PT pede que MP investigue Paulo Souza, ligado a Serra
A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo pediu hoje à Procuradoria Geral de Justiça investigação sobre Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, suposto arrecadador de recursos de campanhas do PSDB e ex-homem forte da empresa Desenvolvimento Rodoviário SA (Dersa), vinculada à Secretaria Estadual de Transportes. Documento de 26 páginas subscrito por 32 deputados, dos quais 12 eleitos último dia 3, aponta movimentos de Souza nos bastidores do Palácio dos Bandeirantes na gestão de José Serra (PSDB).
Souza ocupou os cargos de diretor de Relações Institucionais e de Engenharia da Dersa. Foi responsável pela medição de obras de grande porte e pagamentos às empreiteiras contratadas para construir o trecho sul do Rodoanel, o prolongamento da Avenida Jacu Pêssego e a reforma da Marginal do Tietê. Em 9 de abril, dias depois que Serra deixou o governo para candidatar-se à Presidência, Souza foi demitido.
Seu nome ganhou evidência na noite de domingo, durante o debate da TV Bandeirantes, quando Dilma Rousseff (PT) atribuiu a Souza suposto sumiço de R$ 4 milhões da campanha do PSDB.
Na representação ao Ministério Público de São Paulo, o PT aponta ‘possível favorecimento’ da filha de Souza, a advogada Priscila Arana de Souza Zahran, que trabalha para um escritório que defende, perante o Tribunal de Contas do Estado e o da União, as construtoras que seu pai contratou quando dirigente da Dersa.
Foi Priscila, segundo os parlamentares petistas, quem emprestou, em 2007, R$ 300 mil ao senador eleito Aloysio Nunes Ferreira, então secretário da Casa Civil de Serra, para a compra de um apartamento no bairro Higienópolis, zona central da capital paulista. ‘Um típico negócio de pai para filho’, declarou o deputado Antônio Mentor, líder do PT na Assembleia.
A bancada do PT sustenta ainda que o atual presidente da Dersa, José Max Reis Alves, ‘participou da elaboração do programa de Serra para o governo de São Paulo e do alto escalão do governo Fernando Collor na função de chefe de gabinete da então ministra da Fazenda Zélia Cardoso’. Segundo o documento, Max ‘foi acusado de participar do esquema PC por ter recebido no final de 1990 US$ 53 mil, segundo consta do relatório final da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investigou o caso no Congresso’.
Castelo de Areia
O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende Souza, rebateu as acusações. Ele rechaçou a informação de que o escritório de advocacia para o qual a filha de Souza trabalha tenha atuado em favor da Dersa. O criminalista disse ainda desconhecer investigação no Ministério Público Estadual contra seu cliente.
Salientou que o inquérito da Operação Castelo de Areia, no qual Souza é citado como possível destinatário de pagamentos da construtora Camargo Correa, está sob análise do Superior Tribunal de Justiça (STJ). ‘Nunca o chamaram para prestar depoimento’, anotou Lima. A Dersa não se manifestou.
Vermelho, via Luiz Carlos Azenha
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do Vermelho
A bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo concedeu entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (13) para revelar novas suspeitas de casos de corrupção envolvendo o chamado “homem-bomba” do PSDB, o engenheiro Paulo Vieira de Souza, também conhecido como Paulo Preto. Integrande do grupo do agora senador eleito Aloysio Nunes Ferreira, Preto era homem de confiança dos tucanos paulistas até que foi acusado de sumir com quatro milhões de reais do “caixa 2″ da campanha de Serra.
As maracutais envolvendo o ex-presidente da Dersa, Paulo Preto, já eram bastante conhecidas nos bastidores do mundo político. Matérias da revista Veja (clique aqui para ler) e da revista IstoÉ (leia aqui) já tinham trazido à tona graves suspeitas sobre o engenheiro que ocupou cargos de grande importância no governo paulista na gestão do então governador José Serra (PSDB). Mas o nome de Paulo Preto foi jogado sob holofotes mais intensos depois que a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, durante o debate da Rede Bandeirantes, no último domingo (10), citou o desvio de R$ 4 milhões do caixa de campanha de José Serra. O dinheiro teria sido arrecadado por Paulo Preto junto a empreiteiras e depois sumido.
Durante o debate e no dia seguinte, o candidato José Serra disse que não conhecia Paulo Vieira de Souza, mas depois voltou atrás. Nesta terça-feira (12), durante evento em Aparecida do Norte, Serra saiu em defesa do ex-presidente da Dersa e disse que ele é inocente e também que já foi eleito o Engenheiro do Ano.
Denúncias sufocadas pelos tucanos
Com o nome de Paulo Preto ganhando espaço na mídia, a bancada do PT resolveu reapresentar algumas denúncias envolvendo não só Paulo Vieira de Souza mas também o ex-governador José Serra e o atual presidente da Dersa, José Max Reis Alves.
As denúncias de tráfico de influência, desvio de dinheiro público e improbidade administrativa endossam a representação que os deputados petistas devem encaminhar nesta quinta-feira à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo. São denúncias que já circularam pela Assembléia Legislativa de São Paulo mas foram sufocadas pela maioria governista aliada aos tucanos.
Agora, com o assunto ocupando a pauta eleitoral, os deputados petistas têm esperança que as denúncias sejam finalmente investigadas.
Paulo Preto tem estreitas ligações políticas e pessoais com Aloysio Nunes Ferreira Filho, ex-secretário da Casa Civil de São Paulo e senador eleito pelo PSDB em São Paulo. Vieira de Souza e Aloysio se conhecem há mais de 20 anos. Quando, no ano passado, o tucano sonhou em ser o candidato de seu partido ao governo de São Paulo, Vieira de Souza foi apresentado como seu “interlocutor” junto ao empresariado. A proximidade entre os dois é tão grande que a família dele contribuiu para que o ex-secretário comprasse seu apartamento.
Trajetória repleta de episódios nebulosos
“Trata-se de uma trajetória repleta de episódios nebulosos”, disse o líder da Bancada do PT, Antonio Mentor, em referência a Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto.
Segundo Mentor, antes de sair da Dersa, no final de 2009, Preto foi ainda acusado de favorecimento na indicação da própria filha, a advogada Priscila Arana de Souza Zahran, para o Escritório Edgard Leite Advogados Associados, que defende a Dersa e as mesmas construtoras que deveriam ser fiscalizadas pela estatal, no Tribunal de Contas da União e Tribunal de Contas do Estado.
Deputado eleito e presidente do PT Estadual, Edinho Silva, destacou o acesso a informações privilegiadas que a advogada tinha, ao atuar em um escritório que atendia empreiteiras fiscalizadas por se próprio pai. “É evidente o conflito de interesses”, explicou Edinho.
As empreiteiras atendidas pelo escritório onde trabalha a filha do ex-presidente da Dersa atuaram nas principais obras viárias do Estado, como o Rodoanel, a Nova Marginal e a extensão da Avenida Jacu-Pêssego. Paulo Vieira de Souza era o responsável, por exemplo, por autorizar o pagamento a estas empreiteiras.
“O contrato mais emblemático refere-se à extensão da Avenida Jacu-Pêssego. Nós, da Bancada do PT, fomos até a Dersa, por causa das desapropriações que a obra iria provocar. Paulo Preto foi acintoso, violento e ameaçador”, relatou o deputado Adriano Diogo.
Festa de R$ 1 milhão e ameaça a padre
O estilo do ‘tocador de obras’ do ex-governador José Serra também aparece nas festas que ele promove. “A festa de aniversário que ele realizou em março de 2009, na Casa das Caldeiras, custou R$ 1 milhão, e teve direito até a camelos e odaliscas”, denunciou o líder da Bancada do PT.
O deputado Adriano Diogo relatou ainda um episódio que mostra o estilo truculento do tucano Paulo Preto. Segundo Diogo, durante uma reunião para tratar dos interesses de centenas de famílias que estavam ameaçadas de despejo por causa das obras da avenida Jacú Pêssego, Paulo Preto lançou ameaças e grosserias contra o padre Franco Torresi, que estava na reunião como representante das comunidades ameaçadas de perder suas casas. “O Paulo Preto nos recebeu a contra-gosto e foi super grosseiro. Contou que durante o governo FHC ocupou cargos na área penitenciária e dirigindo-se ao padre Torresi fez um comentário em tom de ameaça. Disse que se tivesse conhecido o padre na época da ditadura, teria o colocado no pau (de arara, instrumento de tortura) e o padre não estaria ali enchendo o saco”, relatou Diogo.
A fama de arrogante e truculento de Paulo Preto é confirmada por um ilustre tucano. O atual governador de São Paulo, Alberto Goldman, chegou a escrever um e-mail a José Serra reclamando do estilo de Paulo Preto. Na mensagem, Goldman diz que o ex-diretor da Dersa é incontrolável, “vaidoso” e “arrogante”.
Vínculo com o esquema PC Farias
A representação dos deputados petistas também pede à Procuradoria investigação sobre o atual presidente da estatal, José Max Reis Alves, que já integrava a diretoria da DERSA na gestão de Paulo Vieira de Souza e foi acusado de participar do Esquema PC Farias, a máfia que atuou durante o Governo Collor, no início da década de 90.
Esta é a segunda representação que a Bancada do PT envia à Justiça sobre o ‘caso Paulo Preto’. O primeiro pedido de investigação, formulado em maio de 2009, está vinculado à Operação Castelo de Areia da Polícia Federal. “Estive reunido na semana passada com o Procurador (Fernando Grella Vieira) e o caso tramita em segredo de Justiça”, explicou o deputado Antonio Mentor.
De redação,
Cláudio Gonzalez
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