RORAIMA: Policiais Civis se reúnem contra aprovação de ‘projeto dos delegados’

26/09/2011 08h34

Policiais civis se reúnem para pedir que  ‘projeto dos delegados’ não seja aprovado

Evitar que a Polícia Civil de Roraima entre em colapso, sem recursos para materiais básicos, como papel, tintas para impressora e até copos descartáveis, o Sindicato dos Policiais Civis de Roraima (Sindpol) realizou no fim de semana uma assembleia geral com objetivo de discutir e encontrar saídas para presente situação da instituição.
Toda situação, segundo presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Roraima, Nilton Pereira, foi gerada pela Minuta de Promoção da Polícia Civil que na redação atual só irá beneficiar os delegados, que passarão a ganhar aproximadamente R$ 23 mil, se for aprovada.
A minuta seria para beneficiar todos os dez cargos existentes na Polícia Civil de Roraima, porém não é isso que vai acontecer, se a redação não for alterada, conforme o sindicato. O documento já está na Casa Civil desde o dia 16 de setembro e foi elaborado pela Delegacia Geral sem a presença de todas as categorias.
“Temos consciência de que o governador quer agir de forma igualitária quanto à remuneração da classe, porém ele está sendo enganado com a apresentação desta minuta. No dia 2 deste mês, houve uma reunião com o governador, quando ele afirmou que a pretensão é fazer os ajustes de forma isonômica. Da maneira que está, vamos perder 20% da nossa remuneração”, afirmou o presidente.
Ele disse que a classe está se organizando para solicitar apoio ao governador Anchieta Júnior (PSDB) e sensibilizar os deputados estaduais para que votem contra o projeto quando chegar à Assembleia Legislativa.  “Isso é inconstitucional, estamos sendo rebaixados. Esta campanha é para convencer de forma ética as autoridades para que este documento não chegue à Assembleia para votação ou para que passe pelas alterações necessárias e assim possa representar justiça para todos os dez cargos. Temos uma contraproposta para a alteração do documento. Estes 36 delegados vão mandar na polícia. Irá acontecer um monopólio na instituição”, reforçou o presidente do Sindpol.
Nilton Pereira disse que o projeto, da maneira que está, irá comprometer 95% do orçamento da Polícia Civil com folha de pagamento. Com isso, os 5%  restantes terão que ser divididos entre água, luz, telefone e combustível para as viaturas. “O orçamento será mínimo e a qualidade da prestação de serviços ficará comprometida”, complementou o sindicalista.
A Folha tentou contato com a delegado-geral, Fernando Olegário, mas não obteve resposta. Em entrevista sobre o mesmo assunto, concedida na semana passada à Folha, o delgado afirmou que discorda que a minuta da lei não esteja tratando de forma equânime todas as categorias. Ele informou ter encaminhado a minuta, via e-mail, para todos os policiais e afirmou que o projeto está dentro das condições orçamentárias do Estado e do que vinha sendo pleiteado pelas categorias. O delegado citou que, caso a lei seja aprovada, haverá a extinção dos subníveis dentre as classes. Conforme ele, as categorias precisariam de 30 anos para chegar à classe D.
“Foi modificado para que, a partir de janeiro de 2012, todos os agentes de polícia, escrivães e agentes carcerários, peritos, médicos legistas e odontolegistas sejam contemplados. Se o projeto de lei for aprovado, serão preenchidas as classes B, C e D. É importante frisar que nós destinamos 95% do nosso orçamento de 2012 só para pagamento de pessoal para propiciar promoção de forma equânime para todas as categorias”, disse na entrevista. A minuta, segundo ele, já foi apresentada ao governador.