Policiais de Londres acima do peso poderão ter cortes no salário 15 de março de 2012 • 13h56 • atualizado às 14h58
Terra Brasil
Uma pesquisa apontou que mais da metade dos policiais da Scotland Yard estão acima do peso Foto: AFP
Os policiais de Londres se submeterão a controles físicos regulares e os que tiverem sobrepeso poderão sofrer medidas disciplinares como redução do salário, segundo novos planos divulgados nesta quinta-feira. Um estudo que revisa as formas de pagamento na Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) evidenciou o estado da forma física de seus agentes, mais da metade deles com sobrepeso, motivo pelo qual farão exames físicos a partir de setembro de 2013.
O relatório prevê que os agentes que não conseguirem superar o exame em ao menos três tentativas recebam medidas disciplinares, como a redução do salário. Pelo menos 52% dtêm sobrepeso, enquanto 22% são obesos e um de cada 100 sofre de obesidade mórbida, de acordo com o estudo. O caso das mulheres não é muito diferente e um terço das agentes tem sobrepeso, enquanto a obesidade afeta 16% e 2% sofre de obesidade mórbida.
“Tenho certeza de que as pessoas irão se surpreender quando descobrirem que, após os testes físicos para entrar na Polícia, a condição física não volta a ser examinada em uma carreira profissional de 30 ou 35 anos”, indicou Tom Winsor, autor do relatório. Winsor acredita que o sistema atual de salário da Polícia é injusto e ineficiente, mas apesar disso está em vigor desde 1978. “Os agentes que trabalham na linha de frente, em circunstâncias complicadas, não têm motivos para temer relatório”, disse Winsor, que considera que “a população tem o direito de esperar uma boa condição física dos policiais que as protegem”.
O autor do estudo usou como exemplo os conflitos de Londres do ano passado para insistir: “precisamos de policiais em forma para proteger os cidadãos e seus companheiros”. A partir de setembro do próximo ano serão introduzidos controles anuais para testar o estado físico dos agentes. No entanto, esses exames passarão a ser mais rígidos a partir de 2018 e serão similares aos realizados na Irlanda do Norte. Entre as provas que os agentes terão de passar estão atividades como subir em muros e rastejar no chão, situações que simulam o cotidiano policial.
A Polícia Federal prendeu 20 pessoas durante uma operação realizada nesta quinta-feira (15), em conjunto com a Receita Federal, para desarticular uma organização criminosa que utilizava portos e aeroportos em São Paulo, no Rio e no Paraná para importar mercadorias sem pagar impostos.
Segundo informações da PF, entre os presos na operação chamada Navio Fantasma estão cinco servidores da Receita Federal, além de empresários, “laranjas” e despachantes aduaneiros.
As investigações começaram em janeiro de 2011, após a alfândega de Santos (SP) ter percebido que mercadorias importadas supostamente encaminhadas para aquele local não chegavam fisicamente.
De acordo com a PF, o grupo agia importando mercadorias que declarava para o fisco como sendo de baixo valor agregado, como partes e peças para manutenção de navios atracados no porto de Santos, mas, na realidade, importava tablets, telefones celulares, relógios e armações de óculos de grife. Houve ainda a entrada irregular de mercadoria de importação controlada, como equipamentos médicos e munição.
Estima-se que a organização criminosa tenha movimentado cerca de 220 toneladas de mercadorias, mas o valor do prejuízo ainda não foi contabilizado, já que, segundo a PF, não foi possível verificar se o conteúdo dos contêineres desviados correspondem às mesmas mercadorias declaradas na documentação. A Receita Federal estima que a fraude seja de mais de US$ 50 milhões.
A 3ª Vara da Justiça Federal de Santos (SP) expediu 20 mandados de prisão e 42 mandados de busca e apreensão. Duas pessoas foram presas na capital paulista, nove em Santos, uma em Sorocaba e uma em Campinas. Foram presas ainda cinco pessoas no Rio de Janeiro e duas em Curitiba (PR).
A Justiça Federal em Santos decretou o sequestro de bens e o bloqueio de recursos financeiros dos suspeitos. Foi realizada a apreensão judicial de cargas, já retidas pela Receita no decorrer da investigação.
Participaram da ação, 60 servidores da Receita Federal e 200 da Polícia Federal. Os suspeitos podem responder pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho, facilitação de contrabando ou descaminho, corrupção ativa, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistemas de informação e falsidade ideológica. As penas variam de 1 a 16 anos de prisão.
Aparelho usado pelo líder do DEM no Senado foi habilitado em Miami para escapar de grampos telefônicos
MURILO RAMOS E ANDREI MEIRELES
O empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, habilitou em Miami 15 aparelhos de rádio, da marca Nextel, e os distribuiu entre pessoas de sua mais estrita confiança. De acordo com a Polícia Federal, o propósito de Cachoeira era evitar que escutas telefônicas, legais ou ilegais, captassem suas conversas com os comandantes de uma rede de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e na periferia de Brasília. Nos relatórios da investigação, o grupo contemplado com os rádios é chamado de “14 + 1”. Entre os 14, há foragidos e os que foram presos com Carlinhos Cachoeira durante a Operação Monte Carlo, da PF. O “1” é o senador Demóstenes Torres (GO), líder do Democratas no Senado Federal. Nesta quarta-feira, ÉPOCA ouviu o senador Demóstenes, em seu gabinete no Senado. Ele estava acompanhado de seu advogado Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay. Indagado se havia recebido um aparelho de rádio para conversas exclusivas com Cachoeira, Demóstenes pediu licença para ter uma conversa reservada com seu advogado antes de responder à pergunta. Cinco minutos depois, disse à reportagem que, por recomendação do advogado, não faria declarações sobre o assunto. A interlocutores, no entanto, o senador goiano confirmou que recebeu o aparelho de Cachoeira, que foi usado exclusivamente em conversas entre os dois. Segundo Demóstenes, nos quase 300 diálogos com Cachoeira, gravados pela Polícia Federal com ordem judicial, não há nada que o comprometa. “São conversas entre amigos, só há trivialidades.” Foi por meio dessas escutas que os investigadores descobriram que Cachoeira deu a Demóstenes uma geladeira e um fogão importados como presente de casamento, como ÉPOCA revelou em primeira mão há duas semanas. De acordo com a investigação, Carlinhos Cachoeira resolveu habilitar os 15 rádios Nextel em Miami porque arapongas lhe asseguraram que, assim, eles escapariam de grampos telefônicos. Segundo o Ministério Público Federal, Cachoeira seguiu orientação do delegado da Polícia Federal Fernando Byron e do ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, também presos na Operação Monte Carlo. “Para azar deles e sorte da sociedade, a Polícia Federal conseguiu realizar a interceptação telefônica. E isso mudou todo o rumo da investigação”, afirmou o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, na decisão judicial (trecho abaixo) que autorizou a operação Monte Carlo.
No dia 14 de Março foi aprovada por unanimidade na ALESP a PEC 19/2011, que estabeleçe aos delegados do estado de São Paulo o status de Carreira Jurídica. Confira o compacto com imagens da plenária histórica deste dia.
14/03/2012 – Delegados paulistas conquistam Carreira Jurídica
A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou em segundo turno, na noite desta quarta-feira (14/3), em sessão extraordinária, a Proposta de Emenda à Constituição 19/2011. Ela devolve o status de Carreira Jurídica aos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, como a dos Juízes, Promotores, Procuradores e Defensores Públicos.
A votação foi unânime. Durante o período em que permaneceu em pauta, a proposição não recebeu emendas. Agora, aguarda promulgação, que poderá ser acompanhada por todos os Delegados que quiserem comparecer. O convite foi feito pelo presidente da Casa, Deputado Barros Munhoz (PSDB).
Os deputados Enio Tatto (PT), Major Olímpio (PDT) e Samuel Moreira (líder do Governo) reafirmaram o compromisso assumido pela diretoria da Adpesp, lembrando os dias em que os Delegados percorreram os corredores da Alesp em busca de apoio à PEC. Tatto, que é líder da bancada do PT, agradeceu a sensibilidade dos deputados por terem colocado a matéria em pauta. Já Major Olímpio parabenizou os Delegados e reforçou que a proposta refletirá em um trabalho ainda melhor. “Parabéns pela perseverança e pela gestão da maneira mais educada possível no trato com os deputados. E viva a Polícia!” concluiu.
Samuel Moreira saudou a presidente da Adpesp, Marilda Pansonato Pinheiro, pela iniciativa e ressaltou que a luta é da Associação, que buscou de maneira inteligente a união das lideranças em prol da Polícia Civil.
O presidente da Casa, parabenizou a vitória dos Delegados, destacando a figura da presidente da Adpesp.
Para Marilda, com a aprovação da PEC, a diretoria da Adpesp está presenciando o nascimento de uma nova Polícia Civil. “Essa proposta representa valorização de uma carreira há anos esquecida no Estado de São Paulo”, declara, ao acrescentar que a luta foi árdua, mas que não acaba nesta conquista. Afirma que outros pleitos tramitarão pela Casa e tem a certeza de que respeito mútuo foi restabelecido entre os Delegados e os parlamentares.
A PEC
A proposta é de iniciativa do governador Geraldo Alckmin e altera a redação dos parágrafos 2º a 5º do artigo 140 da Constituição do Estado de São Paulo, considerando o Delegado de Polícia essencial à função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica.
Ela concede independência funcional motivada às autoridades policiais, através da livre convicção nos atos de polícia judiciária, e aumenta a qualificação profissional exigida para o ingresso na carreira. No caso, exigência de bacharelado e experiência mínima de dois anos na área jurídica ou em cargo de natureza policial-civil. Na prática, ela eleva o nível dos profissionais com o objetivo de proporcionar um serviço ainda melhor à sociedade.
A votação
Na terça-feira, 13 de março, a proposta foi votada em primeiro de dois turnos. A votação foi unânime e contou com a presença da diretoria da Adpesp e dezenas de Delegados. Os parlamentares recordaram a presença constante da Adpesp na Assembleia, destacando o esforço e o empenho em esclarecer e lutar pela aprovação. Além disso, destacaram a importância da Polícia Civil e sua ligação com a população.
Diversos parlamentares debateram o projeto. O deputado Antonio Mentor, do PT, lembrou que a luta pela Carreira Jurídica é antiga, ao recordar momentos com seu pai, também Delegado e idealizador do reconhecimento. Já o deputado Carlos Cezar, do PSB, relator da PEC, reiterou a presença diária da Adpesp na Assembleia, lembrando as visitas aos gabinetes e as dezenas de reuniões realizadas para que os parlamentares tivessem conhecimento da importância da proposta.
O presidente da Mesa Diretora, deputado Barros Munhoz, do PSDB, encerrou a votação, após a realização de diversos pronunciamentos, elogiando a unanimidade e a luta dos Delegados por um reconhecimento justo.
O que muda com a aprovação? Leia as alterações que serão realizadas após a promulgação
“§ 2º – No desempenho da atividade de polícia judiciária, instrumental à propositura de ações penais, a Polícia Civil exerce atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à defesa da ordem jurídica.
§ 3º – Aos Delegados de Polícia é assegurada independência funcional pela livre convicção nos atos de polícia judiciária.
§ 4º – O ingresso na carreira de Delegado de Polícia dependerá de concurso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, dois anos de atividades jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação.
§ 5º – A exigência de tempo de atividade jurídica será dispensada para os que contarem com, no mínimo, dois anos de efetivo exercício em cargo de natureza policial-civil, anteriormente à publicação do edital de concurso. (Nova Redação)
Nota do FLIT: Para fins de ingresso na carreira de Delegado , todos os cargos policiais civis são iguais perante a Constituição de São Paulo; não havendo diferença entre NUS , SEMINUS e DESNUDOS.
Com a alteração, os atuais parágrafos terceiro, quarto e quinto do artigo 140 da Constituição do Estado serão renumerados para sexto, sétimo e oitavo, não sofrendo nenhuma mudança