Quatro bandidos travestidos de policiais que atuavam na zona norte da capital, capitaneados por um “ganso”, foram negociar com traficantes de São Carlos,10 Kg de cocaína, e deu ruim. Um tomou bala e foi pro inferno, que é o lugar dele, ao invés da polícia e outros três deram de “pinote”. O “ganso” a PM prendeu. Um delegado de polícia da Divisão de Capturas, amigo do desgraçado que morreu, foi convidado para a empreitada, mas declinou do convite. A polícia continua a mesma, o mais do mesmo, profissão perigo, risco de vida em relação a bandidagem de fora e risco de cadeia em relação a bandidagem de dentro. Agradeço a Deus por ter me aposentado e feito a travessia ileso tanto de uns quanto de outros
Bom faro não serve nem para lamber a vagina de uma “vagabunda” traficante acreditando que está proporcionando e obtendo prazer de um anjo…
A essa o desembargador Catarina concederia “habeas corpus” , mesmo não gostando de buceta!
Aliás, é preciso pontuar que o policial militar, diferentemente da maior parte dos civis, é profissional altamente treinado no combate ao crime. É da essência da sua função possuir a aptidão para rapidamente ‘separar o joio do trigo’, possuindo faro severamente aguçado para distinguir agentes que, por determinadas manifestações de comportamento, aparentam ou não estar dotados de boa-fé”.
O leitor que acompanha a Ponte deve ter listo esta pérola de sabedoria na reportagem de Beatriz Drague Ramos “PMs têm ‘faro aguçado’ para decidir quem é bandido, segundo desembargador de Santa Catarina”. Ela foi proferida pelo desembargador Luiz Antônio Zanini Fornerolli, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina em decisão que negava um habeas corpus para uma mulher acusada de tráfico de drogas.
O primeiro pensamento que me veio a mente quando tomei conhecimento dessa história é a relação entre faro, cães e caça. Ao longo da história da humanidade, esses três elementos estiveram juntos fornecendo ao homem a possibilidade de rastrear uma presa por um elemento sensorial, o cheiro, no caso.
A relação caçador e cão de caça não é igualitária, é uma relação de poder. É o caçador que orienta e guia o cão no seu objetivo. O cão cumpre a tarefa de localizar e entregar a presa. Os capitães do mato cumpriam essa função com os escravos fujões e hoje a polícia, dentro da linha de pensamento do desembargador, cumpre esse papel completamente desumanizada: uma instituição subalternizada dentro do sistema de justiça cuja a função é caçar presas e trazê-las para elite judiciária das mãos limpas e reputação irretocável.
Ao dotar o policial de um suposto faro de separar o joio do trigo, Fornerolli confirma que há um cheiro, um comportamento, um trejeito, uma cor, quem sabe, que faz com que um policial possa julgar um indivíduo sem precisar de outros elementos objetivos como imagens e documentos, sem precisar da tal fundada suspeita pregada pelo artigo 244 do Código de Processo Penal. O próprio desembargador confirma isso ao dizer, em outra decisão, que este poder de dedução que deixaria Sherlock Holmes no chinelo é capaz de “distinguir agentes que, por determinadas manifestações de comportamento, aparentam ou não estarem dotados de boa-fé”. Você não precisa ser culpado, ao que parece, basta parecer culpado, se comportar como culpado e assim o será. Isto não é uma inferência da minha parte, mas a realidade que reportamos semanalmente aqui na Ponte em casos de abordagens violentas e prisões sem provas.
Estudos do NEV-USP e da Defensoria Pública do Rio de Janeiro corroboram esta posição em números. De acordo com levantamento do NEV, 74% das prisões por tráfico, a palavra dos PMs era a única prova apresentada. O número é próximo com o que foi levantado no RJ, onde o mesmo acontece em 71% dos casos.
Quais seriam essas “manifestações de comportamento”?, me pergunto. Seriam ter a pele escura? Falar gírias? Uso de determinadas roupas? E como pode o comportamento ser prova de crime ou não? Fosse assim, em tese, o cidadão de bem da família tradicional brasileira seria o sinônimo encarnado de reputação ilibada. Mas não é isso que vemos cada nos noticiários com homens de Deus admitindo participação em esquemas de corrupção, cidadãos de bem enquadrados como terroristas e bilionários fraudadores nas capas dos jornais. Com esta parcela da população, o faro do Estado parece falhar miseravelmente.
Com estas posições, o desembargador Fornerolli ignora orientação do STJ – tribunal que está acima de sua alçada – que já tem jurisprudência clara no sentido de que abordagens só devem ser feitas com bases factuais e não em elocubrações, deixamos isso para os detetives geniais da literatura. O trabalho do policial não é investido de uma capacidade especial e única de ver o que ninguém vê, mas de atuar com base em fatos, provas.
São falas como estas que reforçam que existe ainda uma estrutura escravista em pleno funcionamento. Uma elite que para manter a ordem dentro de seus padrões envia seus leais companheiros para que os subalternos se lembrem de seus lugares a ferro e fogo, literalmente.
‘Tem que chacoalhar a polícia’, diz Ivalda Aleixo, nova chefe do DHPP de SP
Delegada Ivalda Aleixo, nova chefe do DHPP de São Paulo Imagem: André Porto/UOL
Claudia Castelo Branco
Colaboração para o TAB, de São Paulo
06/02/2023 04h01
No fim de janeiro, um senhor de ascendência libanesa de cerca de 80 anos subiu ao quinto andar do Palácio da Polícia Civil, no centro de São Paulo, disposto a esperar: queria cumprimentar a delegada Ivalda Aleixo, 57, nova chefe do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa) e agradecê-la pela dedicação que deu a um caso envolvendo um filho seu. “É minha função, não tem nada que agradecer”, respondeu ela, firme, mas gentil.
Desde 4 de janeiro no novo cargo, a delegada comandou 84 operações só no ano passado — um dos casos que lhe tirou o sono foi o assassinato do ator Rafael Miguel, em junho de 2019; foi ela quem prendeu Paulo Cupertino, o principal suspeito do crime, em maio de 2022.
Ivalda ainda não está 100% à vontade na sua sala no quinto andar — os móveis antigos, insinuou, lembram um museu. Também há corujas decorativas nas paredes, simbolizando sabedoria e “olhos sempre abertos”. A diretora pretende substituí-las por versões mais modernas. “Já lidamos com morte, não precisa ter cara de funerária.”
Desde que assumiu a chefia, a diretora vem sendo procurada por muitas delegadas que querem integrar o departamento. Juliana Menezes, 37, foi uma delas — no dia 24 de janeiro, elas se encontraram para conversar pela primeira vez. Ivalda gostou do perfil.
“Gente nova, com tesão no trabalho. A polícia é assim, é como um relacionamento. Tem que dar uma chacoalhada às vezes”, diz Ivalda, que carrega no pescoço cordões com pingentes diversos, da divindade da umbanda Oxossi a símbolo esotérico da Cabala; nos braços, pulseiras do designer Guerreiro.
Tem a fórmula H2O tatuada no braço, uma referência ao provérbio “carregar água no cesto”. Recentemente, conta, foi procurada por um produtor que quer fazer uma série documental sobre ela.
À frente das investigações de homicídios e proteção à pessoa, liderando cerca de 410 profissionais no prédio tombado, ela diz que quer ligar os pontos, ter uma ideia “macro” do que acontece, “o modus operandi” dos crimes. A nova diretora também tem um olhar especial para feminicídios, principalmente fruto de violência dentro de casa: “Sem informação, talvez se ache normal levar um tapa porque alguém disse que ‘é normal, é assim mesmo’. Normal é o caramba. Isso tem que acabar”. Desde que chegou, cita, o DHPP já resolveu dois feminicídios que estavam parados.
Ivalda quebrou o pé, operou e, dias depois, locomovendo-se de patinete, prendeu 20 suspeitos Imagem: André Porto/UOL
‘Bad news’
“Ivalda é excepcional. Teve dia que prendeu 20 de patinete. Está no cargo por mérito”, elogiou o jornalista José Luiz Datena, no Brasil Urgente, da Band. Era 2 de fevereiro e o DHPP tinha prendido um dos acusados pela morte de Anselmo Becheli, 38, conhecido como Cara Preta, do PCC.
A história do patinete é famosa entre policiais. “Uma vez pulou um muro numa operação e quebrou o pé. No dia seguinte estava trabalhando como se nada tivesse acontecido”, lembra o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, 65, secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
O acidente aconteceu por volta das 6h de 3 de agosto de 2022, mas Ivalda só foi para o pronto-socorro às 19h14. Ela diz que tem alta tolerância à dor e ia deixar para lá, até que Rogério Ross, 53, o chefe dos investigadores conhecido como Pardal, olhou para a perna dela e disse: “Bad news”. Todo mundo confia no olho de Pardal — “é do tipo que olha um carro e diz ‘esse modelo é de 2020, mas essa placa é de 1989′”, exemplifica Ivalda.
Após passar pelo pronto-socorro, ela foi operada em uma sexta-feira; no sábado, teve alta, mas com uma recomendação médica de afastamento de 45 dias; no domingo, começou a atormentar amigos pois queria voltar a trabalhar; na segunda, ligou para Nico e lhe pediu emprestado um patinete, “aquele modelo da Mariana Becker [repórter da Band]“.
Não demorou muito, e ela recebeu uma unidade, iluminada e adesivada com o logo da Policia Civil e, dois dias depois, coordenou uma mega-operação com 105 policiais — 20 suspeitos foram presos. “[Ela é] uma explosão”, diz Nico. “Foi a que mais prendeu aqui em São Paulo.” Entre 2019 e 2022, foram 2.445 prisões, entre flagrantes e mandados de prisão.
Ivalda lhe devolveu o patinete no último 23 de janeiro.
À frente das investigações de homicídios, a delegada comanda cerca de 410 profissionais Imagem: André Porto/UOL
De Arlequina a Zidane
Filha de um veterinário e de uma costureira, a delegada nasceu e cresceu em Piraju, no interior de São Paulo. “O primeiro lugar do Brasil a receber energia elétrica”, brinca, a sério: de fato, a cidadezinha de 29 mil habitantes foi a primeira a ter luz elétrica, em 1912, pois foi instalada uma usina na Fazenda Boa Vista, a 15 km dali. Sempre que pode, traz a cidade para a conversa. “Um chefe do setor de ‘natalidade’ com sete filhos. Só em Piraju tem essas coisas.”
Aos 17, Ivalda foi estudar computação em São Paulo; depois, emendou um curso de direito e, em 1994, entrou na polícia. “Ligava para minha mãe todo dia pra avisar que estava viva. Suas orações me protegeram por muito tempo”, recorda ela, que é capaz de passar horas contando causos de infância e lembranças da mãe, que morreu em 2015. Também ficou na memória o primeiro plantão que fez. Era noite e uma mulher havia sido estuprada e morta a pauladas na nuca. “Como se explica isso para uma mãe, um pai?”, pergunta-se desde então.
“Vê se tá na ‘desaparecidos’ ou na ‘anti-sequestro'”, de repente a delegada diz, coordenando os investigadores. Segundo ela, às vezes a resposta de um crime não é um fim, mas um começo. “Você pode encontrar uma situação de trabalho análogo à escravidão num lugar denunciado por falta de higiene”, exemplifica.
Entre um caso e outro, dizem que a delegada lê muito (“A marcha da insensatez”, da historiadora americana Barbara W. Tuchman, e “Por que os homens matam”, do autor alemão Frank Arnau, estão entre os livros dispostos na mesa de sua sala), não para, faz perguntas repentinas aos investigadores e lança comentários aleatórios (“não vou ficar aqui olhando coruja na parede”, o TAB ouviu certa vez, ao fim de uma conversa dela com o delegado-adjunto Marcus Lacerda, 58).
Na mesa, também há bonequinhos, entre eles, um da Arlequina, anti-heroína da DC Comics, e um do ex-jogador francês Zinedine Zidane. “Sabe por quê?”, perguntou a delegada. A reportagem sabia: nos corredores, os policiais lembraram outra história protagonizada por ela. “A vez que Ivalda deu uma cabeçada num assediador. Fica entre nós.”
Eu digo, de regra, desculpando-me de enfiar a pequena minoria nesse balaio de RATOS!
Mas tive experiência suficiente para poder afirmar que a maioria, verdadeiramente, apenas se preocupa com os próprios interesses; pouco se importando com os pares de hierarquia inferior e policiais das diversas carreiras.
Salvo o seu grupelho: a ORCRIM de confiança!
Por tudo isso já passei …
Com seis meses no cargo, em 1988, quase morro e destruí uma viatura me deslocando de uma cidade para outra.
Era um Uno Mille azul doado pelo governo José Sarney.
Paguei um Alfa Romeu, com o direito a ler o Desembargador escrever, em linhas gerais, o seguinte: pouco importa o eventual cansaço, o acúmulo de três cidades, as circunstâncias de não ver a família há 45 dias, Natal e Ano Novo, inclusive.
DELEGADO DE POLÍCIA não tem o dever de conduzir viaturas…E NÃO É HABILITADO PARA TAL!
Depois de ler o Acórdão nunca mais dirigi quaisquer veículos do estado, fossem caracterizados ou descaracterizados.
Aliás, por intriga de um otário assistente do Seccional, não me deixaram trazer o veículo para a oficina – grande e conceituada – de um tio meu estabelecida na av. Água Fria, no Tucuruvi. E todas as peças eu ganharia de uma concessionária por ter advogado para a irmã do dono.
O conselho do assistente: Dr. levar a viatura daqui de Prudente para São Paulo pode dar problemas …nunca se sabe como ela será recuperada! No popular: emprenhou o Seccional no sentido de que poderia “cabritar” o valoroso Fiat Uno!
Daquele momento até ser expulso jamais confiei em assistentes e canetas fantasmas, seja lá de quem for!
A grande maioria, no jargão policial: FILHOS DA PUTA!
Em termos mais refinados: PERSONIFICAÇÕES DA FALSIDADE!
Os honrados que me perdoem, posso ter dado azar!
Mas do maior filho da puta – falso, puxa saco, que tive o desprazer e a infelicidade de cruzar era tão psicopata, perverso e narcisista que elaborava os pareceres para o seu Diretor – outro honesto que quis acabar com as chefias da Capital, com as casinhas de jogo do bicho, mas atacava o MP defendendo torturadores – darei uma dica, como todo psicopata covarde, embora se escondendo sob assinatura do seu BIG BOSS – deixava a sua marca: NSPF.
Retornando ao que interessa, o pobre ESCRAVÃO, mentalmente enfermo, considerando que a PC hoje, mais do que no passado, é um covil de gente perversa, sabia que não contaria com a benevolência dos superiores (benevolência não é sinônimo de indulgência; não caracteriza prevaricação). Se estava sofrendo esgotamento mental em razão do trabalho e ainda foi dirigir estafado: DIREÇÃO PERIGOSA, mais a infração disciplinar caracterizada por dirigir veículo oficial com imprudência (cansado), negligência (provavelmente um veículo sem manutenção, velho, sem freios, pneus comprometidos etc. ) e imperícia (não soube controlar o veículo), causando danos de grande monta no automóvel pertencente ao estado e no muro do motel (prejuízos a particulares). Se primario e bons antecedentes funcionais: REPREENSÃO. Com o convite para autorizar o desconto de 10% de seus vencimentos, atualmente a Fazenda exige correção monetária mensal.
Em síntese, para quem GANHA UMA MERDA, vive endividado, EQUIVALE A MORRER AFOGADO EM DÍVIDAS!
E Vossas Excelências sejam hipócritas em São José do Rio Preto, mas sem essa de abafar para não causar maior sofrimento à família.
Suicídio não atrai suicídio!
Pode atrair é muito ódio, pois, com absoluta certeza, o policial apresentava problemas: NINGUÉM SE IMPORTOU!
E você que se sentir afogado, escravizado, assediado moralmente, aviltado funcionalmente: NÃO ESPERE ADOCECER…
Compareça a um psiquiatra e fique em casa.
Vai ganhar menos, em contrapartida gastará menos.
A gente gasta até para ir ao trabalho…PQP
Policial do interior, especialmente Escrivão, não tem como roubar.
Vou chutar: duvido que a chefia dê um agradinho maior do que R$ 300,00 (trezentos reais) por mês.
E há corrupção – DA MELHOR QUALIDADE – no DEINTER-5!
Retomando o assunto, mas se já estiver doente NÃO SE MATE…
Melhor fará SE METER TRÊS BALAS NO PEITO DO SUPERIOR ASSEDIADOR!
Como fizeram com um Diretor – que era assistente do Seccional de São Bernardo do Campos há mais de 30 anos – falso, perverso e corrupto!
Às vésperas de poder se aposentar na carreira, o Escrivão da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Miguel Cristale, deixou-nos. Após o final de mais um exaustivo expediente em uma das três delegacias onde trabalhava no Deinter 5, interior do Estado, um acidente com a viatura que utilizava, seguido de circunstâncias ainda a serem esclarecidas, levou sua vida.
“Uma fatalidade”, disseram os eufemistas.
Mas, fatalidade trata-se de um destino inevitável, o que não se amolda à morte de Miguel.
Miguel estava exausto e a tragédia de sua partida deixa-nos uma série de reflexões que rodeiam um único questionamento:
Quem o matou?
O desmonte pelo qual passa a Polícia Civil de SP tem submetido os poucos funcionários ativos a condições degradantes de trabalho, tornando-os depressivos, exaustos, ansiosos, suicidas…
São responsáveis por esse desmonte os mesmos a quem se deve atribuir a morte de Miguel.
São responsáveis os que, do alto de sua posição privilegiada, exigem perfeição de funcionários cada dia mais imperfeitos.
Os que exigem saúde física e mental de funcionários cada dia mais doentes.
Os que exigem dedicação plena de funcionários cada dia mais exaustos.
Os que exigem onipresença de funcionários cada dia mais escassos.
São responsáveis os que preferem transferir suas responsabilidades e dizer “vão” em vez de “vamos”.
São responsáveis os que auferindo mais, sacrificam-se menos.
Delegados desafetos da PM perdem espaço na gestão Derrite
ROGÉRIO PAGNAN E MARIANA ZYLBERKAN
seg., 30 de janeiro de 2023 6:52 PM BRT
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As movimentações nos principais cargos da Polícia Civil de São Paulo, realizadas nos primeiros dias do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), indicam a falta de espaço na gestão do novo secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, aos delegados tidos como desafetos da Polícia Militar.
Na lista de novos diretores da instituição, por exemplo, chama a atenção a ausência de delegados que ocupavam cargos de relevo na polícia havia anos, como o antigo delegado-geral Ruy Ferraz Fontes e a adjunta, Elisabete Sato, ambos com históricos de desavenças com os militares.
No início do mês, também perdeu a titularidade do seccional centro o delegado Roberto Monteiro, que ganhou projeção em 2022 com as operações de combate ao tráfico de droga na região da cracolândia, mas também gerou um mal-estar com policiais militares por uma série de declarações.
As mudanças agradaram a integrantes da cúpula da PM que há muito tempo tentavam afastar alguns desses delegados, tidos como vozes críticas da corporação.
Segundo a Folha de S.Paulo apurou, oficiais da PM chegaram a montar, em 2018, um dossiê contra Ferraz Fontes e entregaram as informações ao governador eleito João Doria (então no PSDB), para tentar demovê-lo da intenção de indicá-lo à delegacia-geral. O dossiê trazia dúvidas sobre a integridade do policial.
A iniciativa acabou não surtindo efetivo, porque o delegado era homem de confiança do então secretário-executivo da Polícia Civil, Youssef Chahin, braço direito do secretário da Segurança à época, general João Camilo Pires de Campos, e ligado ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Atualmente, Fontes está licenciado da polícia. Aceitou o convite para ser secretário de Administração na Prefeitura de Praia Grande (litoral paulista) e deve ser aposentar ao final do prazo da licença.
A colegas Fontes disse ter recebido convites para assumir alguma posição de destaque na polícia, até de diretoria, mas declinou. Disse ter decidido pedir afastamento ao tomar conhecimento da indicação de Derrite para o comando da Segurança. Não queria ser chefiado por um oficial da PM tido como bolsonarista raiz.
Assim, Derrite não teve desgaste para afastar o delegado.
Já Elisabete Sato, por sua vez, considerada uma das mais importantes delegadas de São Paulo, perdeu o comando do DHPP (homicídios) e foi nomeada para uma função burocrática na Academia da Polícia Civil.
O tratamento dispensado pela gestão Derrite à delegada foi visto por membros da polícia como injusto, até pela história da policial. Ela merecia, segundo eles, uma posição de cúpula. A própria delegada, segundo a Folha de S.Paulo apurou, esperava mais reconhecimento.
O histórico de mal-estar de Sato com a PM vem de longa data. Em 2017, durante evento público ao lado de oficiais da PM, Sato afirmou, conforme relato de investigadores, que nem mesmo a Rota (tropa de elite da PM) estava conseguindo entrar na favela de Paraisópolis, na zona sul da capital, em razão do domínio do crime.
Na tarde do mesmo dia, integrantes da PM realizaram uma grande operação na favela para demonstrar que a versão da delegada estava errada.
Apesar de pouco tempo com cargo de destaque na capital, Roberto Monteiro conseguiu desagradar a muitos policiais militares no ano passado, segundo a Folha de S.Paulo apurou, durante os trabalhos de combate ao tráfico de drogas na região conhecida como cracolândia, por meio da Operação Caronte.
O delegado-seccional não teria reconhecido o trabalho da PM durante entrevistas, e, ao mesmo tempo, não economizava críticas à corporação quando falava de problemas no policiamento preventivo. O desgaste avançou a ponto de Monteiro passar a receber apenas apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana) nas operações.
Após a saída do delegado, a PM voltou a atuar fortemente na região.
Monteiro também assumirá um cargo burocrático, no DAP (Divisão de Planejamento e Controle do Departamento de Administração e Planejamento).
Fontes, Sato e Monteiro foram procurados pela Folha de S.Paulo, não quiseram comentar o assunto.
Em nota, a Secretaria da Segurança informou que as trocas na Polícia Civil foram feitas por critérios técnicos.
“A Polícia Civil do Estado de São Paulo é uma instituição centenária, composta por homens e mulheres vocacionados à causa pública, essenciais à Justiça e à segurança pública paulista. Todas as movimentações da Polícia Civil, incluindo as da cúpula, são baseadas em critérios técnicos, na experiência e capacidade dos profissionais indicados.”
Em entrevista à Folha de S.Paulo na semana passada, Derrite disse que as trocas são de responsabilidade do novo delegado-geral, Artur Dian, que teria recebido “carta-branca” para indicar todos os cargos. Sobre Ruy Ferraz Fontes, disse que não o reconheceria se cruzasse com o delegado pela rua.
Acreditamos que o governo Federal dispenderá muitos esforços e recursos para “despolitizar” as forças policiais, sejam as federais sejam as estaduais. Embora, conforme a pesquisa acima, aparentemente alguém possa considerar como a minoria, 40% do efetivo é um número alarmante.
Como afirmamos acima, além de bandidos, são radicais e tercos, revéis, teimosos, em suas equivocadas, descabidas, afrontosas convicções, plantadas e ramificadas – em seus cérebros defeituosos – durante os últimos quatro anos desse nefasto e indigno Bolsonaro ; sem qualquer objeção ou contraponto.
Como cachorros mortos de fome esperavam e esperam por migalhas do adestrador.
Esse prometeu muito; não entregou nada!
Certamente foi grande erro subestimar a referida besta, confiando que seriam poucos seus seguidores.
Ora, há milhões de outras bestas pelas ruas!
Julgamos por nossas crenças e descobrimos, tardia e tristemente, que estamos como uma ilha de inteligência e racionalidade, cercados de fascistas e imbecilizados por todos os lados.
Pior: fascistas, corruptos e debilóides MUITO BEM ARMADOS!
Lamentável saber que policiais se refestelam com porcos…
Pensamos, pessimistamente, que 40% seja um percentual muito otimista…
Temos absoluta convicção que é muito mais!
Contudo pela nossa diminuta experiência podemos falar: O POLICIAL ESTÁ SEMPRE DO LADO ERRADO; SEMPRE ACABA PERDEDOR !
E lanço um desafio: QUERO VER PM FAZENDO MANIFESTAÇÃO LEGÍTIMA ACAMPADO NA PORTA DO COMANDO GERAL DA PMSP…
QUERO VER PM FAZENDO MANIFESTAÇÃO NO PALÁCIO DOS BANDEIRANTES…
Se invadir a Praça dos Três Poderes for legítimo, com maior razão é legítimo matar policiais.
A vida de qualquer um não vale nada diante DO ESTADO DE DIREITO!
Qual a lógica de se aprovar aumentos para quem já ganhava muito bem…
O topo da pirâmide de certas carreiras nem sequer necessita de salário; o Sr. sabe, né!
Governador, quem verdadeiramente “governa este estado” são aqueles cujos vencimentos são irrisórios, indignos!
Não adianta agradar 16.000 funcionários (os que recebem gratificações por desempenho e aqueles que recebem dividendos extranumerários), deixando quase UM MILHÃO DE PESSOAS (ativos e inativos), arrependidas e com raiva por lhe confiar votação tão expressiva.
Fique atento, se não conceder aumento, primeiramente, haverá passeatas, depois greve e, ao final, invasão do Palácio dos Bandeirantes …
E a PM Paulista fará como fez a PM de Brasília…
Acredito que Vossa Excelência não queira pedir para o Lula determinar uma GLO no Estado de São Paulo …
Ah, o Sr. não é o Meira, mas é bonitão …Ajuda a moçada, pô!
O OLINGUA vendeu a polícia toda , em troca de gordas mesadas .
A segunda seccional foi a mais baratinha . OLINGUA vendeu a terceira seccional ( aí sim foi pancada ) .
Vendeu divisões do DEIC , vendeu DPPC .
Tudo na cara dura .
Quem não pagou o OLINGUA foi pra NASA , como por exemplo o Dr Roberto da 1a seccional , que fez um excelente trabalho e mesmo assim foi jogado num canto por não se sujeitar a essa podridão.
Mas eu vou fazer um favor para o OLINGUA: já estou remetendo ao GAECO e CORREGEPOL a relação de todos os bingos e cassinos , especialmente na área da 2a e 3a Seccionais e mandarei o nome de todos os recolhes .
Quiseram ceder ao OLINGUA ?
Mas vou até recomendar para que o gaeco se apresente como policial de outra área . Os recolhes vão aparecer para advogar e CANA NELES . E tome delação premiada .
Se preparem . O BICHO VAI PEGAR ! Eu já estou avisando a imprensa
Autor: OLINGUA
“Tudo acontece aqui”, diz Roberto Monteiro, delegado seccional do Centro Delegado conhecido por ações de grande repercussão midiática diz que “cracolândia é problema de segurança pública, social e de …
“Tudo acontece aqui”, diz Roberto Monteiro, delegado seccional do Centro
Delegado conhecido por ações de grande repercussão midiática diz que “cracolândia é problema de segurança pública, social e de saúde”
Por Clayton Freitas Atualizado em 10 ago 2022, 17h06 – Publicado em 11 ago 2022, 06h00
Delegado Roberto Monteiro Andrade Jr. Alexandre Battibugli/Veja SP
Quando contava com apenas 9 meses de idade, Roberto Monteiro de Andrade Júnior, hoje com 60 anos, apareceu sorrindo em uma foto dentro de uma viatura da Polícia Civil. No verso da desgastada imagem, sua mãe escreveu à mão: “Filho de delegado, delegado é”. E assim foi, apesar da orientação do pai, para que o filho seguisse outra carreira que não a dele.
E o Júnior chegou longe. Aos 38 anos, tornou-se o mais jovem classe especial, o mais alto patamar da carreira, feito até hoje inédito. Depois de atuar no interior, passou por diversos cargos administrativos na capital até ser convidado a comandar a 1ª Seccional de Polícia Civil, no Centro, em 2019. Se não é a maior seccional em território nem mesmo em número de delegacias, certamente é em casos de repercussão, que vão do alto número de crimes patrimoniais, passando pela Cracolândia, ações envolvendo milícias no Brás e, vez ou outra, casos como o do prédio que pegou fogo na 25 de Março.
Leia a seguir trechos da entrevista em que ele explica os motivos da complexa situação de segurança pública na região e ainda uma má lembrança: a de ter sido denunciado num esquema de máfia de caça-níqueis que envolvia policiais civis sob seu comando, em São José dos Campos, no interior paulista.
O senhor já foi denunciado por suspeita de envolvimento numa máfia de caça-níqueis, mas não se tornou réu. Isso o marcou? Eu amo a polícia e segui em frente. Achei que foi injusto comigo, porque eu não participei de nada e nunca nem sequer fui ouvido como réu. Eu entrei com habeas corpus. Fui denunciado sim, mas não me tornei réu, por haver falta de justa causa, e não haver prova contra mim, só elucubrações. Eu nunca fui nem interrogado. No fim, justiça foi feita. Eu fiquei muito chateado porque sempre fui e sou muito correto.
Como foi sua escolha para assumir a 1ª Seccional de Polícia Civil? Colaborei com os planos de governo do então candidato Doria (João Doria) e doutor Ruy (Ruy Ferraz Fontes) foi escolhido como delegado-geral. Ele me chamou e falou assim: “Roberto, você vai para a 1ª Seccional”. Eu respondi: “Puxa doutor, eu fiz alguma coisa errada? Eu pisei no calo de alguém?”. Tudo acontece aqui (Centro). Se descer um disco voador, vai ser na Praça da Sé. No início, eu fiquei preocupado e era muita responsabilidade. Nós temos alguns problemas crônicos no Centro, entre eles a Cracolândia, o quadrilátero das motos, e o Brás, com ruas tomadas por milícias e organizações criminosas, explorando área pública e faturando.
O que explica os índices de criminalidade na região? Eu estudei para tentar entender a incidência de crimes. Nós temos uma situação muito complexa no Centro. É uma dinâmica diferente de outras regiões da cidade. Temos alguns fatores relevantes. Entre eles está que o Centro tem o maior hub de distribuição de transporte coletivo da América do Sul. Aqui passa a média de 1 milhão de pessoas todos os dias, seja por transporte de ônibus, metrô, CPTM, que caminham, ou trafegam por aqui. E temos uma questão social muito complexa, que é a presença de pessoas em situação de rua, que foi agravada pela pandemia. Além de um grave problema social misturado com a questão de segurança pública, que é a Cracolândia, presente há quase trinta anos aqui e sendo explorada por uma facção criminosa. E aquilo se autoalimentava: o tráfico, o dependente, daí vem o furto, o roubo, a venda dos produtos nas lojas, e isso era um problema que alimentava a criminalidade no Centro.
Por qual motivo o senhor citou as pessoas em situação de rua? Pelo meu princípio e vivência policial, eu nunca concordei com aquele estigma de que uma pessoa que não tem condições sociais tem tendência a prática de crimes. Eu creio que aquele que pratica crimes não é porque ele não tem emprego ou não quer trabalhar, ou algo do tipo. Ele já tem uma índole ruim, já opta por essa vida. Quando eu falo em pessoas em situação de rua, digo que a presença dessa população, vítima da falta de emprego e moradia, permite que aqueles mal-intencionados, de má índole e que estejam propensos a praticar crime se misturem a essas pessoas. Quando você tem um grupo muito homogêneo, há dificuldade em separar essas situações. Cabe à inteligência policial separá-las.
Tudo o que a Polícia Civil fez na Cracolândia foi 100% correto? Na minha opinião, sim. A Cracolândia é um problema de segurança pública, social e de saúde. Várias ações foram realizadas pela polícia, e todas elas bem-intencionadas. Qual é o mérito da Operação Caronte? Primeiro que nós fizemos uma imersão profunda para entender o que era a Cracolândia. Conseguimos infiltrar policiais no meio do fluxo, fizemos vários relatórios de inteligência, fotografamos e filmamos com câmeras escondidas. Temos até agora 143 presos, 75 mandados de busca e apreensão e 97 mandados de prisão expedidos. Quando eu falo de mandado de prisão expedido, é o juiz dando uma ordem. Ninguém saiu da cadeia, e a Justiça validou todas as nossas prisões e métodos de investigação e inteligência.
O senhor já recebeu ameaças de morte pelas recentes ações que fez? Eu tomo cuidado porque fui ameaçado. A gente recebe recados, e eu sei que estou atrapalhando muita gente. Mexemos com grupos que faturam milhões. A nossa função é a mesma coisa que um médico sentir medo de pegar resfriado de um paciente gripado. É um risco inerente, mas eu não divulgo essas coisas.
O senhor já foi filiado a alguns partidos (PSD, PTB e Solidariedade). Tem pretensões políticas? Eu sempre adorei política. Meus avós foram prefeitos, meu tio foi prefeito, meu outro tio foi vereador várias vezes, e eu sempre gostei. Mas eu sempre achei incompatível com a minha função policial. E eu não quero deixar a polícia para ser político, porque eu amo o que faço. Eu vejo muitos delegados que foram para a política e ficam divididos. Algumas certezas eu tenho na minha vida: eu vou morrer ao lado da minha mulher e quero sempre ser um bom pai. Eu tenho muito receio de falar que não serei (candidato). Mas pode surgir uma situação em que eu me veja na condição de ajudar alguma coisa.
O atual secional, salvo distorção da matéria da Folha, aparentemente. desqualificou todos os esforços do antecessor.
Mas não consta que JAIR BARBOSA ORTIZ tenha realizado trabalhos excepcionais.
E posso afirmar que acompanho os trabalhos da das delegacias de repressão a furto, roubo e desmanches de veículos do DEIC, onde Vossa Excelência foi Titular, nunca lhe vi fazendo nada de efeito. Salvo tirar fotos com o Delegado Deputado!
Ora, demonstre cientificamentge que o aumento de furtos e roubos possui como causa preponderonte a DISPERSÃO DOS DEPENDENTES ?
Com efeito, para que serve o DEIC? A DIVECAR e A DELEGACIA DE DESMANCHES?
E já que estuda a Cracolândia há 30 anos, teria sido oportuno dizer QUE FOI UMA CRIAÇÃO DO DENARC…Não existia PCC , o grande fornecedor era o “valoroso” DEPARTAMENTO DE NARCOTRAFICANTES CIVIS…
Estou mentindo?
Enfim, o delegado Ortiz não me parece ter sido feliz.
E vai ser muito cobrado …
E provavelmente será um fiasco!
Mas o BIG BROTHER vai ser bacana; quem fizer a licitação vai faturar um bom dinheiro!
O ex-delegado da Seccional Centro diz que a prisão de traficantes que comandavam a venda de drogas na região central foi mantida pela Justiça. Além disso, Monteiro ressalta que as incursões frequentes entre o fluxo de usuários foram importante para destituir o comando do território articulado pelo crime organizado que lucra por meio de aluguéis de espaços na calçada para venda de drogas.
Esse argumento também foi rebatido por Ortiz. Segundo ele, a dispersão de usuários pelo centro, efeito colateral das operações policiais, prejudica o trabalho de agentes de saúde e da área social. “Se antes eu tinha uma equipe para acompanhar os usuários, agora, preciso de 16 equipes por causa da dispersão por vários pontos do centro”, diz.
A constância das operações, feitas semanalmente, teve como outro efeito negativo, segundo Ortiz, a falta de disponibilidade dos policiais civis para investigar outros crimes.
“Como esse policial que está na rua às 5h da manhã [em operação na cracolândia] vai estar investigando um crime no dia seguinte às 5 h da tarde? “, disse.
TRF-3 apontou que Aparecido Calandra, David Araújo e Dirceu Gravina causaram danos à sociedade ao participar da morte e tortura de 25 pessoas, entre elas o jornalista Vladimir Herzog, no extinto DOI-Codi, em SP
Delegado Aparecido Laertes Calandra em audiência da Comissão Nacional da Verdade, em 2014, sobre imagens de Vladimir Herzog, torturado e morto em 1975 | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) condenou, na quarta-feira (18/1), os delegados aposentados Aparecido Laertes Calandra, David dos Santos Araújo e Dirceu Gravina a pagarem, cada um, R$ 1 milhão em indenização por danos morais coletivos sofridos pela sociedade brasileira em razão das torturas e mortes cometidas por eles durante a ditadura civil-militar. O dinheiro deve ser destinado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, ligado ao Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
A partir de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), a Justiça reconhece que os três delegados, que atuavam no Destacamentos de Operação Interna e Centros de Operações e Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo, participaram, direta ou indiretamente, da tortura e do assassinato de ao menos 25 pessoas. Dessas, 15 foram vítimas de Aparecido Calandra, conhecido como Capitão Ubirajara; seis, de David Araújo, que usava codinome de Capitão Lisboa; e outras seis, de Dirceu Gravina, que se identificava pelas letras JC, em alusão a Jesus Cristo. Dentre esses crimes, estão a execução do jornalista Vladimir Herzog, em 1975, e a tortura da ativista Amelinha Teles, junto com seus filhos pequenos, em 1972.
Subordinado ao Exército, o DOI-Codi se dividia em unidades regionais e era responsável por sequestros e violências contra as pessoas detidas pelo regime militar, atuando fora das leis da própria ditadura. Na época, era comandado pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que foi condenado por tortura, mas morreu em 2015 sem pagar pelos crimes.
Para a coordenadora da área de Memória, Verdade e Justiça do Instituto Vladimir Herzog, Gabrielle Abreu, a decisão mostra um “avanço tímido” da justiça. “Todas as condenações como essa, de pagamento de indenização, a gente tende a celebrar porque a gente tem um histórico de impunidade em relação aos crimes perpetrados pelo Estado durante a ditadura. Pode não ser a decisão ideal, mas a gente celebra porque sempre é um avanço, ainda que tímido, e é uma oportunidade de colocar esse tema de volta ao debate público, sobretudo agora que a gente tem discutido a questão da anistia para os eventuais crimes do Bolsonaro e sua horda”, afirma.
13 anos de idas e vindas
A decisão acontece após um imbróglio de quase 13 anos. O MPF entrou com a ação civil pública em 2010, mas o tribunal não aceitou os pedidos, alegando que alguns já teriam prescritos e que valia a aplicação da Lei de Anistia, de 1979, para afastar a responsabilidade civil e administrativa dos torturadores. Em 2020, porém, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que o TRF-3 processasse os delegados devido ao entendimento de que a Lei de Anistia não incide sobre causas de caráter civil e que “a reparação civil de atos de violação de direitos fundamentais cometidos no período militar não se sujeita à prescrição”.
Dirceu Gravina durante depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em 7/4/2014 | Foto: Thiago Vilela/Ascom-CNV
A Procuradoria havia feito seis solicitações: que os delegados indenizassem o estado de São Paulo e a União pelos valores pagos com indenização às vítimas e familiares de vítimas; o cancelamento das aposentadorias; a perda da função pública e de qualquer cargo público que tivessem no estado de São Paulo; que o governo paulista disponibilizasse a relação de todos os servidores, com nomes e cargos, que atuaram no DOI-Codi; que a União e o governo paulista fizessem “pedido de desculpas formal a toda a população brasileira”, com a citação dos casos específicos da ação civil pública e divulgação em canais oficiais e em pelo menos dois jornais de grande circulação em São Paulo; que os delegados pagassem indenização de danos morais coletivos.
A juíza federal Diana Brunstein acatou apenas o pedido sobre os danos morais coletivos, afirmando que os três delegados, “investidos de poder estatal” e pela prática de tortura e assassinatos, “causaram indiscutíveis danos psíquicos/morais à sociedade brasileira como um todo”. Ela argumenta que a prática de tortura era “institucionalizada”, mesmo com a proibição da antiga Constituição de 1969, e que não só as vítimas, mas a população como um todo “até hoje se ressente das arbitrariedades praticadas por agentes de estado no período ditatorial e, de maneira geral, teme o retorno das violações perpetradas no período”.
A magistrada estipulou o valor de R$ 1 milhão para cada acusado pelo “relevante interesse social lesado” e pelas condições financeiras deles. De acordo com o Portal da Transparência do estado de São Paulo, Aparecido Calandra e David Araújo receberam, respectivamente, R$ 19.753,68 e 19.787,61 em valores líquidos em dezembro de 2022. Já Dirceu Gravina, R$ 27.846,80.
Sobre os demais pedidos do MPF, Brunstein argumentou que as indenizações pagas pelo governo de São Paulo e pela União prescreveram e que os delegados não poderiam ter as aposentadorias canceladas nem perderem as funções públicas porque caberia a abertura de um procedimento administrativo, o que não estaria na alçada do Judiciário. A juíza também escreveu que, “mesmo que a instância administrativa pudesse ser suprimida em tais casos, as leis estatutárias preveem prazos prescricionais para a instauração de ações disciplinares, os quais, considerando a data dos ilícitos cometidos, já teriam se esgotado”.
Sobre o pedido público de desculpas, a juíza afirmou que não seria necessário porque, na sua visão, “o Estado brasileiro, há tempos, reconheceu oficialmente sua responsabilidade pelas mortes e desaparecimentos ocorridos no período da ditadura e vem, ao longo dos anos, promovendo diversos atos que visam o resgate e memória da verdade dos fatos ocorridos em tal momento histórico”. E sobre a divulgação de servidores que atuaram no DOI-Codi, argumentou que a Lei de Acesso à Informação garante esses dados e que “não houve pretensão resistida na via administrativa” para isso.
À Ponte, a assessoria disse que o MPF vai recorrer da decisão em vista dos outros pedidos negados.
David dos Santos Araújo, agora reconhecido pela Justiça como torturador e assassino | Foto: Reprodução
Nesta semana, o ministro de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, publicou portaria que reformula a composição da Comissão de Anistia, criada em 2002 para avaliar pedidos de reparação de vítimas da ditadura, mas que havia sido descaracterizada, durante o governo Bolsonaro, com a inclusão de militares entre seus membros. Com a nova reformulação, os militares ficam de fora e no seu lugar entram perseguidos políticos. “A exclusão de militares da comissão foi fundamental. Não pode haver em um instrumento como esses representantes das Forças Armadas que foram perpetradoras de crimes de Estado durante a ditadura. Precisam ser civis sensibilizados com a causa e com prioridade, inclusive, em figuras que foram atravessadas de alguma maneira pelas violências da ditadura”, aponta Gabrielle Abreu, do Instituto Vladimir Herzog.
No ano passado, o Instituto Vladimir Herzog levantou que, dos 50 acusados em mais de 70 ações judiciais propostas pelo MPF, 31 ainda estão vivos. Entre os algozes com maiores números de ações estão Dirceu Gravina, que aparece em quinto lugar, com seis ações, e Aparecido Calandra em sétimo lugar, com quatro denúncias.
Gabrielle sinaliza que esse histórico de impunidade se dá pela morosidade de responsabilização dos envolvidos. “Isso revela a demora do Brasil em encaminhar uma justiça de transição. A gente só foi ter um fórum de discussão dos crimes da ditadura décadas após o fim do regime, com a Comissão Nacional da Verdade em 2012, que fez um trabalho extremamente relevante e fundamental, mas tardio, porque os crimes identificados pela comissão. Muitos deles jamais serão apurados e investigados para além do âmbito das comissões [nacional e regionais], que não têm esse caráter punitivo, mas de fazer recomendações para aperfeiçoamento do Estado Democrático de Direito”, critica.
“A impunidade é uma constante na história do país, se dá pela período da escravidão, passa pela ditadura e acomete também os crimes do Estado no presente”, completa.
Veja as vítimas de tortura e morte pelos delegados, reconhecidas pela Justiça
Delegado Aparecido Laertes Calandra:
Hiroaki Torigoe (tortura e desaparecimento)
Carlos Nicolau Danielli (tortura e homicídio)
Maria Amélia de Almeida Teles (tortura)
César Augusto Teles (tortura)
Janaína Teles (tortura)
Edson Luís Teles (tortura)
Manoel Henrique Ferreira (tortura)
Artur Machado Scavone (tortura)
Paulo Vannuchi (tortura)
Nádia Lúcia Nascimento (tortura)
Nilmário Miranda (tortura)
Vladimir Herzog (tortura e homicídio)
Manoel Fiel Filho (tortura e homicído)
Pierino Gargano (tortura)
Companheira de Pierino Gargano (tortura)
Delegado David dos Santos Araújo:
Joaquim Alencar de Seixas (tortura e homicídio)
Ivan Akselrud Seixas (tortura)
Fanny Seixas (tortura)
Ieda Seixas (tortura)
Iara Seixas (tortura)
Milton Tavares Campos (tortura)
Delegado Dirceu Gravina:
Lenira Machado (tortura)
Aluizio Palhano Pedreira Ferreira (tortura e desaparecimento)
Altino Rodrigues Dantas Junior (tortura)
Manoel Henrique Ferreira (tortura)
Artur Machado Scavone (tortura)
Yoshitane Fujimore (tortura e desaparecimento)
O que dizem os delegados
A Ponte tentou buscar contato com os advogados Sergio Luiz Vilella de Toledo, Marcelo Ascenção e Roseline Rabelo de Jesus Morais, que constam como representantes de Aparecido Calandra, mas não houve retorno.
A reportagem não localizou as defesas de David Araújo e Dirceu Gravina. Caso se manifestem, o texto será atualizado.
Me desculpem, mas não há outro adjetivo para quem, sem a menor necessidade, torturou, assassinou, caluniou, difamou pessoas cujo crime era não concordar com a violência estatal, com a exploração dos brasileiros, com a miséria da maioria da população em benefício de elites do setor público e privado.
Bandalhos , pois nunca houve hierarquia e disciplina entre a tigrada!
Hierarquia é a estruturação e ordenação, na conformidade da lei, da autoridade estatal, em diferentes órgãos e diversos níveis, seja na estrutura policial seja na estrutura militar seja em quaisquer órgãos ou Poderes.
Respeitar à hierarquia é acatar o escalonamento de autoridade que se manifesta pela fiel observância – restrita observância – e execução integral ao comando das leis, regulamentos, normas e disposições que são os, verdadeiros, princípios basilares da Polícia Civil : ontem, hoje e sempre! Pois é a legislação que fundamenta a atuação policial.
É a lei que comanda e baliza funcionamento regular e harmônico da organização policial.
A fiel observância da legislação se manifesta na perfeição, na EXCELÊNCIA das atividades de polícia!
A quebra de hierarquia não decorre da desobediência do subordinado …
Há quebra da hierarquia quando superiores subvertem a lei, comissão ou omissão!
Ser fiel é leal às Instituições, significa apenas o compromisso de ser honesto e honrar A LEI!
Quem pratica crimes, sob o pretexto de obedecer a ordens superiores em defesa da pátria, não é honesto; tampouco HONRADO!
E mais DESONRADO é aquele que prostitui uma atividade jurídica, rasgando seu diploma e sua funcional, praticando atos animalescos COM A FINALIDADE DE OBTER VASNTAGENS FUNCIONAIS E PESSOAIS!
Lembrando que todo torturador e matador de “subversivos terroristas”, como prêmio, ganhou diploma de bacharel e cargo de delegado. Para tal diversos concursos foram direcionados para beneficiar essa gente; e, também, seus filhos!
Eu tenho muito orgulho de jamais fazer papel de baioneta cega…
Se eu fosse militar, já na primeira ordem absurda fuzilaria o ordenador…
Melhor morrer depois de matar uma filha da puta do que matar um inocente.
Que a minha família sofresse por tristeza, mas não por remorso de ter posto no mundo e gastado dinheiro com um torturador assassino!
Como será que se sentem os filhos dos três personagens?
Por fim, quem acredita em versão oficial É TROUXA!
E quem lambeu e lambe caceta de milico tem que SIFU! Ah, como escrevia Tarso de Castro no Pasquim…
Perdão pela expressão indignada, mas duvido que a doadora ajude hipossuficientes. Ela se ajuda comprando Hermès , usando joias em todos os dedos e ajudando necessitados de Armani e de Rolex.
Deputado, se Vossa Excelência fosse alguém conhecedor das amarguras da grande maioria dos delegados de nenhum deles aceitaria doação superior a R$ 500,00, pois esse seria o valor máximo que se poderia doar sem sofrer grande desfalque.
Aceitar R$ 25.000,00 de uma “delegada amiga” foi debochar de todos os que vivem com dificuldades.
O que nunca foi o seu caso!
Doadora, o dinheiro é seu, mas salvo tenha outras fontes de rendimentos como gorda pensão de ex-marido, seja proprietária de empresa ou tenha recebido herança vultosa, jamais poderia torrar tal quantia fazendo doação para quem nem sequer precisa de dinheiro de pessoas físicas.
Na sua idade, 65 anos, deveria pedir para ir embora.
Já mostrou suas competências.
Deixe a oportunidade para outrem.
Gosta de trabalhar?
Pede para ser plantonista, nada impede a Sra. de oficiar em equipe de flagrantes.
Mas esse negócio de se não for Seccional ou Diretora, pedir afastamento para ser comissionada em prefeitura ou trabalhar na Assembleia faz muito mal para a carreira.