Pau que bate em Chico bate em Francisco e apanha sem reclamar 2

Pau que bate em Chico bate em Francisco e apanha sem reclamar

Em agosto de 2024, durante uma Festa do Peão de Promissão, no interior de São Paulo, a adolescente Katrina Bormio Silva Martins foi atingida fatalmente por um projetil de arma de fogo disparado pelo delegado Vinícius Martinez, que estava fora de serviço, armado e supostamente sob efeito de álcool.

O caso gerou intensa comoção, resultando na denúncia por homicídio duplamente qualificado, com o delegado, recentemente, encaminhado a julgamento pelo Tribunal do Júri.

A mãe da vítima, Sabrina Maria Conceição da Silva, inconformada com a perda da única filha – com a morosidade e supostas manobras protetivas do sistema ao acusado – passou a se manifestar criticamente nas redes sociais.

Martinez ingressou com uma ação de indenização por danos morais contra Sabrina, além da Meta (dona do Facebook e Instagram), alegando que publicações da mãe estimulavam o “linchamento virtual”, expunham dados pessoais e informações então sob sigilo, afetando sua imagem e segurança pessoal.

Sabrina, por sua vez, argumentou que apenas compartilhou informações já públicas, todas divulgadas pela imprensa; destacando o sofrimento que enfrenta após a tragédia.

O episódio reacendeu o debate sobre liberdade de expressão, os limites da dor e o rigor (ou falta dele) na responsabilização dos diferentes elos da cadeia policial e judicial.

Verdadeiramente, vivemos tempos difíceis para as leis e para as consciências.

A cada vídeo que viraliza, a cada manchete sangrenta, renovam-se as críticas, ser policial tornou-se quase equivalente a estar sempre à beira de um ato tresloucado, pronto para ser crucificado pelo tribunal das redes.

Mas, convenhamos, o velho adágio que povoa as conversas de botequim — “pau que bate em Chico bate em Francisco” — é mais do que justo: é um princípio civilizatório.

E não se deve poupá-lo quando a desgraceira parte daqueles que, pela educação, formação e posição hierárquica, deveriam dar exemplo.

Pois bem, não satisfeito em desprezar o cansaço, talvez a ética — e, claro, a lei – um delegado resolve sair do serviço, armado, para uma festa onde sabe que há bebida e, invariavelmente, confusão.

Quem conhece o mundo policial sabe: de casa para o trabalho e deste direto para casa e não se misturam arma e álcool, razão e desatino.

Mas a nossa prepotência, onipotência e falta de consciência despreza as mínimas regras de autopreservação .

O desequilíbrio anda de mãos dadas com a desgraça!

Convenhamos, quem sai para beber  – seja civil, soldado , oficial ou doutor  de qualquer coisa –  vai desarmado e de táxi.

Não falta aviso.

Resultado : uma família ( ou várias )   despedaçada, uma mãe , com toda a razão moral do mundo , vociferando suas dores nas redes – agora processada – e uma sociedade perplexa, sempre desconfiando do corporativismo à brasileira: afastamentos médicos, recursos, e o velho jogo de empurra jurídico  que só faz postergar o óbvio.

No caso não há corporativismo , deve haver solidariedade …

Nove entre dez já se envolveram em situações semelhantes; o escrevinhador, inclusive!

Apenas teve melhor sorte…

O  nosso destino  não pode ser traçado naquilo que deveria ser o mais óbvio: evitar o previsível.

Mas há quem insista em ir  mais fundo ao precipício: processar a mãe da vítima, gerando ainda mais publicidade para aquilo que se queria esconder…

Grande estupidez , só ganhou mais manchetes e uma quase certa  – se a lei acabar imperando –  condenação criminal e futura demissão ( ainda que tardia ).  

Errou , doutor!

Que batam o pau em Chico e em Francisco — porque , a lei é uma só, e a dor, quando chega, não escolhe família !

(por Flit Paralisante)

Um Comentário

  1. Não dá para revelar o tempo… porque o tempo passa impiedosamente!!!

    Mas,

    Nos meus bons (e maus) tempos nesta nossa PULIÇA, uma coisa é certa:

    Quando Puliça, Arma e Bebida se misturam numa coisa só…. só dá merda!!!

    Já presenciei e assisti situações que, até bons policiais, misturaram bebida com arma.

    Resultado:

    Por vezes acabavam arrumando para si um BO gigantesco na Corregedoria… um abacaxi difícil de descascar.

    Quando não dava cadeia, dava em demissão, era RUA!

    Se for beber… encher a cara… deixa a carteira de Puliça guardada… não pega em arma!

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    • Escriba 2025, não dá pra revelar o tempo…
      Também, mesmo pelo tempo que foi , não dá para revelar todas as merdas, mas – até o exato momento – ele foi piedoso comigo! Só acrescento : nem arma e nem veículos.

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