O episódio é uma verdadeira aula de história investigativa, jornalismo investigativo e crítica ao sistema penal — além de prestar, por meio das memórias pessoais e análises experientes de Percival, um tributo à figura humana e profissional de Ruy Ferraz Fontes, reiterando que boa parte do que se sabe sobre o crime organizado paulista se deve a seu esforço pessoal e seu legado.
O Ruy era um arquivo. Sim, era um arquivo que ele alimentava constantemente porque o Ruy, evidentemente, tinha equipe de investigador, equipe de policiais, ele precisa saber pra orientar, mandar fazer determinada coisa. Então ele sabia de muita coisa, determinadas operações. E algumas dessas coisas são extremamente chocantes. Conte, por exemplo, um juiz de direito na folha de pagamento do PCC. Você imagina isso? Porque um cara do PCC… e o Ruy sabia… sabia, ficou sabendo durante a investigação, no revelador. Esse juiz, casado, a mulher era advogada de um membro do PCC no presídio e ela se inscreveu lá como membro do PCC também, pra ter um contato direto e obter informações. veja só que coisa E. aí o Ruy sabia disso.”
“O grupo da Polícia Militar ( GRADI ) criou um grupo para caça ao PCC, só para isso. E a técnica cuidadosamente elaborada, em resumo, era assim: claro que um preso sair de um presídio, como vai sair? Então a ideia era um preso ser retirado, é dar informações pros policiais militares do grupo comandado por um tenente da Polícia Militar. Ele mantinha soltos os contatos que tinha quando estava solto. Marcava encontros, a polícia ia lá e executava. Era grupo de extermínio mesmo. O juiz era o corregedor dos presídios… Nessa condição, fizeram as autorizações. Então aí os tenentes agiam, e o grupo todo, um grupo de extermínio. O Ruy pediu tudo isso, uma corrida paralela. E ( o Juiz do DIPO ) foi chamado no Tribunal de Justiça. Falou: ‘Pro bem da sociedade, tal, um bem comum e afeta o crime no coração.’ Pegaram a Constituição: ‘Me diz onde tá escrito nesse livrinho aqui que o senhor pode fazer o que o senhor fez?’ Tá aí. Você vê como são as coisas. Não são simples.”
Arte. 1º Fica instituído o Adicional por Acúmulo de Acervo Investigativo (AAI) para delegados de polícia civil do Estado de São Paulo, com o objetivo de valorizar e remunerar a elevada carga de trabalho decorrente da presidência de inquéritos policiais, termos circunstanciados e boletins de ocorrência, cartas precatórias e das Apurações Preliminares, Sindicâncias Administrativas e Processos Administrativos no ambito da Cortregedoria da Polícia Civil .
Arte. 2º Serão contabilizados como acervo os procedimentos que tenham o delegado de polícia como autoridade responsável , desde que formalmente registrados nos sistemas da Polícia Civil, cartas precatórias, inclusive.
Capítulo II – Cálculo e Concessão do Adicional
Arte. 3º O valor da AAI será calculado com base na média mensal de procedimentos registrados, conforme tabela a seguir:
Nível de Acervo (procedimentos/mês)
Percentual sobre o vencimento básico
30 a 59
10%
60 a 99
20%
100 ou mais
30 a 50 %
§ 1º O acervo será apurado mensalmente com base nos dados do sistema de gestão policial correspondente e deverá ser submetido a correições periodicas pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
§ 2º O adicional não se incorpora ao vencimento básico e é devido ao delegado que atue em qualquer unidade policial, inclusive em função de titularidade ou de confiança, na medida do acervo pessoal atribuído.
§ 3º O pagamento será realizado no mês subsequente à apuração do acervo, condicionado à regularidade funcional do servidor.
Capítulo III – Disposições Finais
Arte. 4º O início da contagem do acervo para fins de pagamento da AAI retragirá ao quinquênio da publicação e vigência desta lei.
Arte. 5º Será criado Grupo de Trabalho para avaliação do impacto orçamentário e proposta de aprimoramento da AAI, com representantes da Polícia Civil, da Secretaria de Planejamento e da Assembleia Legislativa.
Arte. 6º Fica a Secretaria de Segurança Pública autorizada a regulamentar esta Lei no prazo de 90 dias, estabelecendo os mecanismos de controle nos moldes do Poder Judiciário.
Nota – “projeto” sem nenhum rigor técnico-jurídico-legislativo , apenas para fomentar debates considerando que até os defensores públicos do Estado de São Paulo estão cobrando urgência na regulamentação e no recebimento de pagamentos retroativos a 2018 por acumulação de processos.
Querem receber os conhecidos “penduricalhos”, antes da aprovação da nova reforma administrativa que ameaça restringir esses adicionais.
A reivindicação ocorre diante da iminência da reforma em tramitação na Câmara dos Deputados, que pode limitar os chamados penduricalhos não contabilizados no teto constitucional do funcionalismo público.
A chamada “licença compensatória” foi aprovada em março de 2025 por eles mesmos e, segundo os cálculos atuais, pelo menos 83% dos defensores paulistas estariam aptos a receber o benefício.
A Defensoria Pública possui autonomia financeira, o que lhe garante a prerrogativa de definir e gerenciar os seus recursos, nem sempre, como se verifica , para assegurar a adequada execução de suas funções constitucionais para a assistência jurídica gratuita à população carente.
O salário inicial de um defensor em São Paulo é de cerca de R$ 32 mil, e esses adicionais podem permitir que um pagamento total supere o teto do funcionalismo, atualmente fixado em R$ 46 mil. O suficiente para excelente padrão de vida de uma família nas melhores cidades deste Estado.
Enquanto juízes, promotores e defensores públicos recebem gratificações por excesso de processos sob sua responsabilidade, sem que tal acúmulo de serviço reflita no aumento de carga horária , delegados de polícia , cuja carga horária sempre foi muito maior , seguem sem adicional por enormes acervos de procedimentos de investigação de crimes, enfrentando prazos curtos, sobrecarga de trabalho e ausência de regimes de descanso diferenciados.
A concessão de adicionais remuneratórios aos delegados de polícia por acúmulo e condução de inquéritos, boletins de ocorrência e termos circunstanciados é uma pauta mais do que legítima e justa .
Em que pese venha a ser mais uma entre todas as historicamente negligenciadas pelo Governo do Estado de São Paulo.
A reivindicação ganha força quando se constata que, para juízes, promotores e defensores públicos, a simples atuação burocrática em cada processo serve como parâmetro para recebimento de gratificações e vantagens salariais — os chamados “penduricalhos”, que frequentemente elevam os salários dessas carreiras acima do teto constitucional, independentemente da qualidade, complexidade ou do impacto concreto dessas atuações sobre a vida do cidadão.
Simetria Constitucional Ignorada
Delegados acumulam centenas — em alguns casos, milhares — de procedimentos sob sua presidência.
Cada inquérito, boletim de ocorrência ou termo circunstanciado implica não apenas responsabilidade funcional e pessoal, mas também risco institucional real do que enfrentado por outros membros do sistema de justiça.
Entretanto, diferente de juízes e membros do Ministério Público, cuja remuneração é majorada meramente com base em acervo processual – sem que se audite correspondente aumento da carga horária – o delegado nada recebe por esse volume ; trabalha sem qualquer adicional por produtividade e sem retribuição proporcional à carga imposta pelo próprio Estado.
E respondendo rotineiramente a sindicâncias e processos administrativos por atrasos na conclusão de procedimentos.
Enquanto juízes e promotores alegam que a delonga é sempre causada por fatores para os quais eles nunca contribuíram , o delegado é sempre tomado por desidioso quando não conclui procedimentos dentro do prazo legal.
Realidade da Função
Além da ausência do reconhecimento financeiro, pesa sobre o delegado o rigor dos prazos: 24 horas para flagrantes; 10 dias nos inquéritos regidos por réus presos; e 30 dias para réus soltos.
Tais prazos tornam a rotina da Polícia Civil extenuante e altamente cobradora. Ao contrário de boa parte do Judiciário e do Ministério Público, os delegados não têm direito a regimes alternativos como o home office, seguem submetidos à disponibilidade a qualquer tempo, inclusive durante plantões.
Um Apelo Por Justiça Remuneratória
A atual diferença de tratamento evidencia profunda incoerência legal e ética.
Em nome da eficiência estatal e da simetria constitucional defendida nas carreiras jurídicas, é urgente a pauta do reconhecimento financeiro.
Conceder adicional por acervo ao delegado é reconhecer que a segurança pública só se mantém porque há quem assume, sob responsabilidade pessoal e funcional, o início de cada processo criminal.
Urge corrigir essa distorção, sob risco de consolidar grave desestímulo ao exercício da autoridade policial, com reflexo direto na qualidade da investigação criminal em São Paulo.
A classe deve exigir do governador proposta urgente de projeto de lei criando o Adicional por Acúmulo de Acervo Investigativo (AAI).
Tierri Whisky e Dra. Jorgete Constantin esclarece como o metanol chega ao copo, o perigo real da adulteração, os sinais de intoxicação e orienta a população sobre como se proteger e agir em caso de emergência
Orientações para a população sobre intoxicação por metanol do vídeo “Tudo sobre Metanol e Intoxicação, com a Dra. Jorgete Constantin”
No vídeo produzido por Tierri Whisky a Bioquímica Jorgete Constantin, Doutora pela pela Universidade do Paraná, apresenta uma análise detalhada, técnica e clara sobre o risco de intoxicação por metanol, especialmente em bebidas alcoólicas falsificadas, e oferece orientações práticas para a população ser protegida. Abaixo um resumo das principais recomendações e informações por ela transmitidas:
Identificação do Problema Atual
Casos recentes: Há relatos de intoxicação por metanol principalmente em São Paulo e Nordeste, com vítimas que consumiram bebidas suspeitas, muitas vezes em bares e restaurantes que compram de fontes desconhecidas.
Cenário de falsificação: Cerca de 30% das bebidas alcoólicas no Brasil são falsificadas, segundo estudos relatados no vídeo. O uso de metanol puro (e não apenas o residual da destilação malfeita) em bebidas adulteradas é o grande vilão dos casos graves recentes.
Riscos invisíveis: O metanol nas bebidas adulteradas não tem cheiro, cor ou sabor perceptíveis, tornando impossível identificar a contaminação pelo paladar ou olfato, mesmo para especialistas.
Como se prevenir
Compre somente de fontes confiáveis: Adquira bebidas exclusivas somente em estabelecimentos oficiais, lojas reconhecidas e com registro no MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Bebidas sem registro não devem ser consumidas.
Desconfie de ofertas “boas demais”: Descontos muito altos em bebidas fora do comércio oficial são um sinal de alerta. Não compre bebidas vendidas na rua, sem procedência ou em locais suspeitos.
Evite bebidas misturadas ou “tubão”: Cuidado especial com bebidas servidas em copos ou garrafas abertas, misturadas com refrigerante ou suco, pois isso facilita a adulteração e oculta o sabor do metanol.
Áreas de risco: Em regiões onde há casos já registrados (ex.: São Paulo), o recomendado é não consumir bebidas alcoólicas em bares, restaurantes ou festas. Consuma apenas o que você mesmo comprou em local confiável.
Identificação da falsificação: Não existe, hoje, um método seguro para o consumidor comum identificar bebida falsificada apenas pelo lacre, rótulo ou aparência. Mesmo holografias, selos e lacres, antes de indicadores de originalidade, podem ser falsificados com perfeição.
Sinais de Alerta e O Que Fazer em Caso de Suspeita
Sintomas iniciais: Embriaguez comum, mas com ressaca extremamente forte ou diferente do habitual após consumo mesmo pequeno de bebida suspeita. Sintomas como tontura, alteração mental, visão turva, cegueira súbita, dor de cabeça intensa, mal-estar e acidose metabólica (pH sanguíneo alterado) são sinais de alerta.
O que fazer: Diante de sintomas naturais após o consumo de bebida, procure imediatamente um hospital. A intoxicação por metanol pode ser fatal rápida, e o tratamento hospitalar precoce é fundamental.
Tratamento: Em casos graves, o tratamento pode incluir hemodiálise, uso de antídotos específicos (etanol ou fomepizol, que competem com o metanol na metabolização) e suporte clínico intensivo. Nada disso substitui a prevenção e o atendimento médico imediato.
Mitos e Verdades
Bebida original registrada: Uma bebida industrializada, registrada e fiscalizada dificilmente causará intoxicação por metanol, pois há normas rigorosas de corte da “cabeça” (parte que concentra o metanol) durante a destilação.
Bebida artesanal: Mesmo produtores experientes podem cometer erros, por isso bebidas de produção caseira ou artesanal sem registro também representam risco.
Metanol residual: Bebidas mal destiladas podem conter pequenas quantidades de metanol, causando ressaca forte, mas dificilmente levam à morte. O problema atual é a adulteração com metanol puro, sem a eliminação de produção.
Álcool como antídoto: Em casos extremos de intoxicação, o etanol (álcool de boa qualidade) pode ser usado como antídoto, em ambiente hospitalar, para retardar a metabolização do metanol. Isso não é recomendação para automedicação, apenas informação técnico-científica.
Conclusão Geral
O vídeo deixa claro: a prevenção é a única proteção real . Comprar de fontes confiáveis, desconfiar de ofertas suspeitas, evitar consumo em áreas de risco e ficar atento a sintomas diferentes são as principais recomendações. Não há garantia visual, olfativa ou gustativa para identificar bebidas adulteradas com metanol. Em caso de dúvida, não consuma . Em caso de sintomas, procure imediatamente um hospital .
Recado final do vídeo:“A única forma é comprar de fontes 100% confiáveis. Hoje em dia, no Brasil, é extremamente complicado. Esse é o recado máximo.”
O Tierri reforça a importância da informação de qualidade e da conscientização para prevenir tragédias relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. O tema é relevante tanto para o cidadão comum quanto para os profissionais de saúde, segurança pública e vigilância sanitária.
Diretor do Núcleo de Química do Instituto de Criminalística explica que a perícia envolve verificação de embalagens e exame laboratorial detalhado; prazo para conclusão não é definido, mesmo com aumento de casos e vítimas
Uma onda de casos de intoxicação por metanol em São Paulo transformou a rotina do Instituto de Criminalística da Polícia Civil em uma verdadeira maratona de periciamento.
O processo de análise das centenas de garrafas apreendidas em bares e distribuidoras interditadas é complexo, detalhado e, sobretudo, sem previsão de encerramento.
O laudo final, documento aguardado por famílias, autoridades de diversas esferas e vítimas para confirmar ou não a presença de substância letal, depende de uma sequência de etapas meticulosas conduzidas por especialistas e equipamentos de última geração.
Nas etapas da perícia, segundo o diretor do Núcleo de Química do Instituto de Criminalística, Dr. Mauro Renault, são claramente definidas e não permitem atalhos:
Documentoscopia: O primeiro passo é verificar a apreensão das garrafas. Peritos examinam selos, rótulos, lacres e restrições, em busca de sinais de adulteração ou falsificação, usando tanto a observação a olho nu quanto às lentes especiais.
Núcleo de Química: Após a triagem inicial, o material segue para o laboratório, onde o líquido é transferido para frascos, centrifugado e submetido a análise em equipamentos sofisticados. Os programas computacionais identificam todas as substâncias presentes, suas concentrações e estão dentro das restrições legais. Só então é possível detectar a presença de metanol e sua quantidade.
Laudo final: A confirmação definitiva só ocorre ao final desse processo. Até lá, não há como afirmar se há ou não metanol em cada amostra, nem em qual concentração. O resultado é encaminhado ao Delegado de Polícia para subsidiar as investigações.
Não há prazo fixado em lei para conclusão dos laudos . Eles dependem da demanda, da complexidade das amostras e das prioridades da perícia. Em meio à urgência dos casos de intoxicação, a pressão por respostas é grande, mas o Instituto de Criminalística insiste: não é possível agilizar o processo sem comprometer a segurança dos resultados.
Casos em SP: aumento das notificações e vítimas
Segundo a Secretaria estadual da Saúde, o número de notificações suspeitas de intoxicação por metanol subiu de 45 para 52 na quinta-feira, 3 de outubro, incluindo casos investigados e mortes. Até o momento, 1 morte foi confirmada como decorrente do consumo de bebida adulterada com metanol (homem, 54 anos, capital paulista) e outras cinco permaneceram sob investigação. Há 10 casos confirmados de intoxicação e 36 ainda em análise.
Histórias de vidas impactadas
Por trás dos números, histórias de perdas e sofrimento: vítimas como Radharani Domingos, que perdeu a visão após consumir caipirinhas em estabelecimento nobre, Rafael Anjos Martins, internado em coma desde setembro, Bruna Araújo de Souza, em estado grave, e Marcelo Lombardi, morto após consumir vodca adulterada, ilustram o perigoso rastro deixado pelo metanol — uma substância inicialmente inodora, insípida e incolor, mas que devastou famílias inteiras.
Equipe de perícia sob pressão
Enquanto aguardam os laudos, as equipes do Instituto de Criminalística reforçam uma necessidade de cautela:
“Precisa verificar se tem o metanol e a quantidade, ou seja, verifique se a composição está no limite do metanol. Pode ser que a amostra não tenha metanol. O resultado só sai no laudo”, resume o Dr. Renault.
Enquanto a perícia segue seu curso, a recomendação à população é evitar o consumo de bebidas alcoólicas sem origem induvidosa.
Especialmente “drinks” em casas de luxo ou “batidões” em barraca de praia.
Ao ser questionado pelo Metrópoles, o procurador Márcio Christino, inicialmete, pôs em dúvida a autenticidade das mensagens. “Informação anônima não confirmada é de uma irresponsabilidade total e dá motivo para medidas legais cabíveis. Desconheço esta conversa e lamento que o site seja manipulado dessa forma”, disse.
No entanto, logo em seguida, o próprio procurador foi ao grupo reclamar do vazamento, em mensagens às quais Metrópoles também obteve acesso. “O vazador está aqui e agora vigiando quem fala criticamente do PGJ”, disse no grupo.
Ao Metrópoles, Christino completou afirmando que se trata de “disputa eleitoral” já que o Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) escolherá novos diretores em dezembro deste ano.
Um olhar gonzo para a falta de “ubiquação” das castas que sonham (e espumam) com carros importados , bônus milionários e ficam nos pés, de nariz colado na vitrine do vizinho, chorando isonomia.
Sob inspiração de bombástica matéria publicada no Portal Metrópoles de autoria de Luiz VassalloRamiro Brites.
Vamos falar de carreira que no WhatsApp defendem penduricalhos, ironizam outros servidores e reclamam de carrões de juízes.
Do que é viver com o senso de império na cabeça, mas sem o império no lugar.
No MPSP, nas delegacias e outros gabinetes da elite “jurídica” , a “ubicatión” — que no portunhol castiço significa “sentimento de pertencimento ao lugar certo” — é escassa, e a falta dela é o grande drama da classe.
Também pode significar sentimento de onipotência , grandeza e até pejorativamente como falta de inteligência !
Será trauma institucional dos tempos – até 1988 – em que o Juiz poderia nomear “promotor ad hoc”?
Há muitos anos , tudo virou competição: “quem é mais nobre?”; “quem não é plebeu?”; “quem não está do lado de lá da vitrine?”.
No MPSP, o grupo “Equiparação Já” grita por isonomia!
Mesmo choro; desde antes da “Carta de Curitiba ( 1986 )“…
No fundo, destilando antiga inveja raivosa; agora de juiz com carro esportivo alemão e inveja de desembargador com coleção de apartamentos.
“Você já passeou de Porsche hoje?”, esbanja ironia um procurador.
Logo no parágrafo seguinte, reclama: “A diferença entre nós e os desembargadores não é eventual, é estrutural. Agora, estamos em uma classe social inferior.”
Os diálogos são ouro para uma crônica cáustica.
Uma procuradora indigna-se:
“Inacreditável! Um conhecido meu, juiz, acabou de comprar o terceiro carro de colecionador!
“Mais de um milhão só em carros de colecionadores para ficar na garagem e sair só final de semana!”.
Um amigo meu – Desembargador aposentado – manda biejinhos nos ombros para a invejosa!
E, enquanto isso, outros membros do MP vociferam por “equiparação”, prêmios, bônus, penduricalhos e o “direito a pagar as contas” — claro, com um salário que, para o resto da sociedade, já é digno de aposentadoria precoce em Lisboa.
Aqui, a isonomia funciona só para puxar o tapete lá de baixo ; nunca para estender a mão.
A categoria em si é unida na angústia de ser “classe média alta funcional”, mas é rara na defesa do serviço público para além do próprio salário.
Quando alguém contesta, é chamado de “mesquinho”, “ingênuo”, “inimigo da classe”, “idealista” ; em vez de exemplo , uma aberração!
O “burro” é quem não quer receber o penduricalho, o “espertinho” é quem milita pela “equiparação” ; enquanto ela – a coletividade , a razão do serviço, a coisa pública em si – ficou no banco da reserva, à espera do momento em que alguém, por esquecimento, abrir a porta e deixar entrar ar fresco.
O “burro” certamente já vislumbrou que o fim da matata está próximo!
Promotores , procuradores e delegados parecem viver uma cena digna de Kafka ou de uma propaganda de rádio do Eli Corrêa : ambos clamam por “isonomia”.
“Oiiii gennnte!
Penso que , em vez do inseto gigante de a Metamorfose , estão muito mais para as moscas da feira …
Em “Assim Falou Zaratustra”, de Nietzsche, as “moscas da feira” (ou “moscas venenosas”) representam as pessoas mesquinhas, pequenas e venenosas que se sentem ofendidas pela grandeza e o orgulho de quem está acima delas.
No caso, há isonomia na falta de “ubiquação” — ou, em português claro, ambos sentem falta de reconhecimento, de status, de respeito. Não querem só dinheiro, querem ser vistos, querem ser aplaudidos, querem sentar-se na primeira fila do baile — de preferência, ao lado dos magistrados, seus ídolos inacessíveis.
Mas, entre um café requentado na delegacia e uma reunião importante no MP, um detalhe passa despercebido: promotores e delegados são, de fato, isonômicos .
Só que na falta de percepção da sua verdadeira realidade!
O sentimento de pertencimento, de estar no lugar certo, de ser reconhecido , falta tanto para o promotor, que sonha com o Porsche do juiz, quanto para o delegado, que sonha, “quando sonha” , com o salário do promotor.
Enquanto isso, a população assiste ao espetáculo com cara de quem tomará um Flit Paralisante qualquer.
O debate interno, nas redes sociais , nos grupos do Whatzapp , nos corredores dos fóruns e das delegacias, é uma mistura de culto à autoimagem, ressentimento de banco de faculdade e racionalização jurídica digna de um manual de autoajuda corporativa.
Diga-se: bem mafiosa!
O argumento técnico é só o palco: atrás do pano, a peça é de vaidade, medo de perder o “Submariner” e inveja do juiz que transita de Lexus ostentando um “discreto” Patek Philippe e que compra seus ternos na Europa; sem contar para ninguém.
Cá entre nós : não gostaria de ser julgado por magistrado que compra Porsche…Prefiro aqueles dos tempos de Chevette , Opala ou mesmo Santana!
Verdadeiramente, todo mundo quer um pouco do que o vizinho tem.
Mas nada é tão amargo quanto notar que, nem na solidão de frente ao espelho, se consegue gostar do reflexo.
A pessoa põe bela roupagem, discursa contra os privilégios do poder, mas depois, no grupo interno do WhatsApp, explode o “Inacreditável”!
E, claro, segue remoendo: “A diferença entre nós e os desembargadores é maior do que entre nós e os ( nossos ) analistas. Estamos mais perto de sermos vistos como ( os nossos ) funcionários do que como ( nossos ) iguais. Isto não é eventual, é estrutural. Agora, estamos em uma classe social inferior. Bom domingo, com ou sem Porsche.”
Bem feito para os analistas “metidos a besta” !
Que nos perdoem todos que ainda mantém postura e comedimento ao tratar de questões tão sensíveis.
Porra, todo mundo quer pagar as suas contas …
Mas nem todos trabalham o suficiente para merecer R$ 100.000,00 por mês e ainda achar pouco.
Pior: ainda ser invejoso!
Defeito que este Gonzo nunca se permitiu; ainda que sempre tivesse muita revolta pela supervalorização de algumas castas do funcionalismo em detrimento de quem , verdadeiramente , além de tocar , tem que carregar o piano e toda a banda nas costas…
Esses rapazes merecem um grande : “vão tomar bem no meio do olho do cu”, com especial dedicatória ao Dr. Christino que , certamente , queria ser Juiz “judicialiforme” , para quem não é do tempo desse palavrão : quando o Delegado – ou ou o Juiz – de ofício , investigava , denunciava , presidia a instrução e sentenciava, conforme seus interesses , pelo engavetamento ocorrências de crimes graves .
Bastava fazer mais ou menos como o Marcio Sérgio : instaurar PIC para , ao final , contrariando a si próprio, suscitar que o ocorreu desistência voluntária e arrependimento eficaz , pelo que, nos termos do artigo 18 do CPP ( risos ) autoarquivada o PIC de gaveta , sem esquecer de expedir ofício com cópia da sua r. decisão diretamente ao infeliz peculatário – rico e sogro de Desembargador – como se pedisse desculpas pelo inconveniente .
No fim, o grande drama deles não é a falta de coisa alguma , mas sim o excesso de espelho. Enquanto se olham, se comparam e se lamuriam, a banda – aquela que toca a sinfonia caótica da violência, da corrupção e da miséria real – continua esperando que alguém, por um milagre, pare de chorar o Submariner que não tem e comece, finalmente, ajudar a carregar o piano.
Ministério Público preserva intimidade dos funcionários e clientes ao não divulgar nomes de hotéis, restaurantes e prostíbulos investigados. O faturamento foi desviado para postos de combustível ligados às fintechs do Crime.
Uma megaoperação policial supervisionada pelo Ministério Público de São Paulo, com a colaboração da Polícia Militar e a Receita Federal, desmantelou nesta quinta-feira (25) um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que , entre outras atividades , usava casas de prostituição, hotéis e restaurantes na Baixada Santista como fachada para ocultar a origem ilícita dos recursos, alimentando uma rede de postos de combustíveis associados a fintechs ligadas ao crime organizado.
A ofensiva, batizada da Operação Spare, cumpriu 25 mandatos de busca e apreensão em Santos, Guarujá, Bertioga e Praia Grande, mirando bens, documentos e contas vinculadas a estabelecimentos comerciais que funcionavam como verdadeiro elo entre o submundo dos jogos de azar, prostituição e o setor financeiro alternativo das fintechs.
O MP, consciente de preservar a intimidade dos clientes das casas de prostituição e hotéis investigados, optou por não revelar nomes ou endereços, restringindo o foco ao fluxo financeiro e à apuração das empresas beneficiadas pelo esquema de lavagem.
Segundo as apurações, o faturamento desses estabelecimentos era redirecionado para postos de combustíveis que, por sua vez, mantinham ligação direta com contas digitais administradas por fintechs de fachada; estrutura utilizada para camuflar milhões de reais oriundos do crime, principalmente apostas ilegais e tráfico de drogas.
Especialistas apontam que o cuidado em ocultar nomes dos espaços de entretenimento adulto e hotelaria demonstra a preocupação das autoridades em evitar a exposição de trabalhadores e clientes que não tenham relação com a atividade ilícita.
A operação representa mais um passo no enfrentamento a círculos criminosos na Baixada Santista e acender o alerta para o papel central das “maquininhas de pagamento” em esquemas de lavagem, movimentando grandes volumes sob aparente legalidade e revelando a atuação de diversas quadrilhas estruturadas no litoral paulista.
Cheguei na Netflix por acaso , depois de meia garrafa de Wild Turkey 101 Proof , achando que ia pegar a matinê de clássico como Mad Max, mas por descuido – ou foi a beberagem – caiu logo no festival “Quanto Mais Idiota Melhor”, edição da Jovem Pan Brasilzão sem freio.
Deu-lhe : a tela cheia de Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, dupla dinâmica do meme: Wayne e Garth da política, só que sem guitarra, sem graça e overdose de patriotário.
Eduardo – chupetinha do Donald – vem de protagonista, mas é aquele cara que decora batalha naval achando que descobriu a arte da guerra na política .
Paulo faz o Garth genérico: fala inglês de WhatsApp, repete tudo com delay – que não é o da guitarra do Brian May ; muito mais para o tipo tradutor de hoje do discurso embromation do Trump.
Golpista!
Um filha da puta que foi neto da puta que era bisneta de uma puta!
Mas , diga-se, em matéria de embromação e de mentira ele é GENIAL!
Um cavalo cheiroso como queria o avô General – aquele do apê milionário em São Conrado , financiado pela CEF!
O roteiro?
O mesmo de sempre!
É besteira pronta atrás de besteira pronta, só que ninguém confessa que tá rindo pra não ser ameaçado .
Quanto mais patacoada, mais fã-clube batendo palma e apelando para : “We Are the Champions” em ritmo de fuck news.
Fim do filme?
Nunca tem.
A sessão é looping infinito, as mesmas frases de efeito, “os mesmos” – conforme o bom meganhês – levam de indignação falsa, mais risadinha de plateia paga do Metrópoles e Ciª.
Se piscou, perdeu três falsas e indignadas falas e dois discursos “Deus amaldiçoe o Xandão e o Brasil”.
Moral da história: no Brasil versão primavera 2025, a tragédia dos bozos virou sitcom.
E quem reclama vira figurante voluntariamente ; sem peninha .
Como sempre , o Flit Paralisante apresenta uma “buena ideia”, assistam o original:
Um tanto constrangido, o Flit Paralisante se vê na obrigação de levantar questionamentos a respeito de um sindicato , o SIPESP , indiscutivelmente respeitado e ao qual nutrimos apreço, reconhecendo a solidariedade que tantas vezes nos foi dispensada, ainda que com as divergências naturais!
Contudo – em cumprimento ao dever de informar e debater temas relevantes ao universo da Polícia Civil e da nobre carreira dos Investigadores de Polícia – torna-se necessário indagar sobre a veracidade das informações que circulam a respeito de supostas incongruências encontradas nas contas da entidade, já sob a gestão da diretoria atual, presidida por Paulo Augusto Ribeiro Morato Erica .
É legítimo, e até natural, a preocupação em resguardar a imagem de lideranças históricas como a do ex-presidente Rebouças.
Entretanto, quando se trata da administração de patrimônio sindical e de recursos vultosos, a transparência deve ser absoluta, sem concessões.
Com efeito , a insinuação que chega até nós é grave: fala-se em um rombo milionário nos cofres da entidade, pretensamente abafado por meio do pagamento de uma “cala-boca” no valor de R$ 80.000,00.
Que nem sequer equivaleria a 1% do pretenso desfalque que teria ocorrido; diga-se : durante a longeva ou quase vitalícia gestão anterior.
O assunto, acreditamos, se reveste de interesse público !
Com a palavra, portanto, os maiores interessados : a classe dos Investigadores!
A recente execução de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral de São Paulo, não choca apenas pela brutalidade, mas pela exposição surpreendente deliberada de alguém que conhecia como poucos o submundo do crime organizado brasileiro.
Com efeito , Fontes, jurado de morte ao menos desde 2019 , por ordem expressa da alta cúpula do PCC, tinha ciência concreta das ameaças: relatórios sigilosos, cartas interceptadas e informações de inteligência reiteravam que seu nome era alvo prioritário da facção; confirmando em depoimentos próprios que havia “uma ordem para matar autoridades, e meu nome estava entre elas”.
Ainda assim , depois de aposentado e afastado do aparato protetivo da linha de frente, instalou-se em funções públicas de relevante poder como secretário municipal da Prefeitura de Praia Grande .
Na região sensível da Baixada Santista : “território inimigo”, para quem carrega esse histórico de enfrentamento.
Conforme as suas palavras: “estou sozinho no meio deles” !
Que me desculpem quem afirmar o contrário , mas a Baixada Santista não é ninho ou reduto do PCC…
Mas Praia Grande virou território de policiais corruptos com carreira na Capital; a exemplo dos que foram capturados pela Polícia Federal.
Ora , mas já que assim considerava esta região e sabendo que “estava no meio deles” sua imprudência com a própria proteção causa perplexidade.
Não são raros os exemplos de policiais – mesmo menos vistos – que redobram estratégias de autoproteção, alteram trajetórias, limitam aparições públicas e cultivam o anonimato quase obsessivamente após aposentadoria.
O caso de Fontes, no entanto, revela uma mistura de autodeclarado amor pelo trabalho , um pessoal senso de dever institucional e autoconfiança inapropriada para quem esteve durante décadas na linha de combate.
Tal postura pode ter subestimado a existência de outros desafetos além do PCC , com capacidade logística e conhecimento institucional da segurança pública na Praia Grande.
Pelo que pode se perceber : muita vigilância eletrônica e quase nenhuma vigilância humana nas ruas.
Vale dizer: muito investimento em tecnologia e quase nenhum investimento em policiais.
Outros, porém, podem enxergar laços ainda mais profundos: a dificuldade de romper com a vida pública, com o prestígio e o sentimento de pertencimento ao ofício para o qual se foi moldado, quase sempre à custa do próprio anonimato e segurança.
Além de ser um homem tido como muito rico , dificilmente faltariam a alguém com o currículo de Fontes alternativas de trabalho e subsistência mais seguras: CEO em empresas de segurança, consultor jurídico, conferencista, docente ; funções em que tantos policiais brasileiros de escalonamento máximo optam quando da aposentadoria planejada , em muitos casos , com robusto aparato de proteção pessoal e familiar.
A escolha por permanecer em terreno hostil, exposta à mira de uma facção que já provou sua capacidade de planejamento e vingança – servidos a frio – é de causar espanto.
Questionamos : era amor pelo trabalho ou amor por uma cadeira ainda mais poderosa e rentável ?
Ora , se amava tanto trabalhar poderia permanecer no cargo de delegado até completar 75 anos ; como muitos dos delegados de classe especial fazem ; alguns ex-delegado gerais , inclusive!
A ação que o vitimou foi marcada por armamento pesado, carros queimados e estratégia de combate típico de operações paramilitares ; padrão que revela o grau de organização e a frieza dos executores.
Não foi morte inesperada: foi a execução de quem, à sua maneira, optou por desafiar ou desprezar o risco, mantendo funções e visibilidade típicas do “velho policial vocacionado do comigo não acontece”, cuja identidade, muitas vezes, se confunde trágica e inseparavelmente com o próprio ofício.
Este crime serve, assim, de alerta dramático para milhares em situações semelhantes : no Brasil, a linha entre o desejo de dever e o sentimento de onipotência , decorrente de natural bravura e inteligência , podem ser fatais quando o adversário é uma organização criminosa ; ainda mais se se confirmar a autoria como sendo do PCC.
O caso Fontes reitera – além do desapego – necessidade imperiosa de planejamento defensivo, anonimato e estratégias de proteção permanente para todos aqueles que, um dia, ousaram combater não um crime comum ; mas um poder que se arvora em Estado paralelo, dotado de memória, alcance e até prazer de vingança.
Enfim, se aposentar da polícia para ir viver no meio de bandidos não foi morte anunciada , foi estupidez confessada…Ou a “vis atractiva” era inenarrável e irrecusável?
Seja como for , não foi uma “buena ideia” merecedora de peninha!
Os Estados Unidos – mais uma vez atentando contra a nossa soberania e agindo para favorecer bandidos – impuseram penalidades da Lei Global Magnitsky contra Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, e contra o instituto Lex, ligado à família Moraes, ampliando restrições já aplicadas ao próprio ministro desde julho de 2025.
As sanções incluem restrição de acesso ao território dos EUA, congelamento de bens nos EUA e impedimento de realização de transações financeiras em dólar com instituições bancárias americanas ou que operem no país.
Com efeito , a punição de terceiros – familiares e instituições – como retaliação por decisões judiciais é marca das práticas mais torpes e autoritárias da história.
Assistimos estarrecidos ao uso, pelo governo americano, da famigerada Lei Magnitsky para sancionar não apenas autoridades brasileiras, mas também seus cônjuges e entidades vinculadas à família, numa espécie de vingança extrajudicial digna dos regimes mais abjetos.
Punir alguém não pelo próprio delito, mas por sua ligação afetiva ou profissional com quem desagrada aos poderosos, rasga qualquer noção mínima de justiça, ataca a moral civilizatória e revela a verdadeira face do autoritarismo travestido de luta por “liberdade de expressão”.
Nada mais desproporcional – e vil – que transformar familiares em alvo de embargos financeiros, restrições territoriais e constrangimento público para forçar mudanças políticas ou pressionar tribunais.
Essa medida – nojenta, repulsiva e de um arbítrio nauseante – envergonha a nação americana e avilta valores elementares da democracia.
A história deixará marcado esse episódio como página infame da política externa dos EUA, que, ao afirmar combater abusos, utiliza a força estatal para retaliar pessoas inocentes, sem qualquer laço com os pretensos atos ilegais; de se dizer: existentes apenas na mente criminosa dos governantes daquele país.
Não há defesa possível para a punição contra terceiros.
O verdadeiro povo americano – maior do que seus governos momentâneos – merece mais que isso.
É urgente repudiar, com todas as letras, esse tipo de sanção: uma imundície autoritária, odiosamente vingativa, que conspurca qualquer alegada superioridade moral ou institucional dos EUA no plano internacional.
Conforme matéria do Jornal Metrópoles , de autoria do jornalista Renan Porto, o empresário Gabriel Cepeda, do setor de combustíveis e investigado por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi apontado como responsável por custear secretamente a construção de um centro de treinamento (CT) de artes marciais na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), órgão central da Polícia Civil de São Paulo.
Detalhes da Doação e da Investigação
A doação teria acontecido sem publicação de termo no Diário Oficial, como exigido por lei, distinto de outras doações à Polícia Civil e Militar que tiveram divulgação formal.
O nome de Gabriel Cepeda passou a circular na polícia como suposto financiador do CT após ele virar alvo da Operação Carbono Oculto do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em agosto de 2025.
A operação investiga como a rede Boxter, da qual é sócio, seria usada para lavagem de dinheiro do PCC.
Um amigo de Cepeda, o influenciador e ex-lutador Matheus Serafim, publicou inicialmente nas redes que Cepeda teria sido o responsável pela obra, mas, após início da investigação, apagou a postagem e negou a veracidade da informação, alegando ter exagerado para prestigiar o empresário.
O diretor do Deic, Ronaldo Sayeg, afirmou inconvincentemente que a academia foi construída com doação de outro empresário, entretanto se negou a revelar seu nome sob justificativa de proteção de dados pessoais. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) também negou envolvimento de Cepeda, informando que só revelaria o doador por meio de pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Relação da Rede Boxter com o PCC e com o PL bolsonarista
A ligação da rede Boxter com o PCC foi investigada em operações da Polícia Federal desde 2020, quando familiares de Gabriel Cepeda foram presos acusados de participação em lavagem de dinheiro para o grupo criminoso. Na Operação Carbono Oculto, há menção ao uso de empresas de fachada e transferência de postos de combustíveis para “laranjas”.
Já Matheus Serafim, ex-lutador de artes marciais e ex-assessor do deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), ingressou de forma ativa na política paulista e planeja disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nas eleições de 2026 pelo PSD. Serafim vem ampliando sua rede política, posando para fotos e participando de eventos com lideranças de diversos espectros partidários e autoridades policiais relevantes do estado.
Serafim esteve, em pelo menos três graças, acompanhado de Gabriel Cepeda — empresário investigado por suposta ligação com o PCC — em encontros com políticos de peso.
Em 11 de agosto, Serafim e Cepeda visitaram Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário de Governo, no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista.
No mesmo dia, reuniram-se também com Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL. O encontro teria sido repetido em 18 de agosto, apenas dez dias antes da deflagração da Operação Carbono Oculto, que colocou Cepeda no foco das investigações sobre lavagem de dinheiro para o PCC.
No Instagram, Matheus Serafim exibe fotos ao lado de outras figuras políticas e policiais, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite (PP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); nessas graças, Gabriel Cepeda não aparece.
Esses encontros ilustram a estratégia de Serafim de ampliar seu capital político, mantendo proximidade tanto com supostas lideranças da elite do PCC , chefias da Polícia Civil quanto com lideranças de partidos relevantes no cenário estadual e nacional.
Situação Atual
O centro de treinamento do Deic encontra-se pronto e em funcionamento experimental, mas ainda não foi inaugurado oficialmente. O objetivo do espaço seria proporcionar bem-estar e saúde física aos policiais, podendo ser utilizado por agentes, familiares e contratados terceirizados.
O caso está envolto em dúvidas quanto à legalidade dos valores e bens recebidos e a real identidade do doador da academia, e a questão permanece sem transparência oficial, aguardando eventual resposta formal da Delegacia Geral e da Corregedoria.
A resposta do Diretor do DEIC é descabida .
A identificação do doador é fundamental para se aferir a legalidade da transferência de recursos.
A lei de proteção de dados não pode ser invocada para acobertar procedimentos contrários à moralidade e a legalidade.