço público que deve ser prestado com qualidade e eficiência à população, sempre angustiada e preocupada com a efetiva proteção social. Todos esses projetos têm sua origem versada na PEC 361, de 03/12/2013, conhecida como a PEC do FBI, que almeja transformar a Polícia Federal em modelo de eficiência, celeridade e competência, tendo como modelo a agência federal americana (FBI), pleiteando implementar o projeto Oficial de Polícia Federal (OPF), patrocinado pela Federação Nacional dos Policiais Federais – FENAPEF.
Vale ressaltar, com veemência, que a mencionada “carreira única” não é uma aventura administrativa inconsequente a ser implementada. Ao contrário, existe uma experiência funcional comprovada que é a eficiente atuação da Polícia Rodoviária Federal – PRF, dentre as corporações policiais elencadas no Art. 144 da CF de 1988. Sendo a única que está organizada nesse modelo de “carreira única”, a PRF tem efetiva operacionalidade e alto nível de produtividade. Não existe nela a esdrúxula figura da “autoridade policial” que se autodenomina “excelência” e fica executando investigação criminal em “gabinete climatizado”, onde as referidas atividades ficam voltadas para a burocratização da investigação policial centralizadora por meio do Inquérito Policial. Figuras essas que nutrem a expectativa de que esse cargo da carreira policial seja considerado uma carreira jurídica (sem abrir mão da natureza policial) e a pretensão de ser comparada com as autoridades judiciárias e ministeriais, inclusive no tocante a prerrogativas e vultosos salários. É isso o que o Ministério Público Federal tem adjetivado de “magistratura armada”, uma aberração jurídica que não existe em lugar nenhum do mundo civilizado. A atividade policial não tem natureza jurídica. É um serviço público estatal inquisitivo que deve possuir natureza transdisciplinar.
A mencionada PRF possui o escalonamento dos cargos, que se inicia na base e, por intermédio de promoções por tempo de serviço e mérito, vai ascendendo em escala vertical de níveis. Somente chega ao último degrau técnico quem possui somatório de experiência funcional e mérito acadêmico, transformando esse órgão policial no mais eficiente de todos relativo à apreensão de drogas e ao controle do tráfego rodoviário nacional.
A “carreira única” com acesso exclusivamente pela base proporciona um desenvolvimento profissional cumulativo do conhecimento dogmático, que se transforma em eficiência, celeridade e demonstração inequívoca de competência funcional. Os cargos de chefias que gerenciam e comandam as instituições policiais devem ser preenchidos com a escolha de servidores de carreira vocacionados e selecionados por mérito técnico. O resultado da investigação criminal preliminar eficiente é a soma dos esforços dos operadores da segurança pública em prol da comunidade. Os elementos colhidos nas diligências policiais por investigadores que seguem “padrões de ação” legitimados pela sociedade devem ser analisados e sintetizados em minucioso relatório, como preceitua o Código de Processo Penal, para serem encaminhados diretamente ao titular da ação penal, que é o órgão do Ministério Público, deixando definitivamente no passado o referido instrumento apuratório medieval (1871) e inaugurando uma nova fase de evolução no sistema processual penal e na política criminal brasileira.
O “ciclo completo” da ação policial é o complemento da modernização nas corporações policiais, que carecem de fundamentação jurídica para suas atribuições e competências constitucionais, eliminando o conflito funcional e dando-lhe estabilidade na forma de atuação.
É preciso utilizar-se da Ciência Policial para entender o fenômeno criminológico, tendo em vista ser o delito uma ação antijurídica que infringe preceitos da ética e se constitui em dois elementos básicos: a agressão social e a reação sancionatória. Portanto, toda proposta que se fundamenta no “expansionismo penal” e “redução da maioridade penal” não surtirá o efeito imediato desejado de redução da criminalidade, embora tenha uma impressionante ressonância social, repetida o tempo todo por cidadãos, sobre a necessidade de aumento do rigor punitivo estatal. No entanto, trata-se de um cristalino atestado de desespero e angústia da população, porque é extremamente difícil sensibilizar os parlamentares para que tenham a coragem de iniciar as mudanças estruturais adotando um novo modelo de Segurança Pública, tendo em vista a científica identificação das causas originárias e cíclicas da violência nesse ultrapassado sistema: o falido modelo de investigação criminal, as estruturas arcaicas das corporações policiais e o baixo índice de resolutividade dos crimes, gerando a impunidade.
A reforma do sistema processual penal é o passo final rumo à consolidação de uma política criminal moderna que se fundamente nas garantias individuais e coletivas e que seja rígida no nível necessário ao cumprimento da pena em instalações de custódia que propiciem condições dignas de ressocialização, sendo gerenciadas por um “Estado organizado” e não pelo “crime organizado” em suas cruéis e sangrentas rebeliões.
A ideia da “carreira única” nas corporações policiais sofre forte pressão contrária dos cargos dirigentes das referidas instituições (delegados e oficiais PM), que, por absurda atitude corporativa sectária, preferem acolher um inexperiente cidadão que ingressa no topo da carreira, com treinamento insuficiente, ao invés de criarem possibilidades internas de progressão aos postos de comando, por meio de cursos de aperfeiçoamento e treinamento seletivos, baseados na meritocracia de acessibilidade por intermédio da “carreira única”.
Enquanto isso, em decorrência da péssima gestão administrativa, nota-se o completo absurdo quando os dirigentes das próprias corporações policiais violam os direitos básicos de seus servidores, não lhes pagando horas extras, diárias, adicionais noturnos e tantas outras conquistas trabalhistas básicas, independentemente de quaisquer argumentações falaciosas sobre a diferença entre os regimes celetista e estatutário.
Também é muito comum as equipes de policiais liderarem e coordenarem as missões comunicando-se com seus próprios aparelhos de telefones celulares, tendo em vista que os sistemas de telecomunicações adquiridos por valores absurdos com recursos públicos para serem utilizados pelos órgãos policiais funcionam de maneira precária e quase inservível, posto que foram escolhidos por dirigentes inabilitados, que desconhecem as necessidades diárias da atividade policial ou não possuem habilidade administrativa de gestão para a atividade pública estatal.
Muito mais inadmissível ainda é saber que um policial, no desempenho de sua honrosa função de manutenção da ordem, ao vitimar um criminoso, não possui assistência jurídica estatal para a sua defesa técnica e necessita arcar com os honorários de advogado contratado às suas expensas, caso queira ser assistido adequadamente. Até hoje, os governantes nunca se preocuparam com essa temática. Soma-se às citadas deficiências também à precariedade na assistência à saúde dos profissionais da segurança pública e seus familiares, em que se observa um total desinteresse do governo em lhes proporcionar o devido apoio como a instituição de plano de saúde que lhe dê o devido suporte na estruturação da família. Assim, imagina-se que melhores dias ainda virão e a área de segurança pública conquistará seu devido reconhecimento para desenvolver com eficiência suas atribuições em defesa da sociedade brasileira.
São muitos os aventureiros políticos que apresentam fórmulas milagrosas e inócuas para o controle da criminalidade e transformam a Segurança Pública e seus operadores em verdadeiro “laboratório” de experiências desastrosas ou inócuas. Desperdiçam recursos orçamentários sempre escassos que, em primeira visão, essa tradicional política para o setor (ou a completa ausência dela), com reiteradas improvisações e acertos, podem parecer medicamentos potentes, mas em realidade são venenos extremamente fatais. Essas medidas desproporcionais e sem fundamento criminológico demonstram o completo desespero de um povo que não consegue escolher adequadamente e confiar em seus representantes parlamentares, que demonstram estar preocupados apenas com seus próprios interesses, embora o discurso geral seja outro.
É preciso modernizar toda a estrutura da Segurança Pública e o primeiro passo rumo à modernidade é a instituição da carreira única com entrada única pela base para ser implementada no ciclo completo da ação policial, valorizando os profissionais de todas as corporações policiais. É necessário dar-lhes apoio psicológico, social, médico, odontológico, jurídico, plano de carreira adequado e funcional, além de atribuir-lhes salários justos e dignos para o exercício de uma profissão que requer pessoas extremamente vocacionadas e avessas ao “exibicionismo” patético (estatal ou pessoal) que somente lhes expõem a vida à vingança privada dos criminosos, criando uma falsa ideia de que a carreira policial é glamourosa, tranquila e estável.
Roberto Darós é advogado criminalista, mestre em Direito Processual Penal (UFES), professor de pós-graduação em Ciências Penais e Segurança Pública (UVV), especialista em Ciência Policial e Investigação Criminal na Escola Superior da Polícia Federal (ESP/ANP/PF).
Revista Consultor Jurídico, 13 de outubro de 2019, 6h0
CARTA DE UM EX-TIRA QUE VIROU PM 62
CARTA DE UM EX-TIRA QUE VIROU PM
Eu era um feliz investigador de polícia. Era cobrado, tinha que fazer produção, dar canas e esclarecimentos, mas, apesar disso, tinha um horário flexível, uma viatura que usava tanto para trabalhar como para resolver assuntos meus e liberdade para fazer minhas atribuições do meu jeito e sem dar ouvidos a pitacos de superiores. Alguns chefes e delegados pegavam no meu pé de vez em quando, mas bastava eu me impor, que eles paravam de me perturbar.
Apesar das reclamações que eu fazia de vez em quando e do salário baixo que ganhava, não podia reclamar da minha vida de investigador. Pra falar a verdade, a minha vida de tira era bem gostosa, flexível, e sossegada, mas como qualquer outra, um pouco estressante.
Apesar disso, lendo as postagens do Sr. JAMIRO aqui no flit paralisante, resolvi tomar uma atitude, largar minha vida mansa de tira e prestar concurso para a POLÍCIA MILITAR, afinal trata-se de uma corporação muito organizada e gloriosa, na qual eu podia chegar a ser Sargento (vejam só que maravilha), e ter todas as benesses da carreira militar e me aposentar cedo.
Finalmente fiz o concurso da PM, fiquei um ano na escola de soldados, marchando todos os dias debaixo do sol forte, cantando hinos maravilhosos, acordando às 5h da manhã todos os dias, gritando como um louco até ficar rouco nos treinamentos, me esfregando na lama e falando “SIM SENHOR” até para a porta. Já ia me esquecendo, aos finais de semana eu ficava preso na escola por ter feito corpo mole ou cara feia. Foi uma maravilha.
Passada essa época gostosa da escola militar, hoje estou trabalhando em um batalhão e, mesmo eu tendo nível superior, pois era investigador, recebo ordens de oficiais, que são de nível médio, mas que são maravilhosos, pois possuem patente superior e uma estrela na farda, o que, de acordo com o que aprendi na PM, faz dele um ser iluminado, algo em que acredito piamente.
Sou muito grato aos conselhos do JAMIRO, pois larguei minha vida mansa de tira e hoje sou militar com muito orgulho. Não consigo mais usar a viatura para nada, não tenho mais o horário flexível e tenho que trabalhar exatamente do jeito como mandam. Minha mulher tem que passar a minha farda até ficar sem nenhum amassado, enquanto eu engraxo meus coturnos. Tenho que fazer a barba todos os dias e cortar o cabelo toda semana. Bato continência aos oficiais de nível médio, e obedeço cegamente às suas ordens, caso contrário serei preso ou demitido merecidamente. Tenho a vida dos sonhos.
Muito Obrigado, JAMIRO.
VIVA A POLÍCIA MILITAR!
ASSINADO: NINGUÉM.
Moro descarta unificar Polícia Civil com a Militar 7
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, descartou uma possível unificação entre as polícias civis e militar. “Não vai haver integração entre polícia civil e militar, mas todas as polícias podem trabalhar juntas e compartilhar bancos de dados e informações. Precisamos integrar mais as ações de nossas instituições”, disse Moro, destacando a criação da Secretaria de Operações Integradas.
As declarações foram feitas durante em painel de abertura no segundo dia do Fórum de Investimentos Brasil 2019. O evento, realizado em São Paulo, é organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Entre as ações integradas, Moro destacou a operação realizada em conjunto pelo governo federal e pelo governo do Estado de São Paulo na transferência da cúpula da facção do PCC para presídios federais de segurança máxima. A Força Nacional também foi destacada no discurso do ministro, especialmente, ao lembrar da crise de segurança no Ceará, ocorrida no início do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
Como resultado da integração entre polícia federal e estadual, Moro ressaltou a apreensão de volume expressivo de cocaína e interdição de plantações de maconha. Moro também abordou o tema da segurança das fronteiras e mencionou a criação do escritório integrado de Forças de Segurança, em Foz do Iguaçu (PR), com presença de polícia rodoviária, federal e civil para combater contrabando, lavagem de dinheiro e terrorismo. “Boa parte da criminalidade no Brasil envolve disputa por mercados ilícitos”, afirmou ministro no evento.
Governo quer mexer em carreira e estabilidade de servidor; o que pode mudar 11
Resumo da notícia
- Ministério estuda regras para contratação, promoção e demissão de servidores públicos
- Governo quer aproximar salários de servidores ao de profissionais da iniciativa privada
- Equipe econômica ainda planeja diminuir carreiras e restringir estabilidade
- Proposta deve ser apresentada neste mês e depois será enviada ao Congresso
Com a reforma da Previdência prestes a ser aprovada pelo Senado e começar a valer, o Ministério da Economia estuda mudanças na estrutura do funcionalismo público para seguir o objetivo de diminuir os gastos do governo e equilibrar as contas. A reforma administrativa deve estabelecer novas regras para contratação, promoção e demissão dos servidores.
O governo ainda elabora as medidas que estarão no projeto a ser enviado ao Congresso, mas já deu algumas informações nas últimas semanas sobre o que pode constar nele, como salários mais próximos dos da iniciativa privada e grande redução do número de carreiras.
Menos estabilidade
Uma das medidas estudadas é o fim da estabilidade de parte das carreiras. A estabilidade dificulta a demissão.
Atualmente, há dois tipos de servidor: os com estabilidade e os comissionados, que entram no cargo por indicação política.
A equipe estuda ampliar para cinco tipos. O comissionado seguiria nos mesmos moldes. Já os demais trabalhariam os dois primeiros anos como uma espécie de trainee, sendo efetivados apenas após avaliação de desempenho.
Caso aprovados, eles poderiam se enquadrar em três categorias diferentes: sem estabilidade (podendo ser demitidos sem justa causa), com estabilidade (para carreiras específicas, sujeitas a pressões, como auditores) e por tempo determinado (em que não é possível seguir carreira e há um limite máximo de tempo no cargo)
O tema da estabilidade, porém, é considerado sensível. Na segunda-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro negou que vá acabar com a estabilidade, após o jornal “Correio Braziliense” publicar reportagem sobre o assunto.
Número menor de carreiras
Atualmente, há mais de 300 carreiras, com cerca de 3.000 cargos no serviço público. O governo quer reduzir bastante esse número.
A diminuição é uma das recomendações do Banco Mundial, em estudo apresentado na quarta-feira (9). A maior parte das sugestões está em acordo com o projeto planejado pelo governo.
A entidade defende, por exemplo, que profissionais consigam entrar na carreira em níveis mais elevados, por meio de concurso, seguindo modelo de contratação do Reino Unido.
Atualmente, servidores entram no primeiro nível. Com a mudança, seria possível atrair profissionais mais experientes e com ideias novas ao serviço público, de acordo com o Banco. A ideia está sendo analisada pela equipe econômica.
Salários menores
O governo pretende aproximar o salário pago aos servidores do que recebem profissionais com experiência e cargos equivalentes na iniciativa privada.
O Banco Mundial afirma, em seu estudo, que o nível de salários dos servidores federais é quase o dobro que o de empregados do setor privado com as mesmas características de escolaridade, gênero, cor de pele, idade e atividade profissional.
Entre as medidas estudadas, estão a redução dos salários de entrada e a reestruturação da progressão para que o servidor só chegue ao teto no final da carreira.
A equipe também estuda a revisão de benefícios, como o sistema de licenças e gratificações, além de acabar com a progressão automática por tempo de serviço e implantar um sistema de avaliação de desempenho mais rigoroso.
Para quem vai valer?
As mudanças só afetariam novos servidores, segundo o secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel. Quem já está no funcionalismo não seria afetado, por ter direito adquirido.
Sem dar detalhes do projeto, Uebel disse que a equipe econômica ainda está elaborando a medida, mas deve concluir neste mês. Depois, o texto passará pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro. Só então, seguirá para o Congresso.
Não acabou, tem que acabar… Tem que acabar? 2
Artigo | Não acabou, tem que acabar… Tem que acabar?

13/10/19 por Alexandre Felix Campos, do Movimento dos Policiais Antifascismo
A frase afronta o soldado policial, sufocado e menosprezado por uma estrutura cruel, e não ataca aquilo que precisa ser mudado
A segurança pública no Brasil nunca foi tratada de forma prioritária, profissional e técnico-científica. O afastamento dos setores mais progressistas no debate sobre segurança pública permitiu que uma parcela conservadora e com interesses espúrios nas ações de Estado, realizadas pelas polícias, se apoderasse, integralmente, do debate e legitimasse seu discurso de ódio e intolerância às diferenças. Isso fica evidente nas ações de extermínio dos diferentes, como se tais ações fossem a realização da vontade popular.
As “esquerdas” vão às ruas e gritam suas palavras de ordem que pedem o fim da Polícia Militar, afrontando única e exclusivamente aquele “soldado policial”, que já está sufocado e menosprezado por uma estrutura cruel com os trabalhadores de suas bases. Estrutura imprópria, anacrônica e ineficaz para exercer o papel primordial da polícia, que é a participação efetiva na gestão da “polis”, na preservação da paz pública e a garantia dos direitos.
Enquanto isso, pesquisas apontam que no interior das instituições policiais é crescente o desejo pela desmilitarização e pela construção de um novo modelo de segurança pública.
Nas bases das instituições tem vida pensante que elabora, propõe e tem total capacidade de executar um projeto de uma polícia cidadã, garantidora de direitos. No entanto, o status quo despreza tais manifestações e as sufocam violentamente, a fim de manter o estado das coisas como são, privilegiando elites e atuando na defesa de interesses privados.
É bastante curioso ainda, que quando o campo progressista ascende ao poder, em quaisquer instâncias e representações, corre para se encontrar e continuar com mais do mesmo. Buscam para suas assessorias, secretarias e postos chaves, pessoas que sempre estiveram no comando daquilo que não se quer mais. Não cria.
Não acabou. Tem que acabar? O fim só ocorrerá com um novo começo.
Acredite: o novo começo está nas suas mãos e nas mãos daquele soldado que você despreza e grita pedindo o seu fim.
Sim, ele também quer o fim dessa estrutura. Ele não quer mais ser um mero soldado, ele quer ser reconhecido como trabalhador.
Ninguém solta a mão de ninguém. E aí? Vamos dar as mãos também aos amiguinhos de farda? De mãos dadas poderemos salvar o mundo.
Por uma polícia cidadã e garantidora de direitos, o Movimento dos Policiais Antifascismo vem atuando como uma ponte entre a sociedade civil e o interior das instituições policiais. E aí, vem com a gente?
(*) Alexandre Felix Campos, Investigador de polícia em São Paulo há 20 anos e membro-fundador do Movimento dos Policiais Antifascismo
OLAVINHO E SEUS PICARETAS AMADORES
Do Discover no Google https://www.youtube.com/watch?v=iDELWouKNm8
Guincho…para que precisa? 11
Polícia Civil fica sem guincho à noite em São Paulo
Desde quarta-feira, a Polícia Civil do Estado de São Paulo não conta mais com o serviço de guincho durante a noite e madrugada. Agora, todas as delegacias do estado só têm o serviço disponível das 9h às 21h.
A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Raquel Kobashi Gallinati, acredita que a frota já está sucateada e que a polícia precisa desse atendimento 24 horas por dia. “Tirar esse serviço de guincho realmente é uma decisão que inviabiliza o trabalho do policial, além de colocá-lo em riscos.”
“O serviço atende não somente veículos policiais, mas qualquer carro que esteja envolvido em uma ocorrência da Polícia Civil, que também acabará ficando sem esse atendimento”, acrescenta Raquel. Segundo ela, a suspensão do serviço só irá agravar ainda mais a situação em que a frota de veículos se encontra.
Em julho, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo divulgou um relatório que mostra que muitas delegacias não têm a quantidade suficiente de carros para o trabalho policial e que as existentes necessitam de reparos constantes ou estão inoperantes
PEC da Polícia Penal – Agente penitenciário será reconhecido constitucionalmente como policial 65
Câmara aprova em primeiro turno PEC que transforma agente penitenciário em polícia
Com a proposta, que recebeu 402 votos favoráveis e 8 contrários, os policiais penais poderiam fazer a escolta e custódia de presos
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou em primeiro turno nesta quarta-feira (9) proposta de emenda à Constituição que cria a polícia penal, dando status policial para os agentes penitenciários.
Foram 402 votos favoráveis e 8 contrários. Ainda é preciso votar o texto em segundo turno para que a proposta, que já passou pelo Senado, seja promulgada.
A proposta inclui os agentes penitenciários no artigo 144 da Constituição, ao lado de policiais militares, federais, civis, rodoviários e ferroviários.
Eles serão vinculados tanto à União, no caso da polícia penal federal, quanto aos estados, no caso das estaduais e distritais. De acordo com a PEC, cabe aos novos policiais a segurança dos estabelecimentos penais.
Outras atribuições devem ser definidas por meio de lei específica de iniciativa do Executivo. Os agentes penitenciários já possuem porte de arma de fogo.
Com a proposta, os policiais penais poderiam fazer a escolta e custódia de presos. De acordo com manifesto do Sindcop (sindicato de agentes penitenciários), “a PEC da Polícia Penal não atribui poderes de polícia aos agentes penitenciários”. “Ela simplesmente reconhece como uma atividade policial o poder de polícia que o agente penitenciário já tem dentro do sistema penitenciário”, dizem.
Eles afirmam não haver conflitos entre as competências que seriam atribuídas à polícia penal e às já existentes. “A Policia Civil não quer mais exercer a função de carceragem de presos provisórios. Vale lembrar que o estado de São Paulo ainda possui cerca de 2 mil presos nas carceragens da Polícia Civil. A Polícia Militar também não quer fazer custódia e escolta de presos”, afirmam no texto. A descrição de funções específicas não consta no texto da PEC.
Durante semanas, grupos de agentes penitenciários se manifestaram em Brasília pela aprovação da proposta. Eles permaneceram no plenário durante toda a sessão.
O texto teve amplo apoio de partidos da Casa, incluindo siglas de espectros políticos opostos. Deputados de partidos da oposição, como o PSOL, falaram a favor da matéria.
Segundo deputados da oposição ouvidos pela Folha, a estratégia política foi a de evitar se colocar em uma posição que fortalecesse o discurso de aliados do presidente Jair Bolsonaro de que as siglas de esquerda sempre se posicionam contra policiais.
Em seu discurso, por exemplo, Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmou que é preciso que campos progressistas não vejam todas as polícias como contrárias aos direitos humanos e disse estar junto com a categoria para evitar a privatização de presídios.
Além disso, afirmam que a decisão pode tornar mais fácil uma regulamentação da carreira dos agentes.
O tema, porém, não é pacificado. Ao menos 38 entidades ligadas aos direitos humanos e segurança pública, como Pastoral Carcerária, Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e Conectas, assinaram carta contrária à proposta nesta segunda-feira (7).
“A criação de uma polícia penal intensifica as condições precárias dos trabalhadores do sistema penal para além de reduzir a transparência e o controle externo em um sistema prisional estruturado por problemas endêmicos de corrupção, violência e violação de direitos”, diz o texto.
10a. Romaria da Polícia Civil – Nossa Senhora Aparecida 5
Como delegado fez o caminho da cadeia – a “gratificação de coração” de eventual passou a habitual e por fim: exigência oficial 9
MP acusa policiais civis de extorsão a fazendeiros vítimas de roubo
Seis agentes, que estão presos, teriam pedido dinheiro para localizar até cabeças de gado
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O delegado João Paulo de Oliveira Marques, em Cristais Paulista (SP) — Foto: Reprodução/EPTV
Seis policiais civis do interior de São Paulo estão presos preventivamente acusados pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) de extorquir dinheiro de donos de animais e veículos agrícolas roubados ou furtados, para que as eles tivessem de volta seus pertences. Eles agiam, segundo promotores, em áreas rurais nas cidades de Rifaina (464 km de SP), Ituverava (413 km de SP) e Guará (400 km de SP).
Segundo denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), um delegado e cinco policiais civis mantinham um esquema em que cobravam dinheiro para que vítimas de roubos e furtos de animais, caminhões e veículos agrícolas, pagassem para conseguir de volta o que foi recuperado em investigações feitas pelos acusados.
De acordo com mensagens trocadas entre o delegado e um investigador de Ituverava, em 29 de outubro do ano passado, eles comentam sobre o pagamento para a devolução de um trator roubado que foi recuperado em uma investigação feita pelos acusados.
Na conversa, o delegado, segundo o MP, pergunta em código se haverá pagamento para que devolvam o veículo. O investigador responde positivamente. No dia seguinte, após conversarem com o proprietário da máquina agrícola, os policiais recebem dois cheques, apreendidos pelo Gaeco, totalizando R$ 4.000.
O esquema foi descoberto pelo MP graças à interceptação das mensagens trocadas entre os suspeitos. “Os denunciados estavam em constante contato entre si, versavam sobre os recebimentos espúrios e seus valores com frequência, evidenciando que aqueles que tinham por obrigação reprimir o crime formaram verdadeira rede criminosa cujo objetivo central era o lucro fácil de dinheiro em razão de seu ofício”, diz trecho de documento assinado pelo promotor Rafael Queiroz Piola.
O grupo também é acusado de beneficiar o vereador João Batista Nogueira (PSDB), conhecido como “João do Guincho”, de Ituverava, dono de um pátio para onde os acusados sempre direcionavam veículos apreendidos em operações policiais, mesmo realizadas em outras cidades, também de acordo com o Ministério Público.
Por conta disso, os agentes recebiam “gratificações” do político, pois encaminhavam ao comércio do parlamentar, ainda segundo o Gaeco, veículos que poderiam ser guardados em outros pátios da região. Em um das interceptações do MP, foi constatado o pagamento de R$ 2.700 feito pelo político a policiais.
Os policiais e o vereador são acusados de organização e associação criminosa, além de corrupção passiva. As prisões ocorreram no mês passado. O político acabou solto por problemas de saúde.
Pagou para recuperar vacas
A reportagem apurou que um pecuarista de 65 anos teve 17 vacas e um bezerro furtados de sua propriedade, em 10 de setembro do ano passado, na área rural de Buritizal (436 km de SP). No dia seguinte, segundo boletim de ocorrência registrado pelo delegado acusado pelo MP, os animais foram recuperados e devolvidos ao dono.
Porém, ainda de acordo com a denúncia do MP, o dono dos animais pagou R$ 8 mil aos policiais para que que as vacas e o bezerro fossem recuperados. As “bonificações” foram divididas entre quatro policiais civis.
A investigação do Gaeco identificou que a quadrilha é constituída por três “células”. Uma delas é chamada de “executiva”, composta por um delegado e um investigador. Ambos, segundo o MP, recebiam os pagamentos das vítimas e repassavam aos integrantes de outra célula, chamada de “subordinada.”
A terceira célula , chamada de “particular-empresário”, era constituída somente pelo vereador. Segundo o Gaeco, todos os veículos apreendidos pelas polícias Civil e Militar eram recolhidos pela empresa do político.
Respostas
Por telefone, o vereador João do Guincho (PSDB) afirmou que deu o dinheiro à polícia por conta de uma reforma que ocorria na delegacia de Ituverava. “Dei ajuda à delegacia para ajudar à comunidade. Interpretaram [MP] isso como se fosse uma propina que dei aos policiais para me favorecer no guincho”, explicou.
Em seguida, a ligação caiu e a reportagem não conseguiu mais falar com o vereador, pois, segundo uma gravação, a linha estava “impossibilitada para receber chamadas.”
A Ouvidoria das polícias afirmou que vai instaurar um procedimento para acompanhar os desdobramentos do caso.
A Polícia Civil em nota diz que os agentes citados estão presos preventivamente. Também afirma que a Corregedoria da instituição, que apoiou a operação do Gaeco, instaurou um procedimento para apurar a conduta de todos os envolvidos.
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Tomar dinheiro de vítima e ainda no interior é pedir desgraça.
A parte – umas por justa indignação outras por simples jactância – contam para o padre para Deus e para o mundo.
E é bem assim o caminho da desgraça:
Você cumpre o seu dever ; vem alguém e diz – Dr. vou deixar um presentinho pro Sr. e para os seus policiais.
Depois de duas ou três vezes a gratidão alheia acaba incorporada à renda da família. Tem os móveis novos, a geladeira; os smartfones dos filhos, etc.
Até que uma vítima pura e simplesmente diz – obrigado Dr. , e vira as costas para ir embora…
Surpreendida escuta o esbravejado – obrigado, não!
Cadê o nosso?
A Federação dos Felões (Fenapef) quer investigação para apurar as condutas dos delegados aposentados: Edmilson Bruno e Leandro Daiello
Policiais federais vêem ‘indícios de irregularidade’ na BWA, comandada por empresário sequestrado pela polícia
NOTÍCIAS
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou comunicado oficial em que afirma que há “indícios de que a BWA tenha cometido irregularidades” e cobrando investigação contra policiais envolvidos no caso de extorsão e sequestro contra o dono da empresa.
A BWA é comandada pelo empresário sequestrado por policiais recentemente a mando do investidor Guilherme Aire dos Santos.
A Fenapef, maior entidade da Polícia Federal com 14 mil filiados, cobra investigação sobre o envolvimento do ex-diretor-geral da PF, Leandro Daiello, e do ex-delegado Edmílson Pereira Bruno, em negociação com policiais civis e militares investigados pelo sequestro.
Diz a entidade, em nota oficial:
“A empresa de Bitcoins que contratou Daiello e Bruno é suspeita de ter cometido irregularidades. (…) As relações entre os delegados e as empresas precisam ficar esclarecidas para que não restem dúvidas sobre a lisura e o caráter republicano que devem permeá-las (…) A entidade aguarda a completa apuração dos fatos, que ainda estão sob investigação.”
O texto prossegue:
“O nome do órgão Polícia Federal não deve ser usado em ações de “consultoria” fora da instituição e dos limites éticos e legais.”
O ex-delegado da PF Edmílson Pereira Bruno, por sua vez, enviou comunicado se manifestando sobre o assunto e sobre as acusações que pesam contra ele:
“Eu, Edmilson Pereira Bruno, atuo na análise e investigação de gestão de risco, para diversas empresas. No caso em questão, por ser ligado à empresa quando da ocorrência do fato e, tendo em vista o reconhecimento de minha expertise em investigação criminal, me foi solicitado a atuação investigativa privada, visando identificar os autores dos crimes relatados pelo empresário”, diz o início do texto.
“Durante o transcurso do processo investigativo, em virtude da complexidade dos fatos e dificuldades encontradas é que solicitei o auxílio do advogado Leandro Daiello Coimbra. Quando concluída a investigação privada, os dados obtidos foram repassados aos advogados da empresa, para que pudessem informar às autoridades competentes do estado de São Paulo no sentido de complementar a representação criminal, feita anteriormente.”
Como noticiou o Cointelegraph, o ex-delegado da PF, que atua em favor do empresário de Bitcoin sequestrado por um grupo de policiais em São Paulo a mando de um ex-credor, disse à Corregedoria da Polícia Civil que os oficiais que realizaram a extorsão milionária contra a vítima, já gastaram o valor obtido com o crime.
Na última terça-feira (8), a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo indiciou 12 envolvidos na suposta extorsão do empresário do ramo de criptomoedas. Edmilson Bruno e Leandro Daiello não estão entre eles.
https://br.cointelegraph.com/news/federal-police-see-signs-of-irregularity-at-bwa
Governo de SP faz homenagem a policiais ‘Nota 10’ 5
Integrantes das polícias Civil, Militar e Técnico-Científica são reconhecidos por atuação em ocorrências de destaque e bom desempenho
resumo em 3 tópicos
- Foram homenageados policiais da capital, Grande São Paulo e das regiões de Bauru, São José do Rio Preto, Baixada Santista e Piracicaba
- Iniciativa da Secretaria da Segurança Pública está em sua 9ª edição
- Objetivo reconhecer e estimular o bom trabalho policial em todo o Estado de São Paulo
O Governador João Doria e o Secretário da Segurança Pública, General João Camilo Pires de Campos, homenagearam nesta quarta-feira (9) 16 policiais militares, 10 policiais civis e dois técnico-científicos da capital, Grande São Paulo e das regiões de Bauru, São José do Rio Preto, Baixada Santista e Piracicaba com o certificado “Policial Nota 10”.
“Assim faremos em todos os meses, durante quatro anos, homenageando policiais que cumpriram as suas funções e foram além, com coragem e respeito aos protocolos das polícias Civil, Militar e Científica e Corpo de Bombeiros, que são os melhores protocolos do Brasil”, disse Doria.
Em sua 9ª edição, a iniciativa, criada pela Secretaria da Segurança Pública, tem como objetivo reconhecer e estimular o bom trabalho policial em todo o Estado de São Paulo. A solenidade ocorreu na sede do Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.
“É com muita alegria que o sistema de segurança pública vê este evento singelo. Para cada um é extremamente marcante. Cada um, quando sai daqui, não leva somente um quadro assinado. Leva também uma lembrança para o resto da vida”, afirmou o Secretário.
Os casos que geraram destaques aos profissionais são de prisões de integrantes de organizações criminosas, traficantes e autores de crimes de tortura e roubo, além do salvamento de refém durante rebelião, de jovem que tentava suicídio e de homem após tombar de moto aquática no litoral paulista.
Também são reconhecidas médicas-legistas pela contribuição na elaboração de laudos periciais, na coleta de materiais biológicos em casos de violência sexual, bem como na busca de familiares de cadáveres identificados, mas não reclamados.
Polícia Militar
Uma das equipes homenageada é formada pelo tenente Gabriel Soufia, o cabo Pedro Henrique Gonçalves e os soldados Gilard Gomes Moura Oliveira e Bruno da Silva Ramos Couto, integrantes do 7° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep). O grupo foi reconhecido por conter uma rebelião e salvar um agente que era feito de refém na Unidade Experimental de Saúde (UES), na Vila Maria, zona norte da capital paulista. A ação ocorreu em 4 de setembro.
O tenente Luis Olavo Campanhã Sant’Ana, o cabo Laerte Vilela da Silva Júnior e o soldado Júlio Cesar Carneiro Miranda foi outra equipe agraciada. Integrantes do 20° Batalhão de Polícia Metropolitano (BPM/M), sediado em Barueri, os PMs evitaram o suicídio de uma adolescente, de 14 anos, que ameaçava se jogar de um viaduto da cidade. O caso aconteceu em 17 de setembro.
O cabo Josias Figueira, do 4° Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), sediado em Bauru, recebeu o certificado pela detenção de um adolescente, de 16 anos, no dia 29 de agosto. O jovem, armado, ameaçou matar a diretora e alunos de uma escola em Cabrália Paulista.
A dupla formada pelo cabo Luciano Henrique de Paula Pardim e o soldado Edmilson dos Santos Andrade, integrantes do 16° Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), sediado em Fernandópolis, também foram condecorados. Os dois PMs foram reconhecidos pela prisão de cinco homens que assaltaram uma casa, na cidade de Macaubal. Um dos detidos era procurado pela Justiça. A ação ocorreu em 19 de setembro.
O último grupo da PM agraciado é composto pelo sargento Christian Lopes Francisco, os cabos Luis Paulo Alves dos Santos e Rafael Freire Ribeiro, bem como os soldados Cesar Silva Sanseverino, Danny de Jesus Almeida e Danielly Ferreira dos Santos, integrantes do 1° Subgrupamento de Bombeiros Marítimos. A equipe foi reconhecida pelo salvamento de um homem, de 42 anos, que caiu de uma moto aquática, em Santos, no dia 7 de setembro.
Polícia Civil
O delegado Pedro Luís de Souza e o investigador Walter Luiz Donofrio Sobrinho, do 80° Distrito Policial (Vila Joaniza), foram homenageados pelo esclarecimento de um crime de tortura contra um adolescente, de 17 anos. O jovem foi agredido por dois seguranças de um supermercado, na zona sul, após tentar furtar uma barra de chocolate. O crime ocorreu em julho e os dois autores foram indiciados e presos no mês de setembro.
A equipe formada pelo delegado Carlos Battista e o investigador Marcos Pereira, da 6ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico, foram agraciados pelo comando da Operação Cracolândia 2019. Realizada em 22 de agosto, a ação resultou na prisão de 17 pessoas e na apreensão de 21 quilos de drogas, três armas, cinco celulares e R$ 800.
Integram a terceira equipe da Polícia Civil condecorada o delegado Fábio Pinheiro Lopes e o investigador João Fernando Gomes de Faria, da Divisão Antissequestro do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope). A dupla foi reconhecida pela ação que resultou na prisão de um traficante internacional e mais dois criminosos, no dia 14 de setembro, em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. Com o trio, foram apreendidos um helicóptero, avaliado em cerca de R$ 7 milhões, uma lancha avaliada em aproximadamente R$ 6 milhões e um veículo, modelo Tucson.
Também receberam o certificado os investigadores Heinrich Gergard Werner Giebeler e Guilherme La Ferrera, da 3ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). A dupla contribuiu para a prisão do homem responsável pela conexão entre traficantes da América Latina e uma organização criminosa. Ele foi preso em 7 de setembro, na cidade de Santo André, no ABC Paulista.
Por último, foram homenageados o delegado Alexandre Socolowski e o investigador Jorge Luiz Bizarro Teixeira, da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) de Rio Claro. Os policiais são reconhecidos pela operação “A Grande Família”, que permitiu desarticular uma das mais tradicionais quadrilhas voltadas ao tráfico de drogas na cidade.
Polícia Técnico-Científica
Representando a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), foram agraciadas Alessandra Rezzaghi Pettorutti e Eliete Coelho Bastos, médicas-legistas e assistentes da Diretoria Técnica de Departamento do Instituto Médico Legal (IML).
Alessandra é reconhecida pelo empenho na inspeção junto ao sistema de elaboração de laudos periciais, constatando prazos e evitando atrasos. Eliete foi condecorada pela atuação de destaque na elaboração do Procedimento Operacional Padrão (POP) para disciplina e coleta de materiais biológicos em perícia de violência sexual.
As duas médicas-legistas também receberam o certificado pela implementação do programa de integração e centralização para busca de familiares de cadáveres identificados, mas não reclamados.



