Desculpe-nos, família Herzog 10

POR ZÉ ROBERTO –  ( José Roberto Lopes Padilha )

zeroberto

Era mais um estádio, o Governador José Fragelli, o Verdão, em Cuibá-MT, que o CR Flamengo inaugurava em 8 de abril de 1976.

Mas dava para perceber, embora não conseguíamos entender, que havia algo no ar além daquele paraquedista que acertou o centro do campo antes da partida.

Trazia junto ao corpo uma enorme bandeira do Brasil.

Perfilados pro Hino Nacional, notamos (Cantarelli, Toninho, Rondineli, Jaime, Junior; Dequinha, Tadeu, Eduzinho – vestia a 10 porque o irmão, Zico, ficara em tratamento no Rio – e eu; Paulinho e Luizinho) que ao lado do Presidente Ernesto Geisel,na Tribuna de Honra, dezenas de quepes se sobressaíam no lugar daqueles cartolas de terno comuns àquelas ocasiões.

E quando entramos em campo, uma faixa foi estendida sem que interpretássemos seu alcance: BRASIL, 12 ANOS DE PAZ E SEGURANÇA.

No aniversário dos 50 anos do golpe militar, queria deixar, como jornalista e ex-atleta profissional de futebol, meu depoimento à Comissão de Verdade.

Fomos coniventes e cúmplices sim, por desinformação, ao apresentar nossa arte em estádios de futebol anestesiando o país enquanto seus filhos informados desapareciam nos porões do DOI-CODI.

Naquele dia, em Cuiabá, com dois gols de Luizinho, aos 5 e aos 19 do primeiro tempo, a maior nação esportiva do país estava em campo desviando a atenção da população ao lado daquela bandeira, das faixas, dos autoritarismo imposto e fardado à repressão aos nossos direitos humanos, à liberdade de ir e vir, votar, assistir Calabar no teatro e Missing no Roxy. De viver e curtir uma nação livre e soberana.

Nas nossas concentrações não havia “Opinião” e “Movimento” para ler, tinha “Placar” e “Contigo”.

Nossos professores não eram universitários para nos alertar, eram militares como Claudio Coutinho,Admildo Chirol,Raul Carlesso, Carlos Alberto Parreira entre tantos, todos egressos da Escola de Educação Física do Exército, na Urca, que eram inteligentes, competentes, mas detentores únicos das informações dos avanços sobre a preparação física, a evolução tática mundial, que eram vetadas aos demais civis treinadores como Zagalo, Osvaldo Brandão e, principalmente, João Saldanha.

A última coisa que nos passavam em suas concorridas preleções era sobre a movimentação tática no Calabouço.

Sendo assim, como ser politizados e entender e nos envolver nos protestos naquele momento difícil?

Nossa prisão foi tão triste quanto a da Dilma, nosso exílio foi tão traumatizante quanto o do Brizola, do irmão do Henfil: fomos amarrados em paus de arara de chuteira para desfilar todos os domingos a distrair o povo.

Não recebemos indenização, acreditem, foi muito pior.

A cada dia que uma investigação traz à tona novos depoimentos sobre a farsa do 1 de Maio no Riocentro, lembramos que era no Maracanã que distribuíamos nosso ópio.

Mas ao contrário do Chico e do Gilberto Gil, não nos deixavam saber o que estava acontecendo.

Sendo assim, família Herzog, do Edson Luis, nos perdoem.

Enquanto defendíamos o Flamengo, Corinthians, Grêmio e Atlético Mineiro, ajudamos a aprisionar nossa nação.

Não cobrem mais dos Zico, do Falcão, do Rivelino, de qualquer ídolo da nossa época o mesmo envolvimento de cantores, compositores, do Vladimir Palmeira, do nosso Ulysses Guimarães.

Em 1976, em Cuiabá e em qualquer estádio do Brasil nós realmente não sabíamos por quem estávamos jogando.

Desde 1982 não consigo mais torcer pelo Brasil.

Em qualquer esporte.

Ao trocar os vestiários pelos corredores em ebulição da Gama Filho, onde estudei direito, sabia que meus companheiros da seleção brasileira voltariam da Espanha direto para aquela rampa em Brasília, onde iriam atrasar, com novas doses de ópio, nosso processo de anistia.

As eleições diretas para presidência da república.

Queria os avisar, mas jogava no Americano, de Campos, e Paulo Rossi acabou fazendo isto por mim.

Sei que avançamos na democracia, que estamos diminuindo a desigualdade social, apurando a verdade da repressão, mas trauma é trauma.

Outro dia meus filhos me pegaram torcendo pela Argentina, embora saiba que por lá seus jogadores foram igualmente coniventes.

Mas quando nossa bandeira sobe, toca-se o Hino Nacional, eu me lembro do Geisel naquela tribuna conosco fazendo o papel de palhaços dentro de campo.

Estou procurando ajuda, a Copa está próxima, quem sabe eu consiga?

Fonte: http://blogdojuca.uol.com.br/2014/04/desculpe-nos-familia-herzog/

Um Comentário

  1. “TODO MUNDO APOIOU A DITADURA”, até mesmo os bem informados, principalmente Jornalistas (com raríssimas exceções). É impressionante como o PODER realmente influência o desejo da maioria.

    PODER aí não é exatamente ou somente os que exercem cargos Políticos. PODER É ECONÔMICO (BANCOS, GRANDES E PODEROSAS EMPRESAS), RELIGIOSO. NESTA ÉPOCA era a esquerda e/ou oposição quem descia a lenha no futebol e o amaldiçoava como “ópio do povo”. E

    O grande Jornalista Joelmir Beting, culto, inteligente e grande frasista, escreveu defendendo o futebol: “O FUTEBOL É O PIO DO POVO”.

    Nesta época os poderosos do momento usavam o futebol para se manter no poder e hoje é o contrário vão contra o Futebol para retornarem ao poder.

    JUCA KFOURI é um Jornalista que tanto critica, portanto, devia ter a obrigação de lembrar que trabalha para empresas que não somente apoiaram a ditadura como ajudaram financeiramente e com outras ações e principalmente com a omissão e mentiras.

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  2. Esse é o lado bom da vida! Ainda que tardia, a justiça a aparece. Ainda que capenga, velha e desdentada, ela aparece! Para entender a ditadura, culpas e omissões no processo, sugiro a leitura de Eric Voegelin sobre o Holoucausto. Todos nós temos culpa! Suspensão teleologica da moral? A puta que o pariu! Enfim, depois de cinqüenta anos…..

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  3. Parem de apoiar a ditadura, que não trouxe benefícios nenhum ao povo, a não ser medo, corrupção, influências, coisas essas da casa grande, em que tanto os militares, o intelectuais e os trabalhadores conseguiram entrar na casa grande e sentir o gosto da autoridade, da arbitrariedade, da ilegalidade, do quanto pior, melhor para quem entrou na casa grande. Devemos, sim, planejar e mobilizar esforços para a quebra da Unidade Constitucional da República, e dividir esse País-Continental em cinco partes independentes e autônomas, aí queremos ver os novos Estados Políticos das Regiões Sudeste e Sul serem potencias políticas e econômicas da América Latina. Do contrário continuamos enviar dinheiro aos Estados das Regiões Central, Norte e Nordeste onde governantes há 400 anos se instalaram no poder roubando o erário produzido pelos Estados Membros do Sudeste e Sul que trabalham para o Progresso de Brasil. Pensem, qual a importância dos Estados do Piauí, Alagoas, Sergipe, RN, Pernambuco, Maranhão e Outros para o Brasil, só demonstram miséria e produção de governantes hipócritas. Vamos refletir e pensar nessa separação e não num golpe reacionário, pois os Governantes do Nordeste (Sarney, ACM Neto, Renan Calheiros, Fernando Collor de Mello, Antonio Carlos Maciel, e outros Coronéis da Capitinga), participaram do Golpe de 1964, e estão no Senado e Câmara dos Deputados até hoje. Aí fazemos a seguinte pergunta, será que o Golpe de 1964 acabou ou continua com esses no poder? Vamos apoiar a independência política e econômica das regiões Sudeste e Sul. Salve o Movimento Separatismo.

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  4. Nasci em 1975; não participei e posso dizer que não concordo com a forma que o povo foi tratado na época de 1964 a 1987.

    Posso falar daquilo que vivo, e vejo as vítimas da chamada época da ditadura militar, estarem hoje no governo, em posições chave na política, imprensa (falada e escrita), nas faculdades, nos secretariados, dentre outros; vemos o nosso pais nas mãos de quem intitulam-se vítimas do regime militar, que querem justiça nas mortes de três centenas de presos políticos a época, que morreram ou sumiram. Mas, neste tempo, na época em que vivo, vejo todos os partidários da democracia, se lambuzarem na roubalheira, com digníssimas caras de pau, de todos os gostos e formas.

    Nesta época, vemos os mesmos defensores dos direitos humanos, da democracia, faturarem alto, as custas do povo brasileiro e serem co-autores na morte de milhares de brasileiros, afligidos pela omissão de um bando de ladrões e vagabundos, que coitados, foram vítimas da ditadura. Mataram muito mais, roubaram muito mais, até hoje.

    Agora vemos que subversão suscitada pelos militares, não era tão fantasioso assim, não é.

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  5. vamos aos fatos . . boa parte dos que hoje desgovernam . .

    eram os que pegaram em armas para alcançarem

    a direção dos poderes instituídos do brezil, ponto . . .

    é isto . . . eles querem ter o poder e mandar como qualquer rei . . .

    para isto é necessário uma bandeira qualquer ideológica a moda no momento

    em 1964 era ser comunista, socialista, trotskista, maoista . .

    . . . .colava era moda . . se falava nos coitadinhos que iriam salvar . . .

    o mundo acabava de sair da segunda grande guerra . . .

    a cocaína já era moda . . . drogas . . . woodstock . . .

    tudo isto cabia dentro do caldeirão da catarse libertaria daqueles

    que apenas queriam uma coisa simples de entender

    O PODER . . . poder e dinheiro . . por muitos anos

    pq um projeto desta magnitude deve durar uma vida é claro . .a minha . . a da wilma terrorista . . . pelo menos . .

    pois hoje o brezil e seus estados praticamente todos são desgovernados

    por estes “””””salvadores da pátria “”””””

    e o que temos ????

    um carnet de financiamento de carro zero importado estacionado na favela ???

    um carnet do apertamento de 20 mts2 financiado 30 anos no ku da leste ???

    um escravo que é obrigado a participar da simulação demonio cratica voto eletrônico mais um cpf executável ???

    todos desarmados

    e um zeta a cada esquina ????

    se 31 de março era ruim para alguém deve ser verdade

    mas hoje 31 de março de 2014 é ESTELIONATO GENOCÍDIO E DERRAMA

    comparem e tirem suas conclusões

    a minha opinião é simples . .

    a qualquer momento próximo futuro ou eu vou ser obrigado a matar ou me exilar . . .

    GADO . . CRÉDULOS E JERSONS . . .

    ahhhhh e se eu estiver delirando é só atestar o fato da perseguição do DR Guerra

    republica federativa estado democrático de direito ???????

    tá . . . . colonia genocida demonio cratica de derrama . . .

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  6. A Guerra inevitavelmente gera perda para ambos os lados e naquela época os MILITARES guerreavam contra TERRORISTAS e infelizmente essa fatalidade com o jornalista aconteceu, como também aconteceu com militares que nada tinham haver com o regime e apenas cumpriam sua jornada de trabalho.

    PELA VOLTA DO REGIME MILITAR DE GOVERNO JÁ!

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  7. ACONTECE QUARTA FEIRA DIA 02/04/2014 NA ALESP

    13h30 – Reunião da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários com a finalidade de apreciar pauta com 29 itens. Merece destaque o PL 488/2010, que assegura o direito à visita íntima nos estabelecimentos penais de regime fechado e do semiaberto, independentemente da orientação sexual do preso. No plenário Tiradentes.

    OLHEM BEM COM O QUE A COMISSÃO DE SEGURANÇA DA ALESP ESTA PREOCUPADA , COM DIREITO A MERECIMENTO DE DESTAQUE………COM OS POLICIAIS E SEUS FAMILIARES NINGUÉM ESTA PREOCUPADO !

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  8. Ter , 01/04/2014 às 19:08
    Janot quer apurar relação de Aníbal e Garcia no cartel
    Mariângela Gallucci | Agência Estado

    Tags: cartel metrô SP Janot
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    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encontrou indícios de envolvimento dos secretários estaduais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) no cartel dos metrôs de São Paulo. Ele pediu ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que dê prosseguimento às investigações em relação aos dois secretários, que são deputados federais licenciados.
    “Há fortes indícios de existência do esquema de pagamento de propina pela Siemens a agentes públicos vinculados ao Metrô de São Paulo”, sustentou Rodrigo Janot no ofício enviado ao STF. No documento, o procurador afirma que, por enquanto, não existem elementos que autorizam a continuidade das apurações relacionadas ao deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) e ao secretário Edson Aparecido (PSDB).
    “Há atribuição de situações concretas e específicas em relação ao deputado federal Rodrigo Garcia no depoimento do investigado colaborador. Os detalhes dados, assim como a menção a encontro pessoal entre ambos, autorizam, também, a colheita de maiores elementos contra esse parlamentar”, disse o procurador.
    Além disso, Janot afirmou que “o colaborador apontou, ainda, indícios de envolvimento do deputado federal José Aníbal, na medida em que relata ter sido avisado que, com a saída de Rodrigo Garcia da presidência da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deveria passar a tratar com o deputado José Aníbal, que passara a ser responsável pelos contatos políticos e pagamentos de propina”.
    Conforme informações destacadas pelo procurador no ofício enviado ao Supremo, a Siemens teria se associado com a Alstom para formar um consórcio com o objetivo de vencer a concorrência para a linha 5 do metrô de São Paulo. Para Janot, a formação do consórcio teve o objetivo de diminuir a concorrência, numa atividade típica de cartel.
    O procurador ressaltou o fato de que Aníbal e Garcia foram presidentes da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Em relação a Aloysio Nunes Ferreira, Arnaldo Jardim e Edson Aparecido, Janot concluiu que, por enquanto, não existem indícios. “Esse arquivamento não é impeditivo para que, caso surjam elementos concretos da participação destes ou de outros parlamentares, seja a investigação realizada, pois aí haverá justa causa para o seu prosseguimento”, afirmou.
    Janot também sugeriu ao STF que desmembre o inquérito para que apenas as investigações relacionadas a Aníbal e Garcia continuem no Supremo. Por terem mandato de deputado federal, eles têm direito ao chamado foro privilegiado. Ou seja, somente podem ser investigados e processados perante o Supremo.

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  9. O VALDIR ESTAVA CERTO MAIS UM INJUSTIÇADO NA POLÍCIA MILITAR – CASO CABO MARCO – 3º CAPÍTULO – PERSONALIDADES ENVOLVIDAS: TENENTE JOHNNY, TEN SOL REYS E SD TORRES, TODOS DO 10ºBPM/I
    24-10-2013 23:59

    Hoje falaremos do Tenente sol Magnus dos Reys, do tenente Johnny Gomes da Silva e do Soldado Marco Aurélio Torres, que misteriosamente contribuíram para que uma simples ronda corregedora se tornasse uma ocorrência inédita na área do comando de policiamento do interior nove, que engloba 52 cidades, onde nunca se tinha prendido um flanelinha pela contravenção penal de “exercício ilegal de profissão”, principalmente em Piracicaba, que sequer tem lei que regulamente essa atividade. Prestem atenção a esse fato: no município de Piracicaba, não há lei que regulamente a função de guardador de veículos, o que nos remete a um ilícito impossível visto que, se não há lei que regulamente a profissão, como ela pode ser exercida ilegalmente? Qual seria o “exercício legal” dessa profissão?

    Código penal brasileiro: anterioridade da lei
    Art. 1º – não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
    As condutas que passaremos a descrever foram todas levadas ao conhecimento do presidente do CD Nº CPI9-003/120/12 e do Comandante do CPI-9, documentalmente e também foi requerido que fossem encaminhadas ao ministério público e à Corregedoria da PM.
    Vamos aos fatos:

    Tenente Sol Reys:
    Declara às fls. 467 e 468 que desconhecia o motivo de sua ida até o local, alegando que fora uma surpresa, mesmo estando reunido com o supervisor regional e com o Comando de Força Patrulha na sede do 10ºBPM-I, conforme se pode constatar através do tablet de sua viatura e da do CFP (Comando de Força Patrulha), aguardando para deslocar-se até lá e efetuar o flagrante preparado corregedor em cima de um dos acusados que por ali estivesse fato que se confirma às fls. 880, no seu depoimento na Delegacia de polícia, contradizendo suas declarações anteriores no quartel.

    Tenente Johnny:
    Declarou às fls. 406 que acompanhou a elaboração do BOPM;
    Declara às fls. 407, que a operação não foi direcionada ao Sd Chiodi, mas foi mais ampla. No entanto, nenhum outro local foi averiguado naquela noite, nem nas anteriores e nem nas subsequentes, o que contradiz as declarações do Cap. Toma, que relata às fls. 637 e 955 que fora ao local por determinação do Comandante do CPI-9.
    Declarou que desconhecia a atividade dos olhadores de veículos naquele local, no entanto encartados aos autos (fls. 54, 103 e 135), há várias rondas feitas pelo mesmo com vistas aos policiais em que não os encontrou. No entanto, deparou-se com os flanelinhas e não tomou providências;
    Declarou às fls. 406 que não teve participação na decisão da ocorrência, no entanto, na gravação encartada nos autos às fls. 610 há, entre os 4min: 53seg e 5min: 05seg sua interferência direta quando sugere ao cap. Toma que mude o titulo da ocorrência a fim de escusar sua apresentação à autoridade policial.
    A gravação é assinada por dois oficiais ( Ten. Marcos Paulo Barreto, o qual funcionou como testemunha às fls. 464 a 466, chefe do serviço reservado, e Ten. Wanderlei Alves de Oliveira) que omitiram esse trecho, descrevendo-o como sons ao fundo, sem condições de transcrição, apesar desse fato influenciar significativamente no direcionamento da ocorrência;
    Declara às fls. 404, que o Chiodi estava trabalhando no estacionamento, enquanto todos os declarantes, inclusive os desafetos do Chiodi, dizem o contrário em todas as suas oitivas e até o próprio Valdir as fls. 370 e 371.
    Demonstra desconhecimento da sua função ao não saber tipificar, às fls. 406, que tipo de conduta dos flanelinhas constituiria ilícito, contrariando suas declarações de que já havia rondado o local com vistas aos acusados por ordem superior.

    Soldado Torres:
    Adulterou o BOPM encartado às fls. 226 até 235 “declarações das testemunhas as fls. 227 e 228, onde acrescenta parênteses, asteriscos e citações por conta própria, depois da assinatura das partes, conforme declarações posteriores delas).
    Comete falso testemunho às fls. 567 quando diz que nunca foi ao local com vistas aos policiais acusados quando encartados nos autos, às fls. 54, 103, 135, bem como em suas declarações as fls. 405, portanto em várias datas diferentes, seu parceiro de viatura relata rondas no local com vistas aos policiais.
    Confronta as declarações do Cap. Toma as fls. 568 quando diz que a qualificação das partes da ocorrência foi feita por aquele e não pelo soldado torres.
    Ora, uma instituição compromissada com a defesa da vida, da integridade física e da dignidade da pessoa humana pode funcionar como carrasco, verdugo, algoz? Corta da própria carne quando persegue os seus e os torna proscritos por um capricho deste ou daquele administrador que tem assuntos escusos a esconder?
    O que levaria tantas pessoas a se envolverem em uma armação para demitir um simples Cabo da PM? Uma função insignificante e que não exige nenhuma qualificação específica? Quais seriam os segredos de estado sob a guarda desse cabo que não poderiam ser levados a conhecimento geral?
    Essas pessoas poderiam ter arriscado suas carreiras, bem sucedidas, com bons salários, incorrendo em comportamentos que em muito destoam da deontologia policial militar?

    São muitas perguntas e uma série de dúvidas crescentes.

    Vejam alguns tipos penais facilmente aplicáveis aos casos acima, no caso dessas pessoas terem de fato se desviado de suas funções em prejuízo do policial:
    Código penal brasileiro:
    Falsificação de documento público
    Art. 297 – falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
    Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
    § 1º – se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
    Falso testemunho ou falsa perícia
    Art. 346. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou intérprete, em inquérito policial, processo administrativo ou judicial, militar:
    Pena – reclusão, de dois a seis anos.

    Código penal militar:
    Da falsidade
    Falsificação de documento
    Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular, ou alterar documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
    Pena – sendo documento público, reclusão, de dois a seis anos; sendo documento particular, reclusão, até cinco anos.
    Agravação da pena
    § 1º a pena é agravada se o agente é oficial ou exerce função em repartição militar.
    Documento por equiparação
    § 2º equipara-se a documento, para os efeitos penais, o disco fonográfico ou a fita ou fio de aparelho eletromagnético a que se incorpore declaração destinada à prova de fato juridicamente relevante.
    Falsidade ideológica
    Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
    Pena – reclusão, até cinco anos, se o documento é público; reclusão, até três anos, se o documento é particular.

    Ler mais: http://www.appmaresp.com/news/caso-cabo-marco-3%C2%BA-capitulo-personalidades-envolvidas%3a-tenente-johnny%2c-ten-sol-reys-e-sd-torres%2c-todos-do-10%C2%BAbpm-i/

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