Policial que prendeu políticos de Taboão da Serra “se mata” com tiro no peito…Inquérito – ” presidido pelo Investigador chefe da Seccional ” – que apurava cancelamento de créditos de IPTU e baixa de dívidas em troca de propina teria sido direcionado para favorecer políticos do PMDB-PSDB 147

Investigador Ivan Jerônimo se mata com tiro no peito

Karen Santiago e Sandra Pereira | Atualizado em:  8/03/2012 00:00:00

Divulgação Taboão em Foco

O investigador cometeu suicídio na tarde desta quinta, durante discussão

O investigador Ivan Jerônimo da Silva se matou com um tiro no peito na tarde desta quinta-feira, 8. Ele ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.  Ele foi socorrido para o Hospital São Luis, no Morumbi, onde faleceu momentos após dar entrada.

Informações iniciais indicam que o investigador estaria acompanhado por outras duas pessoas quando atirou no próprio peito. Ele estaria em uma banca e se matou dentro do banheiro.

Segundo pessoas próximas a ele o policial estava há alguns meses com um forte quadro depressivo após rumores de que ele seria afastado da Delegacia Seccional. Ele estava tomando medicamentos controlados e muito fortes. A morte do investigador chocou e pegou de surpresa as pessoas mais próximas dele, os admiradores do seu trabalho e moradores de Taboão.

Os policiais amigos de Ivan estão consternados com a morte do  investigador. Abalados, eles não conseguem acreditar no fato. Pedindo anônimato, um de seus amigos  próximos, contou a reportagem do Jornal na Net que tinha comentado a outros amigos que o Ivan Jerônimo não estava bem.

Alguns amigos do investigador das Delegacias da Região e também de São Paulo estão no Hospital São Luis. A perícia já preserva o local do crime que foi registrado no 34º DP da Vila Sônia.

O corpo dele será velado na Academia de Polícia Civil (Acadepol), na Cidade Universitária (USP) a partir da 0h00. Já o sepultamento, até o momento, não foi confirmado, mas pode ser realizado no Mausoléu da corporação, localizado no Cemitério de Congonhas ou no Crematório de Itapecerica (Cemitério Horto da Paz).

Ivan foi socorrido ao Hospital, onde faleceu momentos após dar entrada

O investigador foi um dos principais responsáveis pelas prisões dos políticos acusados de cometer fraudes em Taboão da Serra. Ele era casado e tinha um casal de filhos.

O Ivan Jerônimo se matou no mesmo dia em que foi confirmada a troca de comando na Delegacia Seccional da cidade. A posse estava marcada para essa sexta-feira. Leia mais informações Aqui. Após a morte do investigador a solenidade de posse do novo delegado seccional foi remarcada para segunda-feira.

Com informações de Rafael Rezende.

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Exemplo prático do modus operandi da colaboração profícua entre instituições, na Operação Cleptocracia & CEI são constantes “levantadas de bola” de Paulo Félix ou de seu partner Olívio Nóbrega destinadas a incriminar ou amedrontar testemunhas durante oitivas na Câmara, sob o olhar cúmplice do presidente Cido e sob a omissão complacente dos demais membros. Às “levantadas” seguem-se as rápidas “cortadas” do chefe Jerônimo, sob a forma de diligências que terminam em inquirições “espontâneas”, realizadas na calada da noite, logo após as oitivas, nas dependências da Delegacia Seccional (Jornal Na Net, Karen Santiago, 10/06/2011).

O chefe dos investigadores patenteou sua reciprocidade. Garantiu aos membros da CEI revelações exclusivas sobre andamentos dos inquéritos a se cargo. Jerônimo afirmou publicamente: “quanto às novas investigações estão sendo bem conduzidas, no tempo certo avisaremos das novidades” (Portal OTaboanense, Eduardo Toledo, 18/08/2011). Essas palavras não deixam de causar certa surpresa em alguns investigados cujos advogados sequer têm regular acesso aos autos dos inquéritos. Também ensejam certa incompreensão da sociedade, não menos espantada com o envolvimento direto de quatro colegas dos membros da CEI no escândalo e dois outros com citações nos relatórios policiais do investigador, incluindo o relator Félix.

Esta colaboração suscita preocupações. Em ao menos dois casos, pedidos de prisão de servidores foram reiterados por Jerônimo após negativas fundamentadas do Ministério Público e do Judiciário. Num deles, por fatalidade ou não, o objeto da sanha prisional foi um servidor com estreita ligação funcional a inimigos políticos declarados de Paulo Félix.

O fato dos relatórios policiais chegarem às redações dos jornais e televisões, além de subirem para Internet antes mesmo do conhecimento das autoridades que oficialmente deveriam avaliar sua consistência chegou a ser objeto de questionamento de um dos membros mais ofuscados da CEI, vereador Wagner Eckestein/PT. Jerônimo, o autor dos relatórios, alegou candidamente à comissão não ser ele responsável pela divulgação e desconhecer quem realiza repetidamente essa proeza. Tanto o vereador que perguntou quanto os demais presentes, não se sabe se por excesso de cuidado ou pleno convencimento, deram-se por satisfeitos com a resposta.

A conjugação do “poder policial” com o poder político não está limitada às articulações paroquianas. Ao contrário, das ações e declarações dos agentes políticos e policiais emergem indícios claros de que os acordos de interesses envolvem estratos mais altos.

Denúncias públicas e lamúrias privadas sobre o direcionamento político-partidário das investigações levaram o chefe Jerônimo à conclusão de que há “um plano para taxar (sic) a operação de política. Estamos fazendo a investigação dentro da lei, apartidária, tanto é que foram presas diversas pessoas, inclusive do PMDB, do deputado Caruso de quem sou amigo e de toda a família”. O investigador, orgulhoso de suas relações pessoais, detalhou os laços que o ligam ao deputado do PMDB: “O Caruso é meu amigo pessoal. É meu compadre e não vejo nenhuma ilegalidade nisso” (Jornal Na Net, Sandra Pereira, 12/08/2011).

Tratando-se de Taboão da Serra, o nome do Deputado Estadual Antonio Caruso/PMDB não aparece por acaso. Nos bastidores da política estadual é conhecida a influência do deputado na Delegacia Seccional da cidade. Permitam neste ponto um parêntese para esclarecimento daqueles que ignoram os fundamentos da realpolitik: a influência exercida por Caruso não é nada incomum e, dentro de alguns limites, absolutamente legítima. Faz parte da relação dos Poderes Executivos com o Legislativo, no caso, do Governo do Estado com a base parlamentar que lhe garante a governabilidade na Assembléia Legislativa.

Contudo, nestas plagas, para além das questões relativas às indicações políticas para cargos de chefia que garantem a governabilidade, Caruso teria revelado a um antigo companheiro taboanense de partido a chave de entendimento do desenrolar dos fatos pretéritos, presentes e futuros da Operação Cleptocracia & CEI. Segundo conta o correligionário, o deputado teria dito que o PMDB local marcharia nas próximas eleições com candidatura a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo PSDB, mesmo partido do vereador Paulo Félix. Mais, o deputado teria afirmado jubilosamente que desta vez ganhariam as eleições por WO, que para os não iniciados é a abreviação da palavra inglesa walkover, significando a vitória da equipe quando o adversário está impossibilitado de competir por não ter um número mínimo de jogadores necessários para a partida ou, ainda, por seu não comparecimento na data e hora marcadas para a disputa.

As revelações de Caruso feitas ao seu compaheiro de partido parecem dar sentido à birra da Operação Cleptocracia & CEI em restringir as investigações, contra todas as evidência, ao período pós-2005. Investigações sobre o período anterior (por exemplo, 1997/2004, período em que Binho chefiou o Cadastro Imobiliário) poderiam respingar em pessoas ligadas a Fernando Fernandes/PSDB ou implicar até mesmo o próprio. Os esclarecimentos também ajudam elucidar o esforço policial e político para comprometer nas investigações todos os nomes (daí o WO?), sem exceção, ligados ao atual governo que possam apresentar-se como adversários viáveis eleitoralmente na disputa com a chapa PSDB/PMDB.

A consistência da trama é reforçada pelas últimas nãocoincidências de eventos da Operação Cleptocracia & CEI que reforçam a verossimilhança da chave de interpretação oferecida. No dia 13/09, data em que seria votado pedido de impeachment do Prefeito Evilásio Farias/PSB por suposta cumplicidade omissiva ou comissiva com o esquema de corrupção investigado, os operadores da Operação Cleptocracia & CEI deram mostras de coordenação. Pela manhã e tarde a polícia civil de Taboão cumpriu, com costumeiro estilo e cobertura midiática, mandado de busca e apreensão na casa da vice-prefeita Márcia Regina/PT. À noite do mesmo dia, sob pressão da mobilização potencializada pelo noticiário, a Câmara rejeitou o pedido de cassação do prefeito. Coincidentemente, como outros eventos desta trama, no dia anterior o vereador Paulo Félix recebeu, também com direito à ampla repercussão na imprensa regional, convite de filiação ao PMDB local, cujo diretório foi dissolvido e encontra-se em fase de reestruturação sob a liderança do Deputado Caruso (Portal Otaboanense, Eduardo Toledo, 13/09/2011).

Evidências cada vez mais explícitas de direcionamento políticopartidário na Operação Cleptocracia & CEI começa a colocar em xeque a honestidade de propósitos e os reais objetivos de seus dirigentes e operadores.

Ato III – A luz no fim do túnel: fortes são os poderes da Justiça e do Povo

Depois de suas declarações infelizes na imprensa que motivaram representações contra si em diversas instâncias da Polícia Civil, Governo Estadual e outras instituições estaduais e federais, o chefe Jerônimo ofereceu, no mais recente de seus relatórios disponíveis na Internet, ligeiro sinal daquilo que poderia, em tese, ser interpretado como uma percepção da necessidade de coarctar suas ações para garantir o sucesso de seu trabalho e o respeito aos direitos e deveres expressos na lei e no código deontológico de seu serviço. Assim, no final da peça que leva indefectíveis marcas de seu estilo, Jerônimo afirma: “De outro lado, nosso juízo entende que será mais saudável acrescentarmos outros nomes ao término da investigação, se for o caso, ao invés de eventualmente termos que excluir algum inocente”.

Infelizmente, na prática, o investigador só reforça a insegurança jurídica e a desconfiança política inauguradas com a mancebia resultante nesta híbrida Operação Cleptocracia & CEI. Sua fala não se coaduna com preceitos do Estado Democrático de Direito brasileiro que estabelece competências e formalismos rígidos ao exercício do dever-poder das autoridades e servidores do Estado. Cabe indagar aos juristas se existe amparo legal que legitime a autoatribuição de competência do chefe Jerônimo para formular “juízos” antecipados de “salubridade” dos rumos e objetos investigados ao seu encargo na qualidade de investigador. Nesta Operação Cleptocracia & CEI, aparentemente, foram suspensas algumas garantias constitucionais e modificados alguns deveres e competências funcionais da polícia. Neste tópico lembro que operações policiais da Polícia Federal, a exemplo da Satiagraha e mais recentemente a Boi Barrica, foram anuladas em virtude de procedimentos policiais ilegais durante as investigações, acabando por beneficiar suspeitos da prática de crimes. Da formulação de juízos arbitrários, como vimos, já resultou constrangimento ilegal de dois servidores de reputação ilibada e sem antecedentes criminais. Estes, a despeito da opinião do Ministério Público que não enxergou em suas condutas nenhum indício de crimes, foram alvos de dois malsucedidos pedidos de prisão da lavra do investigador chefe, agora preocupado com a “salubridade” da investigação.

Contudo, há uma aparente mudança qualitativa do quadro taboanense a indicar um ligeiro despertar de consciências quanto ao problema da transposição dos limites no exercício da atividade policial. O vereador Valdevan Noventa/PDT, após ser ameaçado de prisão por meio da imprensa caso tente disputar novas eleições, partiu para o ataque e representou o investigador Jerônimo na Corregedoria da Polícia Civil. Não está em questão aqui defender ou atacar a idoneidade do vereador. O fato é que ninguém pode afirmar impunemente, muito menos um policial, que alguém pode ser preso “no momento certo (…), na hora em que cometer um deslize”. Uma afirmação desse tipo, saída da boca de um policial, deixa no ar um sem número de questões que põem sob suspeição a atuação da Delegacia Seccional (Jornal Na Net, Sandra Pereira, 12/08/2011).

Saiba mais aqui

TIJOLADA NO DIREITO DE PROPRIEDADE: Geraldo Alckmin nega avaliar tijolão de barro como bloco de cimento 13

TIJOLO 2
Alckmin argumenta que um decreto de 1941 permite o pagamento do valor venal para a obtenção da posse do imóvel -mas o Tribunal de Justiça de SP rejeita a ideia e tem exigido o depósito do valor real. O governador entrou no STF em fevereiro com uma arguição de descumprimento de preceito fundamental.

TIJOLO 3

O relator da arguição apresentada por Alckmin é o ministro Celso de Mello, decano do STF. A decisão terá impacto em todo o país: os tribunais estaduais terão que seguir o entendimento da corte sobre o assunto.

———- Mensagem encaminhada ———-
De: Portal do Governo do Estado de São Paulo
Data: 8 de março de 2012 18:08
Assunto: NOTA À IMPRENSA
Para: dipol@flitparalisante.com
Caso não consiga visualizar, clique aqui
Quinta-feira, 08 de Março de 2012

NOTA À IMPRENSA

As notas publicadas na coluna da jornalista Mônica Bergamo na edição desta quinta-feira (08/03) da Folha (página E2), com os títulos “Tijolo por Tijolo”, “Tijolo 2” e “Tijolo 3”, contêm três graves erros:

1)   O primeiro é não informar os leitores que a legislação citada não se aplica a imóveis residenciais.

2)   O segundo é que, para a aplicação desta legislação, há a condição de que estes imóveis estejam vazios e haja caráter de urgência para a desapropriação.

3)   O terceiro é que o Governo do Estado sempre paga o valor real pelos imóveis que desapropria, e continuará pagando. O objeto do debate jurídico é o valor necessário a ser depositado para a posse imediata do imóvel.

Pelo bem da verdade, é preciso esclarecer que o Governo do Estado solicita ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da ADPF 249, o pleno cumprimento da legislação federal que regulamenta as desapropriações por utilidade pública (DL 3365/41). A Suprema Corte já manifestou, em outras ocasiões, seu entendimento de que esta lei é compatível com a Constituição Federal. Editou, inclusive, Súmula a este respeito (nº 652). O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), entretanto, tem entendimento isolado sobre este assunto, contrário à orientação do STF. Por isso, a necessidade da ação.

Assessoria de Imprensa do Governo do Estado

08/03/2012

Assessoria de Imprensa(11) 2193-8520

www.saopaulo.sp.gov.br

Governo do Estado de São Paulo
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FESTIVAL DE BABOSEIRAS PARA PROTEGER O TUCANO “BARÃO DO LIXO” : Seu delegado a perícia no jet assombrado deve ser feita no mar por um piloto compromissado…Cala a boca Dr. João, não inventa, defeito determinante está no animal que virou o acelerador para empinar a máquina…NÃO SOMOS IDIOTAS! 20

Quinta-feira, 8 de março de 2012 – 16h53

Acidente em Bertioga

Para família de Grazielly, jet ski não apresentava defeito

De A Tribuna On-line

Créditos: Rogério Soares

Laudo da perícia ficará pronto nos próximos dias


Os pais da menina Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, morta após ter sido atingida por um jet ski, em Bertioga, não acreditam que o equipamento estivesse com defeito.
Um dos peritos que analisaram a embarcação, João Alves, afirmou, nesta quarta-feira, que foi encontrado um item de “não conformidade” no veículo. Ele não quis mencionar qual seria o suposto defeito, mas garantiu que pode ser determinante para esclarecer o acidente.
Segundo ele, que é chefe do Núcleo de Perícia do Instituto de Criminalística (IC) em Santos, o equipamento ficou em funcionamento por menos de 1 minuto na hora do acidente na praia de Guaratuba.
Os advogados da família de Grazielly vão contestar a perícia feita pelo Instituto de Criminalística, já que o jet ski ficou, por vários dias, no pátio da Delegacia de Bertioga.  O laudo deve ficar pronto em uma semana.
Acidente
O acidente aconteceu na praia do Guaratuba, no último dia 18. Moradora de Artur Nogueira, era a primeira vez que Grazielly via o mar. Ela estava na beira d’água quando foi atropelada pelo jet desgovernado. A garota chegou a ser socorrida, mas não resistiu.
Durante as investigações, testemunhas disseram ter visto o caseiro do imóvel onde o adolescente estava levar o veículo até a praia. A casa e o equipamento são dos padrinhos do acusado.
Elas contaram também que o funcionário estava acompanhado de dois menores (o acusado e seu colega). Segundo o relato, os adolescentes subiram no jet, que foi ligado. Em seguida o equipamento empinou, ambos caíram e ele seguiu até atingir a garota. Os garotos foram embora sem prestar socorro.

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Parabéns aos Delegados que “prenderam algumas autoridades e politicos” e tomaram milhões…ALIVIAR O CAIXA DE POLÍTICO LADRÃO É DEVER MORAL ! 11

Enviado em 08/03/2012 as 18:08 – HORÁRIO DE ALMOÇO

Na seccional que eu trabalho prenderam algumas autoridades e politicos… fiquei sabendo depois que a poeira baixou que pagaram milhões de reais pro chefe dos tiras da seccional pro delegado seccional pro delegado titular do caso e pro chefes dos tira dele…

Se eu der nome aos bois eu morro…É tudo brincadeira Ministério Público…eu gosto de brincar com meu anonimato…

Sou doido Sou cagueta do bem mas não sou corojoso a esse ponto…

Doutor Conde pelo amor de Deus e dos meus filhos não cria um ‘post’ com esse meu texto!

O Delegado da DISE – caso não tenha participado – é santo ou é cego…E o Juiz também deveria ser responsabilizado por expedir mandado de busca a pedido de celerados 7

Representantes do Estado

MP denuncia policiais por extorsão mediante sequestro

Por Eduardo Velozo Fuccia

A cela da delegacia virou cativeiro. Sobre o homem mantido preso nela não recaía acusação alguma. Ao contrário, tratava-se de uma vítima de extorsão mediante sequestro. Essas subversões foram cometidas justamente por sete homens que representavam o Estado. Eles estavam investidos da função de policial civil para reprimir crimes em geral. Desviaram as suas condutas, de acordo com o Ministério Público, e viraram réus.

Esse enredo mais parecido com o de filmes da máfia resume a denúncia oferecida pelos promotores André Luiz dos Santos, Cássio Roberto Conserino e Silvio de Cillo Leite Loubeh, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) — Núcleo de Santos. Nesta semana, a Justiça recebeu a acusação formal do Ministério Público. A ação tramita na 2ª Vara de São Vicente.

A vítima possui loja de autopeças em Santos e mora em São Vicente. Valendo-se de informações privilegiadas decorrentes de investigações, oriundas inclusive de interceptações telefônicas das cidades de Caçapava e Caraguatatuba, os policiais a abordaram no dia 15 de fevereiro de 2005, logo após ela sair de casa. Como pretexto, como relataram os promotores na denúncia, os acusados alegaram possuir provas de sua ligação com o tráfico de drogas.

Os policiais estavam armados, algemaram o comerciante e retornaram com ele até a residência, revistando-a sem mandado judicial. Apesar de nada de ilícito ser achado, o lojista foi sequestrado e levado à Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, onde atuavam seis dos réus, de acordo com a acusação feita pelo Ministério Público. O sétimo acusado era do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic).

Resgate

Insistindo no discurso de que havia provas contra o lojista, os acusados o mantiveram incomunicável em uma cela da delegacia, liberando-o apenas no dia seguinte. A soltura foi condicionada ao pagamento da quantia de R$ 100 mil, que o comerciante alegou não possuir. Porém, devido ao receio de algo pior, a vítima ofereceu R$ 30 mil, sendo que R$ 10 mil obteria com a venda de sua moto e o restante sacaria no banco.

Segundo a denúncia do MP, participaram da abordagem na Baixada Santista os policiais Roberto Sarmento de Figueiredo Lopes Júnior, Luiz Gustavo de Oliveira, Marcelo Raggasini Rocha, Flávio Tadeu Bastos de Oliveira e Accácio Rangel de França. Eles viajaram em dois carros: um Golf, que era produto de crime e estava depositado para Luiz Gustavo, e um Audi pertencente a Accácio.

Posteriormente, esses acusados se encontraram na Dise com José Rubens de Rezende Filho, suspeito de exercer liderança sobre os demais. Na delegacia também chegou o denunciado Paulo Sérgio da Fonseca de Souza, único policial do Deic. A próxima etapa do grupo foi retornar com a vítima à Baixada Santista, a fim de receber os valores que ela aceitara pagar. Neste regresso ao Litoral, apenas Accácio não veio.

Em 16 de fevereiro, conforme os promotores do Gaeco, o comerciante vendeu sua moto, repassando os R$ 10 mil recebidos aos réus. Cinco dias depois, ele sacou R$ 20 mil de uma agência bancária, em São Vicente, entregando o dinheiro aos acusados. Porém, em 29 de março do mesmo ano, os denunciados voltaram a pressionar o lojista, porque não receberam os R$ 100 mil exigidos inicialmente.

Para isso, os policiais cumpriram mandado de busca e apreensão na residência dos sogros do lojista, impondo-lhe grande constrangimento. A partir daí, os agentes públicos foram formalmente acusados pela vítima e as suas condutas passaram a ser apuradas pela Corregedoria da Polícia Civil. Embora a denúncia só tenha sido recebida nesta semana, o processo contra eles já conta com seis volumes.

Prova do sequestro

As horas de cárcere privado da vítima dentro do xadrez da Dise de São José dos Campos ficaram comprovadas, segundo destacaram os representantes do MP, porque ela deixou propositalmente no local vestígios que depois foram detectados por peritos criminais.

“Visando comprovar sua presença no local, a vítima escondeu pedaços de um chip de celular, o qual foi posteriormente encontrado pela Corregedoria da Polícia Civil e submetido a perícia”, relataram os membros do Gaeco.

A situação dos policiais, que não mais integram a instituição, se complicou ainda mais porque Roberto e Luiz Gustavo elaboraram um relatório de investigação com informações falsas, no qual informavam que a vítima colaborava com eles espontaneamente com a indicação de traficantes e pontos de venda de drogas.

O relatório foi elaborado com a finalidade de dar aspecto de legalidade à vinda dos réus a São Vicente em 15 de fevereiro de 2005, omitindo o sequestro com fins de extorsão da vítima e narrando que os policiais, na realidade, realizavam uma diligência oficial.

Embora tenha sido colocada a data de 17 de fevereiro de 2005 no documento, ele apenas foi entregue ao delegado que na época trabalhava na Dise em 5 de julho, quando a Corregedoria já apurava o desvio de conduta dos agentes. Por esse motivo, Roberto e Luiz Gustavo foram denunciados por falsidade ideológica.

Como os demais, esses acusados ainda responderão por extorsão mediante sequestro, que é crime hediondo, e formação de quadrilha. Entre as 11 testemunhas indicadas pelo MP para depor no processo estão o comerciante e dois delegados da Corregedoria.

Eduardo Velozo Fuccia é jornalista.

Revista Consultor Jurídico,  8 de março de 2012

Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e os advogados do Hopi Hari fizeram um acordo decretando sigilo à imprensa… ( NÃO É ACORDO…É ACERTO DESONESTO!…DELEGADO GERAL TAMBÉM DEVERIA POR FIM NESSE ENREDO ENCOMENDADO PARA ALIVIAR O PARQUE ASSASSINO ) 18

Depoimentos dos 5 operadores de brinquedo são divergentes

 

Não há consenso sobre quem chefiava setor do Hopi Hari onde garota se acidentou, diz delegado

Todos sabiam que a cadeira usada por jovem não deveria ser ocupada; supervisor depõe nesta semana

 

MARÍLIA ROCHA

 

 

ENVIADA ESPECIAL A VINHEDO

 

 

Após ouvir os cinco operadores que trabalhavam no brinquedo La Tour Eiffel no dia do acidente que matou uma adolescente no parque Hopi Hari, em Vinhedo (79 km de SP), a polícia ainda não sabe quem era o responsável pelo setor no qual a família da jovem se sentou.

Ontem, Edson da Silva, Luciana Ribeiro e Amanda Amador prestaram depoimento ao delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior, responsável pelas investigações.

Os outros dois, Vitor Ígor de Oliveira e Marcos Antônio Leal, já haviam sido ouvidos.

De acordo com o delegado, Silva e Leal divergem sobre quem era o responsável pelo setor três, em que estava Gabriella Nichimura, 14, e familiares.

A garota caiu de cerca de 25 metros de altura depois de subir no brinquedo -conhecido como “elevador”- em uma cadeira que deveria estar bloqueada. O acidente ocorreu no dia 24.

FOTOGRAFIA

“Ainda vamos chegar à conclusão de quem era responsável. Uma fotografia deixa claro, mas dependo de outros trabalhos e oitivas”, afirmou o policial.

A dificuldade para confirmar quem estava no setor se deve, segundo Noventa Júnior, ao fato de os operadores se revezarem nas funções de catraca, controle de comandos e acompanhamento dos visitantes.

Todos, segundo ele, sabiam que a cadeira utilizada por Gabriella não deveria ser ocupada.

SUPERVISOR

Ainda de acordo com o delegado, os operadores do brinquedo afirmaram que o supervisor Lucas Martins foi avisado de que a trava da cadeira de Gabriella estava frouxa. Martins deve ser ouvido ainda nesta semana.

O delegado não quis dar mais informações. Ele alegou que a Polícia Civil, o Ministério Público Estadual e os advogados do parque fizeram um acordo para que outras informações sejam passadas à imprensa somente após a conclusão do inquérito.

O parque é controlado pela consultoria empresarial Íntegra Associados desde 2009.

Frase

 

“Ainda vamos chegar à conclusão de quem era responsável [pelo setor três do brinquedo La Tour Eiffel, no qual se sentaram Gabriella Nichimura, 14, e seus familiares]. Uma fotografia deixa claro, mas dependo ainda de outros trabalhos e oitivas”

ÁLVARO SANTUCCI NOVENTA JÚNIOR delegado responsável pelas investigações do acidente que vitimou a jovem no dia 24 de fevereiro no parque Hopi Hari, em Vinhedo

Comando da Polícia Militar vende segurança para a FEBRABAN 44

PM faz ronda especial para vigiar bancos particulares

 

Policiais têm de entrar em agências e coletar as assinaturas dos gerentes

Para o comandante da PM, Álvaro Batista Camilo, e a Febraban, não há conflito entre o público e o privado

 

ANDRÉ CARAMANTE

 

 

DE SÃO PAULO

 

 

A Polícia Militar criou um serviço especial para fazer a segurança dos bancos privados no Estado de São Paulo.

A chamada “ronda bancária” é uma operação policial na qual dois PMs são obrigados a patrulhar diariamente sete agências bancárias.

Mesmo os bancos sendo instituições privadas, a dupla de PMs é obrigada a pegar uma assinatura e um carimbo do gerente de cada agência visitada para poder comprovar aos seus chefes na polícia que fizeram a ronda.

Segundo um desses documentos, obtido pela Folha, “a guarnição [dupla de PMs] deverá rondar pelo menos sete agências bancárias por dia, durante o referido período constante nessa ordem [relação de agências], preenchendo a planilha de ronda e colhendo a assinatura e carimbo do (a) gerente”.

Os documentos da PM também mostram que policiais dos 3º, 12º e 46º Batalhões, que atendem a região do bairro do Morumbi, zona oeste paulistana, e alguns dos bairros da zona sul devem visitar 15 bancos a cada dia.

Um dos PMs destacados para fazer a ronda bancária na zona sul disse à Folha, sob condição de anonimato, já que ele pode ser punido por dar entrevista sem autorização do comando-geral da PM, que há evidente conflito entre o interesse público e o privado.

Segundo ele, há casos em que os PMs ficam quase uma hora esperando os gerentes de determinadas agências bancárias para assinarem e carimbarem a planilha que comprava que eles fizeram a ronda naquele local.

A Folha mostrou em fevereiro que os bancos iniciaram um processo de retirada das portas com detectores de metal -motivado pela queda no número de roubos e por processos por causa do travamento do equipamento.

OUTRO LADO

Segundo o comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, a ronda bancária não configura conflito entre o público e o privado porque “há um interesse da sociedade na questão da segurança pública por conta dos crimes cometidos dentro e ao redor dos bancos”.

“A operação é alvo de um estudo do Comando da PM. Nosso objetivo sempre é fazer com que o cidadão seja beneficiado. Não há conflito entre o público e o privado”, disse.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou que “a parceria com a PM visa desenvolver um trabalho em conjunto para reduzir o delito de roubo aos usuários do sistema bancário nas proximidades das agências, cujos locais apresentam maior incidência criminal.”

Juízes acusam Alckmin de “sucatear” Tribunal de Justiça 10

Magistrados dizem que “situação acaba repercutindo no Executivo ( ESTADÃO )

Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, irritados com a escassez de recursos da corte, sugeriram nesta quinta-feira (8) reação ao governo do Estado, a quem atribuem culpa pelo que classificaram de “sucateamento do poder”.

Na sessão do Órgão Especial do TJ, colegiado que reúne a cúpula da toga, chegou-se a dizer que “toda essa situação acaba repercutindo no Executivo. Então, que se apure também a responsabilidade, até improbidade administrativa, se for o caso, do chefe do Executivo”.

O desembargador Walter Guilherme, ex-presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), disse que “não é a solução final, mas é a solução jurídica, exatamente uma ação judicial”. Ele até fez uma ironia ao recomendar “monitoramento” do governador, medida adotada para acompanhar a produção de juízes em falta com o serviço.

Leia mais notícias no R7

– A gente sabe que todo governador, eles são todos muito simpáticos, muito receptivos, nos tratam muito bem, nos levam até o carro, nos dão cafezinho. Vamos aguardar sem nenhuma guerra contra o governador, mas vamos colocar o governador sob monitoramento, quem sabe dando 60 dias.

A questão foi debatida em meio à votação de processo administrativo disciplinar contra a juíza Maria Thereza Nogueira Pinto, da Comarca de Cosmópolis, que acumula acervo de 24 mil processos. Por maioria, o Órgão Especial absolveu a magistrada, depois que seu advogado, José do Carmo Seixas Pinto Neto, alertou para as condições precárias de trabalho a que Maria Thereza é submetida. O presidente do TJ, desembargador Ivan Sartori, disse que ainda não está “dando aperto nenhum [no governador]”

Peço a vocês [jornalistas] que sejam discretos porque fica uma situação de confronto e não queremos isso […] A situação é extremamente crítica e já expus isso a ele [Alckmin]. Não vamos deixar que isso fique assim, mas vamos esgotar a negociação. Acredito na sensibilidade do governador, acredito no diálogo. Estamos numa sinuca de bico.

A preocupação maior de Sartori é com a data base dos servidores. Ele reafirmou que a investigação sobre pagamentos antecipados no tribunal beneficiou “dezenas de servidores”, inclusive assessores de desembargadores que integraram a Comissão de Orçamento e Finanças do TJ. Alguns funcionários receberam até R$ 250 mil por férias e licença-prêmio não cumpridas.

Delegada – DA POLÍCIA FEDERAL – é suspeita de exigir US$ 100 mil para favorecer advogado 19

Enviado em 08/03/2012 as 11:12 – BUEMBA

Delegada é suspeita de exigir US$ 100 mil para favorecer advogado

ANDRÉ CARAMANTE DE SÃO PAULO

A partir de uma denúncia do Ministério Público Federal, duas pessoas foram presas ontem sob a suspeita de exigir US$ 100 mil para que o nome de um advogado desaparecesse de uma investigação da Polícia Federal.

Entre os presos, está um advogado e um “ganso” (informante policial). A Polícia Federal não quis revelar os nomes dos presos.

Além dos dois presos, um terceiro envolvido, o policial civil Carlos Eduardo Ortolane, conforme apurou a Folha, teve a prisão decretada pela 1ª Vara Criminal da Justiça Federal por suspeita de participação na possível extorsão.

Até o momento, a reportagem não localizou nenhum advogado do policial Ortolane, que está foragido. Ele esteve afastado da Polícia Civil até agosto do ano passado, quando retornou ao trabalho.

Uma delegada da própria Polícia Federal em São Paulo também está entre os investigados sob suspeita de participar da tentativa de extorsão contra o advogado, que foi quem procurou o Ministério Público Federal. Um segundo policial civil também é investigado.

Além dos três mandados de prisão, a Justiça Federal também determinou que a Polícia Federal cumprisse oito mandados de busca e apreensão em locais nos quais havia a suspeita de que existiam documentos que ligassem os suspeitos à extorsão.

De acordo com a PF, os suspeitos serão indiciados pelos crimes de formação de quadrilha e concussão (extorsão praticada por servidor público).

Obras públicas sob o controle do crime organizado: Camargo Corrêa, Carioca, Mendes Junior, Construcap, Odebrecht e OAS 4

 Maiores empreiteiros do país viram réus na Justiça

08 Mar 2012

Ex-diretores da Infraero também são réus; ação é do Ministério Público Federal

Grupo de 41 pessoas enfrenta acusação de superfaturar obras em aeroportos; empresas negam irregularidades

FERNANDO MELLO DIMMI AMORA

DE BRASÍLIA – fonte: FOLHA DE SÃO PAULO

As maiores empreiteiras do país vão enfrentar uma batalha nos tribunais. A 12ª Vara da Justiça Federal em Brasília aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra 41 pessoas, entre ex-diretores da Infraero e diretores e representantes das principais construtoras brasileiras.

Eles são acusados de envolvimento em superfaturamento de R$ 1,2 bilhão em obras de dez aeroportos, incluindo Brasília, Congonhas e Guarulhos. Todos agora são réus sob a acusação de formação de quadrilha.

Nomes conhecidos aparecem no processo, como Ricardo de Queiroz Galvão (da Queiroz Galvão), Dário de Queiroz Galvão Filho (da Galvão Engenharia e vice-presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base) e Zuleido Veras (da Gautama, preso em 2007 em outra operação da PF).

A investigação começou com a Operação Caixa Preta, da Polícia Federal, de 2007.

Ao todo, representantes de 14 empreiteiras tornaram-se réus, entre elas Camargo Corrêa, Carioca, Mendes Junior, Construcap, Odebrecht e OAS -esta última é sócia da líder do consórcio que venceu o leilão de Cumbica, a Invepar.

O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos não aceitou a denúncia em relação a outras 14 pessoas, mas o Ministério Público vai recorrer.

A Folha teve acesso às quase 10 mil páginas do processo. Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal, durante a gestão do petista Carlos Wilson (2003-2006), já falecido, funcionários da Infraero se reuniram com representantes das empreiteiras para direcionar licitações e superfaturar obras.

“O objetivo (…) também, e principalmente, zelar para que recursos fossem, em sentido amplo, desviados para enriquecimento ilícito de tais empresas e de seus proprietários”, diz a Procuradoria.

O tipo de licitação escolhida, chamada de técnica e preço, aumentava o “subjetivismo” na escolha, que dependia mais das notas dadas pela Infraero às empresas do que dos preços oferecidos.

Além disso, a denúncia informa que os projetos tiveram preços propositalmente inflados para que as empresas tivessem mais ganhos ilegais.

Segundo um dos relatórios da PF, um dos motivos para os supostos desvios terem ocorrido foi o loteamento político da Infraero.

“Entre 2003 e 2006, a principal alteração estrutural realizada na Infraero foi, além da nomeação de um político para sua presidência, a nomeação de apadrinhados políticos para cargos de chefia”, diz a polícia.

Outros crimes apontados pela PF, como fraude à licitação e peculato, são analisados em ações diferentes.

Segundo procuradores, isso evita que crimes prescrevam por causa de processos muito volumosos.

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Desconto baixo foi um dos indícios, diz PF
08 Mar 2012
 

DE BRASÍLIA

 

Relatório da Polícia Federal aponta que um dos indícios do direcionamento das licitações dos aeroportos foram os descontos baixos dados pelas empreiteiras.

A Infraero apresentou um orçamento básico para cada obra. Segundo a PF, nos casos em que não houve competição real, os descontos oferecidos pelos vencedores em relação ao edital não chegaram a 1%.

Os peritos da Polícia Federal compararam os resultados com três licitações em que as empresas competiram para serem escolhidas, nos aeroportos de Uberlândia, Cuiabá e em outra obra em Congonhas.

Nesses casos, os descontos chegaram a até 32%.

Construtoras negam as irregularidades
08 Mar 2012
 

Empreiteiras dizem que denúncias são “infundadas”; parte aguarda notificação para apresentar defesa

DE BRASÍLIA

DE SÃO PAULO

 

As empreiteiras denunciadas disseram que diretores e funcionários denunciados à Justiça atuaram dentro da lei. Parte alegou que a denúncia não se sustenta.

A Queiroz Galvão disse que o acionista Ricardo Queiroz Galvão “jamais recebeu qualquer notificação oficial” sobre o processo. Segundo a assessoria, “o acionista jamais participou de qualquer reunião relacionada a obras aeroportuárias com a Infraero”.

Já a assessoria de imprensa da empreiteira Galvão informou que os denunciados “não foram citados oficialmente” e que a empresa não reconhece a denúncia. “A empresa tem como missão, e entre os seus valores, atuar dentro da legislação.”

A Odebrecht afirmou que “a atuação de seus integrantes foi sempre pautada pela observância à legislação em vigor e visando o interesse público”.

Disse ainda que, durante a investigação, seus integrantes estiveram à disposição para prestar informações, “sem que tenha havido interesse das autoridades em fazê-lo”.

A empresa Carioca Christiani-Nielsen Engenharia também informou que os acusados ainda não foram notificados sobre o processo. Em nota, disse: “A empresa destaca ainda que sua conduta sempre foi regida dentro dos procedimentos legais”.

As assessorias da OAS e da Camargo Corrêa também disseram que as empresas e seus diretores não foram formalmente notificados e que apresentarão defesas nas instâncias legais. Segundo a Camargo, “as acusações são absolutamente infundadas”.

O advogado Aloisio Lacerda Medeiros, que defende a empreiteira Construcap, diz que “a denúncia é inepta porque não descreve nem minimamente qual teria sido o proceder criminoso” dos funcionários da empresa.

A reportagem da Folha também tentou contato com as construtoras Estacon e Constran, mas não obteve resposta.

A direção da construtora Mendes Júnior emitiu nota, ontem no fim do dia: “A Mendes Júnior não reconhece qualquer irregularidade em relação ao caso mencionado e não fará qualquer declaração neste momento por não conhecer ainda os termos do inquérito citado”.

As empreiteiras Serveng e Via Engenharia não quiseram se pronunciar sob alegação de que não foram notificadas pela Justiça sobre a abertura do processo. O representante da construtora Beter não foi localizado.