APLICAÇÃO PELA METADE
Com base na Bíblia, Bretas perdoa Cabral, mas mantém mudança para prisão federal
Com base no princípio cristão do perdão, apregoado por Jesus Cristo na Bíblia Sagrada, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, desculpou, nesta sexta-feira (27/10), o ex-governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB) pela menção aos negócios de sua família, o que o magistrado encarou como uma ameaça.

Alex Ferro/ Rio 2016
Mas Bretas não levou o postulado religioso tão à risca e negou o pedido de Cabral para reconsiderar a decisão que determinou sua transferência para o presídio federal de Campo Grande (MS).
“Não obstante as considerações anteriores, considerando que o peticionário externa pedidos de escusas, e para que não paire nenhuma dúvida sobre o ânimo deste magistrado quanto às demais observações, esclareço que adoto como princípio de conduta o Princípio Cristão enunciado no Livro de Mateus, capítulo 18 versículos 21 e 22, que rezam: ‘Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?’. Jesus lhe disse: ‘Não te digo que até sete, mas até 70 vezes sete’”, citou Bretas.
Segundo o juiz federal, a transferência de Cabral não foi motivada por questões pessoais, mas em circunstâncias fáticas — o fato de o ex-governador estar recebendo informação de dentro da prisão de Benfica, no Rio —, que não se modificaram desde a decisão. Para Bretas, a ida do peemedebista para o presídio federal busca preservar as investigações da “lava jato” no Rio de Janeiro.
A defesa de Cabral negou ter havido qualquer ameaça à família do magistrado e apresentou desculpas pelo comportamento intempestivo do ex-governador. Ele deve ser transferido, a qualquer momento, para Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.
Pedidos negados
Também nesta sexta, a ministra do Superior Tribunal de Justiça Maria Thereza de Assis Moura negou Habeas Corpus de Sérgio Cabral para impedir sua transferência para o presídio federal de Campo Grande.
Com fundamento na Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, a ministra apontou que julgar o HC seria indevida supressão de instância, uma vez que o desembargador Abel Gomes, da 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (RJ e ES), negou liminar para manter Cabral na prisão de Benfica.
Medida polêmica
Advogados que acompanham o caso de Sérgio Cabral classificaram a decisão de Marcelo Bretas de arbitrária e ilegal. Segundo eles, a mera menção a informações veiculadas por jornal não caracteriza ameaça nem justifica transferência para cadeia federal.
Por outro lado, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) repudiou a suposta ameaça de Cabral a Bretas. Em nota divulgada na terça-feira (24/10), a entidade afirmou que repudia “toda e qualquer tentativa de intimidação ou ameaça aos juízes federais no exercício das suas funções”. Segundo a Ajufe, os próprios advogados de Cabral consideraram descabida a menção à família do juiz.
Duras penas
Sérgio Cabral já foi condenado a 72 anos e 4 meses de prisão na operação “lava jato”. Ele foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro, a 45 anos e 2 meses na primeira sentença de Marcelo Bretas — esta, a maior pena imposta em primeira instância na operação “lava jato” — e a 13 anos na segunda, proferida na última sexta-feira (20/10).
Além disso, o ex-governador do Rio é réu em outros 14 processos. Com informações da Agência Brasil e da Assessoria de Imprensa do STJ.
O Juiz agiu corretamente. Qualquer pessoa que acompanhou esse trecho da fala de Cabral, teve plena certeza: ameaçou sim o Juiz e família, ele (Cabral) é arrogante, prepotente e desonesto, a impressão que passou foi que o Juiz era o réu e não o contrário é mais, se o Cabral ficar no Rio vai “aprontar” alguma contra testemunhas, promotores, etc., Ainda tem articulações . É mais outra: perdoar não é ceder a vida ao assassino!
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Um juiz cristão não é um problema se ele operar conforme as leis, e também não é um problema ele ser cristão. Problema é ele aplicar sua régua moral cristã aos julgamentos e se colocar em uma posição superior e orgulhosa de si mesmo por esse motivo – acho que ele esqueceu do que está escrito em Isaías 65:5.
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Mas a norma hipotética do Constituinte não foi “sob a proteção de Deus”? (Preâmbulo)
Neste ponto, até que o julgamento sobre o ensino religioso foi interessante.. .
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Nada disso, se não “perdoasse” deveria declarar-se impedido/suspeito. Não perderá a chance de canetar com gosto o sujeitinho. Cabral, aguarde na sentença a “cana dura” das desculpas…kkkkkk
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Um crápula como esse Cabral deve estar num presídio federal sim! Se tal decisão foi desencadeada por essa ameaça, e foi mesmo uma ameaça, foda-se! E os direitos fundamentais de todos nós, a plebe, que são desrespeitados diariamente? Neguinho quer discutir juridiquês dizendo que ” realmente, foi uma decisão intespetiva, blá, blá, blá…..” Quem realmente é policial, sabe que somos vítimas dessa classe política. Respeito muito mais um vagabundo dentro do forró que esse lixo desse Cabral.
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O juiz Marcelo Bretas até estava indo bem. Mantinha-se focado, discreto, operoso e ao que tudo indicava cumpridor das leis.
Agiu, no entanto, tal como a “vaca burra”, que deu 50 litros de leite e depois chutou o balde.
Vi e ouvi a gravação reiteradas vezes. Não houve ameaça coisa nenhuma; nem “subliminarmente” como disse o juiz.
Sérgio Cabral é um ladrão, bobão e arrogante. Quis, em seu interrogatório, fazer argumentos de defesa. Nada mais do que isso. E o juiz, por sua vez, se fez de “ofendidnho”, porque isso lhe daria ibope, e a transferência decretada lhe daria ibope mais ainda. Ainda bem que o STF – desta feita pelo ministro Gilmar Mendes, quem diria! – mostrou, mais uma vez, que o cachorro é quem abana o rabo e não o inverso.
O Sérgio Cabral sabe de muito da vida desse juiz, e eu também sei. E daí?!
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