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À CAMINHO DO ORIENTE ETERNO
Nosso irmão Zé Rodrix parte ao encontro do Grande Arquiteto do Universo rumo ao Oriente Eterno. Que seu caminho seja trilhado em uma estrada de luz assim como foram as canções e sua obra deixados aqui na terra! Passarão os anos e sempre haverá quem se transporte para um cantinho cheio de paz ao ouvir “Casa no Campo”! O homem deve procurar ser sempre uma bênção para que quando se for, seja lembrado por muito tempo pelas coisas boas que fez e pela alegria que irradiava àqueles que tiveram o prazer de conviver com ele. E assim, foi nosso irmão Zé Rodrix que deixa muitas coisas belas das quais iremos nos lembrar. Vá em paz à caminho de nosso Grande Pai Celestial!
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Obituário de Zé Rodrix, pelo próprio, em 2004 (in Blog doLuis Nassif):
“Data: Qua Jun 2, 2004 7:34 pm
Felipe:
Em resposta a seu completissimo questionario passo-lhe às mãos minhas especificações para passamento e eventual necrologio.
Há alguns anos, gostaria de ter a causa-mortis preferida de meu pai: assassinado aos 98 anos de idade com um tiro dado por um marido ciumento que o tivesse pego em pleno ato… mas hoje nao mais. Pode ser de fulminante ataque cardiaco, dentro da minha biblioteca, perto o suficiente da familia e dos amigos mas afastado o bastante para que, alertados pelos cachorros da casa, ja me encontrem morto, com um sorriso nos labios.
Pode sepultar-me em pleno mar, sob a forma de cinzas, ja que nao poderei ser sepultado in totum no jardim da minha casa. Se conseguirem isso, no entanto, que nao cobrem entradas para visitação, à moda do irmão da princesa: deixem que alem das pessoas os passarinhos e os animais da casa se refestelem no lugar, renovando diariamente o eterno ciclo da Natureza.
Ao enterro devem, atraves de convite formal, comparecer todos que foram aos meus lançåmentos de livro: nada mais parecido com um velorio do que isso.
Peço parcimonia nos efluvios emocionais: já as risadas devem ser francas e sem limite. Creio inclusive que prepararei com antecedencia uma fita de piadas gravadas para animar o velorio e manter o pessoal na boa.
Como dizia o Bozo, “sempre rir, sempre rir….”
La so deixarei a mim mesmo: mesmo os inimigos que comparecerem para ter certeza de que estou realmente morto podem voltar para casa em paz. Nao pretendo puxar a perna de ninguem à noite e nem assombra-los depois de morto.
Já os amigos podem contar comigo: havendo vida após a morte, volto para avisar, da maneira mais pratica e menos assustadora que me for possivel. A cremação deve ser feita depois que todos forem embora cuidar de seus proprios afazeres: enfrentar as chamas do forno terrestre ja será um grande introito para a vida eterna.
Se conseguir, tentarei ser crooner da grande Orquestra de Jazz do Inferno, vulgarmente chamada de SATANAZZ ALL-STARS: como ja vou chegar lá tenente ou capitão, dada a minha imensa taxa de maldades realizadas sobre a Terra, creio que nao será dificil. Meu castigo certamente será cantar MPBdQ por toda a eternidade, mas mesmo com isso ainda se pode encontrar algum prazer, assim na terra como no inferno….é o que veremos a seguir.
No enterro podem tocar de tudo, menos as musicas que eu tenha feito. Minha morte servirá certamente para que se livrem nao apenas de mim mas tambem de minhas obras. Os herdeiros tambem nao merecem ouvi-las, sabendo que nada herdarão de minha lavra, porque, sendo eu adepto da politica do VAI TRABALHAR, VAGABUNDO, como meu pai fez comigo, ja tomei providencias para que essas musicas nao lhes rendam nem um tostão furado. Sendo um velorio moderno,recomendo musicas de carnaval antigo, as indiscutiveis, claro, com algumas discretas serpentinas e confetes jogadas sobre o caixão, fechado, naturalmente.
Morrer num Sabado à tarde, ser enterrado num Domingo antes do almoço, e estar completamente esquecido na manhã de Segunda, sem atrapalhar a vida
profissional de ninguem: eis a perfeição que desejo na minha morte.
Muito grato.
beijos
Zé”
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Pingback: ZÉ RODRIX (Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1947 – São Paulo, 21 de maio de 2009) | Blogosfera Policial