Já presidente ganhará mais 130% e ministros, 149%; aumento causa efeito cascata
Isabel Braga
Em ação rápida e articulada nos bastidores durante o último mês, senadores e deputados aprovaram num único dia, nas duas casas do Congresso, aumento de 61,8% em seus próprios subsídios, elevando-os dos atuais R$16,5 mil para R$26,7 mil. A decisão de equiparar os próprios vencimentos – e também os do presidente da República, vice-presidente da República, e dos ministros de Estado – ao que recebem hoje os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) provocará um impacto direto, anualizado, de pelo menos R$136 milhões nos cofres do Congresso e de R$100 milhões no Executivo.
Isso sem considerar todos os encargos trabalhistas, gastos com aposentadorias e pensões e também o efeito cascata que tal decisão deverá provocar nos salários de legislativos estaduais e municipais e nos cargos de confiança do governo federal. Estima-se que só nas assembleias legislativas nos 26 estados e mais no Distrito Federal o custo poderá ser de mais R$128 milhões por ano. E, nas Câmaras de Vereadores, de mais R$1,8 bilhão por ano, embora o reajuste dos vereadores, por lei, só possa ocorrer a partir do início de 2013.
Verbas de obras irão para folha
A votação do aumento de 14,79%, que elevaria os vencimentos dos ministros do Supremo para R$30,3 mil, ficou adiada para o próximo ano. Mas no Orçamento de 2011, os recursos disponíveis para este fim (R$156 milhões) permitem a reposição da inflação, estimada em 5,2%. Com isso, o salário dos ministros iria para R$28,1 mil. A Câmara e o Senado já dispõem, em seus orçamentos, de recursos para bancar o aumento de salários. Algumas obras previstas – e nunca executadas – terão suas verbas remanejadas para o reajuste da folha de pagamento.
O projeto de decreto legislativo da Mesa Diretora da Câmara estabelece que, a partir de fevereiro de 2011, deputados e senadores, a presidente eleita, Dilma Rousseff, o vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB-SP) e pelo menos 37 ministros do governo receberão vencimentos equivalentes a R$26.723,13. No caso de Dilma e do vice, o aumento será de 130,3%. Já para os ministros, de 149,5%. Segundo o projeto, Executivo e Legislativo arcarão com as despesas dentro da dotação orçamentária de cada poder. Não houve qualquer corte nas verbas de custeio dos parlamentares (R$15 mil mensais) ou mesmo, no caso dos deputados, nas verbas para pagamento de funcionários de gabinete (R$60 mil mensais), como alguns deputados sugeriram inicialmente.
Câmara e Senado aprovaram o projeto simbolicamente, ou seja, em votação onde não há o registro eletrônico do voto. No caso da Câmara, como foi votado o requerimento de urgência para a inclusão da proposta na pauta, 35 parlamentares votaram contra, mas outros 279 foram a favor do aumento. No Senado, a votação durou menos de cinco minutos.
Críticas à rapidez da votação
O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), anunciou que a proposta estava em votação, disse que nenhum senador estava inscrito para debater e aprovou simbolicamente. Os senadores José Nery (PSOL-PA), Marina Silva (PV-AC) e do líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), criticaram o aumento, depois que já tinha sido sacramentado pelo plenário.
– Aqui nesta Casa, alguns projetos têm uma lentidão proposital, outros, celeridade – criticou Dias, que foi contra o aumento porque não foi acompanhado de qualquer corte na verba indenizatória.
Os parlamentares conseguiram igualar seus vencimentos aos dos ministros do STF, reivindicação antiga e muitas vezes barrada pela pressão da opinião pública, mas terão que aprovar ainda uma emenda constitucional para que a equiparação seja definitiva. Responsável pela articulação do aumento na Câmara, o vice-presidente Marco Maia (PT-RS) – que assume hoje a presidência com a renúncia de Michel Temer (PMDB-SP) e é o provável futuro presidente – disse que a emenda será apresentada pelo deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) no início da próxima legislatura.
– É bom que se resolva isso de uma vez por todas. Na próxima legislatura, uma emenda fará a vinculação direta e também acabará com o aumento automático nos salários dos deputados estaduais – disse Marco Maia.
Para não correr qualquer risco, já que o quórum na Câmara estava baixo e metade dos deputados não retornará à Casa em 2011, o deputado Inocêncio Oliveira aguardou quase duas horas para abrir o painel na votação da urgência. Os poucos deputados contrários ao aumento revezavam-se na tribuna. O único partido a encaminhar contra foi o PSOL, que defendeu o reajuste das perdas inflacionárias desde o último reajuste, dado em abril de 2007. Isso elevaria os subsídios parlamentares para cerca de R$20 mil.
– Esse projeto amplia o abismo entre o Parlamento e a sociedade. É advocacia em causa própria. O percentual de 62% para os parlamentares e mais de 130% para presidente e ministros, diante da realidade brasileira, é evidentemente demasia – protestou Chico Alencar (PSOL-RJ).
Indignada com a falta de debate em seu partido, a deputada Luiza Erundina também usou a tribuna para se manifestar:
– Sou contra (a equiparação com o STF) e é bom os deputados tomarem cuidado e tirarem seus distintivos, porque vão sofrer agressões e críticas nas ruas. É um desrespeito ao interesse público votar esse aumento, no final da legislatura, sem debate, sem uma lógica, em interesse próprio.
Durante os debates na Câmara, alguns deputados brincavam entre si, ironizando os poucos colegas que criticavam.
– Se é contra, Ivan (Valente, do PSOL-SP), devolve! – provocou o petista Devanir Ribeiro (SP).
Ivan Valente reagiu:
– Devanir, você fala isso desde a época que eu era do PT. Sou deputado como vocês, mas defendo a correção inflacionária.
Um dos autores do projeto, o 4º secretário Nelson Marquezelli destacou, na tribuna, que se a Casa fosse corrigir pelas perdas reais, teria que elevar os subsídios a mais de R$40 mil:
– Quando vim para cá, no primeiro mandato, em 1980, deputado ganhava mais ou menos US$20 mil |
Dá-lhe Tiriricas!
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COMO DIZ A MÚSICA DOS PARALAMAS DO SUCESSO: ” LUIZ INÁCIO FALOU, LUIZ INÁCIO AVISOU, SÃO 300 PICARETAS COM ANEL DE DOUTOR.”
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Vergonhoso,gananciosos,medíocres, e depois negam poder pagar mais de 10% ao salário mínimo.Quanto a PEC,era esperado que nos traíssem, mas vamos ver o que o futuro nos reserva,se é que sobrou algum sujeito digno e que honre sua palavra.
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DESDE QUANDO POLITICO TEVE PALAVRA
ESSECORNOS NASCEM SEM LINGUA,MAS EM COMPENSAÇÃO VEM COM MALA PRETA
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“Um dos autores do projeto, o 4º secretário Nelson Marquezelli destacou, na tribuna, que se a Casa fosse corrigir pelas perdas reais, teria que elevar os subsídios a mais de R$40 mil”
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E as nossas perdasssss reais??????
Se corrigidas, nossos salários teriam que ser elevados para quanto!?!?!?!?
Que nojo dessa gente, viu!!!!
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grande parte do dinheiro que eles irão ganhar, está sendo arrecadados pelo Banco do Brasil, que comprou a nossa caixa, ou seja o estado de são paulo arcará com mais esse prejuízo,enquanto isso a pec, despencou fui…
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Essa ex-guerrilheira vai pedir de novo o meu voto na próxima eleição. Vou dar uma banana para ela e para os demais candidatos. Nós somos a rapa da panela.
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A sociedade brasileira tem o que merece. Dou risada, pois isso ja era esperado.
Funcionarios publicos ganharão um aumento salarial de R$ 50,00
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GREVE E TIRO NESSES VAGABUNDOS
ESTAMOS ESPERANDO O QUE AFINAL…
VAMOS PRA CIMA
SEM CHORO NEM VELA
REVOLUÇÃO JÁ
GREVE JÁ
QUE MORRAM ESSES VAMPIROS DA NAÇÃO
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O engraçado é que, para esses vadios e consumidores de verba pública, exige-se a reposição das perdas inflacionárias. Porra, alguma coisa está errada. O funcionalismo dos estados (na esfera federal há essa compensação pela perdas) não recebe nada. Aliás, a exemplo de SP, terra de pintos e picolés, nem a data base se respeita.
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Acho um absuro..
Por favor não assassine nossa pobre língua portuguesa-PARASITAS só para PLANTAS- outros seres- PARASITOS.
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Geraldo Nardi,
Consulte o léxico antes de efetuar críticas descabidas.
O termo foi empregado adequadamente; não estamos aqui tratando de medicina ou biologia.
Parasita (uso pejorativo ou figurado ), diz-se de ou indivíduo que vive à custa alheia por pura exploração ou preguiça .
Você , além de assassino da linguagem , assassina também as regras da boa educação!
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