RIGOR PARA UNS, INDULGÊNCIA PARA OUTROS

📰 Flit Paralisante
04 de setembro de 2025
💥 Condenação
O investigador de classe especial da Polícia Civil de São Paulo, Marcelo Marques de Souza, conhecido como “Bombom”, foi condenado pela Justiça paulista a 11 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sentença, proferida pelo juiz Paulo Fernando Deroma De Mello, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Capitais, é um dos primeiros desfechos judiciais diretamente ligados à delação do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, executado a tiros no Aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024 .
🧾 Os Crimes e a Sentença
Lavagem de Dinheiro e Corrupção Passiva: Bombom foi condenado por ocultar mais de R$ 700 mil em espécie em seu apartamento de luxo no Tatuapé, zona leste de São Paulo. O valor foi encontrado escondido debaixo de uma cama durante buscas da Polícia Federal .
Esquema de Extorsão: O policial integrava uma rede criminosa que extorquia estabelecimentos envolvidos em prostituição, jogos de azar e desmanches ilegais, além de promover o Primeiro Comando da Capital (PCC) assegurando controle territorial e impunidade para membros da facção .
Indenização e Perda de Cargo: A sentença também determinou o pagamento de R$ 724.874,68 por danos morais coletivos e a perda definitiva da função pública .
🔍 A Delação que Abalou São Paulo
Gritzbach, empresário do ramo imobiliário, havia delatado Bombom e outros policiais civis em um acordo de delação premiada, revelando esquemas de lavagem de dinheiro para o PCC e corrupção institucional. Sua execução no aeroporto—um crime que chocou o país—foi atribuída a mandantes ligados ao PCC e ao Comando Vermelho (CV), com participação de policiais militares .
📌 Operações Desdobradas:
Operação Tacitus: Iniciada em 2024, prendeu policiais civis acusados de corrupção e vazamento de informações sigilosas.
Operação Augusta: Em junho de 2025, resultou na prisão de mais dois policiais civis e um empresário, com apreensão de um helicóptero, carros de luxo e valores superiores a R$ 12 milhões .
🏢 A Reação Institucional e o Climão na Polícia
Nos bastidores, a condenação de Bombom gerou um clima de “terror” entre policiais civis, com relatos de que investigações sigilosas da PF continuam a atingir agentes públicos. Um investigador do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) afirmou:
O próximo será o Salgadinho Doritos! .
💬 Nota da Polícia Civil:
A corporação emitiu um comunicado no sentido de não comentar questões sob segredo de justiça , mas que conforme a determinação judicial o investigador será demitido sem nenhum direito pelos anos trabalhados.
🎭 A Hipocrisia em Destaque
Enquanto a condenação de Bombom é apresentada como uma vitória da Justiça, o caso escancara a corrupção sistêmica que permeia as instituições paulistas.
O governador Tarcísio de Freitas, que publicamente declarou não confiar na Justiça, agora enfrenta um cenário onde policiais , especialmente os militares , sob seu comando estão profundamente envolvidos com facções criminosas .
📉 Dados Alarmantes:
Pelo menos 27 policiais (civis e militares) estão envolvidos em investigações relacionadas ao caso Gritzbach .
O MP-SP arquivou investigações contra deputados e delegados denunciados por Gritzbach, alegando “falta de provas”; uma decisão que levanta suspeitas sobre a seletividade da Justiça .
🧾 Tabela: Valores Apreendidos e Movimentações Financeiras de Bombom
Dinheiro em espécie (BRL) R$ 700.000 – Apartamento no Tatuapé
Moedas estrangeiras (USD/EUR) US$ 14.500 / € 15.700 – Cofre e colchão
Movimentação financeira (5 anos) R$ 34 milhões – Contas bancárias
🧨 Um Sistema Doente e Seletivo
A condenação de Bombom é apenas a ponta de um sistema corrupto que envolve agentes do estado, facções criminosas e o alto escalão do poder paulista. Enquanto policiais civis subalternos e policiais militares de baixa patente ou graduação são condenados, deputados, delegados e auditores fiscais seguem impunes. Uma demonstração clara de que a justiça no Brasil continua seletiva e institucionalmente podre .
🎭
A Justiça paulista deixa claro que o rigor é apenas para policiais e pequenos operadores do crime.
A condescendência para auditores fiscais, políticos influentes, empresários bilionários e banqueiros que corrompem o sistema.