Dilma Rousseff chegou a 41% das intenções de voto na cidade São Paulo, contra 35% de José Serra. Pesquisa do DataFolha, 26 de agosto.
Assombro geral. Será o milagroso carisma do padim Lula? A onda vermelha? O Bolsa Família? Dilma tirou de Serra o apoio da Fiesp? Tudo tem explicações. Encontrar algumas exigem esforço. Outras estão no nariz. Comece procurando a principal.

Em dezembro de 2009, 61% dos paulistanos desaprovavam o governo do prefeito Gilberto Kassab, do DEM, sendo que 27% consideravam seu desempenho ruim ou péssimo.
Mês seguinte, a cidade foi inundada. Em fevereiro de 2010, a revista Época São Paulo publicou uma reportagem de capa corajosa sobre o tema, baseada em pesquisa do Ibope e em um mergulho nos orçamentos da prefeitura. O dado mais chocante: metade dos paulistanos desejava deixar a cidade.
Mais que tanto os paulistanos viam de defeito em Kassab? A lista é longa. Transporte? Caiu a verba da Secretaria de Transportes 29%, que ao mesmo tempo ficou mais caro. Melhor andar a pé? Não, as calçadas estão podres, e o investimento para reformá-las caiu 40%.
Vamos sair nadando, então, que as enchentes continuam, e o investimento em drenagens e saneamento em 2010 será 45% menor que o de 2009, segundo o orçamento do município.Vamos à segurança? 87% dos paulistanos acham a cidade muito insegura e 52% têm mais medo que sair à noite do que no ano passado.
Vamos enfrentar o crime? Claro que não. A verba prevista no Orçamento para a Secretaria Municipal de Segurança Urbana que inclui Defesa Civil e Guarda Civil Metropolitana, foi reduzida em 15%.Faltam recursos?
É tempo de crise? Não. A economia brasileira cresce rápido. E os impostos em São Paulo também. O IPTU subiu até 30% para casas e até 45% para imóveis comerciais, mas como mudou a base de cálculo, teve casos de aumento de 100% no IPTU.
Mas o problema vai bem além de ter dinheiro no orçamento. Mesmo quando há verba prevista, a administração Kassab não usa. Exemplos sobram. Só um: em 2009, foram previstos R$ 90 milhões para construir hospitais em Parelheiros, Vila Matilde e Brasilândia, três bairros muito carentes. Para 2010, as obras terão metade dos recursos. Dá trabalho construir hospital. É mais fácil fazer propaganda.
Em 2009, o orçamento para publicidade da prefeitura foi de R$ 31 milhões. O previsto no orçamento de 2010 era de R$ 126 milhões, podendo chegar até R$ 200 milhões. Ano de eleição, já viu. Resultado de tanta propaganda: segundo levantamento de julho, 58% dos paulistanos não aprovam o trabalho de seu prefeito, Gilberto Kassab.
Com ou sem anabolizante, a nota que ele ganhou da população em julho, de zero a dez, foi 5,5. A dois meses das eleições!Para que tentar limpar a barra, se a eleição para prefeito é daqui a dois anos e Kassab não concorre a nada desta vez? A questão é que São Paulo é a vitrine número um de José Serra e Kassab, seu herdeiro político na cidade.
Uma figura irrelevante em termos eleitorais, ex-malufista, se elegeu prefeito da maior cidade do país exclusivamente porque Serra o colocou lá.Nós, paulistanos natos ou transplantados, não perdoamos essa. Ainda mais depois de tudo que Serra fez para ser prefeito.
José Serra era deputado federal quando foi candidato a prefeito de São Paulo pela primeira vez em 1988, 22 anos atrás. Ficou atrás de Luiz Erundina, João Leiva e Paulo Maluf. Se reelegeu deputado federal com votação recorde no estado, 340 mil votos. Em 1994, se elegeu senador com 5,4 milhões de votos. O que fez em 1996? Concorreu de novo à prefeitura. Perdeu para Celso Pitta e ficou atrás de Luiza Erundina.
Depois foi ministro do planejamento, da saúde, candidato a presidente em 2002 contra Lula e – adivinha – se candidatou de novo a prefeito. Na sua terceira tentativa, Serra foi eleito prefeito de São Paulo. Foi no segundo turno, com 55% dos votos válidos, 3,3 milhões. Para isso, se dispôs a assinar um documento, prometendo que, caso eleito, não abandonaria o mandato para concorrer em outra eleição.
Tomou posse dia 1º de janeiro de 2005, para um mandato que deveria ser cumprido até 1º de janeiro de 2009.Pois um ano e três meses depois, dia 31 de março de 2006, deixou a prefeitura na mão de Gilberto Kassab, seu vice. Para, claro, se candidatar a governador.
Os paulistanos escolheram um prefeito tucano, que obssessivamente buscava ser prefeito de sua cidade fazia décadas. Levaram no lugar um obscuro malufista no lugar, ex-secretário de Celso Pitta.
Boris para Serra: ” O Senhor recomenda que os eleitores nunca mais votem no Senhor caso abandone o mandato pela metade?” Nas eleições para governador em 2006, naturalmente era forte o rumor de que Serra queria se eleger Governador só como trampolim para uma nova candidatura à Presidência. Em um debate na Record, Boris Casoy perguntou se ele cumpriria mandato até o final: “o senhor recomenda seus eleitores a não votarem mais no senhor se fizer o oposto”?
Serra disse: compromisso assumido.Serra se elegeu, contra Aloísio Mercadante, com 58% dos votos. Assumiu dia 1º de janeiro de 2007. No meio de 2009 já era claro que seria o candidato a presidente pelo PSDB, largando novamente o mandato antes da hora. Foi o que fez.
Mas antes disso, Serra tomou a decisão que selou seu destino na cidade.Nas eleições de 2008 para prefeito de São Paulo, ele apoiou seu apadrinhado Kassab, do DEM, e não o tucano Geraldo Alckmin. Pegou muito mal. Lealdade não é tudo mas é 100%. Ainda mais que Alckmin é querido de muitos paulistas e paulistanos. Foi vice de Covas, governador etc.
Embora seja do interior, é quase uma caricatura de paulistano feito por um cartunista carioca. É pálido, careca, só fala de trabalho e parece tomar banho de gravata.Em 2008, vinha de enfrentar Lula em 2006, e não deu moleza. Queimou a fita de Serra trair a confiança dos paulistanos na eleição para prefeito. Tostou, repetir o feito na eleição para governador.
Mas no meio disso, ainda teve esta bola nas costas de Alckmin, seu companheiro de partido, para apoiar Kassab.Que se elegeu exclusivamente graças a Serra, numa marola de factóides. Se tivesse feito um mandato brilhante nos anos seguintes, talvez a cidade desse um desconto para Serra.
Mas foi a tragédia acima, e completa com denúncias de desvios, jogatina imobiliária, truculência com miseráveis etc. Tudo isso é público, e um bom repórter investigativo encontraria muito mais argumentos que os que você acabou de ler.
Sou só um cara que sabe ler, que mora nesta cidade faz 27 anos e vê ela piorar ano após ano, e que desistiu de votar faz tempo. Esta é a principal explicação de porque Serra perde para Dilma na cidade de São Paulo. Nós, paulistanos, como o resto dos brasileiros, não conhecemos Dilma. Mas conhecemos Serra.
http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2010/08/31/por-que-os-paulistanos-rejeitam-serra/

E aí Dr.tudo bem? penso eu que sim; mas por tudo que esta escrito na matéria é que eu, minha família e também os meus amigos de bem; com certeza vamos votar em “DILMA”(PRESIDENTE); “MERCADANTE”(GOVERNADOR); “MARTA E NETINHO” (SENADOR); “MAJOR OLIMPIO GOMES” – 12.181(DEPUTADO ESTADUAL); SÓ PARA NÃO ESQUECER: serra, Alckimim, esse senador PSDBosta(“antonio nunes”) jamais terão meu voto; psdb/dem nunca mais.
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simplesmente…..the best…..
funcionários publicos então….conhecem a Dilma e o tratamento dado a eles pelo PT e conhecem muito bem a truculencia dispensada a eles pelo serra.Que o diga o ano de 2008 PM x PC
bye bye serra forever
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pergunta simples, resposta simples : porque ele é MENTIROSO
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Agora derreter o “picolé de chuchu” :)
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Ops!
*falta
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Um falou para o outro ao pé do ouvidp “se fudemos”
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Pergunta díficil de se responder.,rss
Mas porque os paulistas não rejeitam Alckimin, é o que quero saber?
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Porque este é um canalha, até os nóias da cracolândia, sabem que este vampiro não vale o que o gato enterra, é simples assim.
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JÁ FALEI E REPITO NESSE CABEÇÃO EXISTE UM ALIEN QUE QUER EXTERMINAR A RAÇA HUMANA
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aqui se vê, as grandes verdades, portanto tem que existir meios de divulgação em todos os Estados, para conhecer bem este cidadão, nós daquí, acredito que, temos conhecimento das falcatruas, unidos com grandes mentiras e promessas nunca cumprida por eles, do Pobre, Sádico, Burro e Demente (P.S.,D.B.) deveria os candidatos a Governador do Estado de SP, exibir os promessas feitas por eles nas Eleições anteriores, isto também nos demais Estados Membros, aí sim, a lavada será bem maior do que já esperamos. Pedro Baiano72a. Mongaguá – SP
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Maravilha.
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NÃO VOTO NELE PORQUE TENHO MEDO DO NOSFERATU
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Porque certos tipos pisicológicos só conseguem enganar uma vez.
Porque reflete um personagem antiquado, arcaico, sem nadaa oferecer de novo.
Deois DE 2001,uma odisséia no espaço,ninguém quer se identificar com o pré histórico.Somente foi eleito porque ainda havia certo calor sob as cinzas da ditadura, certa nostalgia por “guerrilheiros”, mesmo que “falsiê”. Mas o fogo daquele período só restaram cinzas sem calor,que não servem para nada. Desculpe,pode se redimir como um bom avô ou bisavô contar mentiras paraos netnhos e bisnetinhos.
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“Rio que tudo arrasta dizem ser violento. Só não dizem violentas, as margens que o comprimem”
“Quem com ferro fere com ferro será ferido”
“Montar em tigre não é impossível…Impossível é descer dele”. Isto é que deveriam saber todos esses políticos corruptos e safados!!!
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Novamente ouvimos na campanha do PSDB que São Paulo avança e precisa avançar muito mais, más avançar para onde?Aquí temos crianças que são analfabetas, mesmo passando de ano e conseguindo um diploma nas escolas estaduais;aquí temos um dilúvio de águas no periodo das chuvas, destruindo patrimônios e sonhos das pessoas mais simples:aquí temos um sistema de metrô que literalmente afunda, matando pessoas soterradas e destruindo residências;aquí temos funcionários públicos tratados como “gado”, desrespeitados, mal pagos e o pior, espancados pela gestapo travestida de polícia desse partido atual no governo do estado;aquí temos a maior concentranção de praças de pedágios do país, com a maior tarifa do mundo, com a extorsão baseada na premissa de que temos as melhores estradas do Brasil e que, portanto, nós idiotas, devemos continuar a encher os cofres das empresas concesionárias, Eco vias, CCR e outras;aquí temos o PCC, à vontade nos presídios paulistas para gerenciar seu negócio do tráfico de drogas, de armas, de vans clandestinas e outras atividades elícitas;aquí também temos o mesmo PCC atuando como juizes e carrascos de políciais e algozes, dando ordens de dentro das cadeias para execuções sumárias,por meio de celulares, atuando como um tribunal de juri em audio conferência:aquí temos os piores criminosos do Brasil e nenhum deles(NENHUM DELES) foi encaminhado para cumprimento de pena nos presídios federais(será que é medo ou acordo?), mais afastados;aquí temos o pior tipo de política do país, aquela em que os donos do poder se distanciam da população mais carente em suas mansões(pacaembu, Morumbi, Alphaville, etc), fazendo política para poucos, principalmente para os mais abastados;aquí temos um tipo de político que na campanha toma café com leite na padaria, come pastel na feira, almoça com gente humilde, beija crianças pobres más que, após eleitos, se enclausuram em seus palácios com nojo dos mais remediados;aquí temos uma classe política que classifica como “vagabundos” e “baderneiros” professores que buscam melhores condições de vida;aquí temos políticos que afirmam que o PCC dá mais traquilidade que a própria polícia e que ninguem precisa dela;aquí temos a melhor polícia do Brasil e também a mais mal paga da confederação;aquí temos moradores de rua tratados pior que viralatas,cidadãos de terceira classe, proibidos mesmo de dormir sob marquises, viadutos etc;aquí temos um candidato pleiteando o cargo de governador de São Paulo, o qual nunca tratou bem o funcionalismo, que apoia a cobrança extorsiva dos pedágios, que apoia o sistema de ensino fabricante de crianças sem perspectivas para o futuro, analfabetas com diploma;aquí temos um candidato que fala em segurança pública e em valorização da polícia, porém, apenas sinaliza com a contratação de mais 6.000 PMs, sendo este mesmo candidato aquele que, durante os ataques de 2006 do PCC contra a polícia, tranquilamente assistia a copa de futebol e o mesmo que encerrava abruptamente uma entrevista a uma emissora Astrauliana, quando questionado sobre os ataques, dizendo que não daria a entrevista se soubesse que o tema era aquele;finalmente e infelizmente, aquí temos,o ser mais abjeto de toda sociedade, O ANALFABETO POLÍTICO” , O Analfabeto Político
Bertolt Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Não consigo desconsiderar que temos uma maioria de analfabetos politicos nestes estado, pois, como um pai ou uma mãe podem aprovar ou apoiar um governo que transforma seus filhos em analfabetos com diploma?;como póde parte da população apoiar um governo que lhe cobra IPVA para manter estradas em boas condições e ao mesmo tempo a explora nos pedágios?; como póde parte da população se calar e apoiar um governo que lhe dá um péssimo transporte, uma pésima segurança, uma péssima educação, uma péssima saúde?Vivemos uma democracia e, portanto. respeitemos a opinião da maioria do estado, más, com todo o respeito, avançamos cada vez mais para dentro “DO INFERNO”, JÁ QUE ESTAMOS DENTRO DELE HÁ PELO MENOS 20 ANOS NO ESTADO DE SP.
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OPS.
quase todos que entra neste site ou é policia ou tem conhecimenro do que acontece aqui em SAMPA, voceacha que o inquilino de plantão vae mandat as TORRES OU QUALQUER OUTRO CABEÇA DO PCC par um presidio FEDERAL voce devr ´r esta doido, o retorno é pago com SANGUE
e não tem perdão vae é a familia toda ´ro saco.
RECADO DO MARCOLA proprietario da transmarcola,e de varias cooperativas atuantes na grande SAMPA.
PSDB/DEM NUNCA MAIS
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os tucanalhas são ruins? o povo de SP adora e vota sempre neles…a culpa é de quem?
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resposta porque é um bosta não fez nada e acabou com SP
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Você também não agüenta mais viver em São Paulo? Não vê retorno nos altíssimos impostos pagos ao Governo do Estado e à Prefeitura?
Você já se cansou de passar horas e horas no trânsito? Já não suporta ver semáforos quebrados ou desregulados? Já se indigna com a indústria de multas?
Já precisa tapar o nariz para andar pelas ruas lotadas de lixo?
Já teme perder seu carro numa enchente relâmpago?
Já se apavora ao saber que a cidade praticamente não tem mais polícia, e que são suas orações que protegem seus familiares nos trajetos urbanos?
Já se questiona se o suor do trabalho não é suficiente para lhe garantir um mínimo de eficiência nos serviços públicos?
Já se pergunta por que a imprensa nunca lhe dá respostas?
Já nota que o jornal e o portal de Internet nunca lhe fornecem a explicação que você procura?
Talvez, então, você esteja no grupo dos 57% de paulistanos que deixariam a capital caso pudessem, conforme apurou o Ibope.
Talvez, esteja no time dos 87% que consideram São Paulo um lugar completamente inseguro para se viver.
Mas, afinal, como chegamos a esta situação caótica na maior cidade do Brasil?
Analisaremos questões específicas (enchentes, trânsito, segurança, entre outras) do processo de degradação da qualidade de vida em São Paulo.
Porém, comecemos pelo geral.
1) Sua angústia, paulistano, tem basicamente três motivos:
a) A incompetência, a negligência e a imperícia dos grupos que, há muitos e muitos anos, se apoderaram da máquina pública no Estado de S. Paulo. Aqui, o “capitão da província” é sempre da mesma tropa.
b) O sistema desonesto de blindagem e proteção dessas pessoas pelos veículos de comunicação, especialmente a Folha de S. Paulo, o Estadão, a Rede Globo e a Editora Abril, aquela que publica a Veja.
c) A vigência de uma filosofia de gestão pública que nem de longe contempla as necessidades humanas. O objetivo da máquina de poder, hoje, em São Paulo, é privilegiar uma pequena máfia de exploradores do Estado e da cidade. O governo dos paulistas e dos paulistanos exige demais, mas oferece de menos.
2) Em pleno século 21, os velhos políticos ainda administram São Paulo como coronéis de província. São tão arrogantes quanto preguiçosos.
a) Não temos um plano coordenado de construção de “qualidade de vida” na metrópole, que coordene ações na área de saúde, educação, cultura, transporte e moradia. Todas as outras 9 grandes cidades do mundo têm, hoje, grupos multidisciplinares trabalhando duramente em projetos desse tipo.
b) Não temos um projeto sério, de longo prazo, para reestruturação e racionalização da malha viária.
c) Não temos um sistema de transporte coletivo decente. Entre as 10 maiores cidades do mundo, São Paulo é aquela com o menor número de quilômetros servidos por metrô.
3) Por que a doce chuva virou sua grande inimiga?
a) Porque os governantes de São Paulo não pensam em você quando autorizam a construção de novos condomínios e habitações. Onde havia terra e árvores, passa a existir concreto. O solo não absorve a água, que corre desesperadamente para o Tietê.
b) Porque a prefeitura simplesmente abandonou os trabalhos de construção dos piscinões. Você tem medo de morrer afogado no Anhangabaú? Pois bem, os recentes dramas no túnel teriam sido evitados se José Serra e Gilberto Kassab tivessem seguido o projeto de construção dos reservatórios de contenção nas praças 14 Bis e das Bandeiras. Até o dinheirinho já estava garantido, com fundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Mas os dois chefões paulistas consideraram que as obras não eram necessárias. Agora, você paga por este descaso.
c) Lidar com água, uma das mais importantes forças da natureza, exige pesquisa e conhecimento. Em São Paulo, as obras são feitas de acordo com o humor dos governantes, muitas vezes em regime de urgência. Na pressa, o resultado quase sempre é desastroso. No Grajaú, por exemplo, os erros de engenharia na canalização de córregos acabaram por gerar entupimentos, enchentes e destruição. As famílias da região perderam móveis, eletrodomésticos, roupas e alimentos. Ou seja, obra sem planejamento gera mais prejuízo que benefício.
d) São Paulo tem a sua Veneza. É o Jardim Romano, que vai afundando a cada enchente. Como se trata de periferia, a prefeitura simplesmente abandonou os projetos de drenagem e captação de águas. O resultado é água imunda dentro das casas, doença e morte. Para minimizar o problema, o governo do Estado resolveu lançar um “carro anfíbio”, apresentado com pompa pelo bombeiros. Será que, não satisfeitos com o estrago, ainda querem rir da cara do cidadão?
e) O descaso com a cidade pode ser provado facilmente. Um levantamento técnico mostra que o número de pontos de alagamento aumenta assustadoramente de ano para ano. Em 2007, a cidade tinha 9 pontos fixos de alagamento. No ano seguinte, já eram 43. Atualmente, há 152 lugares por onde o paulistano pode perder seu carro durante uma chuva. É isso aí mesmo: 152! Sem dúvida, anda chovendo bastante. Mas não se pode negar que problemas de escoamento estão gerando o caos em áreas antes seguras. É o caso da Avenida Brasil com a Alameda Gabriel Monteiro da Silva, nos Jardins. Quem podia imaginar que até mesmo a região nobre de São Paulo sofreria com alagamentos, lama e fedor insuportável?
f) O dinheiro que a Prefeitura gasta em câmeras, multadores automáticos e propaganda na imprensa poderia muito bem servir à erradicação de alguns desses problemas. No entanto, o drama da população parece não sensibilizar o prefeito nem o governador. Veja o caso dos alagamentos da Marginal Pinheiros com a Ponte Roberto Rossi Zuccolo. O problema já é grave, mas as obras nem foram contratadas, como admite a prefeitura. No caso da Zachi Narchi com Cruzeiro do Sul, na Zona Norte, a prefeitura limita-se a dizer que há um “projeto para futura implantação”. Tudo muito vago. Nenhuma pressa. No caso da Alcântara Machado (Radial Leste) com Guadalajara, a confissão oficial de incapacidade é assustadora: “as interferências não configuram possibilidades de obras para solucionar o caso de imediato”.
4) Por que São Paulo fede?
a) Porque a gestão Serra-Kassab simplesmente reduziu em cerca de 17% o investimento em varrição e coleta de lixo, especialmente na periferia. Aliás, limpeza urbana é algo que não se valoriza mesmo em São Paulo, vide as declarações do jornalista Boris Casoy sobre os garis.
b) Porque os projetos de coleta seletiva e de usinas regionais de reciclagem foram reduzidos, desmantelados ou sumariamente engavetados.
c) Porque a política de “higienização social” tem dificultado extremamente o trabalho dos catadores e recicladores.
d) Nem é preciso dizer que o lixo que se amontoa nas ruas da cidade vai parar nos bueiros. Vale notar que, nas enchentes, boa parte do lixo boiando está devidamente ensacado. Trata-se de uma prova irrefutável de que o “porco” nesta história não é o cidadão paulista, mas aquele que o governa.
5) Padarização: por que São Paulo é tão insegura?
a) O governo Serra praticamente sucateou o sistema de Segurança Pública. Paga mal os agentes da lei e ainda fomenta a rivalidade entre policiais civis e militares.
b) Em seu ímpeto privatista, o governo paulista incentiva indiretamente os empreendimentos de segurança particular.
c) Mal pagos, mal aparelhados e mal geridos, os policiais paulistas são o retrato da desmotivação.
d) Criou-se informalmente um sistema de “padarização” das patrulhas. Normalmente, os agentes da lei se mantêm na porta de uma padaria ou mercado, reduzindo drasticamente as rondas pelas áreas internas dos bairros. De certa forma, acabam se tornando uma guarda particular dos comerciantes locais. Esse fenômeno atinge não somente a periferia da Capital e de outras grandes cidades, mas também os bairros de classe média.
e) Essa mesma polícia invisível nas ruas, entretanto, ocupou o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) durante ato em defesa do Programa Nacional dos Direitos Humanos. Exigiam explicações sobre o encontro… Ora, que terrível bandido se esconderia ali? Ou será que voltamos à época da Operação Bandeirantes, que visava a perseguir os inimigos do regime militar?
f) Cabe dizer: o pouco que restou da Segurança Pública é resultado do esforço pessoal de policiais (militares e civis) honestos, dedicados, que ainda arriscam a vida para proteger o cidadão. Esses, no entanto, raramente são premiados por suas virtudes.
6) Politicalha na calçada, trânsito, impostos e desrespeito ao cidadão.
a) Sem qualquer fiscalização da imprensa, o governante paulista julga-se hoje acima da lei. Não precisa dar satisfações a ninguém.
b) É o caso da Calçada da Fama, já apelidada de Calçada da Lama, no bairro de Santa Cecília. Inspirada na homônima de Hollywood, foi condenada por todos os moradores locais. Mesmo assim, a prefeitura colocou 18 homens da Subprefeitura da Sé para trabalhar na obra (afinal, eles não têm bueiros para limpar). Cabe lembrar que os “testes” de homenagens foram realizados com a colocação de duas estrelas. Uma delas tinha o nome do ex-governador Geraldo Alckmin. A outra, do atual, José Serra, o único governador do Brasil que, entre amigos, se gaba de acordar ao meio-dia.
c) Para obras desse tipo, supõe-se, o prefeito Kassab busca um “aumentaço” no IPTU, tanto para imóveis comerciais quanto residenciais.
d) Cedendo ao cartel das empresas de ônibus, Kassab também decretou aumento nas passagens, de R$ 2,30 para R$ 2,70. A poucos metros da Câmara dos Vereadores, com bombas de efeito moral e balas de borracha, a polícia de Serra reprimiu violentamente os estudantes que tentavam se manifestar contra a majoração. Agressão desse tipo, aliás, já tinha sido vista na USP, em episódio que lembrou a invasão da PUC-SP por Erasmo Dias, em 1977.
e) Se o trânsito é cada vez mais caótico em São Paulo, raras são as ações destinadas a reformar a malha viária, revitalizar o transporte público e constituir um sistema inteligente e integrado de locomoção urbana. Os técnicos da Companhia de Engenharia de Tráfego ainda planejam suas ações conforme modelos da década de 60. A obsolescência no campo do conhecimento é a marca da gestão da CET.
f) Se o tráfego paulistano é um horror, confuso e mal gerido, o mesmo não se pode dizer da indústria de multas. Em 2009, foram arrecadados R$ 473,3 milhões, valor maior do que o orçamento de cinco capitais brasileiras. Só 62 municípios do Brasil recebem, entre todos os tributos, aquilo que o governo paulistano obtém com esse expediente punitivo.
g) Com esse valor, seria possível instalar 2 mil semáforos inteligentes (raros aqueles em perfeito funcionamento na cidade) e 40 terminais de ônibus.
h) Curiosamente, se falta dinheiro para a reforma dos equipamentos de controle de trânsito, sobra para a compra de radares e aplicadores de multas. Foram 105 novos aparelhos em 2009. E a prefeitura projeta a instalação de pelo menos mais 300 em 2010.
i) Se os radares estão atentos ao motorista, dispostos a lhe arrancar até o último centavo, também é certo que não há olhos para as máfias de fiscais nas subprefeituras, especialmente na coleta diária de propinas nas áreas de ambulantes. Em 2008, membros da alta cúpula da subprefeitura da Mooca foram protagonistas de um escândalo, logo abafado pela imprensa paulistana. Hoje, os esquemas de cobrança ilícita seguem firmes e fortes. Faturam milhões, à luz do dia, na região do Brás, da Rua 25 de Março e da Lapa, entre outros, conforme denúncias dos próprios camelôs.
7) Até para fugir, o paulistano pagará caro… Dá-lhe pedágio!
a) Alguns governantes tornam-se conhecidos por construir estradas. Outros, por lotá-las de pedágios e fazer a festa de seus apoiadores de campanha. É o caso de José Serra. Em média, um novo pedágio é implantado em São Paulo a cada 30 dias. O ritmo de inaugurações deve crescer em 2010. Somente nas estradas do litoral, o governador quer implantar mais dez pedágios.
b) José Serra desistiu temporariamente de sua ideia obsessiva de implantar pedágios também nas marginais do Tietê e do Pinheiros. O desgaste político poderia inviabilizar, de uma vez por todas, seu projeto de ocupar a presidência da República.
c) Fora dos centros urbanos, entretanto, a farra do pedágio continua. Em Engenheiro Coelho, na região de Campinas, por exemplo, uma família já precisa pagar pedágio para se deslocar de um lado a outro de seu sítio, cortado pela rodovia General Milton Tavares de Souza (SP-332). Agora, para cuidar do gado, os sitiantes precisam pagar a José Serra e seus amigos da indústria do pedágio. Nessa e em outras cidades, o cerco dos pedágios deixam “ilhados” moradores da zona rural e de condomínios habitacionais. Nem mesmo o “direito de ir e vir” é respeitado.
Como resgatar São Paulo
Nos últimos anos, São Paulo vem sendo destruída e seus cidadãos humilhados. Está perdendo seu charme e carisma. Aumenta-se a carga de impostos, ao passo que os direitos básicos do cidadão são negados pela autoridade pública.
Mas nada comove a imprensa surda, muda e partidarizada. As enchentes, o lixo acumulado, as obras inacabadas, o apagão no trânsito, a fábrica de analfabetos do esquema de “aprovação automática”, as máfias de propinas, a falta de segurança e a fábrica de multas não sensibilizam os jornalistas.
A ordem nas redações é botar a culpa na sorte, nas gestões anteriores ou em São Pedro. Nenhuma tragédia é atribuída aos governantes locais. Jamais.
Quando a cratera do metrô engoliu trabalhadores, pais e mães de família, a imprensa silenciou sobre a culpa daqueles que deveriam fiscalizar a obra.
E o prefeito Gilberto Kassab ainda se divertiu, transformando a tragédia alheia em piada. Nem a Folha nem o Estadão escreveram editoriais indignados sobre o episódio.
A imprensa também se fez de boba quando a ponte do Rodoanel desabou sobre a pista, destruindo veículos e ferindo pessoas.
Aliás, os jornais estampam enormes manchetes quando se constata qualquer atraso em alguma obra do PAC. Mas não encontram relevância no atraso das obras do Rodoanel.
Já são doze anos de embromação, casos de superfaturamento e destruição do patrimônio natural nos canteiros de obras.
Na Capital, José Serra e Gilberto Kassab criaram fama ao inventar a lei “Cidade Limpa”, uma restrição sígnica ao estilo “talebã” que deixaria os habitantes de Nova York e Tóquio perplexos.
Eliminaram praticamente toda a publicidade local e, automaticamente, canalizaram milhões e milhões de Reais para jornais, TVs, rádios e portais de Internet. Um golpe de mestres.
Portanto, aquele que sofre diariamente em São Paulo precisa urgentemente revisar seus conceitos políticos, reeducar-se para a leitura dos produtos noticiosos e mobilizar-se para viabilizar a urgente mudança. Se São Paulo pode ser salva, será você, paulistano sofrido, o artífice dessa proeza
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