Teatralização armada por delegados e jornalistas no DEIC já tem bode expiatório: um Tira! 60

Policial é suspeito de vazar dados de inquérito sobre o caso Frank Aguiar

ROGÉRIO PAGNAN
REYNALDO TUROLLO JR.
GUSTAVO URIBE
DE SÃO PAULO

A Polícia Civil de São Paulo investiga a suspeita de que um policial do Deic (departamento de investigações criminais) tenha atuado para obter e vazar informações de uma investigação que liga o vice-prefeito de São Bernardo do Campo e cantor Frank Aguiar (PMDB) a um acusado de tráfico internacional de drogas.

A atuação deste policial, também investigado pela Corregedoria, teria provocado a paralisação do inquérito contra Jaílson de Souza, suspeito de traficar 230kg de cocaína apreendida em 2011.

O inquérito do caso ficou parado de abril de 2012 a fevereiro de 2014.

Luivo José de Souza Barros passou a ser investigado, segundo a polícia, após uma série de investidas dele em busca de informações de um inquérito sigiloso contra Souza e Frank Aguiar.

Barros, segundo documentos obtidos pela Folha, é ex-agente do Denarc (narcóticos) e “supostamente amigo íntimo” de Souza, o suspeito de tráfico. Hoje, trabalha no Deic, órgão que conduz a investigação contra a dupla, mas em outro setor.

Reprodução
Policial é suspeito de vazar dados de inquérito do caso Frank Aguiar
Policial é suspeito de vazar dados de inquérito do caso Frank Aguiar

“Referido policial, que nem se encontra lotado nesta delegacia especializada, costumeiramente vinha ao cartório solicitar informações do feito”, afirma documento entregue à Justiça.

O investigador passou a ser formalmente investigado no dia 9 de setembro após nova tentativa de obter informações do inquérito. Ele nega as acusações.

Nesse dia, a reportagem da Folha estava no Deic onde presenciou um corre-corre entre os policiais na tentativa de conter o delegado Alberto Pereira Matheus Jr. que, segundo seus colegas, “queria matar o investigador”.

Matheus Jr. é o responsável pela investigação.

A reportagem foi fechada em uma sala e, de lá, pôde escutar gritos do delegado ao investigador Barros. “Você está ajudando traficante.”

Desde então, a Folha tenta, sem sucesso, entrevistar o delegado Matheus Jr. e o superior dele, Ruy Ferraz Fontes. Eles afirmam que o caso está sob sigilo.

Na tarde de terça-feira (7), Aguiar esteve na sede da Polícia Federal para, segundo ele, colocar-se à disposição da polícia para qualquer explicação sobre o caso. A PF, porém, não participa dessa investigação do Deic.

Aguiar passou a ser investigado após ter conversas com Souza interceptadas.

Segundo a investigação, o vice-prefeito mora em um casa em nome do suspeito de tráfico e de quem também recebia depósitos de dinheiro.

A paralisação do inquérito, segundo a polícia, teve a participação do ex-secretário da Segurança Antonio Ferreira Pinto, que teria afastado policiais à frente da apuração. Ele nega envolvimento.

Isso é irreal, não tenho ligação com suspeito’, diz policial investigado

DE SÃO PAULO

O investigador suspeito de atuar em benefício de suposto envolvido em tráfico de drogas diz que sua inclusão no inquérito é um “absurdo” e trata-se de uma “ficção”.

O policial Luivo José de Souza Barros é suspeito de vazar informações de uma investigação que liga o vice-prefeito de São Bernardo do Campo e cantor Frank Aguiar (PMDB) a um acusado de tráfico internacional de drogas.

Barros, porém, disse que nunca conheceu ou teve qualquer relação com Jailson Lopes de Souza. Ele nega, ainda, ter buscado informações sobre o caso ou ter repassado qualquer dado ao suspeito.

“Isso é irreal. Eu sou investigador de classe especial. Eu não o conheço e não tenho relação nenhuma com ele. Eu nunca fui ao cartório buscar informações sobre isso e nunca soube que eu estava sendo investigado por isso”, disse Barros.

O policial atribuiu a inclusão de seu nome no inquérito enviado à Justiça a uma tentativa de vingança do delegado Alberto Pereira Matheus Jr., responsável pela investigação, e a um esforço de prejudicar o ex-secretario da Segurança Pública de São Paulo Antonio Ferreira Pinto.

No final do mês passado, ao ser procurado pela Folha, o ex-secretário disse que não sabia da apuração sobre o cantor Frank Aguiar. Segundo ele, a suspeita envolvendo seu nome “não faz nenhum sentido”.

“A minha biografia não permite insinuação em relação a isso”, afirmou. “Há motivação eleitoral nisso”, disse.

Na época, Ferreira Pinto concorria pelo PMDB a cargo na Câmara dos Deputados –ele não foi eleito.

Frank Aguiar, que também era candidato a deputado federal e não foi eleito, disse haver razão eleitoral no caso. Ele admitiu ter amizade com Souza, mas negou que soubesse da suspeita de ligação dele com o tráfico de drogas.

Transcrito da Folha de São Paulo ; nos termos do artigo 46 da Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998.‏

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Por que esse Dr. Matheus Jr. em vez de fazer escândalo pra jornalista ouvir não acionou a Corregedoria Geral?

O maior legado do Partido dos Trabalhadores foi a especulação e inflação imobiliárias 44

A especulação imobiliária em todo o Brasil, especialmente nas grandes metrópoles do país foi violenta nos últimos anos. Isso foi resultado dos incentivos para o setor imobiliário e da construção, associados à facilitação do crédito para o consumo; também da venda de ilusões como o milagre do pré-sal e do brasileiro mais rico do mundo. O Ex-“X”.   A demanda aumentou e com isso os preços. O mercado passou a colonizar regiões que antes eram apenas periféricas. Com isso houve uma expulsão de moradores que dependem do aluguel para regiões mais distantes, a periferia da periferia.

Uma casa própria digna é um sonho cada vez mais distante para o brasileiro comum.

FINANCIAMENTO
– 20% é a entrada mínima para o crédito bancário. Na compra de um bem de R$ 250 mil, são necessários R$ 50 mil de início.

– R$ 7.000 é a renda necessária para o crédito de R$ 200 mil. Os bancos costumam exigir um comprometimento máximo de 30% da renda bruta

Fontes: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Creci-SP, Fernanda Sakhuri, especialista em direito imobiliário da FAPPES, Ibape-SP, imobiliárias, Portal ZN Imóvel, Santander e Secovi-SP.

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Delegacias de Campinas têm média de 500 inquéritos por escrivão 87

Segundo o Sindicato da Polícia Civil, o ideal seriam 200 por profissional.
Cidade tem 105 trabalhando, mas seriam necessários o dobro.

Do G1 Campinas e Região

As delegacias de Campinas (SP) têm média de 500 inquéritos abertos por escrivão, segundo dados do Sindicato da Polícia Civil da região. O ideal seriam, no máximo, 200 processos por profissional.

Com 105 servidores nos distritos, a cidade precisaria dobrar o número de policiais para equilibrar o sistema de investigação, segundo os sindicalistas.

O escrivão é o profissional  responsável por tomar depoimentos, solicitar perícias, intimações e o acompanhamento do processo.

Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Campinas e Região, Aparecido Lima de Carvalho, o déficit de profissionais atrasa e até impede que crimes com menor potencial ofensivo sejam investigados.

“O Código Penal diz que todos os inquéritos devem ser abertos, mas infelizmente não é isso que acontece por falta de estrutura”, critica o sindicalista.

O químico José Claudio Moraes foi vítima de dois roubos na residência onde mora, mas ele disse que não obteve resultados em nenhum dos casos. “Nenhum retorno. Virei estatística. O boletim de ocorrência serve para atender as necessidades da seguradora”, lamenta.

O especialista em segurança Osvaldo Roberto Missio Júnior disse acreditar que mesmo com concursos abertos, não há nenhuma garantia que o aprovado vá trabalhar Campinas.

“Com a sobrecarga de trabalho, os casos de maior vulto têm prioridade. Os casos menos graves entram na fila e isso gera uma descrença na investigação”, opina. Procurada pela EPTV, afiliada da Rede Globo, a Secretaria de Segurança Pública ainda não se pronunciou sobre o déficit de escrivães.

O Primeiro Distrito Policial de Campinas, no Centro da cidade (Foto: Reprodução EPTV)O Primeiro Distrito Policial de Campinas, no Centro da cidade (Foto: Reprodução EPTV)

Delegados federais anunciam ato nacional para a próxima terça 19

FAUSTO MACEDO Repórter
10.10.2014 | 13:30 POLÍCIA FEDERALMobilização organizada pela Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (Adpf) reivindica maior autonomia à PF

Mateus Coutinho e Fausto Macedo

Delegados Federais de todo o Brasil prometem realizar uma mobilização nacional em todos os Estados na próxima terça-feira, 14, em defesa de maior autonomia da Polícia Federal. Segundo nota da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (Adpf) divulgada nessa sexta, a mobilização servirá para discutir como o diretor-geral da PF vem administrando a instituição e “o tratamento dispensado pelo governo à classe e à autonomia reivindicada em lei para realizar investigações”, diz a nota.

Ainda de acordo com o informe, a manifestação, que será realizada por meio de assembleias dos delegados federais em seus respectivos Estados, não vai prejudicar os serviços da PF.

A iniciativa faz parte da campanha nacional em prol de uma Polícia Federal mais autônoma, realizada pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), que defende os seguintes pontos: aprovação da lei orgânica da Polícia Federal; a eleição para o Diretor-Geral da instituição; maior autonomia administrativa e orçamentária; criação de um gatilho de concursos públicos e a criação de unidades especializadas no combate à corrupção.

Os resultados das assembleias serão divulgados em um documento público com o posicionamento  dos delegados federais sobre a situação atual da PF.

Confira a explicação detalhada de cada um dos pontos conforme divulgado pela Adpf:

“Lei Orgânica da Polícia Federal: Um projeto de lei que discipline a organização e funcionamento da PF, ainda espera aprovação no Congresso Nacional. O Executivo deve estabelecer as atribuições dos cargos das carreiras e as atividades das unidades da Polícia Federal e assegurar a sua autonomia investigativa. Por outro lado, criar órgãos de controle da atuação dos policiais federais, por meio de conselhos que devem observar e orientar seus procedimentos. Sua aprovação é fundamental para que se tenha estabelecido a real autonomia da PF.

 Eleições para  Diretor-Geral PF: A escolha do Diretor-Geral passaria a ser feita por votação direta e secreta, mediante processo eleitoral conduzido por uma comissão eleitoral composta pelos representantes da ADPF e Fenadepol, cuja lista tríplice será encaminhada ao Ministro da Justiça e dele para a Presidência da República para indicação. O prazo do mandato do Diretor-Geral, o processo oficial de escolha e a forma de destituição serão previstos em lei. A primeira fase da votação para formação da lista tríplice já se iniciou na data de 29/9 com conclusão prevista para 05/11. Esse processo permite uma escolha técnica de servidor de carreira para oferecer mais estabilidade institucional.

 Autonomia Administrativa e Financeira: A Polícia Federal deve ter status de Secretaria Especial ou órgão autônomo, assegurada sua autonomia administrativa e a iniciativa para contribuir na sua proposta orçamentária, nos mesmos moldes da Defensoria Pública da União.

Gatilho de Concursos Públicos: A Polícia Federal defende o ingresso em todos os cargos das carreiras da Polícia Federal somente via concurso público. Também luta para tornar obrigatória a realização de concursos públicos sempre que vagarem 5% dos cargos já existentes com o objetivo de compatibilizar o efetivo policial com o rol de funções da instituição.

Combate à Corrupção: No campo do combate ao crime organizado serão priorizadas as investigações sobre desvio de recurso público e a corrupção, com a criação de uma Coordenação-Geral específica, além da garantia especial de recursos via Programa Orçamentário próprio, implantação das Delegacias especializadas em todas as unidades da Polícia Federal e alocação de recursos humanos e materiais necessários, atendido patamar mínimo definido anualmente pela Polícia Federal.”

Fundada em 1976, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Adpf), é uma entidade classe de âmbito nacional. Presidida pelo Delegado Federal Marcos Leôncio Ribeiro, a Adpf reúne mais de dois mil associados e é representada nas 27 Unidades da Federação por meio das Diretorias Regionais. A associação tem como missão aprimorar a instituição policial, sua doutrina, normas e princípios de atuação funcional.

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/delegados-federais-anunciam-ato-nacional-para-a-proxima-terca/