O ESPÍRITO DAS LEIS – Mesmo rejeitada pela Câmara, o espírito da PEC 37 não morreu: “O Ministério Público não pode fazer escutas”, afirma o desembargador Ivan Sartori 13

“O Ministério Público não pode fazer escutas”, diz presidente do TJ de SP

Por Vasconcelo Quadros – iG São Paulo | 02/07/2013 12:00 – Atualizada às 02/07/2013

Ivan Sartori diz que PEC 37 não era a favor da impunidade ou da corrupção e acusa MP de pressionar a Câmara

Futura Press

Ivan Sartori, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo

Mesmo rejeitada pela Câmara, o espírito da PEC 37 não morreu. A guerra pelo comando de investigações criminais vai ser disputada agora nos tribunais onde as polícias, pelo menos em São Paulo, levam uma ligeira vantagem e contam com a jurisprudência favorável na instância mais alta do judiciário.

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Em entrevista exclusiva ao iG , o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori diz que lamenta a decisão da Câmara e afirma que pela Constituição e a legislação atual as investigações autônomas do Ministério Público são irregulares. Ele rechaça as iniciativas do órgão em presidir inquérito usando a Polícia Militar para grampear telefones de suspeitos.

“O Ministério Público não pode fazer escutas”, sentencia o desembargador. Ele considera as investigações feitas por promotores em São Paulo de má qualidade e diz que o nível de aplicação da Justiça (sentenças condenatórias) é baixo. Procuradores e promotores, segundo ele, também não foram preparados e nem dispõem de aparato para investigar.

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Saratori é um dos poucos dirigentes de cúpula do judiciário a enfrentar o lobby do Ministério Público, mesmo depois de deputados terem derrubado a PEC 37 por avassaladora maioria. Os manifestantes não entenderam que a PEC, segundo ele, não era a favor da corrupção e da impunidade.

Agência Brasil

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“A Constituição Federal é clara ao prever, no art. 144, que a investigação penal cabe à Polícia. O MP nunca teve poder investigatório. Acontece que a jurisprudência do STF e do STJ vinha e vem se firmando contra essa norma. Daí a PEC 37, já rejeitada”, diz ele. “O povo não entendeu. Ninguém sabia o que estava acontecendo. Houve marketing. Falou em impunidade o povo adere”, acrescenta.

A jurisprudência firmada tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto no Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo ele, tornam ilegais os inquéritos presididos pelo MP. Sartori lembra que a rejeição PEC 37 – uma vez aprovada ela poderia respaldar as investigações até aqui realizadas pelo MP – aumentará o que ele considera como excessos de procuradores da República e promotores.

“O Legislativo é soberano e não me cabe contrariar o deliberado ali. Entretanto, como cidadão, eu lamento o desfecho anunciado porque o MP vai ficando cada vez mais inflado, em detrimento de outras instituições estatais e até dos Poderes estabelecidos, da defesa e das garantias fundamentais constitucionais, como o controle jurisdicional. Não tenha dúvida de que os excessos não serão poucos. Haverá sim muita investigação à revelia do Judiciário”, diz.

Segundo Sartori, o Ministério Público deveria atuar de acordo com as atribuições legais determinadas pela Constituição, que dá ao órgão amplos poderes sobre as investigações. “Não sou contra o Ministério Público. Acho que ele é essencial para o funcionamento das instituições. Mas ele já tem a corregedoria da Polícia, pode exigir a instauração de inquérito, diligências suplementares e tudo o que entenda necessário a bem da investigação. Enfim, ele já tem o controle do inquérito. Quanto aos inquéritos já realizados pelo MP, com base na jurisprudência, bastaria considerá-los válidos”, afirma. Sartori ressalta que o MP “pode quase tudo, desde que não contrarie as clausulas pétreas”.

É consenso no meio judicial e jurídico que a PEC 37 ainda é um caso em aberto. Como a proposta rejeitada era apenas uma redundância jurídica – uma vez que a Constituição determina que polícia investiga e MP denuncia – será necessário então que procuradores e promotores façam passar no Congresso uma nova PEC, dando a eles autorização para investigar. Ainda assim, seria necessário criar uma legislação complementar. Atualmente o MP abre investigações autônomas com base numa resolução de 2007, baixada pelo Conselho Nacional do Ministério Público e considerada juridicamente como uma norma

Um Comentário

  1. Senhores,

    ACORDEM, ESSA PEC JÁ FOI ENTERRADA, CONCITO OS SENHORES A APRECIAREM A NOVA FUMAÇA, JÁ QUENTINHA E QUE ESTA A SURGIR…………………..OS DELEGADOS ADORAM FUMAÇA……….RS..RS…

    Abraços.

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  2. O DESEMBARGADOR FALA, FALA, FALA MAS PORQUE JUIZ CONTINUA ACEITANDO DENÚNCIA DE CRIMES APURADOS POR PROMOTORES?
    ACHO QUE ESSE FALA FALA ESTÁ MAIS PARA POLÍTICA DE BOA VIZINHANÇA.

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  3. Caro Aparecido,se o senhor ler com cuidado a matéria vera que o Des. Marco Antonio Marques da Silva da 6 Câmara Criminal do TJ SP anulou toda uma investigação fundada em escutas telefônicas feitas pela PM e pelo MP.

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  4. Vou arriscar:
    DECAP- DR ALDO GALEANO( VOLTA DE CINCO EQUIPES NO PLANTÃO )
    DHPP-DR DOMINGOS
    DEMACRO- DR. SILVIO BALANGE OU DR. DESGUALDO
    DENARC-DR. GIUDICCE
    DEIC- DR. BITENCOURT

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  5. EXTRA EXTRA, alguém assistiu a matéria postada na band, sobre p pcc, e seu amigo o governo de sao Paulo?

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  6. A matéria caiu como uma bomba no colo do geraldinho, e o ferrerinh também, malas lideres do pcc, saíram com indulto de Páscoa, todos eram lideres só partido, e sob a autorização do ferreirinha. Isto vai dar M………….

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  7. Deixa o MP a PM a GCM investigar , porque graças aos nossos DELeGADOS , aqui só se atende em balcão , investigador virou balconista , parabéns Dr Domingos o SR é muito inteligente , um iluminado!!!!!!

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  8. Boa noite Senhores,

    Ao caríssimo G.aidmim, na PM O MAIS ALTO GRAU, SALVO ENGANO É CORONEL, OU TENENTE CORONEL……….PORTANTO, O MAIS ALTO POSTO DELES ESTÁ ABAIXO DO MEU………….RS..RS…RS…E NUNCA ME ALCANÇARÃO………………..

    Abraços.

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  9. Ops……………..uma observação que talvez, o senhor possa adorar……………..ELES GANHAM O DOBRO DE UM GENERAL………..RS..RS…

    inteeeeeeeeeeeeeeeee

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  10. Estava eu cá a olhar os salários, e parece que alguns ainda atingem cifras altas. Será que a fazenda realmente tomou frente na folha de pagamento. Os nossos não estão passando de Quinzão. Qual será o calculo. Esse negócio de transparência não inibe nada mesmo, já que mostra o meu salário (JÁ PASSO VERGONHA EM IMAGINAR QUE ALGUÉM POSSA VER E ME REBAIXAR NO EMPRÉSTIMO) o que custa demonstrar a composição dos VENCIMENTO(S). Assim fica fácil colocar Trintinha, gera desconfiança, mas seria bom ver o motivo do montante.

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