FURTO IRRISÓRIO.

Furto irrisório
MP paulista insiste em princípio da insignificância

por Fernando Porfírio

O chefe do Ministério Público paulista, Rodrigo Pinho, concordou com o princípio da insignificância em um caso e insistiu no pedido de arquivamento. O inquérito policial foi instaurado para apurar o furto de três quilos de carne, avaliado em R$ 35,00. O ilícito teria sido praticado, em março, por Elio Pompeo Correia contra o Supermercado Prestígio, localizado na avenida Nossa Senhora do Loreto, na Vila Medeiros (zona Norte da Capital).

O promotor de Justiça escolhido para acompanhar o caso pediu o arquivamento do inquérito, também com o fundamento do princípio da insignificância. A Justiça discordou da manifestação do integrante do Ministério Público e determinou que o caso fosse remetido para o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, como determina o artigo 28 do Código de Processo Penal (CPP).

De acordo com o CPP, no caso de o promotor de Justiça, no lugar de apresentar denúncia contra o acusado, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, se entender improcedentes as razões apresentadas, fará remessa do inquérito ao procurador-geral. Este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no pedido de arquivamento.

No caso, Rodrigo Pinho entendeu que não se justificaria movimentar a máquina judiciária do Estado para processar um acusado de uma lesão ao patrimônio tão irrisória. Para ele, o caso seria típico do chamado furto de bagatela, por ser inferior a 10% do salário mínimo.

“O princípio da insignificância, que leva ao reconhecimento da atipicidade do crime de furto, tem sido aceito na doutrina e na jurisprudência como decorrência do princípio da intervenção mínima. Segundo este princípio não se justifica a movimentação da máquina judiciária, com todos os custos a ela inerentes, quando a lesão ao bem jurídico – patrimônio – mostrar-se irrisória, ínfima”, argumentou Pinho.

A Justiça brasileira vem aplicando cada vez mais o princípio da insignificância – ou conduta de bagatela – para livrar de condenações e da cadeia acusados de pequenos furtos. A tese é reforçada por estimativas do Ministério da Justiça que aponta que o custo médio de um processo gira ao redor de R$ 1.848 na Justiça estadual.

Por outro lado, cada preso custa ao Estado, em média, cerca de R$ 1 mil, também de acordo com dados do Ministério da Justiça. Isso sem contar os gastos com deslocamentos do preso até o Fórum, que em São Paulo chega a R$ 2.500.00.

Mas o tema provoca divergência. Em recente decisão, a Quinta Turma do STJ afastou o princípio da insignificância por conta do furto de óculos estimado em R$ 158,00. A turma julgadora argumentou que a falta de repressão de tal conduta representaria verdadeiro incentivo a pequenos delitos que, no conjunto, trariam desordem social. E anulou sentença que absolveu a acusada.

Em outra recente decisão, o desembargador Figueiredo Gonçalves, do Tribunal de Justiça de São Paulo, entendeu que não se pode confundir a conduta de bagatela com o furto de pequeno valor. Para ele, a primeira não constitui crime, porque é injustificável a imposição de pena se o bem jurídico não sofreu efetivo dano. Já o segundo é crime, porque ainda que de valor pequeno, provocou modificação sensível no patrimônio da vítima.

O argumento de Figueiredo Gonçalves serviu para reformar sentença que recaiu sobre Maria Lúcia da Silva, denunciada pelo Ministério Público paulista e condenada a um ano de reclusão, em regime semi-aberto, e 10 dias-multa, pelo furto de três frascos de alisante para cabelo, no valor de R$ 6,60. A sentença havia sido dada pela 2ª Vara Judicial de Cubatão (no litoral paulista). “Entender como irrelevante para o Direito Penal essa conduta, escancara a possibilidade de que todos busquem furtar tais objetos, ou outros de valores semelhantes, o que traria graves riscos à convivência social”, completou ele.

Leia a manifestação do procurador-geral de Justiça:

Protocolado nº 57.486/07 – art. 28 do CPP

Inquérito policial nº 050.07.017216-1 – Comarca da Capital

Indiciado : Elio Pompeo Correia

EMENTA: FURTO SIMPLES DE TRÊS QUILOS DE CARNE. VALOR

INFERIOR A 10% DO SALÁRIO-MÍNIMO. RÉU PRIMÁRIO. PRINCÍPIO DA

INSIGNIFICÂNCIA. CABIMENTO.

Trata-se de inquérito policial instaurado para apurar crime de furto simples de três quilos de carne, avaliadas em R$ 35,00, que teria sido cometido por Elio Pompeo Correia contra o Supermercado Prestígio, no dia 06 de março de 2007, na Av. Nossa Senhora do Loreto, nº 704, nesta Capital.

O Douto Promotor de Justiça requereu o arquivamento do feito em razão do princípio da insignificância. O MM. Juiz, discordando da manifestação, determinou a remessa dos autos a esta Procuradoria Geral de Justiça, na forma do art. 28 do CPP.

É o relatório.

O princípio da insignificância, que leva ao reconhecimento da atipicidade do crime de furto, tem sido aceito na doutrina e na jurisprudência como decorrência do princípio da intervenção mínima. Segundo este princípio não se justifica a movimentação da máquina judiciária, com todos os custos a ela inerentes, quando a lesão ao bem jurídico – patrimônio – mostrar-se irrisória, ínfima. No caso em análise, a quantia de R$ 35,00 é inferior a 10% do salário-mínimo, sendo inegável, portanto, a possibilidade de se aplicar o princípio da insignificância, por ter havido aquilo que se chama de furto de bagatela, mesmo porque o fato não se reveste de especial gravidade, já que se trata de furto simples e não há notícia de outros envolvimentos do indiciado na prática de crimes patrimoniais. Decisão: Diante do exposto, insisto no arquivamento do feito.

Revista Consultor Jurídico, 15 de junho de 2007

ELEIÇÃO DA DIRETORIA DA ASSOCIAÇÃO DOS DELEGADOS DE POLÍCIA DE SÃO PAULO

Reforma do estatuto (presidente subsidiado para futuras gestões).
Contratação e manutenção de especializada Banca, para defesa dos interesses da classe e defesa dos consortes individualmente, sem prejuízo da manutenção dos atuais conveniados.
Criação de comissão de assuntos jurídicos para receber proposições e consultas do consorte em defesa dos direitos da classe e do associado no exercício das funções, com a obrigação estatutária de desagravar quaisquer colegas, associado ou não, cujos direitos e prerrogativas forem lesados por atos de quaisquer autoridades ou particulares (do Exmº Governador, inclusive), com a incumbência de empregar todos os meios jurídicos para o desagravo e reparação dos direitos lesados, sem quaisquer ônus para o colega vitimado.
Propositura, de imediato, ao Exmº Governador de representação no sentido de que a promoção para classe especial se dê pelos critérios de antiguidade e merecimento; cujos requisitos deverão ser transparentes e objetivos, tal como na Magistratura para os tribunais superiores.
Sem prejuízo de, concomitantemente, ajuizar medida com o fim de suspender e declarar a inconstitucionalidade das promoções apenas por merecimento para a classe especial.
Defesa intransigente da inamovibilidade relativa prevista na Constituição Estadual; acabando-se com o “nefasto bonde” dentro do mesmo Departamento e municípios. Prerrogativa da Carreira que não pode ser tergiversada.
Empenho no sentido do aprimoramento e transparência dos concursos de ingresso na Carreira.
Estudos e proposituras no âmbito administrativo e político no sentido de que a nomeação do Delegado-Geral seja precedida da escolha de três nomes por órgão colegiado ou votação pelos membros da Carreira (pela complexidade, ainda que a médio prazo).

Empenho no sentido de que toda a classe seja conscientizada da necessidade de emprestar apoio a membro(s) com potencial eleitoral, com o fim de que tenhamos permanentemente Delegados nas casas legislativas.
Campanha sistemática através dos meios de comunicação para a defesa e conquista de pregorrativas funcionais e melhoria substancial dos vencimentos.

Estreitamento dos laços com as associações das demais carreiras jurídicas do Estado, buscando o nosso aprimoramento jurídico e melhor cooperação entre as instituições.

Convênio com organização prestadora de serviços de saúde, de qualidade, por valores pagáveis.

Desenvolvimento de um site digno de cultores do Direito.

A ADPESP é uma ONG reconhecida como de utilidade pública, possuindo deveres para com a sociedade; não é apenas uma entidade recreativa e assistencial. Tem o dever de fiscalizar e intervir junto ao Governo em defesa da Sociedade, dispondo de legitimidade jurídica e patrimônio para tanto.

PARÁFRASE DO SILÊNCIO.

Seja bem vindo ‘robertocguerra’

Em 09/05/2007 – Manutenção

Nosso Blog está temporariamente paralisado.

Parafraseando a ADPESP: “Ele foi dimensionado para exposição de assuntos técnicos, que implicaria em um menor número de interferências. A elevada atividade acarretou problemas no provedor, interferindo até mesmo em outros sites hospedados naquele local. Como nos últimos dias a participação nessa área diminuiu muito resolvemos fazer as necessárias mudanças. Encomendamos uma nova ferramenta que divida as atividades do Fórum com um Chat. Assim será possível manter a parte técnica e a discussão propriamente dita”.

PAULINHO DESCANSE EM PAZ.

Pelo amigo e fiel colaborador PAULO TELES(Paulinho do 3ºDP de São Vicente), digno agente policial.

Dust in the Wind
Kansas.

I close my eyes
Only for a moment and the moment’s gone
All my dreams
Pass before my eyes, a curiosity
Dust in the wind
All they are is dust in the wind

Same old song
Just a drop of water in an endless sea
All we do
Crumbles to the ground though we refuse to see
Dust in the wind
All we are is dust in the wind

Don’t hang on
Nothing lasts forever but the earth and sky
It slips away
And all your money won’t another minute buy
Dust in the wind
All we are is dust in the wind
(all we are is dust in the wind)
Dust in the wind
Everything is dust in the wind
(everything is dust in the wind).

Poeira ao Vento(tradução)
Kansas

Eu fecho meus olhos
Somente por um momento e o momento acaba.
Todos os meus sonhos
Passam diante de meus olhos, uma curiosidade.
Poeira ao vento,
Tudo que [os sonhos] são é poeira ao vento.

A mesma velha canção,
Apenas uma gota de água num mar sem fim.
Tudo que fazemos,
Desmorona-se no chão, embora nos recusemos a ver.
Poeira ao vento,
Tudo que somos é poeira ao vento.

Não insista,
Nada dura para sempre, exceto a terra e o céu.
[tudo] desaparece,
E todo o seu dinheiro não comprará outro minuto.
Poeira ao vento,
Tudo que somos é poeira ao vento…
(tudo que somos é poeira ao vento)
Poeira ao vento,
Tudo é poeira ao vento…
(tudo é poeira ao vento)

AO DIGNO COLEGA DA CIRETRAN. Resposta

Caro colega de Carreira, a quem sempre considerei muito mais que um camarada… Um verdadeiro amigo. Ainda que, por razões pessoais e do trabalho em locais distintos, nunca tenhamos partilhado de intimidades. Eu sempre lhe admirei como pessoa humana e, especialmente, como profissional. E, até hoje, guardo os seus conselhos pertinentes a determinado episódio no qual – movido pelo corporativismo de noviço e ímpeto próprio de quem ainda não completara 30 anos de idade – promovi invasão de famosa boate com o objetivo de recuperar uma arma retirada de um dos seus subalternos. Um rapaz que, momentos antes, se apresentou a mim com escoriações no rosto e me relatou agressões sofridas por seguranças da casa. O colega, posteriormente, além de me alertar acerca da conduta do rapaz, também me alertou “Delegado é quem dá manchete”; não um simples policial. Respeito, embora considere injustas, as razões que lhe levaram, nos últimos quatro anos, a me olhar de soslaio. Não tome por verdades as palavras de quem quer que seja e muito menos as dores, sem considerar as circunstâncias e motivações da outra parte. Se causei prejuízos para pessoas que lhe são caras, tenha certeza não fiz deliberadamente. E tenha certeza muita coisa fiz para poupá-los. Nunca foram merecedores. Infligiram-me, primeiramente, constrangimentos de toda sorte. Jamais me fiz censor da conduta moral e funcional de quem não tenha me feito mal. Os nossos apetites e paixões são semelhantes; os meus mantenho moderados. Do mesmo modo que, acredito, o colega mantenha. Se nunca lhe fiz bem, também nunca lhe fiz mal. E por diversas oportunidades lhe fui leal, apenas exemplificando: quer encaminhando-lhe boletim que poderia encaminhar para a Corregedoria; quer como meses atrás quando da lavratura de ocorrência em desfavor dos seus funcionários, afirmando peremptoriamente para a vítima que não se tratava do Delegado de Polícia. E se quiser acreditar: NÃO SABIA QUE O SENHOR AINDA CONTAVA COM ADJUNTO, o qual para mim funcionava como plantonista noutra Unidade. Jamais levantei calúnias contra a sua pessoa, também nunca lhe imputei quaisquer irregularidades. Não poderia, pois profissionalmente sou muito acima da média, sei reconhecer os porcos e as suas obras sem a necessidade de colaboradores. Sua gestão foi organizada e caprichosamente muito bem ordenada. Disso o contraste e o desastre do seu sucessor; e daqueles que por lá ficaram sem as suas rédeas curtas. Sob as suas ordens ninguém acabaria processado e condenado, pois não fariam o que lá fizeram sem o menor pudor e temor. E quando os problemas se avolumaram de pronto acharam um culpado: eu. Não tardando a bravatearem ameaças de morte. Eu não ouvi, apenas, por terceiros (um Delegado e um Investigador-chefe). Eu tive a confirmação ao ouvir da boca do seu dileto amigo; ele que ao telefone mostra o quanto é cristão. Não sabia que eu estava sentado ao lado do interlocutor, portas e vidros cerrados sob a chuva. É néscio e maldoso; cordeiro apenas para trouxas. Surpreendentemente, agora, ouvi dizer que o Senhor proferiu para determinada pessoa: “nós o mandamos embora daqui”, além de outras bazófias sem importância. Pelo “Nós” deverei acreditar nas supostas gestões pelo Senhor patrocinada, durante almoços e jantares com superiores hierárquicos, para que eu fosse retirado daquela Ciretran. Pelo “Nós” também devo entender que o Senhor patrocinou a devassa que foi feita no 3º DP de São Vicente em busca de irregularidades por mim cometidas. Pelo “Nós”, também, devo entender ter sido o Senhor a fonte de informações da redatoria de um jornal local, causando-me prejuízos morais há dois anos. Nunca quis acreditar fosse Vossa Senhoria capaz de golpe tão vil. Mas, agora, o seu “Nós” se apresenta revelador e confirmador das palavras do constrangido repórter. Tenha muito cuidado com o telefone e com as conversas de alcova caro colega. Eu , quando tenho algo a dizer , escrevo e assino; antecipadamente dou a todos chances de refutar e de se defender de um opositor declarado. Pelas primeiras razões não o quero como desafeto, mas não tenho medo da sua inimizade… É da nossa profissão. Por derradeiro: cagüetas são aqueles que o bajulam e estão sempre em sua companhia, esperando tomar-lhe a cadeira. Eu não leio pensamentos, tampouco disponho de tempo para “confraternizações policiais”.

A VIOLÊNCIA É OURO. Resposta

A dúvida interior é uma das fraquezas mais destrutivas de nossa natureza humana. A dúvida se faz presente em todas as áreas da vida – do relacionamento amoroso ao profissional – e com certeza se manifesta em relação a todos os assuntos do nosso cotidiano. O duvidar é uma das nossas tendências emocionalmente mais dolorosas, uma vez que todos os valores e sentimentos que recebemos dependem de nossa compreensão de termos de fato o poder para transmitir valores e sentimentos para outrem. Quem dúvida da capacidade de amar não é capaz de sentir o amor que lhe é entregue. Quem dúvida da própria capacidade de mudar as coisas nunca será capaz de acreditar que as coisas possam ser modificadas. Ao subverter esta compreensão, a dúvida nos impede de obtermos o sucesso em qualquer campo da vida. Quem você pensa que é? Você não pode mudar o mundo!Uma pessoa não pode causar a diferença! As coisas simplesmente pioram cada vez mais, e não há nada que se possa fazer! Esta é a retórica da dúvida, e a maioria de nós a ouve o dia inteiro. Nada mais é do que a dúvida imposta pelas forças conservadoras – sejam as nossas, sejam as exteriores – a nossa vem do medo do fracasso. As externas buscam apenas nos impedir de realizar qualquer ação positiva; que ponha fim ao vetusto sistema que distribui privilégios a pequeno número de pessoas, enquanto submete a grande parcela de pessoas a uma vida miserável, sob vários aspectos. E quanto mais perto chegamos de agir de fato, mais dúvidas e questionamentos emergem á superfície. Todavia, quando mais nos assombrarem os medos e as dúvidas, certamente, mais próximos estaremos do sucesso. Mas, paradoxalmente os medos e as dúvidas freqüentemente têm a capacidade de nos impedir de avançar e de alcançar o sucesso. Quantos não fugiram do verdadeiro amor da vida pela dúvida, pelo medo da felicidade! As dúvidas e os medos a que somos bombardeados – interna e externamente – são o maior obstáculo para transformarmos a nossa condição de policiais desvalorizados e subestimados. Tenham toda a certeza que eles( aqueles que rosnam contra os defensores do direito de greve) estão com muito medo. Nada temos para perder em eventual conflito interno. A recuperação do poder de compra dos nossos vencimentos e melhores condições de trabalho não pode ter como paradigma o mercado de trabalho privado. Pura e simplesmente deve ter como parâmetros aquilo que de melhor se garante a outras autoridades e servidores do Estado. Basta de perdigotos mentais sobre as nossas faces. Chega do cercadinho mental da elite policial: “não é por aí…” “polícia é assim mesmo…” “bom cabrito não berra”…”Só pode fazer greve quem trabalha”; falácia de quem tem muito a perder no caso de reivindicação maciçamente organizada. Ora, vamos para o campo de batalha! Qual é o exército mais forte e poderoso? Nós ou as empresas de segurança de propriedade dos nossos cardeais? E apenas para esclarecer: empresas de consultoria de segurança e afins, prestadoras de serviço praticamente sem patrimônio imobilizado, podem ser instrumento bastante interessante para lavagem de dinheiro e dilapidação do erário. Definitivamente: Delegados de Polícia e Oficiais da Polícia Militar proprietários de empresas de segurança são uma desonra para as respectivas Instituições. Um grande exemplo de deslealdade para com o povo e para com o serviço público. Para estes a violência é ouro. Nada como o PCC para lhes gerar maior lucratividade. Afinal, quanto pior para a sociedade e para os policiais comuns, muito melhor para agentes públicos, desprovidos de espírito público, prestadores de segurança privada.

Máfia dos caça-níqueis: delegado conta como funciona esquema


.Quarta-Feira, 4 de Julho de 2007, 20:50
Máfia dos caça-níqueis: delegado conta como funciona esquema
De A Tribuna On-line

Seis dias após as denúncias de envolvimento de policiais civis da região com a máfia do jogo, o delegado Roberto Conde Guerra contou pela primeira vez como funciona o esquema de pagamento de propina, para permitir o funcionamento de máquinas de caça-níqueis.

A rede de corrupção começou a ser desmantelada com o acidente de carro envolvendo o advogado Jamil Chokr — que representa donos de bingos e caça-níqueis — no dia 25 de maio, na Capital.
Antes de ir ao Ministério Público, na tarde desta quarta-feira, Guerra antecipou à TV Tribuna as denúncias que fez ao promotor.

Leia trechos da entrevista:

A origem do dinheiro”Esse dinheiro vem dos maquineiros, dessas máquinas que estão instaladas em padarias, bares e lanchonetes e de alguns bingos irregulares”.

Pagamento da propina
“Na prática ele é recolhido de várias formas e por várias pessoas, não é recolhido apenas por policiais. Há os exploradores de jogos que têm os seus intermediários, talvez até advogados, que canalizam esse dinheiro até o Palácio da Polícia de Santos”.

Valores
“Na alta cúpula, os valores variam de R$ 5 a R$ 20 mil por quinzena, mas eu não sei exatamente quem receberia R$ 5 ou R$ 20 ou R$ 10 mil”.

Divisão”Essas pessoas pegam lá o envelope ou malote e levam para a sede do departamento, para o superior, no caso o chefe dos investigadores do departamento e da seccional. De lá, é feita a distribuição, a divisão entre as unidades que recebem. Nem todos recebem. Membros da cúpula, com certeza, recebem esse dinheiro”.

Patrimônio incompatível”Existem muitos cujo o padrão de vida é muito elevado para os vencimentos. E também é incompatível a nossa atividade com qualquer outra, salvo o magistério. Então, se ele é delegado de polícia e professor, não tem como enriquecer”.

Ameaças”A ameaça que eu sofro realmente é a de ser demitido a bem do serviço público em razão do que eu expus. Eu acho que apenas cumpri o meu dever, é o que eu gostaria de deixar muito claro. Eu não tive nenhuma intenção de macular a atual gestão do delegado geral, do secretário de segurança e do governador José Serra”.
O delegado responsável pelo Departamento de Polícia Judiciária do Interior-6 (Deinter-6), Waldomiro Bueno Filho, não quis comentar as denúncias. Ele disse que o caso já foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil e pediu que a Justiça tire do ar a página que o delegado mantém na internet. As informações são da TV Tribuna

AO EXMº GOVERNADOR JOSÉ SERRA.

Excelência, respeitosamente, lhe peço para relembrar do projeto “NOVA POLÍCIA”,idealizado como plano de governo do Exmº Franco Mantoro, com a colaboração de Delegados da estatura do Dr. MAURÍCIO HENRIQUE GUIMARÃES PEREIRA. A “NOVA POLÍCIA, já em 1983, perdeu para a velha polícia de Tuma e Fleury. E continua, cada vez mais velha, de se ver que os nomes mais ilustres são os mesmos; se não os próprios: descendentes ou amigos. Continua com poderosos e “velhos” esquemas de corrupção minando-lhe as melhores forças humanas e, também, o material do Estado em próprio proveito.Receber vaia faz parte da vida de um político atuante como Vossa Excelência, assim como Delegados atuantes são apupados com “sindicâncias”e “processos administrativos”. Todavia, aquele que ontem lhe ofertou vaias, amanhã lhe aplaudirá. Senhor Governador: limpe a Polícia do ranço corrupto servo da criminalidade organizada; reveja a disponibilidade orçamentária. Os policiais honestos da policía civil e militar – aqueles que trabalham diretamente com a população – são merecedores de muito mais. Por fim, fale diretamente com os seus Policiais subalternos – o Senhor não necessita de intermediários. Se assim o fizer, mesmo que os decepcione, ganhará maior respeito e total credibilidade. Olhos nos olhos Governador. O Senhor deve confiar na base policial – a grande maioria. Somos nós que garantimos o seu Governo; com os nossos votos e as nossas armas.A maioria de nós foi que lutou,mesmo com comportamento passivo, contra a Ditadura; o Senhor não pôde ver( foi expulso de São Paulo e do Brasil com a colaboração de gente que, ainda, determina os destinos da Polícia Civil), mas deve saber.Os vitoriosos contra-revolucionários, somos nós: a maioria dos policiais subalternos nascidos nas décadas de sessenta e setenta. Quase todos da geração “coca-cola”. Não se torne um reacionário aos nossos olhos;lembre-se desta frase: “Os operários, obrigados a vender-se dia a dia, são uma mercadoria como outra qualquer”(marx e engels, no Manifesto). Não faça dos policiais uma mercadoria como outra qualquer, pois serão vendidos para o “Crime”. E o “Crime”, futuramente, sepultará a todos, os nossos ideais, inclusive.

DO SEPULTAMENTO DA "NOSSA POLÍCIA" + 1983+ Resposta

JORNAL DO BRASIL Rio de Janeiro, Domingo, 06 de abril de 1986

 

Fiel Transcrição
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O caçador de manchetes
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ROMEU TUMA: O hábil Vice-Rei continuava o profissional de imagem ilibada — que trabalhara ao lado do truculento delegado Fleury, sem se contaminar pela péssima fama do colega E que estava ao lado do Coronel Erasmo Dias na invasão da PUC paulista, mas transferindo o peso da desastrada operação para cima do Secretário de Segurança. O episódio, aliás, demonstrou como um bom artista pode se sair bem em qualquer enredo. Enquanto o canastrão Erasmo Dias atropelava os estudantes, o habilidoso Tuma reservava para si o simpático papel de fazer a triagem dos prisioneiros — depositando os inocentes, a grande maioria, nos braços agradecidos dos pais. Virou herói. Com direito a reprise. Em 79, na greve dos jornalistas, foi esse herói quem delegou aos seus auxiliares a tarefa de prender, fichar e interrogar os presos, enquanto na outra sala consolava e tranquilizava os parentes dos jornalistas
.

 

Míriam Leitão

 

O telex de Brasília informando que o de­legado Romeu Tuma, diretor-geral da Polícia Federal, tinha convocado uma entrevista para as 19 horas da última quarta-feira, dispara dentro do JORNAL DO BRASIL uma sé­rie de providências que dão a medi­da de que homem é esse Tuma — o caçador de manchetes. O editor da seção Nacional precisa garantir um espaço porque o delegado pode dar novas declarações sobre o caso do reitor Horacio Macedo. Mas antes tem que consultar a editoria Inter­nacional: a anunciada entrevista pode ter a ver com o cargueiro apreendido com armas; ou, quem sabe, com a extradição do torturador haitiano Pierre Albert. Mas que tal falar com a editoria de Economia? Afinal, é possível que o dele­gado tenha algo a dizer sobre con­trole de preços ou que queira pro­mover novas reuniões com empre­sários. E se ele tiver desbaratado uma nova rede de traficantes de drogas ou descoberto os restos de um último carrasco nazista?

 

Não era nada disso. Dessa vez, o surpreendente Tuma queria falar das ameaças líbias contra a Embaixada dos Estados Unidos em Brasí­lia. E o fez como sempre faz. Pacien­te e gentil, como na terça-feira no Rio em que respondeu dezenas de perguntas sobre o caso do reitor da UFRJ, coçou o nariz para brincar com os fotógrafos e sorriu revelan­do os dentes irregulares e separados nesta simétrica fisionomia de traços árabes. Guardou, contudo, as melhores Informações para com elas brindar as pessoas certas nos lugares certos Não há dúvida: se não tosse delegado por, vocação, Tuma seria um bem-sucedido Jornalista. O seu faro o instala sempre dentro das melhores manchetes. Nos últimos anos, a lista dos grandes acontecimentos em que ele fez o papel de mocinho é Interminável.

 

Só Magnum, talvez, conseguiu fei­tos semelhantes, mas para isso pre­cisou de uma série inteira de TV. O nosso herói prendeu o nazista Gustav Franz Wagner, em 1978, em Atibáia; desvendou uma série de sequestros de filhos de gente famo­sa em São Paulo no começo dos anos 80; encanou o empresário. Mário Tieppo, em 82; trancafiou o mafioso Tomaso Buschetta; comandou a operação contra o tráfico de drogas, a Operação Eccentric; es­clareceu o sequestro do empresário José Mindlin; descobriu as fraudes contra o INAMPS; desenterrou Mengele e fez as pazes com o reitor Macedo.

 

Atento à omnipresença do delegado, o ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto, deu um conselho em uma roda de economistas do Plano de Inflação Zero, da qual participava o ministro João Sayad:

 

— Acho melhor vocês segurarem o Tuma, porque daqui a pouco ele vai estar reunindo empresários.

 

Ninguém segurou. Dois dias depois, Tuma reunia em São Paulo um grupo de donos de supermercados já engajado na luta contra a remarcação de preços. Até onde se informa no Ministério da Fazenda, foi uma iniciativa do próprio delegado e causou um certo malestar na área. “Não ouvi propriamente queixas á participação de Tuma, só vi muita gente torcendo o nariz” conta, um economista do Governo. Quer dizer: torceram o nariz mas não abriram a boca para fazer críticas.

 

— A Polícia Federal é uma organização pequena e qualquer êxito depende essencialmente da autoridade pessoal do Tuma — esclarece o Secretário de Segurança de São Paulo, advogado Eduardo Muylaert, responsável pela aproximação final entre o Governo do Estado è o delegado que o entourage pemedebista tentou expelir há três anos dos quadros da polícia por ele encarnar o regime militar. Nada leito, Hoje, Tuma está tão integrado ao Governo paulista quanto o próprio PMDB. Para Tuma, nada como um dia depois do outro — ou alguns meses. No começo de 83, por exemplo, tentou-se armar um plano para acabar com sua carreira. Do projeto “Nova Polícia” participavam intelectuais pemedebistas e um grupo de delegados, chefiado por Maurício Henrique Guimarães Pereira. Sete meses depois, quem era afastado da chefia da Polícia Civil era o próprio delegado Maurício.

 

Em seu lugar entrava José Vidal Pilar Fernandes, um velho amigo — imaginem de quem — de Tuma. No dia da posse de Vidal, o jornalista Ricardo Kotscho publicava na Folha de S. Paulo: “O Vice-Rei Tuma — acima de tudo um político da segurança — precisou de apenas sete meses para derrubar o esquema que o havia derrubado”.

 

O hábil Vice-Rei continuava o profissional de imagem ilibada — que trabalhara ao lado do truculento delegado Fleury, sem se contaminar pela péssima fama do colega E que estava ao lado do Coronel Erasmo Dias na invasão da PUC paulista, mas transferindo o peso da desastrada operação para cima do Secretário de Segurança. O episódio, aliás, demonstrou como um bom artista pode se sair bem em qualquer enredo. Enquanto o canastrão Erasmo Dias atropelava os estudantes, o habilidoso Tuma reservava para si o simpático papel de fazer a triagem dos prisioneiros — depositando os inocentes, a grande maioria, nos braços agradecidos dos pais. Virou herói. Com direito a reprise. Em 79, na greve dos jornalistas, foi esse herói quem delegou aos seus auxiliares a tarefa de prender, fichar e interrogar os presos, enquanto na outra sala consolava e tranqüilizava os parentes dos jornalistas

 

Nas reportagens, Tuma, o brando, costuma aparecer como um inglês — sem armas Aos seus coadjuvantes, o antipático papel de carregálas — como Aparecido Calandra — ou de figurar como “bandidos”, a exemplo de Davi dós Santos Araújo, presente na lista dos torturadores da Arquidiocese de São Paulo.

 

Mas nada disso compromete a imagem de mocinho de Romeu Tuma. O ex-ministro Fernando Lyra é testemunha. Logo que assumiu o Ministério, quis demiti-lo da Superintendência da Polícia Federal “Fui pressionado pelo PMDB de São Paulo para fazer Isto”, conta Lyra. A rede de amigos de Tuma não deixou. Menos de um ano depois, Lyra entrava no gabinete do Presidente Sarney com uma lista tríplice para que o Presidente escolhesse o novo diretor-geral da Polícia Federal. Na cabeça, claro, Romeu Tuma. — Tuma tem credibilidade nacional e respaldo dentro da instituição. avalizou então Lyra.

 

Qual é afinal o segredo desse delegado acima (ou abaixo?) de qualquer suspeita? Se ele se dispusesse, nas horas vagas, a escrever um livro-manual ao estilo de “Como fazer amigos e influenciar pessoas”. seria seguramente um best-seller.

 

— Ele me conquistou pelo espirito profissional. eficiência e disciplina, confessa o ex-ministro da Justiça. “Pedi que ele não prendesse grevistas. Houve mais de 300 greves em São Paulo e ele não prendeu ninguém”.

 

Vão longe os tempos em que Tuma prendia Ilustres como Luís Ignácio Lula da Silva, Djalma Bom, o atual Secretário da Justiça de São Paulo, José Carlos Dias, e até o senador Teotônio Vilella.

 

— Hoje está tudo esquecido e Tuma assimilou a filosofia da Nova República como se fosse um dos pioneiros. Ironiza um alto funcionário do Governo que, por via das dúvidas, prefere adotar o anonimato para não ferir seu novíssimo aliado. “Ele é um gênio da estratégia de marketing”, costuma se repetir no Ministério da Fazenda referindo-se ao delegado. O Secretário de Segurança Eduardo Muylaert não esconde os argumentos: “Polícia não é só a que reprime e investiga. Às vezes um bom estrategista de marketing é um bom policial porque é preciso entender um pouco de psicologia social”.

 

Mas o forte mesmo do delegado Tuma é transformar fatos em notícias. Ele distribui aos jornalistas em que confia Informações preciosas com um invejável conhecimento de cada veículo: atualidades para os jornais, casos novelescos para as revistas, imagens para as televisões. Um exemplo: ele guardou para a TV o Início da operação Eccentric, em que seriam usadas armas pesadas e helicópteros. Um show. Ou um filme — como todos em que esse artista foi protagonista. Não importa a qualidade do enredo, nem do elenco, contanto que ele tenha o papel de herói. Aos outros o papel de vilão.

LEGALIZAR JÁ AS MÁQUINAS CAÇA-NÍQUEIS – BASTA DE CORRUPTOS E CORRUPTORES. FAÇAM DO SEU TRABALHO UMA ATIVIDADE SOCIALMENTE HONESTA.

Todos nós conhecemos, muitos sentiram na carne ou nas relações profissionais, pessoais e familiares, os efeitos devastadores da compulsividade por jogos em geral.
Muitas pessoas por predisposição, outras por influência do meio social e algumas por afecções emocionais. Enfim, há inúmeras causas pelas quais uma pessoa pode se tornar um jogador compulsivo. Entretanto, a causa mais pérfida é a indução psíquica artificialmente causada pelas máquinas virtuais, em face da necessidade de se arrebanhar maior número de compulsivos apostadores. Os mecanismos pelos quais o apostar pode levar uma pessoa a se tornar um dependente das máquinas eletrônicas é muito próximo da dependência química da bebida e drogas em geral. Tais questões são estudadas e demonstradas cientificamente pela medicina. Portanto, pela complexidade e especialidade cientifica, não cabe aqui maior aprofundamento. Como Delegado de Polícia, de forma singela, me cabe abordar aspectos legais e criminológicos dos equipamentos de jogos eletrônicos. Inicialmente, cumpre afirmar que a exploração de apostas é monopólio estatal, através da União. A loteria estatal tem como modalidades mais conhecidas a mega-sena e os bilhetes de loteria. A pessoa escolhe os números ou o bilhete, paga e aguarda, por vezes dias, pelo sorteio. O apostador comum não desfalca, de regra, de forma gravosa o seu patrimônio. No interregno entre a aposta e o sorteio experimenta prazer pelos devaneios acerca de ser o eventual “sortudo”. Mas, conscientemente, sabe que a probabilidade de ser o “grande ganhador” é quase nula. Outros apostadores, em razão de fraquezas personalíssimas, enveredam pela total imprevidência. Estes acreditam que um dia serão vencedores. Descuidam do trabalho, do estudo, não se preocupam “com o amanhã”, pois numa determinada manhã acreditam que acordarão milionários. O jogo pode causar VIOLÊNCIA, DEPENDÊNCIA E IMPREVIDÊNCIA. Assim, quaisquer modalidades de jogos envolvendo apostas é potencialmente danosa à saúde individual e à economia pública. Especialmente quando o dinheiro fica todo nas mãos de exploradores privados. O dinheiro arrecadado pelas loterias públicas, em tese, deveria retornar para o mercado, fomentando a economia, inclusive. Em tese apenas. A nossa organização estatal é ineficiente e sujeita a atos de corrupção, assim parcela do dinheiro pode não ser restituída ao meio circulante. Acabando nas contas de corruptos. Em contas no exterior, inclusive. A religião, por outros fatores, também pode causar VIOLÊNCIA, DEPENDÊNCIA E IMPREVIDÊNCIA (o fanatismo). Como, também, em determinados casos pode desfalcar o mercado de preciosa fonte de riqueza. Observando-se, exemplos, de remessa de dinheiro para o exterior. Mas a questão não é discutir as religiões como potenciais instrumentos de emprobecimento coletivo. Estas, a maioria, dão total retorno do que se arrecada em benefício coletivo. Educam, curam e propiciam conforto espiritual e sadio lazer para os seus seguidores. E não necessitam fiscalização. Qual a razão? A liberdade de crer, ou não crer, de cultuar ou não cultuar. De ser cristão romano, cristão protestante, judeu, judeu-messiânico, muçulmano, budista ou cultuar as religiões afro-brasileiras. O Estado não possui religião. E as religiões não se envolvem nos assuntos de Estado, salvo o exercício da cidadania a todos assegurados. Já devem estar perguntando: qual a relação entre jogo e religião? Apenas a fraqueza humana. De resto apenas quero demonstrar que, no passado, quando diversas religiões eram proscritas, imperava a corrupção religiosa, o pagamento de propinas, a venda de indulgências, a perseguição e a extorsão daqueles não seguidores da religião imposta ao povo. Assim, faço comparação com a exploração das máquinas eletrônicas e, por amor a verdade, devo fazer defesa daqueles que exploram os jogos deliberadamente “mantidos na ilegalidade”. A ilegalidade gera recursos para agentes públicos corruptos de todas as categorias e esferas, desde a fiscalização aduaneira ao guarda – municipal. Financia campanha políticas. Contudo, os eleitos descumprem com o prometido: fazer gestões pela legalização. Não querem perder a fonte. Os eleitos, tão-só, interferem nas nomeações de cargos que poderiam reprimir a jogatina. Os nomeados para altos cargos, por sua vez, também, se locupletam ilicitamente. Forma-se um círculo vicioso infernal. Para bancar o pagamento da propina fraudam os contadores dos caça-níqueis diminuindo-se a probabilidade de ganho. E colocam dezenas de milhares desses equipamentos no mercado. E cada vez mais sofisticados atraindo mais e mais apostadores. A Polícia acaba amarrada ao círculo vicioso. Como poucos se locupletam, os demais não reprimem com a necessária diligência os crimes mais graves. As máquinas, em qualquer local onde haja afluxo de pessoas, não escolhe apostadores. Idosos, senhoras e crianças… A máquina não escolhe apostador. Estão nas padarias, lanchonetes, bares, restaurantes e, até, farmácias nas periferias. O apostador nada ganha. O proprietário das máquinas não pode distribuir aquilo que deveria aos seus clientes. Paga para o dono do estabelecimento comercial onde são instaladas, paga para a fiscalização do comércio, paga para políticos municipais, estaduais e federais e paga… paga…e paga para os policiais. Ufa! Eita osso duro de pagar. E como faz para obter lucro? Não se paga… Não paga… não paga e não se paga para o apostador; estes deixam todo o vale e até todo o salário nas máquinas. E como é que se faz para consertar? Deixando-os livres para explorar os equipamentos. Ganhará mais quem retribuir mais aos seus apostadores. Imposto por prestação de serviço para o município por estimativa. O maquineiro, hoje bandido, se tornará empresário respeitável, respeitando os seus apostadores. Se fraudar perderá cliente… O dono da padaria locará o espaço para outro, posto não querer perder a clientela, também, das cervejas e petiscos. Além de, no caso de fraude, sujeitar-se a responsabilização criminal. Não há outra solução. Senhores empresários exijam a legalização do fabrico, comércio e exploração das suas máquinas. Deixem a ilegalidade: estão lesando o povo para enriquecer políticos, policiais e Delegados de Polícia corruptos. O mesmo para os proprietários dos Bingos. Não sou inimigo pessoal dos Senhores… Sou inimigo da corrupção sistematicamente instalada que busca, apenas, manter os jogos na ilegalidade. Os Senhores muito pagaram e pagam, então exijam providências dos maiores beneficiários. Os Senhores nunca conseguirão pagar propinas satisfazendo a todos, mesmo porque quem arrecada não repassa a maior parcela. Não observaram a lista, não fui eu – o famigerado Roberto Conde Guerra – quem a elaborou… Nunca pensei que chegasse a tanto dinheiro. Quem recebe “chuta a todos”. E depois, vem alguém como eu e lhes causa ainda maiores prejuízos; jura-se morte e se amaldiçoa da mãe aos filhos. Eu não quero o seu dinheiro não. Como nunca quis máquinas e Bingo quase na porta da minha Delegacia. Não se lembram Srs. Samuel, Célio e Jorge? Sei que muita gente já ficou com dinheiro usando o meu nome. Faz parte; dizem que é sempre para o “MAJURA”. Pouco importa. Mãos à obra: organizem-se para legalizarem seus empreendimentos, será muito mais lucrativo devolver metade das apostas para a clientela, pagar pela locação do ponto e o imposto sobre prestação de serviços. Façam das suas máquinas instrumentos de diversão, deixando de empregá-las como instrumento para roubar o povo e enriquecer agente público corrupto. Ganharão um grande defensor se devolverem, apenas, metade do montante das apostas para os seus clientes. Não necessitarão da compra de laudos periciais, pareceres de juristas e liminares. E estou certo: além de dignos ficarão mais ricos. Pra que dar dinheiro, tomado do povão, entregando para politicalha e policial sem palavra… sem honra…sem vergonha na cara. E os Senhores sabem que eu estou com a razão. Quem recebe não lhes dá garantia; e vocês aceitam quaisquer incompetentes. Se um dia, por uma infelicidade que jamais lhes desejaria, um dos seus entes queridos necessitar de Policial honesto em que porta irá bater? Não quero me proclamar honesto, mas na minha poderão bater. Eu os atenderei e cumprirei os meus
deveres com total diligência e humanidade.

DOS 27 PROCEDIMENTOS DISCIPLINARES E OUTRAS "SUGESTAS".

Ao ser questionado acerca de contar 27 procedimentos disciplinares durante a minha Carreira, apenas 19 anos, fiquei desconcertado na frente da linda(verdadeiramente bela) repórter que me fez tal pergunta. Redargüi como ela chegara a tal número. Enfaticamente afirmou: conforme os dados fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública, ou seja, na verdade de uma “desinteressada” fonte do departamento pessoal aqui de Santos. Acabaram com a minha reputação perante os meus colegas mais jovens e com menos tempo de serviço. É QUE EU GABAVA POSSUIR MAIS DE SESSENTA SINDICÂNCIAS, especialmente quando um ou outro se via increpado, pela primeira vez, em procedimento disciplinar. Ressalto que, como sempre fui muito estimado, antes da reestruturação da Corregedoria Geral da Polícia Civil, alguns Seccionais, rotineiramente, me honravam com “casadinhos”, isto é, Sindicância e Inquérito para total “transparência”( termo muito empregado por alguns superiores e diletos assistentes). Depois do esvaziamento das atribuições disciplinares dos Senhores Seccionais,há quase cinco anos, nenhuma sindicância foi instaurada em meu desfavor pela Corregedoria. Recentemente, como é do conhecimento dos Colegas e do público em geral,pelas denúncias que fiz, fui louvado com o primeiro Processo Administrativo. Para os leigos é a modalidade de apuração de faltas disciplinares que podem acarretar a perda do cargo, por decisão privativa do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado.Em razão de tal competência exclusiva, certa autoridade, entre outras inverdades, subscreveu manifestação no sentido de “eu falar mal do Governador através deste FLIT PARALISANTE. Também, já se comentando sobre a quebra do meu sigilo fiscal e bancário. Mas, retornando ao Processo, espero que não seja o último da minha Carreira, pois pretendo me jactar, aposentado aos 60 anos(esperava poder me aposentar aos 55 anos, mas a legislação de outrora, para o bem coletivo , foi extinta), de ter respondido a outros Processos Administrativos, desde que não figure como acusado de faltas desabonadoras, tais como: corrupção, peculato, concussão e tudo mais que envolva “dinheiro”. Pois ser desleal, para com a Instituição e para com os companheiros de Carreira e trabalho, é justamente macular a moralidade administrativa
cometendo crimes de tal natureza. Delatá-los não macula a imagem da Instituição. Ao contrário ressalta que no órgão há quem não compactue com tais práticas; eu, verdadeiramente, não sou o único( apenas transmiti o sentimento de, pelo menos, trinta milhares de policiais civis, sem olvidar do contingente de policiais militares); como não sou o mais ilibado. Contudo, minha moral não é elástica. Sou “aristotelicamente honesto”, como vivo repetindo. Por conclusão, de todas as formas serei desmoralizado, investigado e a minha vida privada devassada. Poderiam fazer o seguinte: que tal depositarem algo como Cr$ 1.000.000,00(um milhão de reais), em dinheiro(cheques frios não cola) na minha única e combalida conta da Nossa Caixa. Assim, farão prova de eu ser ladrão. E lhes prometo, para não deixar quaisquer dúvidas, saco o numerário e não devolvo. Quem se habilita? Agora, desde já firmo, quaisquer constrangimentos direcionados aos meus entes encerrarão os embates verbais e legais. A família se defende com outros instrumentos; não com flits paralisantes.

Delegado anula edital sobre carros apreendidos

Segunda-Feira, 7 de Julho de 2003, 06:52

Delegado anula edital sobre carros apreendidos

Da Redação

 

  Os proprietários de veículos retidos no pátio da Companhia Municipal de Trânsito em Cubatão (CMT) não precisam temer os efeitos do Edital de Notificação nº. 001/003 publicado dia 25 em A Tribuna. É que o delegado de Trânsito do Município, Roberto Conde Guerra, mandou anular, por falta de autorização legal, todos os atos decorrentes dessa notificação, que concedia prazo de 30 dias aos proprietários de veículos recolhidos (por apreensão ou retenção, inclusive em decorrência de acidentes) nesse pátio, localizado na Rua Paulo Almeida Vinhas, 25, ao lado da Delegacia de Polícia, para regularizar a situação, pagando os débitos devidos.

  O edital advertia também que os veículos, depois desse prazo, poderiam ser levados a leilão. Cerca de 250 automóveis e motocicletas estão nessa situação, ocupando espaço pertencente à Prefeitura, conforme o superintendente da Companhia Municipal de Trânsito, Alberto Silva Júnior, que insiste na desocupação do local.

Justiça

  A publicação do anúncio, ao que tudo indica por iniciativa do leiloeiro, segundo funcionários da Ciretran, ignorou principalmente a existência de diversos veículos cuja permanência no pátio ainda depende da solução de inquéritos policiais e processos judiciais em andamento.

  Segundo o titular da 159ª. Ciretran, Conde Guerra, na portaria que anulou esses atos, a expedição da notificação publicada não tinha a assinatura da autoridade de trânsito estadual. Por isso, ‘‘considerando a inversão tumultuada que se vê no procedimento para leilão dos veículos recolhidos e depositados sob a responsabilidade da Prefeitura de Cubatão’’ apontou como nulos todos os atos praticados, nesse caso, em nome do leiloeiro Mário Brotto.

OS DELEGÓQUIOS DA POLÍCIA

Senhor Doutor Delegado, respeitosamente, levo ao conhecimento de Vossa Senhoria que li a sua respeitável manifestação subscrita no dia 22 de junho próximo passado, endereçada às esferas superiores. Colega, embora hierarquicamente superior, é notável a sua fragilidade concernente à elaboração de enredos. Como notável o seu total descompromisso para com a verdade. Sua argumentação é vil e mal elaborada. Os seus argumentos típicos de quem se encontra desesperado. A única verdade é acerca do meu inconformismo por perder uma Titularidade. Não por perder vantagens de ordem patrimonial, apenas por perder o meu orgulho e ter a minha honra maculada por pessoas como Vossa Senhoria. Sob o meu sofá não foi encontrado quaisquer entorpecentes, ou melhor, “maconha” como o Senhor falsamente escreveu. A Corregedoria, após denúncia anônima dirigida ao seu companheiro dos “tempos de tira”, encontrou “um pacote” com três espécies de entorpecentes “amarrados” no interior de um dos sofás da sala dos investigadores da Unidade em que fui Titular. Se o Senhor não sabe, ou fez questão de não saber, dois dias antes “eu encontrei pacote semelhante” no interior do banheiro, privativamente, por mim utilizado. Fato, na mesma hora, comunicado ao meu superior imediato, ao superior imediato do suspeito e, também, para inúmeras pessoas. Eu, por muito pouco, não seria vítima de um flagrante forjado. Todavia, mesmo diante das evidências, seu dileto amigo de forma humilhante, para mim e para os meus, determinou fosse eu removido da Unidade, a qual oficialmente, ou seja, por documento datado e assinado, doze dias antes, coloquei a disposição. Como não fosse bastante, fui ilegalmente afastado de quaisquer funções, ao arrepio da lei orgânica da Polícia Civil; e, também, ao arrepio da lei fui vítima de “carnavalesca” comunicação para a imprensa promovida para autopromoção como arauto da moralidade, personificada pelo seu amigo e parceiro das lidas policiais, naqueles tempos “em que se imperava a linha do varal” (tortura). Colega; o Senhor descumpriu a lei ao faltar com a verdade e, intencionalmente, consignou “que eu falei mal do Exmº Governador do Estado”. Quer mesmo me ver demitido. Chego a acreditar que o Senhor nunca leu tudo aquilo que eu escrevi, seja no FLIT PARALISANTE, ou no site da ADPESP. Doutor, enquanto o Senhor deveria estar trabalhando no DOPS, ainda adolescente eu era carinhosamente chamado de “COMUNA”. E enquanto o Senhor provavelmente votava nos PAULOS e FERNANDINHOS, os meus votos eram entregues para homens de maior estatura moral. Igualmente, recém-saído da Academia de Polícia, logo após a promulgação da nossa Constituição Cidadã, em solenidade ocorrida na minha cidade natal – São Vicente – eu subscrevia minha filiação àquele que vinha à luz sob o nome PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA. Infelizmente (tal como aconteceu ao PARTIDO DOS TRABALHADORES), por razões inerentes a atividade partidária, adotado por alguns oportunistas que noutros tempos muito admiravam os ditadores, interventores e seus colaboradores policiais, tal como aquele a quem o Senhor atribui a qualidade de “maior Delegado de Polícia deste Estado”, não transcreverei o nome para não ofender muitas das suas vítimas que poderão ler o meu Blog. Aquele, também, responsável pela corrupção do antigo DEIC. Doutor fico muito grato pela sua sabedoria; e , agora, mais do que nunca, sem quaisquer dores de consciência. Eu espero que o Excelentíssimo Governador leia a sua manifestação; espero, também, que leia todas as minhas manifestações em relação a ele; esta, inclusive. Eu sempre emprestei crédito ao atual Governador, afirmando que ele moralizaria a Polícia, tenho muitas testemunhas. Quem nos chama de PC DO SERRÓQUIO, são nossos colegas da Polícia Federal; especialmente os mais vermelhos. Não sou eu. E ele não merece, TALVEZ NÓS SEJAMOS DELEGÓQUIOS. Entretanto, duvido que ele se incomode , deve dar boas gargalhadas. Faz parte da vida de um Político de tal projeção. Eu votei nele;moral e legalmente posso criticá-lo(seus atos de gestão). Por fim, além de outras razões, não gosto de quem fura fila atropelando colega mais antigo.