
Caiu na tarrafa
Ministério Público preserva intimidade dos funcionários e clientes ao não divulgar nomes de hotéis, restaurantes e prostíbulos investigados. O faturamento foi desviado para postos de combustível ligados às fintechs do Crime.
Uma megaoperação policial supervisionada pelo Ministério Público de São Paulo, com a colaboração da Polícia Militar e a Receita Federal, desmantelou nesta quinta-feira (25) um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro que , entre outras atividades , usava casas de prostituição, hotéis e restaurantes na Baixada Santista como fachada para ocultar a origem ilícita dos recursos, alimentando uma rede de postos de combustíveis associados a fintechs ligadas ao crime organizado.
A ofensiva, batizada da Operação Spare, cumpriu 25 mandatos de busca e apreensão em Santos, Guarujá, Bertioga e Praia Grande, mirando bens, documentos e contas vinculadas a estabelecimentos comerciais que funcionavam como verdadeiro elo entre o submundo dos jogos de azar, prostituição e o setor financeiro alternativo das fintechs.
O MP, consciente de preservar a intimidade dos clientes das casas de prostituição e hotéis investigados, optou por não revelar nomes ou endereços, restringindo o foco ao fluxo financeiro e à apuração das empresas beneficiadas pelo esquema de lavagem.
Segundo as apurações, o faturamento desses estabelecimentos era redirecionado para postos de combustíveis que, por sua vez, mantinham ligação direta com contas digitais administradas por fintechs de fachada; estrutura utilizada para camuflar milhões de reais oriundos do crime, principalmente apostas ilegais e tráfico de drogas.
Especialistas apontam que o cuidado em ocultar nomes dos espaços de entretenimento adulto e hotelaria demonstra a preocupação das autoridades em evitar a exposição de trabalhadores e clientes que não tenham relação com a atividade ilícita.
A operação representa mais um passo no enfrentamento a círculos criminosos na Baixada Santista e acender o alerta para o papel central das “maquininhas de pagamento” em esquemas de lavagem, movimentando grandes volumes sob aparente legalidade e revelando a atuação de diversas quadrilhas estruturadas no litoral paulista.